Perto do fim do ano, estamos em condições de especular sobre os Economistas que mais se distinguiram em 2012. Por mim, daria o título, ex-aequo, a quatro ilustres catedráticos nas matérias económicas, a saber:
Artur Batista da Silva, José Reis, Boaventura Sousa Santos, Mário Soares.
Noto que a nomeação tem apenas a ver com as contribuições
dadas como Economistas para o progresso da ciência económica, não entrando
em linha de conta com quaisquer outros dados curriculares ou de natureza
pessoal. Que fique bem entendido.
A nomeação deve-se à contribuição teórica que todos deram para a solução
dos problemas estruturais da economia portuguesa, descrevendo com rigor as
causas da crise, os seus responsáveis e as medidas correctivas a implantar.
Deve-se particularmente a Artur Batista da Silva a
investigação fundamental que levou à descoberta da responsabilidade da Comissão
Europeia na crise portuguesa, por ter injectado fundos em Portugal e ter obrigado os sucessivos governos
a comparticipar nos projectos, do que resultou um aumento da dívida pública.
Aos restantes deve-se a investigação original que
coloca como causa da crise, a par dos especuladores internacionais, que nos
emprestaram dinheiro a mais, o BCE, o FMI e a Troyca, por cobrarem juros pelo
apoio prestado, minimizando assim o reflexo na crise do aumento da dívida pública.
A investigação enfatiza a superioridade
das medidas de natureza financeira em relação a meras medidas de natureza económica atinentes a revitalizar a actividade económica.
Neste contexto, a questão da produtividade para o crescimento da economia é algo tão negligenciável nas
investigações levadas a cabo que nem sequer é mencionada.
Um trabalho de grande fôlego
teórico que dá aos políticos e governantes os instrumentos para resolverem os
problemas com que Portugal se debate.
Sem qualquer dúvida, Mário Soares. Na sua estória de emérito economista só teve um momento menos bom - todos nós os temos! - aquando da má assistência que em tempos lhe foi prestada por um pobre aprendiz destas coisas de seu nome Ernani Lopes. Fora esse lapso, são tantas as glórias quantos os doutoramentos honoris causa que lhe foram justamente atribuídos por alguns dos seus iguais em sapiência.
ResponderEliminarAh, esqueci-me de dizer que os outros não sei quem são. Acho porém muito ajustado ao tempo o nome Boaventura. Gosto. Reis, seria elegível daqui a uns dias. Para o Pinho Cardão nomear estas personalidades, estou em crer que todas se aproximam da dimensão de MS.
ResponderEliminarO quê?? Não há nomeações para outras classes? Então e os domadores, os trapezistas, os equilibristas? Não têm direto a nomeações??
ResponderEliminarQue injustiça...
Eu escolheria Vítor Gaspar. Não acerta uma. Só resta saber porquê. Ignorância ou cinismo?
ResponderEliminarPRECISAMOS DE TODOS
ResponderEliminar-> Não precisamos de lamentações sistemáticas... precisamos é de bons mecanismos de controlo... e precisamos que todos os contribuintes estejam atentos.
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Explicando melhor:
- Anda por aí muita CONVERSA DE CONTRIBUINTE PAROLO... que ainda não aprendeu com séculos e séculos de história: o conceito de «político governante» pressupõe um sistema muito permeável a lobbys... e aquilo que importa mesmo... é um sistema menos permeável a lobbys...
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-> Por um sistema menos permeável a lobbys... temos de pensar, não em «políticos governantes»... mas sim... em «políticos gestores públicos» que fazem uma gestão transparente para/perante cidadãos atentos... leia-se, temos de pensar em bons mecanismos de controlo... um exemplo: blog "fim-da-cidadania-infantil".
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P.S.
MEGA-BURLÕES:
- mega-burlões que controlam a comunicação social... procuram 'mil' vozes... com o objectivo de repetir mil vezes uma mentira... até ela se tornar uma "verdade".
[nota: mega-burlões descuidaram-se: uma das suas mil vozes foi apanhada - o burlão Artur Baptista da Silva]
Será que estes personagens, citados pelo Dr. Pinho Cardão, também obtiveram, a par com o Ministro Miguel Relvas, equivalências na universidade Lusófona?
ResponderEliminarMeu caro Pinho Cardão, pode acrescentar à lista um jurista com dotes oraculares de economista? Se sim, faça o favor de incluir o Professor Doutor Vital Moreira que com um olhar de longo alcance garante que a economia só recupera em...2020 - http://www.noticiasaominuto.com/politica/30991/vital-moreira-diz-que-economia-só-recupera-em-2020#.UNtqXqWAuHs
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarDe facto, é vista de longo alcance! Mas não me admira, pois, sendo cde Coimbra, bebe dessa suprema ciência do Prof. José Reis, ilustre Director da Faculdade de Economia.
No entanto, parece estar a rebelar-se contra essa figura. Então não é que VM não diz que "Merkel é uma espécie bode expiatório para os portugueses, “porque se existem instrumentos financeiros, eles foram criados com o apoio alemão”, “é de lá que vem o dinheiro que de outra forma não teríamos”?
Portanto, um economista de banda larga. Acho que sim , com essa presciência a 7 anos merece ser também Economista do Ano!
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarLá está o meu amigo a querer baralhar e distrair as pessoas do supremo conteúdo do meu texto.
De maneira nenhuma, caro Dr. Pinho Cardão.
ResponderEliminarNa "nossa" terra diz-se que um burro carregado de livros, é um doutor. E como creio, saberá; foi por esta "bitola" que no nosso país se mediram os "bolos" que toda a vida, enganaram os "tolos".
É que só à mulher de César, não bastou ser... em Portugal, basta parecer.
Tal como o Fernando Martins, eu também voto no Vítor Gaspar.
ResponderEliminarComo somos dois, ganhou o homem.
Nestas matérias não há direito a indefinições.
Andaram entretidos a ver quem ganhava dos quatro nomeados, ainda acresentaram um quinto, mas acabou por ganhar um outsider.
E o prémio é merecido, pelo afinco com que o homem anunciou já uma boa meia dúzia de vezes que vamos sair da crise dali a uns mesitos.
Se acrescentarmos a isto a derrapagem do défice, o aumento da dívida pública e do desemprego, é um prémio com distinção.
Não se consta que o Boaventura Sousa Santos tenha alguma vez querido ser economista.
ResponderEliminarE talvez não se enganasse mais do que os verdadeiros, como se tem visto ultimamente.
Mas onde ele tem dedo é a tirar o retrato a certos cromos.
Ora vejam:
Diz ele que há uma «polarização muito grande do debate entre os que apoiam as políticas do Governo e os que as contestam e consideram que elas estão a resultar na destruição do Estado Social (...) O clima é de muita tensão e as pessoas de um e de outro campo estão ávidas de dados e de argumentos que reforcem as suas posições».
Revêem-se aqui ou não?
Parece que sim, deixaram-se apanhar pela objectiva do BSS.
Vítor Gaspar, sem dúvida, o D. Sebastião surgido da bruma que não acerta uma.
ResponderEliminarCom a revelação feita pelo caro José Fontes sobre a esmagadora tirada do Professor Boaventura, rendo-me. Voto nele. O pensamento do Professor, bondosamente trazido aqui pelo nosso comentador, mesmo que não se reconduza à ciência exata que demonstra todos os dias ser a economia (a macro, a micro e a nano economia), merece uma distinção pela profundidade mas sobretudo pela acuidade. Que me perdoe Mário Soares, mas com um competidor desta densidade analítica, tenho mesmo de me retratar.
ResponderEliminarLOL!!
ResponderEliminarm vez de eleger a personalidade do ano parece que temos mesmo é que fazer uma colecção de cromos!
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