O Professor Massano Cardoso anotou aqui uma prática de alguma banca que promove produtos para promover a oferta de crédito com uma remuneração verdadeiramente exorbitante. Preocupante, na medida em que estas práticas revelam que para alguns o mundo não mudou, continuando a apostar no fascínio que provocam bens fora do alcance das famílias a quem estas instituições se dirigem, com o intituito de procurar obter lucros seja por que meio for. Que moral têm os bancos para se queixarem do volume de incumprimentos no crédito ao consumo?
Hoje, o jornal Público divulga a notícia de que alguns bancos estão a substituir cartões detidos pelos seus clientes por cartões de crédito e de débito com propósito de cobrar mais comissões. Um deles, nem mais nem menos, a estatal CGD, nem sequer substitui os cartões, pelo que cobrará comissão por ambos, se bem entendo a notícia. Eis uma prática que resiste a subjetividades na apreciação: desonestidade e falta de ética, não é possível ser benévolo na opinião.
A notícia diz também que o Banco de Portugal não gostou. Espera-se que a censura não se fique por esta mera manifestação de desamor.
Mas não ouvi os bancos a queixarem-se do incumprimento no crédito ao consumo, só no crédito ao estado. Esse sim, parece ser o verdadeiro produto tóxico.
ResponderEliminarMas sim, caro JMFA, o Banco de Portugal vai ficar pela manifestação de desamor. Curiosa, também, a reacção do BdP perante a notícia de que os bancos estão a beneficiar os spreads nos créditos à compra de casas do seu stock afirmando que isso foge à sua regulação. Deve ser para o governador vir pôr a culpa nos auditores quando o próximo BPN aí aparecer...
Ouviu, ouviu, Tonibler. Ouviu alguns bancários lamentar-se do volume do crédito mal parado. Claro que o que não ouviu foi a assunção de que parte dele derivou de práticas temerárias do passado. E se se podem queixar que foram obrigados a encaixar dívida do Estado (embora me pareça que ninguém coagiu as administrações do BPI ou do BCP a subscreverem dívida emitida pelo Estado grego...), no caso do crédito ao consumo e de outras práticas, ninguém levará a sério que lamentem.
ResponderEliminarNão é verdade que não tenham sido coagidos a assumir posições em dívidas dos estados da zona euro, caro JMFA. Foram, pelo Banco de Portugal, pelo BCE e pelo Comité de Basileia.
ResponderEliminarPodem queixar-se do volume de crédito mal parado, mas nunca ouvi referirem-se ao crédito ao consumo em concreto. Mas posso estar enganado.
Estamos de acordo. Nem nunca ouvirá!
ResponderEliminarSe a prática anunciada envergonha a Banca, na generalidade, a pratica da CGD envergonha-nos a todos.
ResponderEliminarSão cartões de débito...ma non troppo. Também achei graça a alguém da defesa do consumidor a dizer que o perigo era o das pessoas não repararem que não lhe stiravam logo o dinheiro e podiam pensar que afinal não o tinham gasto e baralhar-se com os saldos, na verdade continuam todos a tratar os cidadãos como patetas. Quanto à CGD não concordo, se está em concorrência tem que usar os mesmos produtos - se forem legais -sob pena de um dia nos perguntarmos mas afinal onde estão os lucros da CGD?
ResponderEliminarNão duvido da legalidade, Suzana. Duvido da seriedade.
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