Cavaco
Silva recebeu um grupo de subscritores do Manifesto em Defesa do Serviço
Público de Rádio e Televisão, que contestam a privatização da RTP, nomeadamente
por identificarem serviço público como o serviço que a RTP presta.
Assim, para os subscritores do Manifesto, serviço
público seria aquilo que a RTP faz.
Acontece simplesmente que Serviço público de televisão
não é (nem pode ser) aquilo que a RTP faz; a existir, serviço
público seria aquele tipo de programação que o mercado não está em condições,
não quer ou não pode oferecer. Se essa lacuna existe, e existe, muitos defendem que deveria
ser colmatada através de um serviço público, que interviria como regulador da
natureza da oferta, oferecendo diversidade, complementaridade e qualidade. Mas
não é isso que a RTP faz.
Aliás, é o próprio site do Movimento que, ao caracterizar o serviço público
como …garantia de pluralismo, de defesa da língua e da cultura, de presença
no vasto mundo lusófono, e o meio privilegiado de formação do gosto e do
espírito crítico, de acesso à cultura, ao entretenimento de qualidade e a uma
informação rigorosa e independente, a que os portugueses têm direito, dá,
de mão beijada, a argumentação perfeita para dizer que serviço público não é
aquilo que a RTP faz.
Pois é óbvio que a RTP não cumpre aquela definição: a programação
da RTP é tendencialmente similar à
das estações privadas. Não há diferença substancial, nem valor acrescentado.
Deixo para próximo post a comprovação da verdade da afirmação.
Mas, para a comprovação da sua tese, os Subscritores acentuam ainda como serviço público essencial
aquilo que o Segundo Canal também faz.
Ora só por absurdo o 2º
Canal pode ser considerado um canal público. Trata-se, antes, de um canal confidencial
destinado a minorias das minorias, estas no geral com possibilidade de
acesso a uma diversidade de bens culturais. Além do mais, é um canal que apenas
reproduz uma oferta cultural há muito fechada em si própria e cativa dos interesses
que no canal conseguiram predominância.
Acontece que serviço público não é para minorias, nomeadamente
para minorias esclarecidas, ilustradas ou vanguardistas. Essas têm normalmente
acesso aos bens culturais que pretendem. Mas música, ópera, ballet, teatro, bom
cinema a horas decentes são serviço
público para grandes segmentos da população que, de outro modo, não têm acesso
a esses bens.
E esse tipo de programação nem a RTP 1 nem a RTP 2 apresentam.
(Continua)
Completamente de acordo. Aguardo a continuação.
ResponderEliminar«Mas música, ópera, ballet, teatro, bom cinema a horas decentes são serviço público para grandes segmentos da população que, de outro modo, não têm acesso a esses bens. … E esse tipo de programação nem a RTP 1 nem a RTP 2 apresentam»
ResponderEliminarBom cinema, bons documentários e boa informação a horas decentes, é bom serviço público.
Mas música (suponho que se refere à clássica), ópera, ballet, teatro???
Recebeu? Hã, não vá o governo privatizar aquilo. Na volta vai chamar o relvas ao soviete supremo para explicar....
ResponderEliminaro que achei mais escandolo é Arons de Carvalho ser uns dos promotores desse manifesto.um tipo que é Vice -presidente da ERC?que deve ser independente e neutral?como membro da ERC logicamente que vai ser chamado a intervir. com esta posição ,esta logicamente enfraquecido
ResponderEliminarTotalmente de acordo.
ResponderEliminarCaro Diogo: também é serviço público desde que servido criteriosamente e em doses equilibradas.
E é só de mim ou sempre que vejo o anuncio do Prós e Contras e cuja mensagem é interessante, não deixo de pensar na cabecinha ignorante que o idealizou. Então se ao invés de policias (que não são um lado nem têm de ter opinião quando cumprem ordens) e manif
ResponderEliminarestantes (que não têm de partir montras e atirar pedras), fosse a mesma mensagem mas entre um casal, em que um deles desata ao estalo ao outro e no final trocam de camisolas, será que a mensagem também não encaixava? Lá está boa mensagem, mau veiculo, totalmente descabido.
http://www.youtube.com/watch?v=DOZkJ5zR_o0
Também estou de acordo com a "definição" de serviço público, só não sei se o povo a apreciaria. A avaliar pelas audiências de programas abjetos como a casa dos segredos e afins...
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