Fiquei às voltas com esta notícia: em 2013 vão abrir mais nove centros comerciais. Espanta-me como é que perante uma situação económica tão difícil e um clima de tão elevada incerteza, com uma forte queda do poder de compra das famílias e uma forte restrição no acesso ao crédito, surjam projectos comerciais desta dimensão. São projectos que mobilizam investimentos significativos - no tempo das “vacas gordas” financiados à custa de capitais alheios - cuja rendibilidade está fortemente dependente do consumo. Pensei que as "catedrais do consumo" estavam em dificuldades. Será que me está a escapar alguma coisa?
Está sim. A proliferação dos centos comerciais faz parte da estratégia de concentração económica encetada pelo anterior governo, com o falso pretexto dos ganhos de produtividade empresarial consequentes e do "genocídio" económico reivindicado pela CGTP desde há muito que é o "combate à economia dos baixos salários".
ResponderEliminarNão tem nada que saber; com a retração da procura e as múltiplas exigências das administrações central e local, as micro e pequenas empresas vão "à viola" ajudando, indiretamente, à engorda dos GCC.
Claro que teremos algumas grandes empresas com elevada produtividade, mas...nos centros de emprego, engrossarão as filas de desempregados, fazendo descer a competitividade global da economia.
É isto que se passa. A maior parte dos nossos políticos, ou é cúmplice ou anda a dormir.
O pior é haver bancos a financiar estes projectos e depois virem pedir ajuda ao contribuinte quando as coisas correm mal.
ResponderEliminarCara Margarida,
ResponderEliminarSurpreendente, de facto, tal notícia.Quase absurda, por falta de lógica económica.
Mas falta conhecer a outra face da moeda: quantos centros vão encerrar em 2013, e/ou, mais difícil de conhecer, que espaços comerciais (em m2) vão ficar sem actividade (vagos, na expressão comum) no mesmo período.