sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O ranking dos Ministros das Finanças do Euro (+2)

1. O conceituado F. Times divulgou, na sua edição de ontem, o habitual ranking dos Ministros das Finanças da Zona Euro + Suécia e República Checa; esse ranking é elaborado segundo 3 critérios de avaliação, a saber, (i) competência política, (ii) desempenho económico e (iii) credibilidade junto dos mercados.
2. Habituados aos últimos lugares nos anos mais recentes, foi com alguma (agradável) surpresa que se tomou conhecimento do 10º lugar atribuído ao Ministro das Finanças português, exactamente a meio da tabela, não obstante a situação muito difícil comummente reconhecida à situação da economia do País e das suas finanças públicas.
3. E é curioso notar que a classificação do Ministro português se deve à elevada nota atribuída no critério da competência política (3º), na qual é apenas superado pelos Ministros alemão e sueco.
4. A competência política, segundo explica o FT, foi avaliada por um painel de 7 economistas europeus (leading economists), atendendo ao desempenho de cada titular segundo (i) compreensão dos desafios e a qualidade das suas propostas de política, (ii) influência global e (iii) sucesso na implementação das políticas no respectivo País.
5. Relativamente aos outros 2 critérios, o Ministro português encontra-se mal classificado, como seria de esperar: 18º quanto ao desempenho da economia do País e 15º quanto à credibilidade junto dos mercados.
6. Em qualquer caso, saltar do FUNDO para o MEIO da tabela, não deixa de ser obra e reflecte, como se compreende, a percepção bastante positiva que existe no exterior em relação à condução da política económica em Portugal.
7. Resta-nos endereçar os nossos (100% independentes) cumprimentos ao Doutor Vítor Gaspar por este significativo resultado pessoal, reconhecendo que no meio de tanta tormenta, de águas tão agitadas, ele lá vai conduzindo a caravela lusa com enorme esforço e uma calma olímpica, em busca de um porto de abrigo onde seja possível o desembarque seguro da tão ansiosa e razoavelmente indisciplinada tripulação que o acompanha...

24 comentários:

  1. Uma rectificação, com a devida vénia: no ranking constam apenas 15ministros de países do Euro (faltam os de Chipre e de Malta), tendo sido considerados outros 2 não Euro: Reino Unido e Dinamarca

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  2. Da minha parte, quero endereçar também ao Dr. Vitor Gaspar, uma palavra de apreço e de confiança e assegurar-lhe, que maís depressa do que possa julgar, irá dar uma bofetada de luva branca aos tipos da Finantial Times. Basta para isso que o pessoal se mantenha silenci... oso... ado? calado, pronto. e que a cotação do ouro continue a subir.
    Assim... os portugueses nunca ficarão TSU's.
    E para animar um pouco a "festa", envio-lhe também uma cantiguinha dos meus tempos de miudo, cantada pelos TREMELÕES.
    http://www.youtube.com/watch?v=n03g8nsaBro

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  3. Portanto, foram 17 e não 27, o que estraga, em grande medida, as loas tecidas.

    Seja como for,
    a) o Vítor não acerta uma previsão;
    b) o «deficit» atual, não obstante toda a austeridade, é superior, não só ao estimado, mas ao «n» vezes corrigido e aproxima-se dos números de anos anteriores;
    c) o desemprego é imensamente superior ao estimado;
    d) neste preciso momento, o país deveria estar a crescer.

    Sim, é uma avaliação adequada.

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  4. Fosse este ministro alguém da área socialista e na comunicação social não faltariam referências ao prestígio do Ministro...
    http://jornalismoassim.blogspot.pt/

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  5. Caro Bartolomeu,

    Cantiguinhas dessas fazem-me ter saudades dos velhos tempos...em que as notícias de rankings do F. Times eram assunto desconhecido...

    Stoudemire,

    Em 1º lugar, não sei onde foi buscar as loas, gabo-lhe a capacidade imaginativa.
    Em 2º lugar, lamento que o F. Times não o tenha incluído no painel de opinantes, "leading economists", quando me apercebo da notável sagacidade das suas observações...
    Espero que para a próxima vez o FT saiba corrigir tão inoportuna omissão...

    Caro murphy,

    Na hipótese coloca,até admito hoje tivesse sido decretado feriado nacional...com direito a manifestação de desagravo em frente à AR...

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  6. Sobre previsões.
    Porque não, um exame aos ministros das finanças da zona lusitana, desde o governo do super inteligente engenheiro Guterres?
    Tem falhado?
    Gostava de ver lá um dos zorrinhos das oposições.
    PS: sem aplausos a ninguem.

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  7. Fraca credibilidade junto dos mercados mais fraco desempenho económico, dois itens dos critérios de avaliação de Victor Gaspar. Apesar destes maus resultados o homem consegue no último e terceiro critério – competência política – note-se, não é competência económica, o terceiro lugar. Mas o que é isso de competência política em Victor Gaspar depois dos erros sucessivos de todas as suas previsões?

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  8. Se atendermos aos ratings atibuidos ,por variadissimos paineis de Economistas de renome, ao senhor Maddoff...


    ...temo bem que esse Ranking não nos diga muito sobre o real valor dos Financeiros classificados.

    Mas isto sou eu a lembrar-me de coisas, que quase todos os Economistas tendem a esquecer.

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  9. Bem, a verdade é que o anterior trafulhava as contas do estado... Subir não era particularmente difícil.

    Em competência política deveria ser o primeiro. O facto é que ainda há quem passe cheques em nome do estado português.

    No resto, bem, se ele fosse assim tão bom, arranjava um emprego de jeito.

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  10. Caro BMonteiro,

    Uma excelente ideia, não quer tomar a inciativa de subscrever, em 1º lugar, um abaixo-assinado com essa finalidade?
    Creio que não lhe faltarão apoiantes/assinantes!

    Caro Carlos Sério,

    Uma pequena precisão, se me permite: o critério da compatência política não é o último nem o primeiro, pela simples razão de que o FT os não hierarquiza...portanto daí não poderá retirar, na minha perspectiva, qq benefício para a sua apreciação.
    Quanto ao resto, sugiro que para o próximo ano se inscreva no painel de "leading economists" a consultar, a fim de assegurar uma avaliação mais justa.

    Caro Pedro,

    Bem lembrado, sim senhor, muito oportuno comentário...

    Caro Tonibler,

    Essa de passar cheques em nome do Estado português é cada vez mais uma actividade de alto risco...
    Quando menos se derem conta, estarão passando cheques sem revestimento capilar (ou cheques-boi, na engaçadíssima expressão utilizada pelos brazileiros...o "cara" olha para o cheque e diz hummmm...)!

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  11. Caro Sagaz Moreira,

    1.º) parece que estamos a 900 milhões de euros (em outubro) de atingir o «deficit» corrigido. Isto quando faltam dois meses para o ano terminar. Suspeito que, depois isto, o Gaspar trepará mais ainda;

    2.º) Apreciei a ironia (quem com ferros mata com ferros morre, se me permite a metonímia), mas preferia que tivesse desmentido todas as minhas observações «sagazes».

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  12. Santos da casa não fazem milagres, já há muito diz o provérbio.
    Acontece mais uma vez que é lá fora que melhor se reconhece o mérito de quem está cá dentro.
    Por sinal comparativo, o anterior Ministro das Finanças era geralmente considerado dos piores e até o pior da Europa...
    E a obra fala por ele: tanto deixou desperdiçar que teve que chamar a Troyca.

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  13. Stoudemire,

    Apreciei o seu sentido de humor, creia.
    Quanto ao resto, acha pouco ter considerado sagazes suas observações? Quer que as rotule de notáveis? Bom, desta vez está bem, vamos lá rotula-las de notáveis, mas olhe que é só por esta vez...

    Bem lembrado, Pinho Cardão, bem lembrado, fica assim mais claro como a classificação passou do fim para o meio da tabela..,
    E esta gente acha isso muito fácil, como se fosse comer um pastel na Aloma, não fazem a menor ideia da exigência tremenda deste tipo de funções...
    Só mesmo quem por lá andou pode fazer uma ideia da dimensão e da dificuldade extrema do trabalho que é necessário para conseguir uma recuperação como esta...

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  14. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. Alguém devia dizer ao FT que ele não acerta uma, mas pronto. E se era para aumentar IRS com ar de paralisia facial ("é um enorme aumento, é um enorme aumento, mudo o tom de voz") também o camarada Toni podia ser ministro... ou eu...

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Para quando o reconhecimento internacional do Relvas?

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  18. Mesmo reconhecendo a dificuldade do cargo num país onde uma mole imensa faz do estado o seu saco colorido, aplaudir uma delirante nulidade como Gaspar que «mata» a confiança na economia, nos empresários e nas famílias, que aposta na receita dos impostos, completamente desconhecedor da realidade nacional e dos equilíbrios frágeis, que comete os erros do FMI desprezando multiplicadores e outros indicadores, ou inimigo dentro de portas?, (daqueles que se preocupam em primeiro e última instância apenas com a sua carreira) que confunde falar um inglês fluente, pausado e rotundo com competência, faz descer o próprio ranking.
    Isto para não falar no pobre Passos, de uma astenia e fraqueza com os fortes, subjugado à delirante impressão de um ministro SOL; realista, é verdade, das suas próprias limitações que o levam a considerar mais os interesses dos outros e targets de emprego futuros do que o seu próprio povo. Como se o interesse das troikas e credores fosse idêntico ao do povo português; como se os interesses de alguns «parasitas» portugueses fosse do interesse da maioria do povo português. Nunca leu Myrdal, Passos! Pudera, nas universidades privadas, do lucro e das passagens administrativas não há disso!
    Santos Pereira, o ministro em quem tantos batem, é bem mais realista e competente do que Gaspar.
    Pelo menos apercebe-se dos erros e tem a grandeza de os «ajustar».
    O problema em Portugal continua sempre a ser o mesmo.
    A inteligência, ou falta dela e o individualismo de quem não gosta (não sabe) ouvir os outros (sinal de falta de inteligência!): a teoria dos Messias iluminados, dos arrastados Gaspares. Não há ninguém que conheça a realidee toda! Quem assim julga ou se julga não é mais do que um medíocre!
    Na minha empresa, que nunca se guiou por expectativas mas por factos e resultados, Gaspar durava um dia como economista. Os resultados, caro amigo, é que interessam; não as ilusões ou os delírios! Os resultados conjugam-se na simplicidade!
    E o facto é que, dentro de seis meses, Gaspar será corrido pelo povo português que já não representa, bem como este governo que pouco tem de social-democrata. Quem lhe sucederá? Esse é um problema, dado a miserável falta de qualidade dos políticos e de um sistema político e judicial de terceiro mundo!
    Infelizmente, depois das asneiras criminosas do governo Sócrates, com um multiplicador (e resultados) muito «impressionantes»!
    Irrealismo? Santos? da casa não fazem milagres? De que casa? De Portugal?
    Daqui a seis meses falaremos!

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  19. Caro Carlos Monteiro,

    Não entre por terrenos movediços...em que a mobilidade é mínima e pode ficar irreparavelmente atolado!
    E porque não diz ao FT o que sugere, tendo em conta (se bem me parece) que o Senhor é uma pessoa muito ouvida nos meios jornalísticos?

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  20. Caro Tavares Moreira, se estivessemos diante de um ministro socialista a aumentar impostos o meu caro fazia um post de teor diferente, mas como estamos perante um ministro social-democrata a aumentar impostos, é todo um mundo novo que separa um do outro...

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  21. Caro Carlos Monteiro,

    Extraordinária a sua conclusão! Num Post que se refere, em absoluta objectividade, a uma classificação de 19 Ministros europeus, do qual destaquei as notas mais negativas atribuídas ao Ministro português assim como a mais positiva, e acrescentei que ficou no meio da tabela - o 10º lugar é exactamente no meio da tabela - o Senhor consegue descortinar uma querela PSD-PS!
    Como é possível conservar ainda uma partidarite tão aguda, meu Caro?
    Por favor, liberte-se dessas amarras da politiquice barata, procure situar-se num patamar de independência em que não seja necessário estar permanentemente a esconjurar fantasmas políticos!
    Eu já aqui afirmei, mais que uma vez a minha total discordância a aumentos de impostos independemtemente (da cor)de quem os decida...posso prescindir, pois,dessas recomendações "moralistas"!
    Sem prejuízo de todo o respeito que me merecem as suas opiniões, obviamente!

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  22. Seria preferível que a competência política não fosse avaliada por economistas mas por quem sabe de política...

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  23. Oh, meu caro Tavares Moreira, mas eu gostaria de o ver um pouco mais contundente, sabe, tipo aqueles post que o meu cari fazia a desdenhar do PEC1 do PEC2 do PEC3 do PEC4...

    Eram muito bons!

    Cara Suzana,

    Como sempre de acordo. Sugiro até que sejam os contribuintes a votar! Olhe que se calhar os resultados eram bem diferentes!!

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  24. Caros Suzana e Carlos Monteiro,

    Frente a estes dois Pesos Pesados, unidos, estivesse a defender um argumentário próprio e teria boas razões para temer pela integridade das minhas trincheiras opinativas...
    Acontece que não é esse o caso,os meus argumentos não estão em risco se soçobrar pela simples razão de que, neste Post, me limitei a transcrever, o mais fielmente possível, uma avaliação do desempenho de 19 Ministros das Finanças, levada a cabo pelo conceituado e independente F. Times...
    Em todo o caso, não deixo de lhes dizer o seguinte:
    - Relativamente ao comentário da Suzana, eu desconheço a qualificação do painel de "leading economists" escolhido pelo FT para avaliar a competência política (em matéria de política económica, certamente) do lote de Ministros, pelo que relativamente ao que diz não posso concordar nem discordar;
    - Mas, ainda em relação ao mesmo comentário, interrogo-me qual seria a composição do painel alternativo de políticos avaliadores do mesmo lote de ministros...talvez os Drs. MS,DFA, VPV e ainda BSS? Seria uma beleza!
    - Relativamente ao comentário do Carlos Monteiro, referirei apenas que me parece andar em maré um pouco azarada, pois eu nunca aqui comentei os PEC's a que se refere...o que muitas vezes referi foi exactamente o oposto, ou seja o incumprimento reiterado dos objectivos orçamentais acolhidos, bem como a da utilização da famosa técnica do tapete (desorçamentação de despesas), perceptível pela enorme discrepância entre as necessidades de financiamento das Administrações Públicas e o saldo orçamental divulgado, diferença essa não explicavel pela aquisição de activos...
    O ilustre Comentador terá de ver se afina essa pontaria um pouco melhor - embora em qq caso eu aprecie sempre muito os seus comentários, importa reconhecer!

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