quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cortes e reformas, reformas e cortes...

A questão é sempre a mesma. Somos capazes de fazer melhor com o mesmo ou menos? O facto de o investimento ter decrescido na educação é pronúncio de que vamos fazer pior ou que não teremos condições para continuar no caminho de nos aproximarmos dos nossos parceiros europeus?  Como se relaciona o investimento realizado com o nível de desempenho? É este tipo de preocupações que precisamos de ter quando se fala no célebre corte de 4 mil milhões de euros nas funções sociais. Faz toda a diferença entre cortar ou reformar. E faz toda a diferença avaliar os custos de perda de qualidade e de resultados dos serviços quando se reduzem orçamentos. E o contrário também é verdade. Atirar dinheiro para cima dos problemas pode ser um problema e não uma solução. A medição de impactos é fundamental nas decisões políticas. Há cortes que são produtivos, há outros que são destrutivos. Em ambos os casos é fundamental fazer uma medição. Sem medir não é possível avaliar. Por cá estamos cheios deste tipo de procedimentos. Decide-se e depois logo se vê, decide-se no momento porque é popular, o resto não conta. Ou decide-se porque a necessidade é mais forte. É por isso que as reformas são importantes porque tendem a introduzir racionalidade económica e social nas medidas e opções políticas. Seja na educação, saúde, segurança socail, etc. Uma coisa é certa, precisamos de melhorar as nossas qualificações para competirmos no mercado global...

8 comentários:

  1. «A questão é sempre a mesma. Somos capazes de fazer melhor com o mesmo ou menos?»
    A experiência diz-nos que foi possível fazer muito bem, com muito pouco. Foi possível fazer bem, com um pouco mais. E foi possível destruír tudo, quando o muito deixou de ser suficiente.

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  2. Não é linear a conclusão tirada pela análise dos valores aplicados em investimento na educação.
    A verdade é que entre 2001 e 2013 há uma redução significativa do número de alunos, por efeito directo da queda demográfica.
    O que aconteceu é que, por força corporativa e facilitismo socialista, nestes últimos anos, nunca se reajustou a oferta educativa à cada vez menor procura. Agora, por impossibilidade de recorrer a empréstimos, o País - e também aqui - teve que se ajustar rapidamente. E não será de estranhar que o processo ainda não esteja concluído...

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  3. O gasto na educação básica e secundária em Portugal está abaixo da média da UE quando deveria estar acima dada a necessidade de aumentar a qualidade do ensino para recuperar o atraso do país.

    O numero máximo de alunos por turma é exagerado e inviabiliza a qualidade do ensino prestado.

    Continuamos a gastar muito em burocracia e desperdicio e pouco no que faz sentido como é a educação e a saude.

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  4. Margarida, não é demais estudar e divulgar os esforços e os resultados - e também as metas que temos que alcançar - na educação. Fizemos uma evolução notável e, sobretudo, creio que a generalidade das pessoas já não hesita em considerar que a educação é um bem valioso e um insubstituível, que exige visão de longo prazo. Não podemos perder isto de vista à medida que ajustamos o sistema às múltiplas exigências que surgem e à evolução demográfica mas também tecnológica. Ser professor é uma missão de muito respeito e de valor altamente reprodutivo para os alunos e para a sociedade.

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  5. As escolas e os professores têm que ser avaliados e pagos segundo o mérito. Não podem ser tratados como sendo todos iguais e todos medíocres.E é por aqui que com o mesmo se pode fazer mais.

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  6. A Educação continua a ser um investimento mas, agora, apenas pessoal. A verdade é que, para a economia passou a ser simplesmente um custo, sem retorno directo. Os jovens não têm emprego e emigram. Com eles, vai todo esse investimento e o nosso futuro (quem trabalhe para sustentar a SS e quem podria ter filhos para assegurar as renovações geracionais).

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  7. Vamos lá ver :

    Orçamento da educação 2013 = 6500 milhões = 4% do PIB

    PIB 2013 = 165000 milhões

    4% é um valor muito baixo !

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  8. Caro Bartolomeu
    Quando há abundância tendemos a gastar mais do que o necessário. Só quando o dinheiro falta é que lhe damos o respectivo valor.
    Caro Gonçalo
    Teremos que continuar a investir na educação. A despesa na educação não deve ser vista como um custo, é antes um investimento. A questão que levanto no meu texto tem que ver com a necessidade de assegurar a qualidade da despesa. Se é verdade que fizemos significativos progressos na última década, certo é que ainda temos muito para corrigir. Registámos uma queda, por exemplo, de 20% no abandono escolar, mas este indicador mantém-se muito elevado. Portugal tem a segunda maior taxa de abandono escolar da UE. Cerca de 3,5 milhões de pessoas não têm qualquer diploma ou completaram apenas o 1º ciclo do ensino básico.
    Caro Paulo Pereira
    De acordo, temos que melhorar a qualidade da despesa. Há por aí muita má despesa.
    Suzana
    É importantíssimo avaliarmos o desempenho das políticas de educação. Penso que hoje está claro para toda a gente a necessidade de melhorarmos as nossas qualificações e a importância do papel dos professores nesta missão.
    Caro Luis Moreira
    De acordo, mas continuamos na administração pública a não valorizar a cultura de meritocracia. Falta visão e faltam instrumentos que incentivem e promovam o mérito.

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