segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Acreditar ou fingir.

Há momentos da vida que são recordados com mais intensidade do que outros, não por serem mais graves ou mais intensos, apenas porque se associam a festividades que, pela sua natureza, acabam por os colocar no altar da injustiça, no cofre da indiferença e no cemitério da dor, obrigando a refletir sobre a incompreensão do erro da vida. Um erro monstruoso e sem sentido com o qual vivemos o nosso dia-a-dia. Nem mesmo as palavras de paz, os votos de felicidades, as mensagens estereotipadas e as inúmeras ceias são capazes de encher o bandulho da alma. Mesmo que sintam algum conforto gástrico ou mental promovidos por um bacalhau quente ou regados mais à-vontade com um vinho de melhor qualidade não conseguem esconder o resto. É apenas uma forma de fingimento, porque serão muito poucos os que ainda acreditam na solidariedade, na esperança de melhores dias ou na vontade de transformar o mundo, e os que acreditam, ou fingem acreditar, andam bem recheados todo o ano. Os outros estão condenados ao sofrimento, à dor e ao desespero, não fingem, sofrem mesmo, mas mesmo assim querem acreditar...

2 comentários:

  1. Caro Professor Massano Cardoso
    São milhares os portugueses que não têm Natal, a esperança em que querem acreditar é demolida no dia-a-dia pelas implacáveis dificuldades da vida. Este é também um momento para pensarmos como podemos ir mais longe na ajuda que podemos dar.
    Feliz Natal!

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  2. Aos que já se encontram na dor, no sofrimento e no desespero, vão-se acrescentar muitos mais no ano que agora chega.

    Que estes todos juntos (e os que se seguem na fila), pensem bem no que consiste esta «Crise Financeira» e nos gatunos que a criaram e dela estão a viver à grande e à francesa.

    Dois discursos do Prof. Universitário Paulo Morais que não tem medo nenhum em chamar os bois pelos nomes e aponta a justiça necessária:

    http://www.youtube.com/watch?v=aiTSJekHbxQ

    http://www.youtube.com/watch?v=7zool__iaGg

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