1.Tenho acompanhado, com alguma curiosidade, esta deriva mais recente da agenda mediática e política que envolve a discussão sobre a necessidade de reforço do financiamento bancário à economia, em especial às PME’s.
2. É sabido que o problema do crédito bancário (ou melhor, da falta dele ou do seu muito elevado preço) às PME´s dos países do sul da Europa constitui nesta altura um ponto fraco do funcionamento do mercado bancário da zona Euro, sendo por isso uma das questões relevantes da agenda política e financeira, para o qual o BCE não tem conseguido encontrar solução ou antídoto - se é que alguma vez vai conseguir por manifesta falta de instrumentos para tal.
3. Com os balanços assoberbados por volumes de crédito vencido anormalmente elevados, defrontados com incidentes de crédito de elevada frequência e muito difícil previsão, a que acresce uma enorme dificuldade em gerir os dossiers de crédito vencido nomeadamente pela fraquíssima capacidade de resposta do sistema judicial e pela fragilidade das garantias reais numa época de forte desvalorização (e falta de mercado) dos activos subjacentes...
4. ... os bancos de retalho deste grupo de países, em Portugal de forma bastante visível, parecem ter caído num estado quase psicótico mas até certo ponto compreensível, conhecido na gíria por “aversão ao risco” – situação que o próprio Presidente do BCE já referiu e reconheceu ser muito difícil superar, especialmente em ambiente de contracção económica.
5. Sendo dado este cenário, recordo-me de até há cerca de um mês, exactamente por causa deste problema e da necessidade de encontrar remédios que o permitam ultrapassar, raro era o dia em que tanto de fontes oficiais como de fontes da oposição – nomeadamente os incansáveis Crescimentistas – não houvesse uma referência à necessidade de fazer avançar o projecto de criação de um Banco de Fomento, supostamente destinado a apoiar as PME’s tão carecidas de financiamento...
6. Mas agora, com o tema da necessidade de mais crédito para a economia de novo em alta e ocupando o centro das atenções governamentais e da oposição - num curioso e raro registo de convergência/consenso e, claro, politicamente correcto - as referências ao decantado Banco de Fomento sumiram, sobre esse assunto parece pairar o mais completo silêncio!...
7. É caso para perguntar: o que se terá passado que possa explicar este súbito e tão doloroso silêncio em torno de um projecto que parecia muito querido à classe política em geral?! Mais um insondável mistério desse mundo fascinante do Politicamente Correcto?
E que mistério a juntar àquela ameaça velada aos gestores da CGD por parte do 1º ministro...
ResponderEliminarE que mistério ainda maior ver Tavares Moreira a dar ares de "incansavel Crescimentista" e a perguntar:
ResponderEliminarEntão agora, que até Eu quero mais credito, onde estão os outros ?
Agora que parece razoavelmente certo que o Banco de Portugal vai garantir os lugaritos, deixa de ser necessário um banco de fomento.
ResponderEliminarEntretanto, se não compreendo a insistência nos bancos intervencionados em cederem crédito à economia. menos percebo porque é que com os nacionalizados isso não acontece. Então a justificação da CGD não é exactamente o fomento à economia? Ou as notícias da careca descoberta na Parvalorem estão a cobrir o banco estatal de alguma prudência?
é muito estranho os adeptos do colectivo referirem constantemente as pessoas.
ResponderEliminarnão sou, nem gostaria de ter sido economista a não ser para ganhar mais e com menos risco, em vez de fabricar produtos químicos para a indústria.
os comentários dos blogues, feitos pela classe média, mostram que ninguém se entende sobre o presente e futuro.
sempre assim foi no rectângulo.
um humorista francês dizia que a França estava dividida em 43 milhões de Franceses. estamos nessa onda, mas somos muito menos
'siga o enterro', como dizia um prof do 'liceu sá nojeira' nos anos 40
Caro Luís Moreira,
ResponderEliminarBem se poderá dizer que de mistérios, pelo menos, não estamos carentes!
Caro Pedro,
Já me tinha parecido ser o ilustre Comentador generosamente dotado de um atributo invejável: perspicácia.
Como descobriu que me encontro em estado de ansiedade, na expectativa da criação do tal Banco de Fomento?
E que me tenho cansado de bater à porta de alguns (N) bancos, procurando um "pequeno" crédito para o meu negócio e, até hoje, só tenho recebido negativas?
O Senhor é mesmo adivinho, safa!
Caro Tonibler,
Pelos vistos não faltam outros mistérios insondáveis, neste fascinante mundo do Politicamente Correcto!
Caro Floribundus,
ResponderEliminarNão há que se preocupar quanto ao comportamento oratório dos adeptos do que chama "colectivo".
Eles usam as palavras como se fossem números, ou então com o cinismo de que falava Bernard Shaw: sabem o preço de todas as coisas...mas não conhecem o valor de nenhuma.
Quarta pior economia do mundo, quarta republica, quarta década de regime socialista, quanta maravilha. Que sucesso!E vem mais por aí.
ResponderEliminarhttp://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/portugal-e-a-4-pior-economia-do-mundo
Sabemos que todo este sucesso retumbante se deve em primeiro lugar ao glorioso regime socialista vigente e à hiper lucida adesão ao Euro, vamos em frente ! O sucesso cada vez maior, é nosso !
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