Em
1977, sendo Mário Soares 1º Ministro, o Governo pediu o apoio do FMI, devido às
dificuldades financeiras do Estado português, com repercussões directas na
esfera económica: desemprego elevado, bens racionados, inflação crescente,
conflitualidade política e o escudo desvalorizado. Que se traduziram numa
redução de salários, numa subida de impostos e na diminuição drástica do PIB.
Ninguém
se lembraria de atribuir o facto às políticas neoliberais, como cinicamente e ignorantemente
se faz na crise actual; na altura, ninguém negará que as políticas que levaram
à crise se situavam na marcha para o socialismo.
No
entanto, as razões que, na altura, levaram à chamada do FMI são de todo
semelhantes às que agora levaram a chamar a Troyca, e têm origem na radical destruição do equilíbrio das contas públicas.
Com
a revolução, a despesa pública cresceu vertiginosamente de 20% do PIB, em 1973,
para 27%, em 1975 e para 32%, em 1978. Apesar de os impostos terem subido de
cerca de 18,5% do PIB em 1973, para 24% em 1976 e para 25%, em 1977, o
Orçamento passou de superavitário (superavit sustentado de cerca de
2% do PIB) a deficitário (-3,8% em 1975, -5,3%, em 1976, -4,1% em 1977, -6,3%
em 1978), e os encargos com a dívida pública praticamente triplicaram, por
efeito do rápido aumento desta para acudir às necessidades do Estado.
Obviamente
que a actividade económica sofreu os efeitos do choque despesista público e o
PIB sofreu de imediato uma queda pronunciada (- 5,1% em 1975).
Foi
neste contexto que Mário Soares se viu obrigado a pedir o apoio do FMI e, com
ele, a factura de redução de salários e de subida de impostos, como forma de
reabilitar as finanças públicas e a economia.
Agora,
o socialista Mário Soares chama-lhe política neo-liberal. Esquecido (e, como ele, Seguro e os camaradas socialistas) que os cartazes de protesto que agora louva reproduzem, até no grafismo, muitos daqueles
com que, à altura, era vilipendiado. Memória curta. Muito curta, mesmo!
Comparar o incomparável, pretender tratar como iguais situações tão diferentes como a economia de um país acabado de sair de uma revolução, com a economia de um país em paz e em democracia plena e tranquila (mas sem moeda e integrado numa comunidade económica), “como cinicamente e ignorantemente se faz na crise actual” será, além do mais, abusar da inteligência das pessoas.
ResponderEliminarCaro Carlos Sério:
ResponderEliminarIgnorando o juízo de valor explicitado no fim do comentário, o que refere apenas torna ainda mais censurável o processo de aumento da despesa pública e de endividamento que levou à actual situação. Até por isso faz sentido recordar o passado.
ResponderEliminarConclusão: O PS e o PSD são dois partidos do desgoverno e, como este regime não pode passar sem eles, é urgente, imperioso e patriótico uma mudança de regime que os atire rapidamente para estratosfera.
Já agora, também o demagógico BE, os esclerosados PC e os oportunistas do CDS/PP.
Se bem me lembro, a actual lei que impede os cidadãos de insultarem os detentores de cargos públicos (a falta que isto nos faz...) tem origem exactamente nessa altura quando (até) as paredes deste país diziam "Soares ladrão!". Mas isso era no tempo em que se prendiam os sindicalistas que faziam vigílias à porta de S. Bento.
ResponderEliminarJá agora, uma que não percebi, "sem moeda e integrado numa comunidade económica" quer dizer "com mais otários que podem pagar esta bosta??"
(Des)concluindo: o sacrossanto neo(ou será velho)liberalismo não é culpado, não. A ideologia que dá sentido à nossa triste existência mantém-se pura. O culpado é a via do socialismo (o pro-poor não o pro-rich), como sempre foi, enfermo do pecado original de ousar esbater a diferença entre ricos e pobres, reconhecendo na riqueza produzida a mão do trabalhador.
ResponderEliminarComo aguentaria eu, homem tão normalzinho em tamanho de alma, este caminhar para a entropia da morte se ao menos não pudesse sentir-me socialmente superior em relação aos demais primatas da minha espécie (que o arquivo de identificação teima em reconhecer cidadania).
O dinheiro, funcionalidade abstractizante por excelência, permite-me como que incorporar no meu ser tudo aquilo em que a natureza me foi avara. Posso ser rechonchudo, pele rosadinha e possuir um pénis que me embaraça. Mas posso comprar o tempo de uma acompanhante de sonho, ser dono total do seu ser por duas horas e, assim, vingar-me dos devaneios da minha mulher que, sob o meu peso, se ausenta inexplicavelmente num sorriso que é ao mesmo tempo de escárnio e de prazer.
Posso também não dominar as minudências da mecânica quântica, da semântica dos mundos possíveis ou aborrecer-me imenso com um livro do António Lobo Antunes. Mas posso comprar toda a sua bibliografia, contemplando-a da minha poltrona, num sorriso o mais parecido possível com a felicidade daqueles que parecem compreender todas essas coisas.
Por isso, é todo o meu ser que reclama o governo do dinheiro. A plutocracia é a minha praia. Ainda que não tenha dinheiro nenhum imagino o sentido de poder daqueles que, por serem «produtores» de dinheiro, choram blogues fora os impostos que pagam, via Estado, às cigarras preguiçosas. É um misto de conforto gemido que eu, aprendiz assíduo das universidades de verão, guardo com o zelo o «ticket» da minha vez.
De facto, caro Tonibler, a memória é curta, curtíssima, mas não creio que Soares se tenha esquecido.
ResponderEliminarFica é doente se não fala e se alguém diz que não o ouve...
Quanto ao resto, está claro que o meu amigo percebeu tudo muito bem!
Mas é claro que não tem nada a ver com o "liberalismo", nem com a evolução da economia/finança/politica mundial. É obvio...
ResponderEliminar...é até por isso que, para além de Portugal, tambem a Irlanda,a Grecia,a Espanha,a Italia (e mais veem a caminho!) estão como estão.
Nada disto tem a ver com a Globalização e a Alta Finança Mundial...nã...o mundo, há execpção de Portugal, continua perfeito...
...pena que as malandras das "cigarras" portuguesas, não o consigam ver!
Obviamente q existirão grande erros e grandes responsaveis...mas nos dias de hoje, na "Aldeia Global", ignorar as alterações na geo-politica e geo-finança só pode resultar em conclusões amputadas de consistencia e (...voilá muito em voga nos dias de hoje...) carentes de credito!
Seria talvez interessante, para quem se interesse pelo tema em epigrafe, a seguinte leitura:
ResponderEliminarhttp://bloguitica.blogspot.pt/2012/10/outra-duvida.html
creio que pode ajudar a alargar a perspectiva de analise desta questão.
Caro Pedro, das duas uma, ou tem a ver com "ismo" ou tem a ver com evolução. Com os dois ao mesmo tempo não pode ter. A evolução da humanidade não é uma questão de opinião ou de "sistema". Aliás, conhecem-se bem as consequências dos sistemas. Agora, das duas uma, ou se assume que a evolução é o que é ou se cai na cegueira que se pode fazer alguma coisa contra.
ResponderEliminarJá agora, ser contra a Globalização é o quê? Manter os pretos a lutar com os leões e os chineses à porrada por dois grãos de arroz?? É que nunca percebi porque é que alguém seria contra a globalização...
Tonibler,
ResponderEliminarnão percebo de todo, o porque, de estar a falar sobre "ser contra a Globalização".
Em momento algum defendi ser contra a evolução e/ou globalização.
O que saliento, é que qualquer analise que ignore este "pormenor", está á partida "desvirtuada".
E nem tão pouco afirmei que a culpa era ou não do "Liberalismo".
e lá está, no proprio texto, está a contradição que o desmonta:
"(...) atribuir o facto às políticas neoliberais, como cinicamente e ignorantemente se faz na crise actual; na altura, ninguém negará que as políticas que levaram à crise se situavam na marcha para o socialismo.(...)"
Daqui, num instantinho se extrai que:
- Se na actualidade só "ignorantemente" se pode atribuir a crise ao Liberalismo (sim, está lá escrito!)
...será igualmente "ignorante" atribuir as culpas da crise de então ás "politicas (...) na marcha para o socialismo"!
parece-me simples e transparente.
como pode alguem defender que o Liberalismo nada tem a ver com os dias de hoje, mas no "ontem" era tudo culpa de outro "ismo" qualquer ?
O que afirmei, é que comparar 77 com 2012, e esquecer o que se passa hoje no mundo (vide Irlanda, Espanha, Italia, Grecia, e os q mais virão!), é tirar conclusões á "medida do tempo actual":
- sem credito nenhum.
Então e o evolucionismo?
ResponderEliminarEsta «naturalização» do que é opção humana de transformação e que, como tal, é passível de modificação, não passa de mais um ismo com o rabo de fora...
Aproveitar aquilo que pode não passar de uma janela estreita da historia, para a anunciar como verdade absoluta, constitui errismo militante.
Globalização, localização, alguém pode prever, em rigor, o que se vai fazer acontecer? «Proletários de todos os países, uni-vos», constitui um projecto de globalização ainda não realizado. Mas há outros...
ResponderEliminar
ResponderEliminarCaríssimo António,
Há pelo menos uma enorme diferença de enquadramento político, do meu ponto de vista, que tenho vindo a apontar no meu bloco de notas há muito tempo:
Naquela altura, PS e PSD coligaram-se para ultrapassar a situação.
O maior erro político de Passos Coelho, que o vai obrigar a cair não tarda muito, foi o de ter pegado no tição em labaredas e dispensar o PS de o transportar também.
Nestas condições é fácil, até para Seguro, capitalizar o descontentamento atirando palpites para a fogueira que o PS ateou.
Independentemente de em 77 ter sido o 1º Ministro M. Soares a pedir ajuda à Troyca, não deixo de concordar com a opinião do comentador Carlos Sério. A diferença, como foi referido, é que Portugal vinha de uma revolução cujos resultados foi à priori o desmantelamento do tecido empresarial, com a saída do país do "grande capital".
ResponderEliminarNa situação actual, Portugal vem de um período de "vacas gordas", em que milhões entraram no país e foram distribuidos, na sua maioria, pelos capitalistas, com a concordância dos maiores partidos.
Nem percebo porque motivo insiste o PSD, na pessoa do seu líder Passos Coelho, em endossar a totalidade das culpas do estado de degradação económica em que nos encontramos, a José Socrates.
Numa imagem mais vulgar, "isto" assemelha-se aos casamentos dos ciganos, em que vão todos à boda e no fim, quem fica a "arder" é o dono do restaurante que os serviu.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarCom pouco mais 38 anos de vida, o regime actual conseguiu levar o pais por três vezes à bancarrota; curiosamente, ninguêm tentou sequer, derrubá-lo. É verdade que, na dinastia filipina fomos à bancarota seis vezes e levámos sessenta anos a terminar o estado de coisas.
O seu post e os comentários indicam que, continuamos a tentar safar das responsabilidades tentando fazer, ao mesmo tempo, o nosso melhor.
Os deuses concedem-nos mais algum tempo para fazer o que tem de ser feito, com a intenção de evitar que o navio afunde.
Cumprimentos
joão
Estabelecer um paralelismo com a situação passada não me parece que seja possível, se mais não fosse a própria maturidade da sociedade portuguesa de hoje não tem nada a ver com a daquela altura. Fazer naquela altura o que se está a fazer hoje, redundava numa guerra civil...
ResponderEliminarMas também passei pela situação e não me lembro de ver tanta gente angustiada e muito menos ministros titubeantes, incapazes de acertarem nos próprios objetivos; e é essa incapacidade notória de que o governo enferma, principalmente o Min. das Finanças que irá fazer com que a curtíssimo prazo o PR tenha de assumir as suas responsabilidade.
Valha-nos isto, pelos menos estes experts reconhecem a bosta em que têm metido os pedintes! aqui.
ResponderEliminarDe facto os 2 períodos têm diferenças significativas, sendo a principal a perda do império (e de todo o rendimento que ele representava, apesar dos custos da guerra) e a chegada de centenas de milhares de refugiados que justificaram um aumento apreciável da despesa pública.
ResponderEliminarParadoxalmente, anos mais tarde, estes refugiados contribuíram com know how e capacidade de emprendimento para o levantar da economia.
Meus caros, como é que da palavra 'falido' conseguem arranjar vários significados? Ah da outra vez era diferente.... Porra, é falência !!!! Que dúvidas é que isto pode trazer?? É para todos pagarem ou para fechar, sendo e a última deve andar com 80% dos percursos possíveis nesta fase. Querem melhor paralelismo? Ah realmente não tem igual numa coisa, há 30 anos os portugueses eram só cidadãos portugueses, agora poden escolher a que estado pagam impostos....
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarJá algumas vezes pensou que naquela altura até houve uma "boa razão" para essa falência!? Que importava aos pobres de então viverem num ESTADO rico se não usufruiam dessa riqueza!?
http://www.esquerda.net/artigo/fmi-reconhece-erro-austeridade-agudizou-crise-na-europa/24973
ResponderEliminarCaro Madureira,
ResponderEliminarO FMI não reconheceu erro nenhum. Aliás, isso não faz qualquer sentido para quem tem que decidir. E faço-lhe a mesma pergunta: que dúvida a palavra 'falido' suscita?
Caro jotaC,
Todas as falências foram por 'boas' razões. E na altura Portugal não precisava de divisas estrangeiras para recolher os refugiados. Não foi por isso, de certeza, que o estado faliu. O estado faliu porque os do costume andaram a gastar divisas que se tiveram que pedir emprestado, não foi por causa dos pobres de certeza. Aliás, NUNCA é, porque os pobres vivem bem daquilo que o nosso trabalho lhes pode proporcionar, não precisam de USD, ou euros, não é por aí de certeza.
Tonibler,
ResponderEliminarpalavra 'falido' não me suscita duvida nenhuma!
Mas há outras palavras,como por exemplo:
- Ajuda
- Apoio
- Integração
- Reconstução
que contrabalançadas com :
- Exploração
- Agiotas
- Miseria
- Elites
- Desigualdades
- Consequencias
me fazem pensar e ainda assim ficar com muitas duvidas.
E é neste plano, e nestas duvidas, que se joga o nosso futuro.
De facto estamos falidos...nisso estamos de acordo, o desacordo é no caminho para o Futuro. A duvida é se nos estão a ajudar ou se nos estão a comprar.
A duvida é se um dia repomos a agradecemos a ajuda...ou se um dia seremos refens de uma "ajuda interesseira".
É aqui na discussão das tranches e dos juros altissimos e dos serviços de consultoria altamente especializados....mas que afinal não teem os resultados que os proprios ilumindados prometiam!
E aqui, não pondo em causa a firmeza e consistencia das suas posições, há muita margem para duvidas...isto creio que qualquer pensante de boa-fé concordará.
Mortos não pagam. Pobres também não.
ResponderEliminarCaro Pedro,
ResponderEliminarSão credores. Para nos estarem a ajudar, estão a arriscar as pensões dos seus cidadãos, os depósitos dos seus trabalhadores. Não duvide que são ajudas, porque o resto do mundo, devo recordar, se recusa a emprestar dinheiro ao estado português. Claro que o ideal seria que eles trabalhassem e nós estoirássemos o dinheiro, mas acho difícil que essa ideia passe entre os alemães. Aliás, nem comigo já passa porque não estou para andar a pagar impostos para um estado que está disposto a sobreviver mas se não tiver que pagar por isso.
Emprestaram, sabendo que o país não ia pagar. Continuaram a emprestar. Continuam a emprestar. Sabem que não vão recebê-lo.
ResponderEliminarNem mortos, nem pobres, nem funcionários públicos. Por isso é que devemos fechar, inventariam-se activos, paga-se os credores e vamos cada um para seu lado.
ResponderEliminar"São credores. Para nos estarem a ajudar, estão a arriscar as pensões dos seus cidadãos, os depósitos dos seus trabalhadores. Não duvide que são ajudas, porque o resto do mundo, devo recordar, se recusa a emprestar dinheiro ao estado português".
ResponderEliminarTanta ingenuidade ou...maldade.
Peter Bofinger, assessor económico do governo alemão: “A ajuda não é a estes países com problemas, senão aos nossos próprios bancos que possuem uma grande quantidade de dívida nesses países".
Nada poderia ser mais claro.
Caro Sério, essa é verdeiramente uma descoberta notável. Os bancos emprestaram dinheiro a países chungas como o nosso??? Dinheiro deles, não dos depositantes.... A ajuda deles é como credores? Essa também devemos ir a correr avisar o mestre, porque alguém descobriu que nos estão a meter 78000000000€ nas mãos com um interesse associado. Já agora, quanto é que você emprestou ao estado português para o salvar? Pois, lá falar estamos em grande, agora meter a carteira onde põe a boca....
ResponderEliminarTonibler,
ResponderEliminarcomo gosta de palavras fortes, tome lá um exemplo simples:
O Vendedor de droga, também no inicio dá a dose gratis...e de repente o que era uma "dealer amigo e cheio de facilitismos" passa a ser um "credor implacavel"!
(sei q a analogia alem de forte é simplista...mas volto a frizar que é no equilibrio do emprestar/cobrar q se joga o nosso futuro imediato!)
Mais acrescento que os Bancos Alemães que emprestaram cobraram juros por isso, certo ? e sabiam ser operações com determinado risco, certo ?
É que aparentemente, hoje em dia, só a AltaFinança e a Banca são negocios sem risco! se emprestaram ao BPN e ele faliu...isto é o risco que os Bancos Alemães assumiram!
(sim, tb sei q é simplista, mas como mero exemplo demonstra que para além dos monstruosos abusos e "crimes" financeiros e desmandos deste pais....nós, os que nunca mandamos nada, tambem estamos a pagar o tal "risco" não aceite e assumido da Banca e Finança que "pagou para ver" ! E sim, a meu ver aqui contiunua a haver um "desiquilibrio desumano")
P.S - Aposto consigo o que quizer, que se os "actuais credores" não emprestassem...não faltariam Chineses e outros "brics"...a querer "ajudar" nestes moldes...e até por ai, talvez a Europa acordasse mais cedo.
Mas eu discordo disso? Eu acabei de defender que se declare a falência do estado, se reúna os activos na massa falida e se mande os funcionários para casa. O que significa dissolver esta sociedade que temos. Eu não vou deixar de ser europeu nem vou sair do euro. Se vocês quiserem ficar chineses, problema vosso. É esta a beleza do 'vai cada um para o seu lado', a verdade é que a esmagadora maioria dos meus concidadãos não está disponível para salvar o estado português. Chame-lhe drogado, crime financeiro, todas as desculpas que quiser arranjar. Quando se chega a este estado e se acredita que a culpa é dos outros, o que é que espera que se diga? Quer melhor demonstração da inviabilidade financeira de um estado que chegar ao mais profundo estado de falência e, ainda assim, insistir que a culpa é dos outros?
ResponderEliminarCaros comentadores
ResponderEliminarÉ certo que o país vai fechar, porque não é viável. Por isso, é impossível que não tenham planos para emigrar. Alguém pode revelar qual é o destino que escolheu?
Caro Madureira,
ResponderEliminarEssa possibilidade não existe. O país não vai fechar. O que vai fechar é o estado. O país, mais que viável, pode ser até razoavelmente próspero, a acreditar nos números que vão aparecendo. O estado, esse, não tem salvação possível como o TC e o PR já o provaram.
Diria mesmo que viver sem estado é o mais provável.
ResponderEliminarToda esta “ajuda” da troika aos países em dificuldades, não é mais do que uma operação de troca de credores, passando a dívida dos Estados em dificuldades e dos respectivos bancos nacionais (igualmente com avultadas dívidas aos bancos estrangeiros) na posse dos bancos da Alemanha, e França sobretudo, para as mãos de credores institucionais, BCE, UE e FMI, libertando e poupando deste modo os bancos estrangeiros de eventuais “default” (falta de pagamentos dos Estados e dos bancos nacionais devedores). A austeridade imposta aos Estados associada a estes programas de "ajustamento", visa apenas assegurar, custe o que custar, as verbas necessárias a esta operação de substituição de credores da dívida e que as amortizações agendadas do capital em dívida decorram sem percalços. No final de 2012, restará apenas cerca de 10% de dívida pública em mãos de bancos estrangeiros enquanto os credores institucionais deterão cerca de 60% e os bancos nacionais cerca de 20%.
ResponderEliminarAntes da crise, os estrangeiros tinham 87% da dívida portuguesa. Hoje só têm 2%
ResponderEliminarOs investidores estrangeiros estão praticamente ausentes dos leilões de dívida portuguesa. Apesar do alívio sentido nos juros do mercado secundário, só 2% da dívida de curto prazo é detida por bancos não residentes.
A notícia é publicada hoje pelo "Público", citando dados do Banco de Portugal, segundo os quais apenas 276 milhões de euros do stock de dívida de curto prazo da República Portuguesa estão nas mãos de investidores estrangeiros. O que significa que, apesar de o Estado português estar a conseguir fazer leilões bem sucedidos, os estrangeiros não estão a comprar.
Antes da crise, a tendência era a oposta. Os investidores não residentes detinham 86% da dívida de curto prazo. Hoje, são os bancos portugueses que detêm 98%.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO056690.html
Sem estado? Eu disse isso? Sem este estado sim, O que não falta são formas de estado alternativo que se formavam logo, a começar por aquele que regula boa parte da nossa vida actual e que está sediado em Bruxelas.
ResponderEliminarPois, não era preciso ajuda.... É o que digo, haverá maior demonstração da inviabilidade deste estado que ter o povo a inventar culpados em todos os cantos? Já agora, o que é que aconteceu às agências de rating ao serviço dos especuladores da economia de casino? Foram comidos pelos interesses da grande finança internacional e pelas ramificações da Goldman Sachs? LOL!
Os bancos portugueses estão a comprar dívida do estado? E depois queixam-se, a comprar essa porcaria.... Já percebeu agora para que eram o cocos?
ResponderEliminarTanta preocupação com os investidores (credores) para quê (?), se eles até suportam rentabilidades negativas!
ResponderEliminar"A dívida alemã mantém o seu estatuto de investimento seguro num momento de tensão no mercado da dívida na Europa, de tal forma que os investidores estão dispostos a suportar rentabilidades negativas."
A leitura disso é "há quem prefira perder dinheiro a emprestar ao estado português a qualquer preço"...
ResponderEliminarExatamente, caro Tonibler. Mais uma razão para interiorizarmos que chegamos ao ponto em que é preferível renegociarmos a dívida antes de destruirmos totalmente a capacidade de o fazer, por via da destruição da economia do país. E não me parece que a possibilidade de renegociação seja uma utopia, pois se os investidores até estão dispostos a perder dinheiro, a que não estarão eles dispostos se tiverem a perceção de que irão cobrar os seus créditos!
ResponderEliminarCaro jotaC,
ResponderEliminarO tempo de "negociarmos" o que quer que seja já foi. Chamou-se "eleições". "Nós" já tínhamos decidido o caminho. o Cavaco e sus muchachos resolveram que o caminho decidido por nós não tinha o seu acordo por isso, deite-se fora o que "nós" decidimos e vamos a outra.
Por isso, não quero negociar nada porque já não quero defender nada.
Para quê? Para que na próxima venha o Cavaco e diga que o estado não pode reduzir nada porque não é equitativo?
Eu não quero negociar nada, quero liquidar.
Tonibler,
ResponderEliminarmuitos se insurgem contra o TC. Tambem reclama que vem o PR e diz "não se pode porque não é equitativo"...
mas estes mesmo que "desprezam" a Constituição e as leis mais elementares...
são os mesmo que defendem que : "Não se pode mexer nas PPPs, porque são contratos blindados" ou "porque depois os investidores não confiam e não investem"!
Mas que raio! a Constituição da Republica e as Leis de Bases...podem todas ir para o lixo.
As que protegem os "contratos blindados" já não se podem mexer.
E claro, aceito o ponto do "não quero renegociar, quero liquidar"...mas só o afirma porque ainda pode falar assim! Porque no dia que tiver 300€ para das comer, educar, levar ao medico filhos e pais...tlvz perceba que "liquidar" assim...a navegar nas lagrimas liquidas de muita gente...que certamente não pediu dinheiro a nenhum alemão.
Mais: porque não por a Reforma dos Deputados aos 67, em vez de apos dois mandatos ? (etc..etc..etc...os exemplos são muitos, recorrentes e conhecidos!)
Mais: Eu tenho até uma situação media e na empresa onde estou temos projectos no estrangeiro, pelo que prevejo uma relativa segurança num futuro proximo (se é q isso existe!)...mas ainda assim, com uma filha no 7 anos, larguei 250€ em livros. A minha esposa, trabalha e estuda á noite (2ª de sociologia), ganha 560€, faça as contas e veja se chega (alimentação, deslocações para Universidade, livros e fotocopias, etc )...
entre os 3, com muito esforço, vamos seguindo...e sim, sou actualmente "um previligiado"! Mas como se consegue pagar Educaçao de filhos, e fazer a tão anunciada "auto-formação", e fazer face as coisas minimas da vida...nestes moldes?
Eu tb quero é "liquidar"...mas com "liquidação" a este ritmo receio que me "dissolva" antes disso.
Ora, olhando para baixo (sim, porque sei bem q tou numa parte superior da piramide), só me pergunto: como conseguem o impossivel ?
Será que os investidores que aceitaram a troca de dívida a que o Mtº das Finanças deu tanta ênfase, foram estes aqui.
ResponderEliminarE coloco este comentário porque alguns comentadores pretendiam saber o que na realidade se passou. Será que foi isto?
Caro Pedro,
ResponderEliminarde acordo com os tratados europeus que os "sanguessugas" dos nossos credores assinaram, você é um cidadão europeu mesmo que o estado português acabe. É esse o pressuposto que está subjacente à ajuda. Se o estado português acabar, não vai ficar sem estado.
Caro jotaC,
ResponderEliminarsim, deve ter sido isso. Não se ache, no entanto que é mau, recorde-se que a Grécia tentou fazer algo semelhante e foi corrida a pontapé.
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