quinta-feira, 18 de abril de 2013

"Este é o reino de Portugal"


«Altivos, vaidosos, impostores, arrogantes, hipócritas, vingativos, ignorantes, velhacos, traiçoeiros, desonestos, pedinchões, inconstantes, supersticiosos,fanfarrões, preguiçosos, mas também sensuais e ciumentos», assim relata José Brandão a forma como estes viajantes descreviam Portugal entre o século XVII e o século XIX.


Bom, os portugueses podem ser isto tudo, mas o pessoal que nos visitava não era, também, de muita confiança. Quem sabe se não projectaram nos portugueses algumas das suas caraterísticas pessoais? Esta coisa de que é estrangeiro é, ou melhor, era bom, também tem muito que se lhe diga.

4 comentários:

  1. Turistas Eur ou USA dos cruzeiros em Lisboa, com passagem rápida pelas ruas, é natural que mantenham a visão do cruzado norte europeu de AfonsoH: quem não viu Lisboa não viu coisa boa.
    Na realidade, as fotos do engº Medina Ribeiro no Sorumbático sobre as ruas de Lisboa, são estarrecedoras. Da ordinarice lusitana com ares de capital europeia. E na CML, ninguém VÊ.
    Portanto:
    a) "The Last Cruzade" s/Vasco da G, Nigel Cliff:
    «A Polish visitor...1484...Portuguese men of every class were coarse, lacking in good manners and ignorant,in spite od their pretense wisdom» (vá lá q comparativam c/english men, not so bad);
    b) Mais recentemente:
    “O quinto império”
    ... nós somos púnicos, parecemo-nos comos mercenários de Amílcar e todos esses matreiros do mediterrâneo. Nós somos girinos...
    Em português, as palavras são um simples meio de simpatia, ou o seu contrário. As pessoas perdem assim horas em conversas inúteis, só com o fim de garantir a sua estima recíproca.
    Como bom português, sentia-se fascinado pelo desastre e caminhava para o abismo.
    Uma das particularidades portuguesas: a sua arte de bisbilhotar, de procurar por trás, de inventar razões e causas, a um tempo teima de funcionário e regressão à inteligência infantil. Ou bem que os portugueses não fazem nada, ou bem que vão até ao último pormenor e, chegados aí, largam tudo como de costume.
    Sem endereços e todos com o mesmo nome, obedecendo a dois ou três pequenos princípios, entre os quais o de inventarem títulos...
    Dominique de Roux (1977, Paris)
    (Depois da Rev & PREC 74-75).
    Até quando?

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  2. adorável o opúsculo de Camilo intitulado 'o voo da pássara', sobretudo a 2ª ed 'mais incorrecta e augmentada'.
    por causa do escrito da descendente dos Bonaparte, mais conhecida por Mme Rattazzi, por ter casado com um ministro do 1º governo Italiano

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  3. Desconhecia esta pequena oba de Camilo. Já a li. Gostei imenso. Além da paródia, ao bom estilo camiliano, acabo, mais uma vez, por me convencer que este homem era de facto alguém fora do comum, quase que diria, genial. Deve ser por isso que tenho necessidade, de tempos a tempos, de mergulhar na sua leitura e apraz-me ler na escrita original. Sabe bem e faz melhor...

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  4. Pode ser que nesse tempo os portugueses fossem mais hostis para com os visitantes (Maria Rattazzi dizia que éramos péssimos mas que havia um encanto qualquer a que ela não resistia)mas hoje estamos nas rotas turísticas como um povo acolhedor, afável e de bom convívio. E temos sol, deve ser isso que os irrita,não poderem levar o sol para as terras geladas da civilização :)

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