quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os desígnios da UE: endireitar a banana para nosso bem


Crise. Não passa despercebida a ninguém a desorientação da UE, das suas instituições e dos seus dirigentes. Aprofundam-se as divergências entre aqueles que deveriam convergir numa solução. Há muito que os economistas e os responsáveis políticos fazem as contas em função do PIB de cada estado membro e não em função do produto europeu. É assim a 27. Não se vê que venha a ser diferente.
Entretanto, a burocracia europeia continua impávida e serena a preparar os dossiers para as tomadas de decisão política sobre os pedidos de adesão da Croácia, da Macedónia, de Montenegro, da Sérvia, da Albania e da Bósnia, para além das conversas sobre a possibilidade de ingresso da Turquia, Ucrânia ou Geórgia.
Nas atuais circunstâncias não é só caso de falta de lucidez de dirigentes europeus e dos responsáveis políticos nacionais. Parece mesmo loucura não ver que um alargamento (até para além do que se convencionou serem as fronteiras naturais da Europa) agravará ainda mais as dificuldades que uma Europa a 27 já coloca na tomada de decisões oportunas e assertivas.
Esta notável estabilidade da burocracia europeia nota-se igualmente na constância da regulamentação mais inacreditável, tudo em nome do nosso conforto, bem estar, saude e segurança (quando tudo o que garante os níveis de bem estar vai ruindo à volta da maioria dos cidadãos europeus!). A Europa do desemprego galopante, das dívidas soberanas insustentáveis, da perda de competitividade em relação aos emergentes continua preocupada com o calibre dos tomates e a curvatura da banana. Um hospício!

3 comentários:

  1. Uma verdadeira casa de doidos!
    Mas há mais exemplos. Nas recentes medidas de "apoio" aos Bancos na modalidade de obrigações( chamadas COCOs) ficou estabelecido que só dinheiro proveniente do estado contava para os rácios de capital; se a subscrição fosse privada, nas mesmas exactas condições, já não contava. Enfim, a cor do dinheiro!

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  2. Caro Drº Ferreira de Almeida,
    Bem observado!
    Está tudo dito, apenas acrescento que as decisões parecem ocorrer desgarradas, sem projeto, em conflito com a própria realidade, repetindo-se os mesmos erros à espera de resultados diferentes. Acho que se devia parar. Olhe-se a Grécia, olhe-se Portugal! Há alguém que consiga advinhar como vai acabar...
    É assustador...

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  3. Noutros tempos de crise a expansão territorial também foi a saída em frente encontrada.

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