Do artigo de Francisco de Assis no Público de hoje:
" Sem que nunca estivesse em causa a manutenção da identidade política mais profunda de cada força partidária, muitas foram as ocasiões em que prevaleceu um útil sentido de compromisso (...) Onde estaríamos hoje se tal não tivesse acontecido, e se alguns lideres da época não tivessem sabido correr o risco da incompreensão junto dos seus mais próximos?
Curiosamente, nos últimos anos temos vindo a assistir a uma decrescente disponibilidade para o consenso que, não raras vezes, é apontado como tentação de renúncia humilhante e de traição. Os líderes políticos procuram prestigiar-se pelo radicalismo discursivo e pela apologia irrestrita de convicções enunciadas de forma cada vez mais simplista. A cativação do espaço público por uma linguagem primária, excessivamente emotiva, subsidiária da representação mental do mundo das telenovelas com as suas metáforas corriqueiras concorrerá em muito para o triunfo deste modo de intervenção política. (...)".
Outra figura do regime que cessante... Os partidos não tiveram um sentido útil do compromisso, foram votados! E não se faz compromissos nas costas dos eleitores, isso é uma fraude e um crime contra a democracia.
ResponderEliminarResta saber o outro crime, o que vai dar cadeia a alguém. O que é que esta gente soube agora que o resto dos portugueses não sabe e que lhes está a ser escondido?
Ontem, na AR, o Primeiro Ministro foi peremptório ao afirmar(se) o salvador da nação.
ResponderEliminarE ainda, apoiando-se nas previsões do BdeP, para enaltecer a sua actuação e a excelência das medidas do seu governo; dizendo com isto, que se acha o único titular do cargo e não admite opiniões de terceiros.
Quase que a confirmar esta postura clara e frontal do PM, o PR em entrevista dada na Grande Selvagem, sublinhou o facto de o PR não ter poder para interferir nas decisões do governo, pelo que, não se justificaria nunca, um governo semi-presidencial.
Infere-se portanto, que tudo depende do PM em funções, até ao fim do mandato, sem companheirismos.
Olho-por-olho; dente-por-dente.
E, caro Bartolomeu, o governo em funções representa um consenso maior que aquele que elegeu o PR. Não deixa de ser absurdo que alguém que reuniu um consenso menor ande a falar de consenso fora das duas competências. Espero que o tempo de paridas termine no fim de semana.
ResponderEliminarNão lhes dê pressas, caro Tonibler.
ResponderEliminarAquela rapaziada ainda tem muiiiiito para debater... lá p'rás Calendas, talvez...
A mim não me assusta a burrice desta gente. A mim assusta-me se isto demora exactamente por não serem burros. E mantenho a pergunta "O que é que esta gente soube agora que o resto dos portugueses não sabe e que lhes está a ser escondido?". É que deixar o Sócrates fugir ainda vá, agora fazer a mesma outra vez (que para o Cavaco é a segunda!)...
ResponderEliminarSoube esta semana que um banco que está em aumento de capital e é quase nacionalizado estava a vender linhas de crédito aos seus clientes para comprarem acções do banco nessa aumento de capital. Uma aposta como o governador do Banco de Portugal vai fazer uma carinha de anjinho e dizer que "eu nem imaginava", como o seu antecessor fez?
É a história a repetir-se toda outra vez. Toda. Começo a concordar com aqueles que dizem que a limpeza tem que ser muito profunda. (Mentira, já concordava com a extinção do estado português...)
Suzana
ResponderEliminarA indisponibilidade para o compromisso – gosto mais do que o consenso - resulta de um caminho de radicalização política crescente que não tem nada que ver com a saudável alternância do poder. O grau de "infantilização" da intervenção política como estratégia de captação do eleitorado, não por mérito próprio mas explorando o demérito do adversário, trouxe-nos à grave situação a que o país chegou. O desprestígio dos políticos é total. Vamos poder continuar assim?