Vivemos os tempos mais conturbados de que tenho memória. As convulsões são muitas e por razões por vezes diametralmente opostas. Umas devem-se à incapacidade de regeneração dos sistemas, à paralisação dos órgãos, à desorientação e à ausência de soluções para enfrentar os problemas. Está nesse estado parte do Velho Mundo. E nunca como hoje esta designação é denotativa: velho, o mundo desenvolvido está velho e apresenta sinais claros de se lhe terem esgotado as energias vitais. Definha a olhos vistos, na economia, nos valores prevalecentes, na demografia...
No outro mundo, seja na américa central ou do sul, em áfrica ou na ásia, florescem as economias mas desassossegam-se as sociedades. São as dores de crescimento provocadas por um desenvolvimento que, quase por intuição coletiva, se sabe não ser sustentável. O que se passa no Brasil é disso exemplo.
No outro mundo, seja na américa central ou do sul, em áfrica ou na ásia, florescem as economias mas desassossegam-se as sociedades. São as dores de crescimento provocadas por um desenvolvimento que, quase por intuição coletiva, se sabe não ser sustentável. O que se passa no Brasil é disso exemplo.
No meio da agitação que todo o mundo vive, há muita coisa dita e escrita que nos desperta para realidades que, mesmo à nossa frente, tendem a não ser vistas e percebidas. Um dos slogans gritados nas ruas das principais cidades do Brasil é este: "País rico não é o país em que o pobre compra carro mas um país em que o rico anda de transportes públicos". Eis uma grande verdade que os países que no velho mundo continuam ricos, há muito perceberam. Também por ela se afere a pobreza dos países que, no mesmo lado do mundo, continuam pobres.
Muito interessante este post que nos oferece, caro Ferreira de Almeida. Muito interessante. Há, porém, umas quantas joias em bruto por aí onde pode viver-se tranquilamente e sem problemas. Onde pode sair-se da sufocante burocracia Europeia, onde pode viver-se com uma liberdade muito maior que na Europa, onde há qualidade de vida, onde ainda se prezam valores antigos, onde não há escândalos dia sim e dia também, onde há governos razoavelmente capazes e onde pode ter-se esperança num futuro bonito.
ResponderEliminarHá muito mundo por aí, meu caro. Muito mundo. :)
O exemplo do uso do automóvel é paradigmático de uma inconsciência mais ou menos global, a qual atribui ao uso do veículo uma etiqueta que afere e confere um estatuto de supremacia ao seu utilizador. Sobretudo se a marca e modelo do semovente, se fizerem pagar caro.
ResponderEliminarTenho ouvido afirmar a muita gente bem informada e colocada, que o uso de um carro topo de gama, tem a ver directamente com a dignidade do cargo que ocupa.
Deduzo com facilidade que a mesma pessoa perderia toda a dignidade que naturalmente possui, se em lugar de um carro caro, lhe colocassem à disposição um carro mais modesto e económico.
Meu caro Bartolomeu, olhe que conheço quem julga exatamente o que escreveu no ultimo parágrafo.
ResponderEliminarE que dizer sobre o ridículo de ter o ano do carro na matricula ?Bem visivel, para chamar bem a atenção ?
ResponderEliminarcoisas de regime socialista escroto.
No dia em que a democracia direta for implantada será o fim dos partidos escrotos que dominam a nossa pseudo democracia. ps=psd=cds=pcp=be=lixo altamente tóxico
Caro Zuricher, bem que pode trazer aqui mais notícias dessas jóias ocultas que há por esse mundo fora! Isso também terá a ver com o espírito que levamos quando saímos de cá, pelo que tenho visto pelas pessoas que conheço que mudaram de país, não levam tão a peito os defeitos e as falhas, consideram que não são "deles" e limitam-se a ver sem fazer juízos de valor. Também acontece tornarem-se mais tolerantes e darem mais valor ao que há por cá do que ao que não há.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, uma pessoa que acha que é o automóvel que lhe dá estatuto não devia ter cargos importantes, embora eu considere que certos cargos devem ter certo estatuto. Mas em caso algum são determinantes, são um símbolo, e não a essência.
Caro Zé Mário, esse slogan é muito exigente e significa uma enorme ambição em relação ã qualidade do estado social,que é os esses manifestantes reclamam aos políticos, saúde, educação, protecção social, transportes públicos para todos e de qualidade. Um sonho, também fugidio em muitos países que já se consideravam mais desenvolvidos. A Grécia, por exemplo, já desceu na escala, já foi desclassificada para país "em desenvolvimento"...