1. Não encontrei ainda uma única pessoa que não atribuísse a principal responsabilidade pela agitação política dos últimos dias ao ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE).
2. O ex-MNE emerge assim (justa ou injustamente não importa para este efeito) de forma clara no papel de infractor político, tendo logrado, perante um País atónito, quase provocar um terramoto político com elevados danos para a economia traduzidos em mais elevados custos de financiamento para o Estado e para as empresas (bancos incluídos).
3. No entanto e em estranho paradoxo, este infractor político parece que consegue sair beneficiado do imbróglio que criou, subindo na hierarquia governamental e conseguindo amplos poderes em relação à definição (?) e condução da política económica e financeira.
4. Assim sendo, ocorre perguntar: será que estaremos perante um caso típico de benefício ao infractor, como habitualmente se diz, e os habituais comentadores têm repetidamente afirmado?
5. Ao contrário da generalidade desses comentadores e analistas de serviço aos media, tenho as maiores dúvidas que assim seja. Pelo contrário, tenho a noção de que as novas competências atribuídas ao novo Vice PM e exMNE, irão constituir uma árdua prova de fogo da sua capacidade para enfrentar os reais problemas do País...
6. E uma prova de fogo que não poderá ser resolvida com oratórias mais ou menos brilhantes, que vai envolver testes extremamente difíceis, a começar já pela 8ª avaliação do PAEF e em particular pela necessidade de mostrar efectivo serviço em relação à decantada “Reforma do Estado”...
7. E, das duas uma: ou o ex-MNE e agora Vice PM ajusta o discurso e envereda por uma “real politik” em matéria económica e financeira, dura e pura, ou então vamos passar por momentos bem complexos que nenhuma oratória, por mais brilhante que seja, conseguirá superar...
8. Nestes termos, afirmar que foi dado um benefício ao infractor parece uma conclusão pelo menos prematura...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarEu não li no discurso do PM que o V-PM fosse ficar com as Finanças. Realmente tenho ouvido alguns comentadores mais exaltados a falar nisso, mas na metalinguagem do governo da república, áreas económicas são aquelas que não interessam ao menino Jesus (nem mesmo ao Jorge), porque em rigor, económicas são todas, não há nenhum ministério que não seja funcionalmente da área económica. Até o min. dos Assuntos Parlamentares tem a função de juntar o desperdício todo num ministério.
Ora, se o V-PM vai ficar a aturar as CAP's, CIP's e CCP's desta vida, as renegociações com a troika já eram do pelouro do MNE (o MoU é que não) e o QREN está nas mãos do Poiares Maduro... eu só não concordo consigo na dimensão do engano.
Mais tarde ou mais cedo todos temos a nossa prova de fogo.
ResponderEliminarNuma época de arraiais, feiras e procissões, nada melhor que uma valente pimbalhada, para lembrar as hostes, de que habitam um país pimba!
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=RA9O2clB0gc#at=186
Caro Tonibler,
ResponderEliminarAlgo a meio caminho entre a minha suave interpretação deste "presente envenenado" (para usar uma expressão de M. Cadilhe)para o ex-MNE e a sua mais radical formulação...é capaz de se situar a correcta análise.
Caro Luís Moreira,
Sabias palavras, sábias palavras...
Caro Bartolomeu,
Que se passa com V. Exa, será que ingeriu algum euforizante? Ou foi às largadas de touros a VF Xira e veio de lá "bullish"?
Não me leve a mal tal dúvida, faz favor...
O mundo está muito mais globalizado, estimado Dr. T. Moreira.
ResponderEliminarLogo...
;))
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarSerá que a globalização pode agora ser utlizada como a velha "banha da cobra", servindo para justificar todos os abcessos opinativos, por mais nobres que se apresentem como será seguramente o caso daqueles que V. Exª dá públicco testemunho?
A globalização é uma realidade em que tropeçamos a cada passo, caro Dr. T. Moreira, mesmo achando-nos "quase" nos antípoda dessa "quase" virtual globalidade.
ResponderEliminarNo entanto, não faz parte da minha lista de argumentos, quando pretendo "justificar" as minhas opiniões.
Apesar de tudo e de globalizados, desde o mais simples ao mais alto cidadão deste país, entendo que cada um é à partida diferente do outro e mais diferente ainda dos que habitam o resto da europa e do mundo, no entanto, não perdemos o péssimo hábito de tentarmos comparar a nossa sempre peculiar atitude bacoca, com a dos nossos globalizados cidadãos europeus.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarQue hei-de eu dizer neste dramático momento? Só posso dizer que me sinto perfeitamente siderado pela crueza da sua dialética globalizacional, que tudo varre na sua passagem!
Só me resta tentar, e mesmo assim cheio de riscos, reconstruir, pedra sobre pedra, uma nova tese argumentativa, na esperança (quem sabe se vã!) de poder escapar a essa dialética destruidora!
Que vida tão difícil, esta de Postador do 4R!
E não nos é reconhecido direito a qq apoio estatal - nem tampouco Observatório da República podemos aspirar a ser, com direito a um lugarzito na Mesa Orçamental!
Prefiro a dialética internacional, à global, tanto pela questão Histórica da Lusitana Diáspora, como pela minha sensação pessoal de que a Europa nos marginaliza e sempre nos marginalizou. Reconheço que os países do centro-europeu valorizam a capacidade de trabalho dos operários portugueses, mas consideram-nos simplesmente mão-de-obra. A verdade é que, no plano empresarial e cultural, Portugal nunca conseguiu fazer-se respeitar, nem dentro, nem fora das suas fronteiras, ou seja, nunca conseguiu cumprir-se.
ResponderEliminarNo entanto, não deixamos de estar espalhados pelo mundo e de em alguns casos isolados termos atingido posições dignas de apreço.
Por isso, do meu ponto de vista, continuamos a querer manter-nos e ser parte ativa em igualdade de direitos e condições, de uma Europa que só nos aceita por não sermos uma ilha, mas não deixa de nos considerar como uma borbulha irritante e inestética.
Para finalizar, quero reconfirmar o apreço que tenho pela sua pessoa, Sr. Dr. Tavares Moreira, independente da diferença de pontos de vista. Diferença que aceito pacificamente, seja devida à minha forte limitação de conhecimentos.