O Presidente da República vai chamar a Belém, na próxima 6ª
feira, 30 economistas, grande parte académicos, para uma reflexão sobre as
alternativas económicas. Pelo que tenho visto publicado, o perfil dos académicos
convidados faz pressupor um largo espectro de alternativas, algumas sólidas,
outras seguramente vazias de racionalidade económica, que os seus autores
sempre subjugam à ideologia. Compreende-se que o PR tenha que proceder deste modo, abrindo
a discussão aos vários vectores de pensamento. Isto partindo do princípio de
que alguns convidados tenham qualquer
pensamento económico próprio, já que se tornaram meros reprodutores de um
discurso de há muito gasto e acabado. Incapazes de dizerem algo de substancial, limitam-se a
divulgar lendas, sabendo que têm público garantido, pois as lendas são sempre
sedutoras.
Por dever de ofício, tenho ouvido alguns destes divulgadores de
lendas, em conferência e simpósios. Qualquer que seja o tema, produtividade,
crescimento, orçamento, ou comércio externo, ou outro à escolha, apresentam sempre
a mesma narrativa, a mais das vezes envolvida no mesmo power-point ou parecido,
só lhe mudando o local e a data.
Por isso, eu duvido que possa haver qualquer possibilidade de
síntese entre a banha de cobra de alguns convidados e o pensamento estruturado
de outros, mais à direita, como Ferreira Machado, Sérgio Rebelo, ou Carlos
Costa ou mais à esquerda, como Diogo Lucena.
Mas, mesmo eliminando a normalmente muito presunçosa banha da
cobra académica, o ecletismo nunca deu bons resultados. Porque a combinação do
melhor de cada doutrina soçobra fatalmente na ausência de coerência lógica ou dos
princípios específicos de cada qual.
A iniciativa presidencial será um bom exercício de democracia
formal. Mas não creio que alternativa pragmática e praticável possa sair de tão
vasto leque opinativo.Porque não é possível atingir um rumo, pressupondo que no
rumo pudesse haver acordo, por caminhos tão contrários.
Oxalá me engane, mas tal naipe não trará mais luz a Belém.
Espero que o caro Dr. Pinho Cardão, seja um dos convidados À reflexão.
ResponderEliminarSe for, sugiro-lhe que se previna com um lanchinho.
Não se esqueça que na última reunião do Concelho de Estado, o Dr. M. Soares não aguentou até ao final... por motivo de fraqueza.
Já tinha um ratito a roer-lhe as entranhas...
Eu escrevi Concelho?
ResponderEliminarCom "c"...
Xiiii... isto afinal está pior do que eu julgava.
Seria, talvez, pedir demais ao poder de raciocínio do presidente da república, mas se vai pedir alternativas a estes a quem é que ele atribui a falência do estado? Ao Zezé Camarinha? Aos especuladores da economia de casino?
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
E porque carga de água iria esta gente comer à borla? Não chega já?
Acha possível um economista saciar-se, por muita "comida" que lhe sirvam, caro Tonibler?
ResponderEliminarAlém do mais, vão ser 33 a reflectir... ía ser preciso assar muita "vaca sagrada".
ResponderEliminarCaro Pinho,
...pois é, a esta hora, parece-me que afinal já só vai chamar 29 !
P.S - apesar de a minha opinião ser contraria relativamente ás "politicas" em curso...não consigo sentir qqr animo com a recente saida! a incerteza do que ai virá, é superior e muito á restia de esperança que a mudança poderia trazer... :o( !
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarA minha ciência económica colide por completo com a daqueles grandes economistas que continuam a preceituar do mesmo veneno que nos está a definhar. Ou que o receitaram e agora o negam. Ou que, de economia, só conhecem a livresca. Ou que violentam os princípios, por obediência à ideologia. Ou que pensam que são os seus "papers" universitários que salvam o mundo. Cada macaco no seu galho. E há bons economistas em Portugal. Oxalá sejam chamados a Belém.
Caro Tonibler:
Repito o que acabei de dizer: há excelentes economistas em Portugal. Mas a maioria passa ao lado da comunicação social.Dizem verdades inconvenientes. Nada de meter tudo no mesmo saco!...
Caro Pedro:
Acho que tem muita razão.
O homem fez coisas erradas, aumentou impostos que definharam a economia e não conseguiu fazer outras, essenciais, reformar a administração pública e reduzir mais a despesa inútil.Mas não enganava ninguém.
Ao contrário de outros que, com papas e bolos lá foram enganando os tolos. E começam de novo a ser venerados como excelsos governantes.
Claro que há, caro Pinho Cardão. Mas como o meu caro disse, quem os meteu no mesmo saco não fui eu....
ResponderEliminarPlagiando o meu amigo Tonibler...
ResponderEliminar«Claro que há, caro Pinho Cardão.»
Nem vejo porque motivo o Sr. Presidente da República decidiu convidar estrangeiros para essa... reflexão (?!)
Sem ter de vasculhar muito nas universidades portuguesas, reuniria com a maior facilidade, um naipe de economistas com ideias brilhantes, fresquinhas e prontinhas para ser analisadas (sob reflexão) e postas em prática. Mas se preferisse reflexões mais amadurecidas teria a mesma facilidade em encontra-las nas administrações das empresas, desde que tivesse o cuidado de não convidar o Sr. Fernando Ulrich, teria reflexão garantida que dava até ao final do ano... económico.