segunda-feira, 24 de junho de 2013

Poder a todo o custo

Na Turquia, o governo é de esquerda e pró-islâmico, e há manifestações diárias e começam a ser marcadas greves de contestação. E exige-se nas ruas a mudança de política e do governo 
No Brasil, o governo é do Partido dos Trabalhadores e apoiado pelos Sindicatos, e vemos gigantescas  manifestações diárias de contestação nas principais cidades. E também se exige na rua a mudança de política e do governo.  
Na Grécia, o governo integra os dois mais importantes partidos, o centro direita e o centro esquerda, liberais e socialistas, e há manifestações e greves contínuas de contestação. A exigirem a mudança de política e do governo. 
Em Portugal, não há um dia sem uma qualquer greve ou manifestação ou apupos e ofensas a membros do governo. E clama-se a ilegitimidade do governo e a exigência de que se demita. 
O extravagante é que os partidos políticos das oposições e, sobretudo, os que vêem nas eleições a forma democrática de formar governo, se juntem para derrubar na rua os governos democraticamente constituídos. 
Pretendem ganhar com o sobressalto da rua o que perderam no voto universal. E amanhã os que forem apeados farão o mesmo aos que estiverem no poder.  
No fim, a negação da democracia que tanto trazem na boca, mas longe do coração. Porque este só vê poder. Poder e só poder, a todo o custo.  

12 comentários:

  1. estas manifestações de rua mostram todas elas gente das esquerdas,umas mais que outras

    qualquer pretexto serve

    boxexas tem a sorte de não sair ninguém pela janela como em 1640

    ResponderEliminar
  2. Anónimo12:31

    Caro Pinho Cardão, a situação em vários paises do mundo começa a ser muito preocupante. Na Europa mais do que noutros sitios, por um lado pela dimensão, por outro pela tradicional inabilidade Europeia para lidar com este tipo de protestos senão quando já é tarde demais. Podem estabelecer-se paralelos mais ou menos aproximados com o sucedido na Russia de Alexander Kerensky e na Alemanha dos anos '20.

    Começa a ser a altura de ir saindo da Europa. Sempre soube que esta altura chegaria mas intimamente tive a esperança de demorar um pouco mais...

    ResponderEliminar
  3. Não podia estar mais de acordo.

    Ou não foi isto que fez o Dr. Passos Coelho?

    Precipitar eleições antecipadas, fazer promessas que não estava em condições de cumprir.

    Fez cair o PEC IV, enganou meia dúzia de tansos e foi eleito.

    Viva aqueles que ousam "falar verdade aos portugueses" (deve ser lido em tom de ironia).

    ResponderEliminar
  4. Quem fala verdade não ganha eleições.
    Perder é natural em democracia.
    Duas afirmações do Joaquim Aguiar, em que a segunda parece estar a perder significado.
    Quanto ao discurso dominante, é contemporâneo da novilíngua lusa e europeia.
    Falta de dinheiro/moeda em vez de austeridade.
    PEC, de estabilidade (admissível) e crescimento (?inviável)
    PS: com a imaturidade ou cinismo (?)do candidato a PM de há dois anos, quando verberava as medidas do demagogo JoséS.

    ResponderEliminar
  5. Não é verdade que os partidos da oposição queiram ganhar o poder na rua. Esse é o grande erro deste post.
    O que há de comum entre todos estes movimentos de contestação, tão diferentes, é precisamente a sua composição não partidária. Aliás é isso que tem surpreendido os observadores e feito correr rios de tinta.
    Ninguém sabe explicar - talvez porque não haja uma explicação.

    ResponderEliminar
  6. Vejam como está a agir a policia no Brasil , atentem ao minuto 5' 15 , um policia tenta roubar um telemovel que estava a filmar e outro ameaça um manifestante de ir em casa dele no meio da noite ..ditadura no estado puro ...dilma(lula) deixou cair a mascara
    https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=DgNt-5ybXa4

    ResponderEliminar
  7. existe uma explicação sim José Couto , é que as populações já não acreditam em partido nenhum ..são todos uma burla ...precisamos de Democracia Direta baseada em referendo regulares e os governantes passarão apenas a executar o que for definido pela população

    ResponderEliminar
  8. Muito mal informado, Sr. Cardão. Devia tirar os seus óculos de direita se quer falar da situação desses países.

    Como o Sr. Praxedes disse, há partidos e presidentes que não têm problema em deixar caír governos, e que deixam os governos seguintes mentir e manipular dados para se manterem no poder. A todo o custo, não interessa o que acontece ao país...

    ResponderEliminar
  9. O Sr. Praxedes acha que foi pouco o que o anterior governo fez de mal ao país?

    ResponderEliminar
  10. Anónimo23:45

    Caros, a questão vai muito para além de Portugal. É um fenómeno com muito maior alcance e que acontece em vários paises. Em Espanha tem sucedido, em França muitos protestos pela mais pequena coisa e, muito preocupante, com clara distinção das extremas esquerda e direita que se atacam por esse motivo em particular, sobre a Grécia não vale a pena falar, enfim, é um fenómeno que se vai estendendo. E, enfim, a história lá nos vai ensinando que na Europa estas coisas acabam mal.

    ResponderEliminar
  11. Clister, é nome dado ao processo de injecção de um líquido no intestino, através da abertura anal, e tem como finalidade, desobstruir o intestino, limpando-o de impurezas, vulgo, merda.
    Clístenes foi um Ateniense que 500 anos antes de Cristo, inventou um processo chamado Ostracismo.
    Este servia para expulasar os políticos que não agradavam pelas suas decisões, ao povo. O processo consistia em inscrever num pedaço de barro, o nome do político a ser ostracisado. Desde que o número de votos atingisse os 6.000, o político mais visado seria afastado de Atenas pelo período de 10 anos, teria 10 dias para preparar a sua partida e era obrigado a deixar todos os seus bens na cidade.
    "Reinava" em Atenas, Péricles, referenciado pelos historiadores da época como o principal líder democrático de Atenas. Um dos ostracisados, foi precisamente o seu pai, o qual terá dito: Atenas manda-me à merda, pelo processo criado por Clístenes, antes me ministrassem 10.000 clisteres do que 10 anos de ostracismo. (isto fui eu que inventei)
    ;)))

    ResponderEliminar
  12. Concordo com o caro Zuricher, o que está a acontecer em países tão diferentes na cultura e nas circunstâncias, não pode ser visto como um episódio de habilidade ou inabilidade políticas de momento, esta resulta talvez do facto de não se saber fazer uma leitura dos fenómenos que os determinam e que, na aparência, são tão diferentes. Talvez esteja mesmo a nascer um mundo novo, misterioso, que nos fugiu da mão quando julgávamos que já tínhamos a resposta para tudo. As palavras até parecem ser as mesmas, democracia, liberdade, justiça, futuro, mas o tempo corre muito depressa e a tradução é muito desencontrada.

    ResponderEliminar