sexta-feira, 1 de junho de 2012

Para o meu amigo Tonibler...

Tonibler.
Encontrei o texto, tem meia dúzia de anos, mas está atualizado, exceto o acordo, na altura ainda escrevia de forma diferente, :). Não quero que interpretem este comentário como provocação, mas não me apetece substituir "hiperactivos" por hiperativos.

“Peixes hiperactivos, ratos neuróticos, rãs estúpidas"

Face à multiplicação de estudos, alertando para os efeitos na saúde e no comportamento dos animais resultantes da exposição, ainda que em doses baixas, de muitas substâncias, rebusquei esta pequena nota com alguns casos interessantes.

Muitas substâncias lançadas no ambiente, na sequência de actividades humanas, têm sido responsabilizadas, mesmo em doses baixas, por alterações fisiológicas de muitas espécies, incluindo o homem. As modificações operadas a nível dos organismos condicionam e propiciam o aparecimento de muitas doenças, nomeadamente, degenerativas. Estes achados têm sido alvo de atenção e preocupação por parte dos cientistas, os quais vão alertando para a necessidade de evitar e minimizar as consequências nefastas, mas, aparentemente, sem grande sucesso. Paralelamente a estes factos, adicionam-se outros igualmente preocupantes. De facto, começam a ser descritas modificações comportamentais em diferentes espécies. Garças, gaivotas, caracóis, codornizes, ratos, macacos, mosquitos, falcões, rãs, entre outros, têm sido estudados, verificando-se alterações importantes no acasalamento, na formação de ninhos, na aprendizagem, no forragear, no voo, no cantar, alguns não conseguem fugir dos predadores, outros procuram membros do mesmo sexo, enfim, o mundo animal começa a apresentar sinais bizarros provocadas pela exposição a muitos químicos em baixas concentrações. Houve quem, em jeito de graça, afirmasse que os peixes se tornam hiperactivos – às tantas até saltam desesperadamente para os anzóis dos pescadores – as rãs tornam-se estúpidas (também nunca me apercebi que fossem inteligentes), os ratos intrépidos e muitas gaivotas despenham-se em pleno voo.
Se no futuro estes dados forem confirmados, então, quem sabe, se muito daquilo que observamos no nosso dia a dia poderá ser explicado pelas mesmas substâncias que provocam aqueles efeitos nos animais! Entretanto, compre um peixinho dourado, vá mudando a água todos os dias e se reparar que ele anda meio maluco acautele-se com a água que bebe, não vá ficar como ele…

Às tantas, ao longo destes anos de escrita acabei, também, por ser inspirado por águas contaminadas, se assim for estou desculpado...

3 comentários:

  1. Curiosamente, na semana passada atropelei dois pássaros em voo de dimensões razoáveis (não eram pardalitos) a cerca de 30 km/h. Era mais cedo que as 8:00 e aquilo até me afectou um bocado porque sentir logo de manhã que se matou um bicho estraga logo o dia. E quando olhei pelo retrovisor e vi as duas manchas pretas no chão, aquilo arrepiou-me um bocado.

    Mas fiquei a pensar, qual a probabilidade de se atropelar um pássaro que está a voar? Acho que só me tinha acontecido uma vez numa autoestrada onde ia a uns 121+ km/h(quem disser que ia a mais, nego!), a 30 km/h, então, deve ser de probabilidade zero. Atropelar dois, ainda por cima negros como no filme, levou-me a questionar o meu ateísmo profundo.

    Mas comecei a reparar que esses pássaros negros estão a tornar-se dominantes face aos pombos e aos pardais, que vejo menos. E na margem oposta da ribeira onde vivo há um centro de recuperação de toxicodependentes. Na volta são uma espécie mais resistente à metadona e mais apreciadora...

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  2. Também acontece naturalmente...
    Drunk birds on a collision course

    AFTER overindulging in berries, flocks of cedar waxwings flew drunkenly to their doom. Several times between 2005 and 2007 the birds crashed into buildings in the Los Angeles area.
    Hailu Kinde and colleagues at the California Animal Health and Food Safety Lab in San Bernardino, found that the birds had gorged on berries from the Brazilian pepper tree (Journal of Ornithology, DOI: 10.1007/s10336-012-0858-7).

    Cedar waxwings don't have a crop – an expandable pouch near the throat used to store food – so they stow berries in a distensible oesophagus, where they ferment. They ingested so many that their livers could not keep up with the alcohol production, leaving them too drunk to fly safely.

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