1. A última semana foi simplesmente “horribilis” no tocante a noticiário económico: 1º) as notícias de uma taxa de desemprego a abeirar-se dos 17% da população activa, “apesar” das medidas activas de emprego, e 2º) o número fatídico da evolução da actividade, como a queda anual de 3,2% do PIB (1ª estimativa)...
2. Sobre o desemprego e a admirável liturgia de reacções politicamente correctas que se seguiram à divulgação da medonha estatística já aqui tive oportunidade de perorar, de forma politicamente incorrecta, não vou agora repetir-me...
3. Falta dizer algo quanto à contracção da actividade económica, que superou as “melhores” expectativas – esperava-se uma queda de 3%, a queda foi de 3,2% - em resultado sobretudo de um desempenho pior no 4º trimestre do ano (queda homologa de 3,8% do impiedoso PIB)...
4. Face ao desempenho do conjunto da zona Euro no mesmo 4ºtrimestre de 2012 – queda de -0,6%, contra uma expectativa de -0,4% - o desempenho da economia portuguesa, se bem que muito negativo e nada estimulante, não poderia constituir grande surpresa para um observador liofilizado...
5. Mas quem parece ter ficado surpreendido com tais notícias foram os nossos estimados Crescimentistas, que se ergueram num imenso coro de lamentações, clamando urgente necessidade de mudança de política...
6. ...uma vez que, no seu entendimento, mesmo com a zona Euro em retracção, a economia portuguesa deveria, por esta altura, exibir, um desempenho bem distinto dos restantes parceiros, oferecendo o exemplo aos que recusam adoptar políticas pró-crescimento...
7. Ou seja, Portugal deveria ter a ousadia de assumir (quase) o papel de locomotiva da economia europeia, expandindo a actividade num período de retracção geral...se os outros não “puxam” pela actividade, então “puxamos” nós!
8. Desta vez confesso que não posso deixar de concordar com as teses crescimentistas, pois as condições para a economia portuguesa exibir uma “performance” superior à dos demais parceiros do Euro raramente terão sido tão favoráveis: (i) baixíssimo nível de tributação, em especial sobre o endimento, (ii) excesso de poupança que permite financiar o investimento sem necessidade de nos endividarmos externamente, (iii) robustez institucional invejável, ilustrada (se necessário) numa classe política imbuída de rigoroso espírito de missão e serviço cívico, (iv) Estado (central, regional e autárquico) muito leve e eficiente, impondo carga burocrática mínima a novos investimentos, disponibilizando serviços públicos de excelência e custos de contexto que rivalizam com os países mais atractivos para o investimento estrangeiro, e, mais recentemente, (v) adopção da taxa “Tobin” que vem reforçar apreciavelmente o já valioso quadro competitivo.
9. A conclusão é que estes responsáveis governativos são mesmo uns “panhonhas” - não se mostrando capazes de aproveitar as evidentes vantagens competitivas que têm à mão, desprezam uma rara oportunidade de locomovermos a Europa...chegou o momento de dizer “basta”!
Como Portugal não possui nenhuma das condições que o caro Dr. Tavares Moreira aponta no ponto 8 deste post, a solução mais prática para que possamos atingir o tão urgente e necessário equilíbrio da nossa economia reside em aproveitarmos os inúmeros papagaios que desde o governo às redes sociais, polulam (liofiliza-los); ensinar-lhes a letra da "Grândola Vila Morena" e exporta-los para s países que como nós precisam que as populações se inspirem e reivindiquem as necessárias mudanças de governos.
ResponderEliminarDr. Tavares Moreira tem toda a razão em estar pessimista. Mas veja o problema de Portugal neste momento é da falta de qualidade dos politicos que temos. O povo está farto de sentir na pele os sacrificios e de olhar para os politicos e ver que estão e continuam a viver à grande!!e tanto no PS como no PSD o que se vê? putos deslumbrados(OK já não são tãaaao putos assim...) com o poder e sem preparação nenhuma. Então a nivel economico e financeiro é uma verdadeira desgraça. Cada vez que abrem a boca dizem uma baboseira.Não existe coordenação, nem planeamento nem nada ao nivel governamental. Alternativas partidárias não existem. Confesso-me com alguma saudade de politicos bons e de pessoas com espirito de missão e não de "bolso".
ResponderEliminarSe fosse mais jovem fazia o que o Sr. 1º Ministro diz, ia-me embora deste pobre País.
como 'se vê pela amostra junta' a nossa periferia é cultural e cívica
ResponderEliminartodo o bicho-careta sabe tudo de tudo e o país vai na 3ª falência socialista
a culpa é de quem paga a dívida dos outros
como falta tecnologia e sobram os arrebola-caixotes 'esta coisa' dependerá sempre dos outros
1640 foi erro histórico
a esquerda não governa nem deixa governar
não há manifs de pobres
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarO ilustre comentador ousa dizer que o País não possui nehuma das condições para um rápido crescimento, que faça locomover o resto da Europa? Como se atreve a colocar em questão as propostas crescimentists?
Olhe que eu cá não me atrevo, até me associo ao luminoso coro, como pode concluir deste Post...
Caro Unknown,
Políticos de boa cepa são hoje raridade, lá isso tem razão...mas olhe que se a AR, por exemplo, reduzisse o número de "comensais" dos actuais 230 para 150 (chegavam e sobravam), era já uma boa medida de moralização, dava mais algum crédito aos políticos...
Caro Floribundos,
Um conjunto de pensamentos transbordando de exaltante patriotismo, sim senhor...
Dr.Tavares Moreira:artigo de grande profundidade!O nº.8 então devia dar que pensar a tantos politólogos,e comentaristas que por aí pululam!Mas deixe lá:há sempre um"Unknown"disposto a chatear o Passos ou o Relvas porque realmente eles são os culpados da situação actual!
ResponderEliminarAbraço!
Caro Alberico, desde Cavaco quando primeiro ministro a Passos, passando por Socrates, evidentemente e por mais um punhado de outros vendilhões do templo, oportunistas, deslumbrados, embasbacados e xoninhas, com a ajuda do crash americano e a trapacice da Dona ângela, quando convenceu estes bacanos que o guito era para ser gasto tendo depois exigido contas comerciais muito certinhas, somando ainda a desbundagem do BPN e do BPP, tem o caro comentador muitos bodes espiatórios à escolha. Cada um, de raça mais apurada que o anterior.
ResponderEliminarContinuo sem perceber porque é que o BPN é desbundagem e a CGD não. Agora que foi gorada a esperança de que a reportagem da SIC nos explicasse como é que um banco com um activo de 7mil pode perder 9mil arriscamo-nos mais uma vez a redescobtir a contabilidade. Depois de termos percebido que nem banco de Portugal nem professores universitários ex-primeiros ministros conseguissem perceber que repôs de títulos de capital próprios são ilegais, depois de termos um ministro das finanças apanhado em flagrante a esconder dívida e defice sem que isso fosse considerado motivo para convocatória a Belém, o milagre da multiplicação em livros de bancos falidos parece ficar resolvido no substantivo "desbundagem".
ResponderEliminarQuem sabe não está aí o motor da economia europeia? Metemos as rotativas da casa da moeda a ferver sem que os outros percebam e pronto, passamos a ser o tigre da Europa!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarContinuo sem perceber porque é que os economistas nos dias de hoje se esqueceram do que sabiam nos anos 80, ou seja que o que importa é o deficit externo.
Estando as contas externas equilibradas, obviamente que mais austeridade além de ser inutil , é prejudicial, dado que destroi capital e retira economias de escala à maioria das empresas de transacionaveis que tanto exportam como vendem internamente.
Caro Tonibler, a CGD, não é para aqui chamada... foi para ali chamada e pronto, ficou-se pelo papel.
ResponderEliminarAgora, a ideia da rotativa, não é de todo dispiciente, bastava conseguir a cumplicidade da igreja e era tiro e queda.
Já agora, e por mencionar uma "convocatória a Belém", saberá o caro Tonibler dizer-me quem é o Presidente da República actual?
Ou então, se ainda temos um?
Sim, não é o presidente do sindicato da função pública?
ResponderEliminarCaro Albérico,
ResponderEliminarÉ muita bondade da sua parte dizer que este Post é de grande profundidade, na verdade a profundidade dele é igual à de uma fina placa de cristal, pronta a quebrar ao menor impacto!
Quanto aos culpados da situação actual, eu advogaria que se erguessem por esse Paísa fora, tal como fizeram nos anos 20 e 30, monumentos ao culpado desconhecido!
Pelo menos, poderíamos ir carpir mágoas para o sopé desses belos monumentos, e depositar ramos de flores em homenagem a nós próprios vítimas desconhecidas!
Caro Paulo Pereira,
Verifico que o ilustre comentador tem vindo a fazer notáveis progressos, afastando-se audazmente das teses crescimentistas para as quais o equilíbrio das contas com o exterior é tema irrelevante!
Julgo que lhe tem feito bem este contacto regular com esta modesta 4ª República...ganhamos nós (muito) e ganha o Senhor (alguma coisa)!
E contamos com a sua presença em Alcochete!
Caros Tonibler e Bartolomeu,
Os temas dessa troca de comentários são de tal modo escaldantes, que nem me atrevo a entrar em tal exegese com receio de sair sem os dedos, pelo menos...
Já agora, caro Bartolomeu, como vão os preparativos para Alcochete, temos muitas presenças em perspectiva?
1.º) O título: qual é a novidade? Se bem lembro das aulas de português do 12.º ano do prof. António, era essa a intenção de Pessoa ao colocar Portugal como o rosto da Europa.
ResponderEliminar2.º) O Blair, se pudesse, mandava os funcionários públicos para umas câmaras de gás todas modernaças.
3.º) Adorei o momento em que Tavares Moreira desmontou a «escola do elogio fácil» do caríssimo Alberico Lopes.
4.º) Floribundus diz que 1640 foi erro histórico. Sim, estou de acordo, pois a Hispania está numa situação (hu-lá-lá) abissalmente diferente da nossa.
5.º) O drama maior de toda esta miséria é que olhamos à nossa volta e a alternativa (Ah!Ah!Ah!) que nos aguarda é aquele senhor do PS. Ora, ter de um lado Relvas e Gaspar (Passos não existe, é uma marioneta manipulada por aqueles dois) e do outro Seguro é de considerar seriamente o suicídio cósmico de Antero de Quental.
Caro Dr. Tavares Moreira, relativamente ao encontro agendado para o próximo dia 22, em Alcochete, não existem sinais de que nele venham a participar outros, para além dos que inicialmente manifestaram a sua disponibilidade e interesse.
ResponderEliminarPelo facto, irei hoje, cerca das 12 horas, fazer a reserva de mesa para 6 pessoas.
c'est la crise, je crois...
O quê, nem a Alcochete o PR vai? É como se não existisse... Podemos esperar, pelo menos, um coro a cantar a Grândola à porta?
ResponderEliminarTalvez apareçam por lá o Presidente da Câmara, acompanhado do Comandante dos Bombeiros, secundados pela Banda Filarmónica, ao saberem da presença na terra dos ilustres quartarepublicanos...
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarOlhe que tenho a noção de que o estimado Paulo Pereira pretende aparecer,pelo menos deu a entender isso num recente comentário - já confirmou?
Caro Tonibler,
Cantar o Glandula Vila Morena, a segui ao repasto de Alcochete será absolutamente vital! Com Relvado ou sem Relvado! Competirá ao Bartolomeu dar os primeiros acordes e nós seguiremos com todo o entusiasmo.
Quanto a pasteis de Belém, não sei se sabe que perderam a primazia a favor de uma confeitaria em Campo de Ourique,a Aloma, que tem uns pasteis que suplantam irrefragavelmente os de Belém (apreciação feita mesmo sem "delenda est")...
Caros,
ResponderEliminarConfirmo a minha presença no almoço na proxima sexta-feira.
Agradecia a confirmação do nome do restaurante.
Caro Tavares Moreira,
Um "Crescimentista" preocupa-se e muito com a Balança Corrente.
Alías o mestre do Crescimentismo já em 1926 alertava o seu governo de que estimulos internos aumentariam as importações, pelo que seriam necessárias politicas fiscais, aduaneiras e cambiais que anulassem pelo menos em parte esse aumento.
Mas deve ser um fenomeno psicológico , o mesmo que leva e que os Austeristas de hoje tenham esquecido o que sabiam em 1984.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminaro restaurante tem o nome "Petiscos do António e localiza-se em Alcochete, no Lg. Barão de Samora Correia, nº 2.
Se tiver dificuldade de transporte ou não conhecer bem o local diga, podemos encontrar-nos num ponto de Lisboa e depois seguir.
Obrigado Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarDava-me mais jeito sair de Lisboa e se possivel de boleia, pois vou de comboio do Porto para Lisboa.
Nesse caso, podemos encontrar-nos num ponto da 2ª circular. Diga qual é para si o mais acessível.
ResponderEliminarCaro Paulo Pereira,
ResponderEliminarUma excelente notícia, a confirmação da sua presença na magna reunião de Alcochete, uma iniciativa em boa hora lançada pelo ilustre comentador Bartolomeu!
Quanto às peocupações dos Crescimentistas, anoto, com agrado,uma evolução muito positiva, no sentido do "ponteiro dos relógios", pois me recordo ainda muito bem (como se fosse hoje...) do absoluto desprezo que o tema défice externo merecia a tal classe de pensadores aqui há uma dezena de anos pelo menos...
Excelente tema para debate,se houver tempo, à mesa (não do Orçamento...) em Alcochete!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarO desprezo pelo deficit externo é comum a um certo centrismo PS / PSD, que eu diria sofrem do "virus intelectual " de que o mercado financeiro é racional e como tal auto-corrige-se.
Alías até há dois anos eram raras as vezes no PSD que se manifestavam preocupados com a situação iniciada em 1992 com a fixação da taxa de câmbio do escudo num valor demasiado elevado, em simultaneo com um IRC muito elevado.
A situação cambial piora a partir de 2003 com a valorisação do Euro contra o Dolar, porque a malta esquece-se que muitos paises que competem com as nossas empresas fazem PEG ao dolar, apesar de manterem superavits comerciais.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarEssa da taxa de câmbio da adesão do Escudo ao SME tem sabor a Museu das Velharias, perdoar-me-á...quando se tem em conta o desempenho dos pagamentos com o exterior no período 92-96 e após 96, percebe-se bem que essa taxa de câmbio, aliás corrigida em 2 ajustamentos sofridos ainda no SME, pouco ou nada explica os desequilíbrios que se geraram posteriormente! A explicação não é de natureza cambial, muito menos da taxa de câmbio de 1992, devíamos era ter percebido o que significava aderir a uma zona monetária de moeda forte...
Mas, extraordinariamente, verifica-se ainda hoje que isso não é entendido pela grande maioria da classe política, e assim não há nada a fazer!
Mais um excelente tema para Alcochete! Mas sem prejuízo do repasto!
... que nesta fase já me sinto ofendido pela ausência de uma Grandola!
ResponderEliminarEspero, sinceramente, que esse sentimento de ofensa seja amanhã cabalmente reparado, com o grupo de Alcochete a entoar, a "plenos pulmões", essa mítica canção, caro Tonibler...no final do repasto, obviamente, e guiados pelo reputado barítono Bartolomeu!
ResponderEliminar;)))
ResponderEliminarbar i tono...
acredito piamente que após o almoço, inebriados pelos flavores de Baco e encorajados pela solideriedade reforçada pela amizade, afinemos as gargantas em frente à estátua do Primeiro Rei Manuel e entoemos a cantoria, enquanto, em pensamento, o questionamos: porquÊ, Venturoso Senhor, mandaste percorrer os mares e levar até aos confins do mundo, o nome de Portugal?
e antes de lhe cantarmos em Finlandês o hino que renasceu e que de forma vâ se vulgariza, recitar-lhe-emos:
95
- "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Depois então, arrimamos-lhe com a cantoria, que acho bem comecemos desde já a ensaiar:
(e nada de contar as cáries do Senhor MS)
http://www.youtube.com/watch?v=VxgWBRb-LQ4&feature=player_embedded
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarOs estragos de uma taxa de câmbio sobrevalorisada demoram algum tempo a aparecer.
O que se passa é que os empresários vão gradualmente abandonando os sectores transacionáveis passando a investir nos não transacionáveis. Isso demora alguns anos.
Depois o crédito ao consumo faz o resto, aumentando as importações.
Mas Portugal teve a fase de 1992-2002 e depois 2003-2013, com a subida do Euro face ao dolar.
Em ambos os periodos o classico aumento do deficit da balança correntes denota moeda sobrevalorisada, que teria de ser compensada com um regime fiscal que reduzisse esse impacto.
P.S. : gostaria de saber se alguns dos ilustres comentadores sairá da zona do Saldanha para o almoço ?
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarEu transporta-lo-ia com muito gosto, só que também espero ser transportado em regime de boleia...tempos difíceis, estes...
Já me disponibilizei para transportar o nosso amigo Paulo Pereira.
ResponderEliminarSó não vou ao Saldanha, por receio de me perder nas ruas e no trânsito.
Como todos sabem, sou um camponês que quando vem à cidade circula somente por vias directas.
Daí, se o caro Paulo quiser aproveitar o meu transporte e uma vez que se encontra no Saldanha, esteja junto ao Hotel Radisson às 12h e 40m.
Vou num citroen C1 encarnado.
PS.
ResponderEliminarO hotel fica no acesso do Campo Grande, à 2ª circular.