1. O Ministro da Administração Interna produziu esta manhã um curioso comentário, com uma certa graça até, quando se referia ao exercício de elaboração do OE/2014, dizendo que era algo de parecido com “meter o Rossio na Betesga”...
2. A expressão até tem graça, como disse (e nem ofende ninguém), mas na sua simplicidade revela uma das grandes tragédias do nosso tempo: a enorme voracidade gastadora do Estado/Administrações Públicas, um autêntico Pantagruel que nunca se dá por satisfeito com os recursos que lhe são colocados à disposição, anseia por gastar sempre mais e mais...
3. E, é claro, em tempos de vacas magras, a satisfação deste pantagruélico apetite torna-se bem mais problemática, os participantes na Mesa do Orçamento comportam-se como lobos esfaimados, não tarda temos aí as ruas novamente em protesto, aos gritos, a exigir...a exigir, em última análise, que nos agravem ainda mais os já insuportáveis impostos!
4. Ao ler aquele curioso comentário, perguntei para mim próprio: mas terá que ser sempre assim, ou será que um dia esta tragicomédia vai ter um fim? E quando é que os “media” se darão finalmente conta do triste papel que têm vindo a desempenhar, funcionando, ao mesmo tempo, como advogados do aumento da despesa pública e da redução de impostos?!
5. Mas a única resposta que fui capaz de encontrar para aquelas duas questões é infelizmente esta: JAMAIS!
Nunca ninguém disse que os estados têm que ser eternos e os há sinais para que se comece a pensar em encerrar o estado português e assumir-se de vez que não precisamos dele estão todos aí. Quem reclama? Gente que o país não precisa: juízes, políticos, jornalistas, comentadores, reguladores de mercados que não existem, gestores de empresas falidas, ...
ResponderEliminarVemos uma luta estranha. Os que pagam impostos e criam riquesa a defenderem-se de uma chusma de parasitas que se dão como imprescendíveis. Devia ser ao contrário.
ResponderEliminarTal como está, o atual regime, não serve.
ResponderEliminarAinda que o PIB fosse o dobro do atual, estou convicto de que a "xinfrineira" seria a mesma a que assistimos hoje.
Esse é o ponto, António. Esse é o ponto, mais houvesse para roubar, mais roubavam.
ResponderEliminarCaro Dr. Tavares Moreira
ResponderEliminarJulgo que a redução da actividade do Estado implicará escolhas de monta, senão vejamos:
1- Não é verdade que quisémos alargar a escolaridade obrigatória e as taxas de escolarização para níveis não inferiores aos europeus?
2 - Não é verdade que quisémos um SNS de excelência tanto que, quando as coisas se complicam, os privados enviam rapidamente os doentes para o público?
3 - Não é verdade que quisémos um sistema de justiça que cobrisse o território de maneira reticular e que, além disso, fosse absolutamente garantístico?
4 - Não é verdade que quisémos as EP's a fazer grandes investimentos e que, em vez das financiarmos, as encaminhámos para os swaps?
5 - Não é verdade que os nórdicos estão dispostos a pagar por isto, mas nós achamos que é o Estado que é muito despesista?
Em vez da imagem de "meter o Rossio na rua da Betesga", eu prefiro a de que "as pirâmides em escada do antigo Egipto eram cubos no projecto inicial mas que, em resultado dos sucessivos cortes orçamentais, adquiriram aquela nova forma".
1,2,3,4,5 e 6 custam metade do preço se passarmos os ordenados dos funcionários públicos para metade. Dizer que é a quantidade de serviços que faz a despesa pública é uma mentira com pernas muito curtas... Serve para encher o bandulho de funcionários públicos improdutivos,
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ResponderEliminarPois aí é que está o ponto!
ResponderEliminarSe, como se vem dizendo desde 2008, a solução menos gravosa seria libertar a inflação , então o corte de salários seria igual para todos!
Em vez de andarmos a malhar sistematicamente nos funcionários como se eles fossem piores que os privados!
Ou alguém quer fazer a estatística para determinar se nalgum dos sectores haverá mais "mercenários" do que no outro e está disponível para aceitar o resultado?
só encostados al paredón como no 2 de maio de 1808, de GOYA
ResponderEliminarTonibler,
ResponderEliminarTODOS os funcionários são "improdutivos", começando por aqueles que estão naquela "gaiola dourada" chamada AR.
Os serviços públicos necessitam de gente para poderem funcionar e não é com ordenados baixos que se motiva alguém para executar tarefas, que no mínimo, têm de ser eficazes.
No dia em que passarem os funcionários públicos da AR a ganhar o ordenado mínimo nacional e a poderem usufruir de reforma nos moldes que os restantes trabalhadores usufruem poderei vir a concordar consigo, mas com o cuidado que o assunto merece.
Abraço
Mas quem é que em Portugal dispensa os serviços públicos?
ResponderEliminarVeja-se por exemplo o ensino privado que quer apoderar-se da clientela do ensino público à custa, claro está, do cheque ensino providenciado pelo estado e suportado pelos cidadãos atrvés dos impostos.
Quais são os empresários privados que não almejam prestar, eles próprios, um serviço público?
De resto, como se entende que se encarnicem tanto em fragilizar o serviço público?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarMuitas vezes anunciado, outras tantas esquecido, continua a faltar em Portugal um debate sério sobre a extensão das funções do Estado...
Enquanto tal não acontece - nem vai acontecer porque os políticos têm coisas muito mais importantes para discutir, como esta imbecilidade dos SWAPS - a tendência do Estado é para engordar, sempre para engordar, se não tivermos uma tutela externa que combata esta praga!
Caro just-in-time,
Conceito muito curioso, esse de "libertar a inflação"...
Poderá dar-nos alguns tópicos quanto a saber como se consegue isso no regime económico em que vivemos há já 15 anos?
Sabe, camarada Elisiário, os salários da pessoas, como tudo o que deriva da actividade económica, não é uma questão de querer. É aquilo que o conjunto das pessoas todas, aquilo que se convencionou chamar de mercado, entende que é correcto. Os economistas chama-lhe equilíbrio, mas não é, é um "campo-médio". Se o ordenado dos funcionários públicos fosse adequado, o estado não teria falido.
ResponderEliminarA motivação vem do facto de quererem ou não o emprego que lhes é dado. Motivação que é comprada, não sei onde foi buscar isso, mas empresa nenhuma a aceita de certeza. "Ah, eu sou muito motivado se for aumentado, se não for continuo sem motivação ou seja, sem fazer nenhum..."
Caro Dr. Tavares Moreira
ResponderEliminarConcordo consigo, a questão está na duração do actual regime económico.
E, permitindo-me citar a crónica de hoje de VPValente: "Entretanto, a Alemanha vai vendo com horror a aproximação do momento em que se tornará o último recurso da irresponsabilidade interna de umas dezenas de países. Se decidiu ser de uma particular severidade connosco e com a Grécia foi para não abrir um precedente. O que a preocupa é a França, que se recusa a qualquer reforma substancial e que não tardará a cair no buraco em que nós caímos.
Ora se o nosso problema e o problema da Grécia se resolvem com uns trocos, uma eventual ajuda à França, e com ela à Itália, provocaria provavelmente uma inflação descontrolada."