quarta-feira, 3 de julho de 2013

Quem nos acode?

Em comentário a este post do Pinho Cardão, lembrei-me daquela frase que muita gente atira para se confortar ou justificar com o que de mau o país tem: "este povo tem o que merece". Mas há limites para generalizar e "colectivizar" culpas e responsabilidades.
Comentava o José Mário Ferreira de Almeida naquele post que “É tempo de concluir que este sistema - e os seus subsistemas, o partidário, o eleitoral, o político - deram o que tinham a dar, não se adaptam ao mundo novo que entretanto se foi formando, e sobretudo é interpretado da forma que estes dias demonstram por uma geração de políticos falhados”.
Mas como alterar este estado de coisas? As guerras de poder partidárias e políticas que ao longo de anos se foram refinando têm infernizado e inviabilizado o País. 
É chocante, particularmente neste momento da vida do País, o jogo político de alto risco sem limites nos termos e nas consequências a que estamos a assistir, relevando para um qualquer outro plano, não interessa qual, a situação de centenas de milhares de pessoas desempregadas, mais outras tantas centenas de milhares de pessoas pobres e outras tantas centenas de milhares de pessoas que podem perder os seus empregos e os meios de uma subsistência digna. E o País falido.
Quem é que realmente pode acreditar num País assim? O pior é que os credores e os investidores quando olham para nós não distinguem os políticos do povo. Levam todos pela mesma bitola. Quem nos acode?

8 comentários:

  1. fiz pós-graduação, trabalhei, passei parte da reforma em países civilizados

    cada vez me sinto mais distanciados da merda que é o povo do rectângulo donde saí o lixo humano da politica dum extremo ao outro

    acabei de ouvir Medina Carreira e concordo inteiramente com ele.

    devido à tentativa de demissão de PP a pocilga afundou-se à procura dos submarinos

    as tvs parecem, noseu agit-prop, ser subsidiadas pela cgtp e pela ugt-ml

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  2. No Egipto, parece haver ainda quem lhes acuda.

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  3. Do meu ponto de vista, Paulo Portas, levou a cabo uma jogada de poker das mais sofisticadas que é possível imaginar.
    Paulo Portas sabe, como toda a gente que ao sair do governo, um governo de coligação, deixa o primeiro ministro e o presidente da república de mãos atadas.
    Se no palácio de belém estivesse um Mário Soares, ou um Jorge Sampaio, Portas não se atreveria a fazer o bluff que fez, porque era certo e sabido que iríamos de imediato para eleições. Nesse cenário, era quase certo que Seguro, sem programa político e sem discurso seria eleito o novo primeiro ministro.
    Então Portas opta pela jogada-maravilha, ou, em termos tauromáquicos, por executar uma chicuelina. Para os que desconhecem, a chicuelina é um passe em que o toureiro enfrenta o toiro de frente, segurando a capa com as duas mãos, cita-o e quando o animal investe, desvia o corpo, rodopia elegantemente envolvendo-se na capa e volta a colocar-se de frente para o animal, voltando a cita-lo repetidas vezes até conseguir atordoa-lo por completo e a conseguir coloca-lo no local ideal para lhe desferir a estocada final.
    Portas não fez menos nem mais que uma chicuelina; citou o "animal" de frente, desviou o corpinho elegantemente e rodopiou, deixando o bicho atordoado e a andar-à-nora. Agora impõe ele as regras para não aplicar a estocada que iria ferir de morte o bicho.
    Mas com esta jogada, Paulo Portas, deixa também Seguro, inseguro. Aquilo que ontem pareciam ser favas contadas para olider do PS, hoje, após uma noite de acordos entre Portas e Passos, passou a ser a não-hipotese de um dia vir a ser primeiro ministro de Portugal.
    É que Portas, está a exigir medidas populares a Passos, em troca do não abandono da coligação que Cavaco também não quer que se desfaça. No final desta faena, percebe-se nítidamente que Portas vai ser levado em ombros para as próximas legislativas, exibindo numa mão um par de orelhas e na outra... um rabo.
    A ver vamos...

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  4. Pois é caro Bartolomeu! E a acontecer isso lá vai o povão descrito pelo Floribundus atrás, à frente e de lado bater palmas. E então se meter umas musiquinhas e umas sandes de couratos, sairá o herói em ombros tal e qual arena tauromática.

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  5. Carlos C; o povão sempre aplaudiu efusivamente os que se apresentam bem-vestidos, bem-falantes e bem-montados.
    O povão aplaude o fetiche, quanto mais colorido e pomposo, melhor, quanto mais musical e fogueteiro, excelente. Mesmo que antes tenha sido assaltado e expoliado da última migalha que possuísse, desde que o ladrão se apresente bem vestido e com boas falas com a intenção de o roubar de novo, o povão acorre a aplaudi-lo.
    Não somos parvos nem estúpidos, somos incivilizados. E os nossos políticos e governantes, massa da mesma massa, sabem-no e usam toda esta incivilização colectiva.

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  6. Bartolomeu,

    embora a sua analise seja muito certeira e plausível...

    ...do meu ponto de vista pessoal, parece-me que apenas falha num pormenor.

    A parte do "ser levado em ombros", não creio q venha a acontecer.

    Parece-me antes, e como é frisado no post, que de facto o povo mais que o Passos, está "atordoado" e "atónito" com o q se está a passar...

    ...e tb me parece que a maioria dos Portugueses, independentemente dos gostos ou desgostos para com este ou aquele Partido, estamos neste momento cientes dos riscos que corremos, do esforço que já desperdiçamos, e da necessidade de não arruinar ainda mais o futuro.

    Ora á luz de tudo isto, parece-me que as pessoas estão sossegadas (por enquanto!) numa expectativa, sem esperança, mas que "reza" e "deseja" que todo este imbróglio se termine, sem mais prejuízos.

    Assim, por enquanto, mais doque preocupados em como ficará, as pessoas estão preocupadas com a necessidade de se resolver.

    Mas deixe só a "poeira da faena" assentar, e não tenho duvidas nenhumas que a maioria dos Portugueses irá condenar profundamente o "políticos da coligação", e não perdoará as "chicuelinas" em curso...!

    As pessoas em geral, se andavma já no limite por tudo o que tem sido cortado e exigido...não irão perdoar, que os nossos lideres tenham andado a "brincar" num momento tão critico.

    E não creio que supostas medidas "aliviadoras" (se é que haverá espaço para qualquer alivio) quaisquer que elas sejam...consigam apagar da memoria das pessoas esta semana triste e infeliz, onde enquanto uns brincam ás coligações, as Bolsas e os Mercados nos levaram muitos e muitos milhões...que mais uma vez terão de sair do bolso do Povo.

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  7. Concordo com a análise que faz, Pedro, sobretudo no que respeita à constatação das causas, já quanto ao efeito das mesmas ficar gravado a fogo na mente dos portugueses... sou céptico.
    Em Portugal não existe cultura cívica e a maioria espera ainda que apareça o D. Sebastião, ou que em Fátima volte a aparecer a Virgem Maria. Basta que passemos uma tarde em frente ao televisor para percebermos pelos programas transmitidos, o espírito que reina; nas cidades do norte, arraiais com fartura, musica pimba d'embarda e muito bailarico, no centro - mais aristocrático-decadente - festivais de canteiros na Liberdade e na P. do Comércio, gastronomia gourmet, etc. no sul, festivais de rock, cervejola e passa com fartura. Dentro de pouco tempo, a festa do Avante, a do Pontal, etc.
    Acha que alguma mente portuguesa se rala com as desputas políticas e com os efeitos nefastos que causam ao país e à população em geral?
    Nada!
    A malta quer arraial, sardinha, courato, tinto e cerveja. Os acontecimentos políticos são porreiros, servem para tema de conversa agitada, entre uma chupadela no caracol e uma ferroada na bifana.

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  8. Bartolomeu, além desses que refere e que o "povão" aplaude, neste tempo da irresponsabilidade geral e do facilitismo, também passaram a idolatrar, aplaudir e venerar outra classe, "os trafulhas".

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