quinta-feira, 2 de maio de 2013

Alternativa que não resta

"...O mal disto tudo é que parece que vai tudo sempre pior. O que dizer de António José Seguro, o socialista que acha possível passar um congresso inteiro sem falar do essencial: a redefinição do papel do Estado? Nem uma palavra. A reforma do Estado não é só uma obsessão do Governo: é uma urgência, uma inevitabilidade, uma certeza. Resulta perfeitamente possível informar as pessoas do que pode ser feito para corrigir não apenas as contas públicas, mas para libertar a energia e os recursos privados que podem favorecer o crescimento e garantir bons serviços públicos.
Em vez disto, bandeiras ao ar e música de feira. Tudo martelado. Seguro insulta o País com um discurso recheado de impossibilidades. Acha-se o novo Guterres (o do afeto) sem ter um mindinho da preparação de Guterres e um décimo do dinheiro que havia na altura.
Como se sabe aquém, inventou uma troika pessoal para compensar: ele próprio, António Costa e Francisco Assis. Isso Seguro sabe fazer: farejar nos bastidores, dividir o pecúlio. Agora temos o PS três por um. Como é possível dois políticos como Costa e Assis subirem para a caravana? Este PS é o PSD sem o D - só quer chegar ao poder, ao poder que sobrar..."
O Pouco que Resta, artigo de André Macedo, no DN de hoje.

11 comentários:

  1. Dr. Pinho Cardão:
    Muito interessante o ponto em que o senhor INICIOU e TERMINOU a transcrição das corajosas e, infelizmente, verdadeiras palavras de André Macedo.
    Podia ter evitado o trabalho de deixar o link, nós somos capazes de o encontrar.
    André Macedo é um jornalista competente, sério e credível, mas quem ler só este seu excerto pensa que o André Macedo é filiado no PSD, tal como o senhor.
    Mas nem é filiado nem é sectário como o senhor.
    Quem nos dera que o nosso mal fosse apenas o Tótó Seguro, estaria eu feliz e tranquilo, pois as sondagens mostram bem que nem os sectários do PS (do género Pinho Cardão) se convencem das qualidades da aventesma (Sérgio Sousa Pinto deu o sinal no congresso).
    O mal é o abismo a que o seu 1.º ministro Passos e o inefável Gaspar, com a cegueira ideológica que revelam, nos estão a levar.
    Como diz lucidamente Manuela Ferreira Leite, «só com uma varinha mágica se transforma uma abóbora numa carruagem».
    http://www.publico.pt/politica/noticia/ferreira-leite-diz-que-andamos-a-fazer-sacrificios-em-nome-de-nada-1593191
    Mas há sempre um Pinho Cardão de serviço para «lavar mais branco».
    Triste sina a nossa.

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  2. ajs, na continuação de todos os anteriores dirigentes socialistas, sofre do síndrome psiquiátrico de Münchenhausen ou Barão Parlapatão

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  3. É fantástico o sectarismo deste Dr. Pinhollium Kardosky

    Quem ler desprevenidamente esta postada ficará com a ideia de que é o Partido Socialista que está no poder!

    Entretanto, o ministro Wictor von Kaspar continuará impunemente a arrasar a economia!

    Quem o pára? Ah, o presidente da República?! Pois, pois, ele bem avisou. Sim, ele, o tal do segundo mandato com uma presidência activa
    Que vergonha de Presidente! Que vergonha de Governo!

    E que comentador!

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  4. “A reforma do Estado não é só uma obsessão do Governo: é uma urgência, uma inevitabilidade, uma certeza…”
    Reforma do Estado ou refundação do Estado? É que, o que Passos Coelho genuinamente anunciou foi a refundação do Estado. Passos Coelho sabia bem o que queria quando há tempos falava em refundação do Estado, e não em reforma do Estado. Refundar é alterar, mudar o modelo, a estrutura interna do Estado, enquanto reformar é melhorar essa estrutura conservando o seu modelo. E o que o governo deseja é na verdade alterar profundamente o modelo social. É verdadeiramente refundar o Estado. É, verdadeiramente, aniquilar o Estado social-democrata, da República Portuguesa.
    Passos Coelho e Victor Gaspar, têm consciência de que o Estado de bem-estar e as suas políticas sociais, não são apenas uma “administração”, mas um modelo civilizacional. O propósito é alcançar o empobrecimento generalizado da população, o chamado “ajustamento” num projecto que deve ser aplicado o mais rapidamente possível, de uma só vez, “custe o que custar”, projecto impassível à destruição económica e social do país que se agrava dia a dia. Numa nova repartição dos rendimentos em que a redução das funções sociais do Estado se torne permanente e consolidada. Porque, ao reduziram-se e tornarem-se mais dispendiosas para as famílias as funções sociais do Estado, isso significará uma efectiva redução dos seus rendimentos.
    O anunciado corte de 4.000 milhões de euros, que já vai em 6,5 milhões, tendo como principais vitimas, os sectores da Educação, da Saúde e da Protecção Social, é o meio ardiloso que o governo engendrou para aniquilar de modo rápido e eficaz o que resta do estado social, depois de todos os cortes que nele têm sido infligidos ao longo deste último ano e meio.
    Este, o objectivo último e determinado das políticas de austeridade, do chamado “ajustamento”, das “reformas” neoliberais – uma nova distribuição da riqueza produzida na sociedade - que favoreça os mais ricos, os banqueiros, os grandes accionistas das grandes empresas, os gestores financeiros e as elites políticas da área da governação.
    Nenhum verdadeiramente social-democrata poderá concordar com isto.

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  5. Caro Carlos Sério:
    O meu amigo consegue uma coisa extraordinária, que é entrar no cérebro e na consciência de PPC e de VG e traduzir, sem qualquer hesitação, o que eles pensam.
    Por mim, sou mais modesto e não me atrevo a essa intrusão no pensamento alheio.
    De qualquer forma, também sei que esse é um método clássico de combate: acusa-se o adversário com os argumentos que mais jeito dão para o dizimar.
    Depois da introdução, vamos à substância.
    1.Claro que "nenhum verdadeiramente social-democrata poderá concordar com isto", isto é, com que o Carlos Sério diz que PPC e VG pensam.
    2. E claro também que o Estado social é um modelo civilizacional, uma conquista da humanidade.
    3. E também claro que, sem uma reforma, ou lá o que se chamar, da Administração Pública, não haverá Estado social que possa resistir e subsistir.
    4. E claro também que combater reformas na Administração pública ligando-as ao desmantelamento do Estado social é a melhor forma de acabar com este. Lamentavelmente.

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  6. Caro Pinho cardão,
    Claro que não se trata de entrar na cabeça de ninguém.

    Avaliamos apenas as palavras e as acções de Passos e Gaspar. Já agora gostava que o Pinho Cardão me esclarecesse a razão porque Passos falava, que já não fala, em refundação e não em reforma do Estado? E se tem alguma ideia sobre o facto de ele ter substituída aquela expressão.

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  7. Caro Carlos Sério:
    Não tenho a mínima ideia, mas também não atribuo qualquer significado a isso. Mera semântica, pois julgo que o sentido de refundação seria o mesmo de reforma.
    Julgo, pois não sei se PPC atribuía às palavras ideias diferenciadas.
    Se não atribuía, fez bem em substituir refundação por reforma. Se atribuía e queria dizer algo mais do que reforma, devia manter a palavra.
    Por mim, uma boa, real e adequada reforma seria bastante. Que preservasse as tradicionais funções essenciais do Estado e a protecção social, conquista que deve ser mantida. Das poucas, custe o que custar.

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  8. Caro Pinho Cardão,

    Se um governo ao fim de dois anos não consegue apresentar um papel com uma proposta de reforma do estado, apesar das ameaças que tem feito nestes tempos, porque é que a oposição deveria fazer mais ?

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  9. Para mostrar que seria alternativa.
    É essa a lógica.

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  10. mas na politica a sério não é assim !

    O papel da oposição é por definição opôr-se ao governo , ou seja criticar as suas decisões.

    O papel do governo é governar .

    se não tem soluções deve sair.

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