Sempre na vanguarda do
elitismo, o Bloco de Esquerda propõe-se criar um novo clube social, melhor,
vários clubes sociais, de consumidores de cannabis. Uma coisa a sério, com o
elevado propósito de “estudar, investigar
e debater a cannabis”, bem como “o cultivo
ou cedência aos seus associados de plantas, substâncias ou preparações…”. Porque uma coisa é consumir e outra, muito diferente, é consumir conhecendo bem o que se consome.
Claro que se deverá tratar
de clubes elitistas, onde o cartão de iniciado emérito terá que ser apresentado
à entrada. Naturalmente certificado pelos fornecedores do produto, com assinatura
devidamente reconhecida pelo notário.
Paralelamente, e certamente
como forma de democratizar o acesso à matéria-prima a quem, por falta de atestado de
assiduidade no consumo, não seja facultada a entrada nos clubes sociais, será
legalizado o cultivo de cannabis para utilização pessoal.
No entanto, penaliza-me
dizer que na introdução ao diploma não fica claro se a matéria-prima utilizada
nos clubes sociais é adquirida por grosso, agora no mercado livre, ou
transportada em lancheiras do produtor individual para o consumidor clubístico.
E se cada qual consome da lancheira própria ou esta se torna bem colectivo.
Tudo isto, segundo a
proposta, para deixar de se alimentar um mercado clandestino, que atirou para a marginalidade e para o sistema prisional milhares e milhares
de jovens. O Bloco, por uma vez, prefere o mercado livre. Com ele, acabam-se os
marginais e esvaziam-se as prisões. Quem adivinharia este avanço do Bloco?
Propõe-se criar um clube? Mas já não criou?
ResponderEliminarSe assim é, então já não sofre dúvida que o Bloco anda sempre ao contrário: primeiro age, depois é que propõe.
ResponderEliminarAlguém avise os senhores que o Eusébio já deixou de jogar, que os Beatles separaram-se, a guerra do Vietnam já terminou, o Muro de Berlim já não existe e as ideias deles já não fazem sentido nenhum!
ResponderEliminarQue gajos mais requentados...
Não, caro Tonibler, Bloco é bloco, impenetrável, o tempo não passa. Eusébio ainda mete golos (que saudades...), o Muro ainda lá está, os americannos continuam a invadir o Vietnam. E Lenine, Staline, Mao, Trotsky ainda são adorados em vida!
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