O Papa resignou. Por cá, um dos primeiros a comentar foi o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, sublinhando o gesto de coragem de Bento XVI. Creio que se referia não só ao gesto mas também às razões invocadas pelo Papa para considerar que não tinha condições para prosseguir com o ministério petrino. Razões que têm que ver com o desgaste que a idade inexoravelmente produz no espírito e no corpo. Desgaste que se nota, também, nalguns espíritos de altos dignatários da Igreja Católica portuguesa, notados nas declarações de alguns dos seus bispos. Espera-se, pois, que este último ensinamento de Bento XVI seja seguido a bem do futuro de uma Igreja que bem precisa de renovação dos espíritos de alguns dos seus dirigentes.
É um bom exemplo, sim!
ResponderEliminarEste "torgal" parece que também já pediu para ser "reformado"!Vamos aguardar pela lista de reformados da CGA, a publicar lá para Março ou Abril,para vermos com quanto é que este desbocado vai assenhorear-se!
ResponderEliminarE a propósito:porquê um bispo das FA?
O século XXI está a revelar-se o século das mudanças a todos os níveis, naquilo que diz respeito à humanidade.
ResponderEliminarEsta papal resignação, é de difícil compreensão, sobretudo para um leigo, incapaz de encontrar nesta decisão, motivos suficientemente fortes que a justifiquem.
Dizem alguns "conhecedores" que ela deriva dos vários escândalos financeiros, sexuais e até atentatórios.
Se assim é, entenderia melhor que fosse decisão do Papa, reforçar a sua posição de chefe supremo da igreja e fazer das fraquesas forças, no sentido de as emendar e sanear. Desistir, não me parece uma decisão corajosa, como comentou o Sr. Bispo Torgal, pelo contrário, parece-me sim, que o Papa entrega nas mãos dos lobos, uma Casa onde por definição deveriam residir somente cordeiros, cuja acção e missão unícas, são as de evangelizar, catequizar e preparar a humanidade para alcançar e praticar uma existência sem pecado.
Não imagino qual possa vir a ser o resultado próximo desta resignação de Bento XVI a dia 28 deste mês mas, se resultar no desmembramento da Igreja, não será nada que Nostradamus não tivesse profetizado.
Não sei que driá o caro Pinho Cardão, mas o resultado com o Olhanense não me pareceu assim tão mau que pudesse levar a uma renuncia....
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ResponderEliminarÉ notável, sem dúvida, a decisão de resignação do Papa.
No entanto, penso eu, não é menos notável o calendário escolhido.
Resignando a 1 de Março e sendo Domingo de Ramos a 24 (o conclave não pode reunir-se antes de 1 de Março)o período para a realização da votação.
Mais: Bento XVI revogou a decisão do seu antecessor, que tinha derrogado o requisito da maioria qualificada de dois terços, e voltou a impor este requisito.
Num espaço tão curto e perante uma exigência de maioria qualificada, Ratzinger quer, certamente,influenciar decisivamente a eleição do seu sucessor. Isto é: garantir a continuidade da sua política.
Explica esta intenção o "voting paradoxes" de Arrow.
Por favor leia:
ResponderEliminarResignando a 1 de Março e sendo Domingo de Ramos a 24 (o conclave não pode reunir-se antes de 1 de Março)o período para a realização da eleição é curtíssimo.
vamos ficar sem o jauário. pobre de nós
ResponderEliminarAprendi a admirar Bento XVI especialmente através das suas encíclicas - lembro a encíclica CARITAS IN VERITATE - o que não foi fácil perante a grande devoção que tinha (e não esqueço) por João Paulo II que esteve presente ao longo de uma parte importante da minha vida.
ResponderEliminarA decisão de Bento XVI sendo um gesto de grande humildade, é também uma prova de grande humanidade:
"Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras mas também, em menor grau, através do sofrimento e da oração.
No mundo actual, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevância para a vida da Fé, para governar a barca de S. Pedro e anunciar o Evangelho é necessário também vigor, tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de forma que tenho de reconhecer a minha incapacidade para exercer de boa forma o ministério que me foi encomendado".
Tenho um profundo respeito e admiração por Bento XVI,pela força das suas convicções, pela sua coragem e também pela forma directa e clara como sempre manifestou a sua Fé, a sua doutrina e as suas razões. concorde se ou não com as suas teses e a sua visão, foi Uma figura marcante como líder do nosso tempo, que renuncia, num gesto extraordinário de humildade que restitui dignidade à velhice assumindo que a falta de forças e de saúde é o limite que qualquer homem deve saber reconhecer e ver reconhecido, com respeito e gratidão.
ResponderEliminarÉ um acto de uma humildade que confunde.
ResponderEliminarÉ um acto de uma humildade que confunde.
ResponderEliminarConfunde porque nao estamos habituados, caro Luis Moreira, é muito interessante ver como já duvidamos do que é simples e óbvio, basta ver os jornais à procura de "razões", de "cálculos2, de mil e uma suspeições que poderão justificar o que, como diz, nos ocnfunde. A meu ver, é simplesmente porque deixámos de acreditar nos gestos genuinos.
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