1. O PR terá afirmado hoje que precisamos de uma Consolidação Orçamental que seja amiga do Crescimento/Emprego...
2. Ao mesmo tempo terá exortado os “agentes políticos” a falarem mais em Crescimento...sendo certo que, quanto a esta exortação, ela parece de reduzida utilidade pois se há coisa que os ditos “agentes políticos” gostam de fazer é falar de Crescimento, a torto e a direito, quando podem e devem faze-lo e, com a mesma convicção, quando não podem ou não devem...
3. Relativamente à primeira questão, de apelar a uma Consolidação amiga do Crescimento, já tem algo mais que se lhe diga...
4. ...em 1º lugar, porque recomendar essa relação de amizade supõe que possa existir uma Consolidação que é inimiga ou pouco amiga do Crescimento, o que até é verdade e temos no corrente ano um exemplo vivo disso, com um forte aumento da carga fiscal a compensar um aumento muito pouco decente da despesa pública (vide a execução orçamental até Agosto, ontem divulgada)...
5. ...mas ainda estamos recordados das razões que ditaram esse aumento da despesa pública, não é verdade?
6. Em 2º lugar, neste tipo de declarações, há sempre vantagem em ser um pouco mais explícito, procurando caracterizar o fundamento das relações de amizade entre a Consolidação e o Crescimento: será importante, por exemplo, não esquecer o papel da Consolidação Orçamental como adjuvante do processo de correcção dos desequilíbrios da economia que, como em Post ontem editado, entre nós evidencia elevado sucesso...
7. Seria ainda útil deixar claro que uma Consolidação amiga do Crescimento, atentando na nossa realidade, deverá ser feita pelo controlo/redução da despesa e não pelo aumento da receita, uma vez que são reconhecidamente excessivos os níveis de fiscalidade, de despesa e de dívida pública...
8. Mas já não foi mau o PR ter admitido a amizade entre Crescimento e Consolidação Orçamental, numa altura em que não faltam “agentes políticos” que a cada passo papagueiam a inimizade entre os dois conceitos, insistindo na ideia de que a Consolidação (que apelidam depreciativamente de Austeridade) é responsável pela quebra da actividade e pelo elevado desemprego, esquecendo que essa responsabilidade é atribuível, em primeira linha, às políticas que tornaram a Consolidação inevitável...
Temos portanto um PR adepto do Segurismo ou, do ponto de vista científico, um Professor de Economia defensor da asneira.
ResponderEliminarComo sempre foi....
Caro Tavares Moreira, custa-me sempre a entender que se depreciem desta forma entendimentos com os quais não se concorda e eu a pensar que nesta matéria da economia e das finanças públicas não há um pensamento único!
ResponderEliminarSeu comentário está incompleto, Tonibler, falta ainda o "delenda est Bethleem"...
ResponderEliminarCara Suzana,
Agora é que a minha ilustre amiga me deixa confundido. Desculpe-me a pergunta, mas onde é que descobriu a depreciação de outros entendimentos?
Acha que discordar, até de forma bem suave como neste caso, significa o mesmo que depreciar, com a agravante do anátema de pensamento único?
Exactamente porque não há um pensamento único, como bem sugere, é que a expressão desta concreta opinião não pode ser tida como forma de depreciação...
Ou não será assim?
Ĉara Suzana,
ResponderEliminaré óbvio que não há um pensamento único. Há dois, o certo e o errado. Este é o errado.
Cara Suzana,
ResponderEliminardesta vez sou obrigado a concordar com o carissimo Tavares Moreira.
Mais concretamente quando em resposta a sua constatação, afirma que :
"(...)até de forma bem suave como neste caso".
Isto porque fosse eu a dizer o mesmo, saltava logo epitetos como : "insanos Crescimentistas" e afins.
No caso concreto, sendo o Cavaco Silva, foi de facto "bem suave".
De todas as maneiras, obvio que estou consigo Suzana...e tambem a mim "leigo" me parece que absolutismos e ominsapiencias "á lá Tonibler" não só não nos levam a lado nenhum...como foram tambem as causas que nos trousseram aqui.
E já que não temos trocos, e não opdemos abrir mais as carteiras...que tal experimentar abrir os espiritos e os debates ?
(ainda assim, é curioso constatar que até já o PR questiona estas politicas...demonstrando-se uma faceta "perigosamente Crescimentista" até agora escondida!)
ResponderEliminarCaro Pedro,
ResponderEliminarMas que inferência mais "masoquista", perdoe-me o qualificativo!
Então se fosse o Senhor o alvo dos comentários, seria etiquetado de Crescimentista e vituperado sem clemência? Que barbaridades me aponta!
Mas eu não reputei nem reputo as declarações do PR como manifestação de Crescimentismo, aliás se o entendesse não teria deixado de o dizer...
Penso sim, que o PR não teria perdido nada se tivesse qualificado um pouco melhor o que entende por Consolidação amiga do Crescimento - até porque, em minha opinião, tal qualificação nem é assim de uma grande complexidade e ainda porque seria importante uma voz autorizada como a do Presidente pronunciar-se sobre o tema...
Mas já não foi mau que o PR tivesse deixado claro que Consolidação Orçamental (Austeridade, para os Crescimentistas) e Crescimento não constituem valores antitéticos,e até podem ser amigos, dada a gritaria que por aí anda - com Blocos, APUs e até alguns Rosas - pretendendo convencer o bom Povo de que a Consolidação/Austeridade é sempre má!