Dia cansativo.
Noite chuvosa.
Regresso da capital.
Procura do refúgio.
Nada, ninguém.
Sons da ribeira.
Cantar da chuva.
Nada, ninguém.
Apenas um espelho.
Espelho noturno.
Caro Professor Massano Cardoso, Depois de um dia cansativo passado em Lisboa, se calhar, o que faz falta é mesmo isso: paz, sossego, silêncio. E o som da ribeira, o cantar da chuva, o ritmo da passada, são o eco da vontade de regressar à fortaleza...
Não sei explicar bem porquê, esta reflexão, este momento especial, que o Professor (professor é somente (e tanto) alguém com quem (por acção de um mistério que não sei explicar) aprendemos) Massano, reparte connosco, recordou-me de imediato o velhinho poema que transcrevo. Bom, na verdade, a reflexão começou por me fazer recordar a Praxinoa de Safo e o seu conceito de liberdade, dai a Saramago e à sua reflexão acerca das histórias infantis, contadas por adultos, foi um ápice, dizia o escritor: que bom seria se os adultos fossem obrigados a escutar as histórias que contam às crianças, talvez aprendessem com elas. E, na verdade, ou seja, na minha verdade; as histórias são espelhos e nós as pessoas grandes. Porque sentimos uma falta imensa dos espelhos se os não vemos, porque não podemos rever-nos sem eles, neles.
Au clair de la lune, Mon ami Pierrot, Prête-moi ta plume Pour écrire un mot. Ma chandelle est morte, Je n'ai plus de feu, Ouvre-moi ta porte, Pour l'amour de Dieu.
Au clair de la lune Pierrot répondit : "Je n'ai pas de plume, Je suis dans mon lit. Va chez la voisine, Je crois qu'elle y est, Car dans sa cuisine On bat le briquet.
Au clair de la lune L'aimable lubin Frappe chez la brune, Elle répond soudain, Qui frappe de la sorte ? Il dit à son tour : Ouvrez-moi la porte Pour l'amour de Dieu.
Au clair de la lune, On n'y voit qu'un peu : On chercha la plume, On chercha le feu. En cherchant d'la sorte Je n'sais c'qu'on trouva, Mais j'sais que la porte Sur eux se ferma
Au clair de la lune Pierrot se rendort. Il rêve à la lune, Son cœur bat très fort ; Car toujours si bonne Pour l'enfant tout blanc, La lune lui donner Son croissant d'argent
Caro Professor Massano Cardoso,
ResponderEliminarDepois de um dia cansativo passado em Lisboa, se calhar, o que faz falta é mesmo isso: paz, sossego, silêncio. E o som da ribeira, o cantar da chuva, o ritmo da passada, são o eco da vontade de regressar à fortaleza...
Não sei explicar bem porquê, esta reflexão, este momento especial, que o Professor (professor é somente (e tanto) alguém com quem (por acção de um mistério que não sei explicar) aprendemos) Massano, reparte connosco, recordou-me de imediato o velhinho poema que transcrevo.
ResponderEliminarBom, na verdade, a reflexão começou por me fazer recordar a Praxinoa de Safo e o seu conceito de liberdade, dai a Saramago e à sua reflexão acerca das histórias infantis, contadas por adultos, foi um ápice, dizia o escritor: que bom seria se os adultos fossem obrigados a escutar as histórias que contam às crianças, talvez aprendessem com elas.
E, na verdade, ou seja, na minha verdade; as histórias são espelhos e nós as pessoas grandes. Porque sentimos uma falta imensa dos espelhos se os não vemos, porque não podemos rever-nos sem eles, neles.
Au clair de la lune,
Mon ami Pierrot,
Prête-moi ta plume
Pour écrire un mot.
Ma chandelle est morte,
Je n'ai plus de feu,
Ouvre-moi ta porte,
Pour l'amour de Dieu.
Au clair de la lune
Pierrot répondit :
"Je n'ai pas de plume,
Je suis dans mon lit.
Va chez la voisine,
Je crois qu'elle y est,
Car dans sa cuisine
On bat le briquet.
Au clair de la lune
L'aimable lubin
Frappe chez la brune,
Elle répond soudain,
Qui frappe de la sorte ?
Il dit à son tour :
Ouvrez-moi la porte
Pour l'amour de Dieu.
Au clair de la lune,
On n'y voit qu'un peu :
On chercha la plume,
On chercha le feu.
En cherchant d'la sorte
Je n'sais c'qu'on trouva,
Mais j'sais que la porte
Sur eux se ferma
Au clair de la lune
Pierrot se rendort.
Il rêve à la lune,
Son cœur bat très fort ;
Car toujours si bonne
Pour l'enfant tout blanc,
La lune lui donner
Son croissant d'argent
Hum! Delicioso poema, Bartolomeu...
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