domingo, 9 de dezembro de 2012

O PREClaro trabalho da RDP

Cancões revolucionárias do PREC faziam ontem, pelas 16 horas, a emissão da Antena 1. No carro, a caminho para um casamento, quedei-me a ouvir o que aquilo dava. Sucediam-se canções de intervenção e intervenções de cantores de intervenção, culminando com um hino interminável de intervenção contra a burguesia e o capital. Hoje, passava das 13 horas, e novamente no carro, ressurgiu-me a Antena 1. E o PREC novamente ressuscitado na cantiga. Agora era o Zeca intervindo para a esquerda e para a esquerda, o Zeca universal, as melhores canções do Zeca, a indignação do Zeca na melhor e mais revolucionária das suas canções.
Assim se vai preparando o ambiente para, de imediato, se ligar a canção de intervenção à intervenção na rua: a greve dos portos e da CP, e as intervenções gritadas de Jerónimo, Arménio e Semedo, a luta contra o grande capital, contra a especulação internacional e a exploração da classe trabalhadora, contra a política de direita, e até contra o PS, que não rasga o Memorando da Troyca.
E assim, de canção em intervenção e de intervenção em canção, se vão reproduzindo ideias e processos clássicos de agitação, que há muito vêm sendo proscritos pelos portugueses em eleições livres.
A RDP vai fazendo o seu trabalho. Um PREClaro trabalho!
 

10 comentários:


  1. http://abrupto.blogspot.pt/

    eleições livres? Vá-se catar!!

    ResponderEliminar
  2. Plano da troika leva a corte inédito na despesa com comida

    Quem a sabe é a Isabel Jonet.

    Deve ser a isto que o Tavares Moreira chama SUCESSO!

    ResponderEliminar
  3. Caro Pinho Cardão,

    Um verdadeiro SUCESSO, essa programação! Não tive a dita de auscultar essa dourada estação emissora, o meu Amigo é um privilegiado!

    ResponderEliminar
  4. Num país onde diáriamente a população é confrontada com notícias de fraudes económicas e financeiras, praticadas por ex-altos cargos do PSD (partido no poder). Num país onde diáriamente a população é confrontada com notícias de casos de delitos graves não julgados ou que se arrastam nos tribunais em que são arguidos capitalistas com poder económico para pagar aos melhores advogados da praça.
    Num país em que proliferam as associações de apoio social, que se dedicam a angariar esmolas em géneros, para dar de comer a famílias sem emprego, com filhos pequenos.
    Num país em que decresce o número de pessoas que recorrem às urgências nos hospitais públicos, porque as taxas de atendimento aumentaram quase para o preço de uma consulta no privado.
    Num país onde os tratamentos médicos e o acesso aos medicamentos é cada dia mais acessível somente a uma classe priveligiada.
    Está criado o que é básicamente necessário, para que expluda uma reação social.
    E o Zeca o Zé Mário Branco, o Fanha e outros que até já não habitam fisicamente este planeta, têm nada a ver com isso.
    A barriga dos que gemem de fome e que vêem ao seu lado os filhos a definhar é que podem muito provávelmente, um destes dias lembrar-se da velha frase (perdido por 100, perdido por mil) e atirar-se cegamente aos gasganetes daqueles que gozam com a miséria alheia.

    ResponderEliminar
  5. Então é o caro Pinho Cardão que ouve a Antena 1? Espero que eles o tenham tratado pelo nome e não por "querido ouvinte", ou outra coisa mais impessoal, como se tivessem mais ouvintes...

    ResponderEliminar
  6. É o chamado serviço público.
    Na ânsia de proteger as minorias, claramente demonstradas em sucessivos actos eleitorais, esforçam-se por demonstrar que estão vivos, e que num futuro glorioso irão defender as "conquistas de Abril".
    Não me incomoda esses lirismos mas sim o facto de termos que os pagar, sem ousar tocar na "vaca sagrada".

    ResponderEliminar
  7. Caro Bartolomeu:
    Á fome morreram MILHÕES de ucranianos, russos e chineses devido a DELIBERADAS e bárbaras políticas dos regimes que as canções de intervenção tanto adoram e promovem.
    E, caro amigo, pode estar certo que esse tipo de cantoria não diminui a fome de ninguém.

    ResponderEliminar
  8. Peço desculpa, caro Dr. Pinho Cardão, fico sem perceber muito bem se no seu post se refere ao passado, ou ao presente, se a uma realidade que teve lugar numa ditadura, se à NOSSA realidade que tem lugar numa democracia. E se o caro amigo, pretende dizer , na sua opinião, que o povo português nada deve fazer perante a situação em que se encontra e esperar somente, que o explorem e o tratem indígnamente, como um povo que nunca trabalhou e sempre viveu à conta do tesouro do Estado, aquele tesouro que se acha enterrado debaixo das pedras e que só alguns conhecem a sua localização...

    ResponderEliminar
  9. Sr.Bartolomeu:SÓ altos ex-cargos do PSD?
    E os outros?Os soares,os sócrates,os melancias,os coelhones,os varas,os f.gomes,....?

    ResponderEliminar
  10. O "fenómeno" começou a surgir e a ganhar volume, caro alberico, imediatamente após o período do PREC.
    Então; como calculará, a lista dos conhecidos, é imensa, como serão imensas as variantes e as cores da mesma.
    Não sei se algum dia se deu ao cuidado de passar os olhos pela História de Portugal, desde a época dos descobrimentos.
    Se o fêz, terá concerteza percebido "ao que andamos" desde que julgamos ser um povo independente e com uma bandeira.
    Velhos vícios que difícilmente nos largarão a pele, caro alberico. Cantem-se as canções que se cantarem, façam-se as revoluções que se fizerem... "o povo será sempre sereno e eternamente manso".

    ResponderEliminar