1. Foram divulgados, no final da semana passada, os dados referentes às trocas comerciais de Portugal com o exterior (UE e fora da UE) no 1º semestre deste ano.
2. Curiosamente, as notícias deram mais relevo ao dinamismo das exportações no 2º trimestre, com um aumento de 6,3%, do que ao desempenho para o conjunto do semestre, em que o crescimento foi mais modesto (+3%)...
3. ...sendo certo que também as importações recuperaram no 2º trimestre (+2,6%), embora no semestre tenham ainda mantido uma evolução negativa (-2,4%), o que sugere uma recuperação da procura interna, no 2º trimestre - e daí a expectativa, finalmente, de uma variação positiva do PIB nesse período, que amanhã deverá ser anunciada, após 10 trimestres sucessivos de variações negativas...
4. Estas notícias não são más, confirmando o que aqui temos repetidamente afirmado quanto à capacidade demonstrada pelo sector empresarial, especialmente os sectores expostos à concorrência externa, para “darem a volta por cima”, ajustando-se às novas e mais adversas condições do mercado interno, reestruturando-se (tantas vezes com muitos sacrifícios e tantos sacrificados), conquistando novos mercados...
5. ...e contribuindo para que o País comece a sair do enorme fosso de dívida em que sucessivas equipas de políticos incompetentes o colocaram – com justíssimo relevo para o Dream Team que nos “governou” no período de ouro de 2005 a Maio de 2011 – aproximando-o gloriosamente de uma situação de bancarrota...
6. Menos feliz, neste contexto globalmente positivo, foi a queda das exportações em Junho, relativamente a Junho/2012, que contrasta com o forte crescimento registado em Abril e em Maio que explica a já referida boa “performance” no trimestre.
7. Numa breve análise por mercados de destino, merecem destaque, pela positiva: a forte progressão das exportações para Espanha (+6,2%), que assim reforça a sua posição como 1º mercado; o bom ritmo de crescimento (+7,8%) das exportações para Angola, reforçando o 4º lugar, embora abaixo das expectativas; a forte expansão das vendas para Marrocos (+66,5%) que passa a ser o 10º mercado, ultrapassando a China e o Brasil.
8. Ao invés, pela negativa, temos a registar a continuação da queda das vendas para a Alemanha (-3,5%), para a França (-1,5%), para Itália (-2,4%) e para a Bélgica (-0,4%) – as quais explicam o fraco desempenho das vendas para a UE (+0,9%), que só não foram negativas graças à Espanha...
9. Em suma, notícias positivas de uma forma geral, com um contributo claramente positivo para o PIB, embora nem tudo sejam rosas...
Isto é o normal numa economia viável. Sobe-se uns, descem-se outros. São números muito positivos.
ResponderEliminarCaro Tavares Moreira, e sobre os números recentente publicados alusivos ao desemprego, designadamente, que factores poderão explicar que algumas regiões do País estejam a demonstrar uma maior capacidade de resistência à crise que outras? http://jornalismoassim.blogspot.pt/2013/08/sobre-os-recentes-dados-estatisticos-da.html
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarEsse seu prudente comentário fez-me recordar um filme já esquecido do impagável Cantinflas, "O Sobe e Desce", em que o actor estava no papel de um ascensorista num hotel de luxo, com imensas cenas pitorescas envolvidas...
Também aqui as vendas sobem para certos mercados e caem para outros, mas melhor seria que subissem para todos ou pelo menos para os mais importantes.
Pode ser que tal se venha a verificar no 2º semestre, quem sabe...
Caro murphy,
Direi que é normal que assim seja, que haja regiões do País em que, por força de maior inciativa empresarial, as oportunidades de emprego comecem a surgir com mais frequência...
Vai ser muito interessante acompanhar esta diferente dinâmica regional, na realização de investimentos em sectores inovadores, que são criadores de novos empregos.
Creio que se justificava instituir um programa que distinguisse, com prémios estimulantes, estas novas inciativas...Honra ao mérito empresarial!
Caro Tavares Moreira, não sei se já parou para se lembrar da última vez que pensou em problemas da balança crescer menos que nos outros períodos. A verdade é que nos habituamos rapidamente à "vida de rico", uns meses depois de ter uma balança positiva pela primeira vez já discutimos se é pouco ou muito positiva :). Claro que nada disto é importante porque o investimento público continua em queda, mas...
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarEsta evolução da balança de pagamentos com o exterior tem para mim importância sobretudo por causa da famosa questão do crescimento sustentável...
A minha preocupação vem daí, de precisarmos de exportações mais dinâmicas (não apenas de bens, certamente, tb de serviços)que sejam capazes de escorar um crescimento da economia sem aumento do endividamento...
É por isso que espero que os próximos meses tragam melhores notícias, não por considerar estas más...
Repare que ainda estamos longe da previsão do BdeP quanto aos saldos para os Bens+Serviços e para as Balanças Corrente+Capital, em 2013, que espero venha a confirmar-se...
Quanto ao investimento público, esse pode cair por enquanto, sem dano excessivo a não ser para os que ainda acreditam em gambozinos...
Caro Tavares Moreira, se há coisa que sempre estivemos e sempre estaremos é longe das previsões do Banco de Portugal...
ResponderEliminarLonge da previsão, mas perto do coração - convém não esquecer, caro Tonibler!
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