Gosto de aproveitar este espaço para comunicar, para dissertar, para refletir, para denunciar, para confraternizar e para informar. Em suma, tentar estabelecer uma relação, de preferência saudável, com muitas pessoas, conhecidas e não conhecidas. De um modo geral não tenho razão de queixa.Ao fazê-lo reforço não só os meus conhecimentos como julgo poder ajudar outros.
Este pequeno intróito tem como objetivo transmitir novos factos que considero interessantes. Já tive oportunidade de há dias ter escrito a propósito da predisposição para certos comportamentos. Hoje, gostaria de comunicar que os fetos quando nascem já são portadores de bactérias nos seus intestinos, os quais pensava-se serem "estéreis" contaminando-se com os microorganismos da mãe apenas na altura do parto. Afinal as coisas são mais complexas. Ou seja, a construção do "microbioma" começa a ocorrer durante a gestação e o comportamento ou o estilo de vida da mãe condiciona o tipo e a qualidade das bactérias, as quais, por sua vez, condicionam o futuro do novo ser perante várias doenças. Não há dúvida de que a predisposição para a patologia do novo ser, seja ainda em novo ou mesmo muitos anos depois de ter entrado neste mundo, é condicionado por muitos fatores. Como exemplo de doenças induzidas por este fenómeno, qualidade do microbioma, poderia citar a asma e as doenças inflamatórias do intestino. Mas o que queria explicitar aqui é que as bactérias intestinais, também, podem influenciar a personalidade. Já estou a ver alguns a pensar, qual vai ser a provocação de hoje?
A de hoje é muito simples. Uma flora intestinal saudável é necessária para um comportamento normal. Alterações do microbioma intestinal provocam modificações em ratinhos, que, quando alimentados em ambientes esterilizados revelam estranhos comportamentos, ficam inibidos, revelando diminuição das capacidades de aprendizagem. Quando se regulariza a flora o comportamento normaliza-se. Inclusive consegue-se controlar a agressividade modificando a flora intestinal. Os cientistas que andam à volta deste problema afirmam que as bactérias intestinais produzem substâncias químicas que atuam no cérebro, afirmando poderem, eventualmente, explicar a razão porque é que em certas doenças intestinais crónicas ocorrem alterações do comportamento.
Deste modo, a descoberta de que as bactérias maternas podem atingir o feto, apresentando caraterísticas diversas, de acordo com os hábitos da mãe, abre novas e interessantes pespetivas para o desenvolvimento desta área, ou seja até que ponto diferentes microorganismos poderão influenciar o aparecimento de certas doenças e influenciar a personalidade. Relativamente a esta última, quem sabe se um dia não aparecerá alguém a explicar a personalidade de alguns que andam por aí, uma personalidade diretamente relacionada com a "qualidade" do conteúdo dos seus intestinos! Enfim, uma questão de m.
Lá terei que solicitar mais um documento ao candidato por quem pretendo votar nas próximas eleições; um documento que indique a qualidade do conteúdo dos seus intestinos.
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