Acabo de ler este artigo de Juan José Millas. Está a fazer furor na Europa. Depois de o ler veio-me à memória, instintivamente, a "invenção", ou melhor, a reutilização do instrumento do médico francês Joseph-Ignace Guillotin. Não é que seja adepto da pena de morte, mas volta e não volta associo certos fenómenos ao seu uso. É o que me está a acontecer neste momento.
Desde os tempos da idade média, ou até talvez antes, se regista na Europa, um tendência (quase) mórbida, de enfiar coisas (mais ou menos contundentes) pelo cu acima daqueles, que por algum motivo, desagradam aos outros. Começando pela prática do "empalamento" e chegando agora ao uso do cano da pistola. Vamos ver se a coisa fica por aqui, ou se surgem sugestões de substituir a pistola pelas antigas espingardas, com baioneta acopulada.
ResponderEliminarDentro deste cenário, podemos até considerar o invento do Dr. Guillotin... uma panaceia, como aliás lhe competia por inerência de "serviço".
Mas, a coisa piorou bastante, quando o senhor Einstein se lembrou de dividir o átomo... que o digam os habitantes de Hiroshima e de Nagasaki.
Xiça!!!!
Como trabalho de ficção, o artigo está bem escrito. A linguagem baixa, o culpabilizar um ente invisível e distante seja o "especulador" ou a Alemanha, e o papel de coitadinhos dos trabalhadores gera obviamente consensos alargados.
ResponderEliminarÉ verdade que o mundo financeiro criou também ele as suas ficções de produtos financeiros demasiado complexos para terem relação com a realidade económica, mas também é surpreendente o branqueamento das responsabilidades governamentais - quase todas socialistas - e a vida luxuosa a crédito em que tantos embarcaram sem terem dinheiro para tal...
Pelos vistos os espanhóis não estão virados para o complexo de culpa...
ResponderEliminarVejo que o senhor (ou senhora) Blitzkrieg está satisfeito(a).
ResponderEliminarDeve ser dos que já compraram a produção de trigo de 2015.
Pudera.
O capitalismo, apesar de todos os seus defeitos, sempre produziu sociedades bem mais prósperas e justas do que o comunismo e o socialismo.
ResponderEliminarSenhor Gabriel Bernardo:
ResponderEliminarPareceu-me estar a responder-me de forma implícita.
Se não foi o caso, não ligue ao que escrevo agora.
Eu não comparei capitalismo com comunismo (ou socialismo).
Limitei-me a comentar um aspecto do desvario capitalista que vivemos.
Mas vejo que também está satisfeito com a compra que fez da futura produção de trigo da colheita de 2015.
Não acha estranho que, certas pessoas, como foi agora o seu caso, a propósito de qualquer discussão saiam imediatamente fora do tema em causa e atirem logo contra o debatente de que não gostam o labéu de comunista ou de socialista?
Se estão tão seguros das virtudes do sistema que amam porque necessitam de o validar pela negativa, isto é, comparando-o com o que é (foi) pior do que ele.
É para mim um mistério esta atitude.
P. S. Sobre a falta de prosperidade do socialismo, não sei se se estava a referir aos países nórdicos, que, como sabe, foram governados por regimes sociais-democratas (verdadeiros, não de slogan, como se passa cá por terras lusas), os ditos regimes de socialismo democrático, por contraposição ao comunismo de matriz marxista da defunta URSS.
É que esse socialismo nórdico (na Noruega, e até no Reino Unido, representado por partidos chamados Trabalhistas, os nome dos partidos que protagonizaram este tipo de regimes varia entre sociais-democratas, socialistas e trabalhistas) foi o que gerou prosperidade, eficácia, equilíbrio social, menor injustiça, tudo aspectos que nenhum país ou sociedade desdenhariam.
E a Suécia, por exemplo, nos finais do século XIX era dos países mais pobres da Europa e não enriqueceu nem acumulou capital a partir da exploração colonial, antes a partir das forças internas.