Primeiro foi a negação da dimensão da crise das finanças públicas e dos problemas financeiros dos bancos, depois a insistência da negação. Já num beco sem saída foi o apelo disfarçado à Europa para salvar o sistema financeiro, ou parte dele, da bancarrota, mas sempre longe de qualquer presunção de configurar um resgate.
Agora é lançado um vasto plano de austeridade, com alguns traços que não são para nós novidade, inevitável perante a cedência europeia de mais um ano para corrigir o défice orçamental e a necessidade de recapitalização dos bancos com os recursos financeiros da Europa. É a “mão invisível” de uma troika que se chama Merkel, impondo condições de um verdadeiro resgate. Que os nossos hermanos não querem que seja visto como tal. Qual resgate! É um “dejà vu”. Mais do que um jogo de palavras, eis a Espanha no caminho difícil da austeridade que nós tão bem conhecemos.
Boa sorte para o plano de ajustamento, a Espanha é motivo de muitas preocupações, percebe-se porquê, a factura é bem mais pesada que as facturas dos "pequenos". Mas é também razão de preocupação em particular para as nossas empresas exportadoras. É mais uma dificuldade (ou um desafio) a somar a muitas outras que temos tido, que tem o lado positivo de nos mostrar que o caminho das exportações também passa por aprofundar a estratégia de diversificação de mercados já em curso...
Boa sorte para o plano de ajustamento, a Espanha é motivo de muitas preocupações, percebe-se porquê, a factura é bem mais pesada que as facturas dos "pequenos". Mas é também razão de preocupação em particular para as nossas empresas exportadoras. É mais uma dificuldade (ou um desafio) a somar a muitas outras que temos tido, que tem o lado positivo de nos mostrar que o caminho das exportações também passa por aprofundar a estratégia de diversificação de mercados já em curso...
Excelente nota, Margarida, e excelente ilustração. Chovem tesouras, pelos vistos a única coisa que estas nuvens que cobrem a Europa são capazes de fazer precipitar.
ResponderEliminarCara Margarida,
ResponderEliminarO déja vu, certamente, e o muito que ainda está para vir/ver, também, não nos convençamos de que já vimos tudo...
Excelente apontamento, de facto parece um remake de tudo o que já vimos antes, talvez com a subtil diferença de os espanhóis não quererem de todo assumir que precisam de um resgate porque também já viram o ónus que tal circunstância traz para o país e para a sua (in)capacidade de falar de pleno direito no palco internacional. Procuram, assim, a quadratura do círculo, que é estar estando fora, enquanto se espera que se vá progredindo num caminho que não seja tão "desonroso" para um país que ainda há bem pouco se erguia, orgulhoso, como um dos grandes.
ResponderEliminarDe acordo.É a política da pescadinha de rabo na boca.
ResponderEliminarEnquanto a Alemanha continua a reduzir os juros do financiamento da sua dívida, sucedem-se estes resgates por todo o lado: a areia dos buracos para algum aterro vai...
José Mário
ResponderEliminarDe que serão feitos os chapéus-de-chuva?
Temos que nos ir habituando Dr. Tavares Moreira.
Suzana
Será que conseguem quadrar o círculo?
Caro Edgar Carneiro
Os investidores estão a pagar para deter dívida alemã, com a dívida francesa aconteceu o mesmo esta semana.
Margarida, hoje uma agência qualquer reduziu em dois níveis o rating da Itália...falta outros dois para lixo.
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