quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A difícil questão da sustentabilidade ou insustentabilidade da dívida...

1. Questionado ontem, em Estocolmo, sobre a decantada questão da insustentabilidade da dívida, tema que tem merecido amplo tratamento dos habituais analistas que enxameiam os media, o PR teve uma reacção curiosa: disse que um comentário desses feito em Portugal, sobre a dívida do próprio País, tem um sabor MASOQUISTA.

2. Compreendo esta declaração e, no essencial, identifico-me com a mensagem que veicula: discutirmos nós próprios a insustentabilidade da dívida que, em primeira mão, nos compete pagar, equivale a um convite aos credores para deixem de nos conceder mais crédito e exijam o pagamento do que está em dívida...

3. Num plano mais substantivo, julgo que há vantagem em analisar a sustentabilidade da dívida por dois ângulos distintos: da dívida privada (famílias e empresas, incluindo bancos) e dívida pública (Administrações Públicas e, agora também, um grupo já numeroso de entidades empresariais públicas reclassificadas, para além da que advém do apoio aos bancos embora neste caso com boas contrapartidas que permitem ao Estado mais do que compensar os encargos suportados).

4. Quanto à primeira, aquilo que cabe dizer é que tanto empresas como famílias assumiram, com muito sacrifício mas com excelentes resultados, o desafio de resolver o problema da sua dívida, tendo já começado a gerar excedentes consideráveis em relação ao exterior, traduzidos, como já aqui referi, num saldo positivo conjunto das balanças corrente e de capital, até Julho deste ano, de cerca de 1,5% do PIB, número que até ao final do ano se espera venha a atingir 3% do PIB ou mesmo mais.

5. Quer isto dizer que o sector privado iniciou já, “in earnest”, um grande esforço de ajustamento e de redução do respectivo endividamento, em termos absolutos e em % do PIB, assegurando, do mesmo passo, a sustentabilidade da dívida pela qual são directamente responsáveis...

6. O problema concentra-se assim no segundo ângulo de análise, da dívida que é responsabilidade directa das Administrações Públicas e de um grupo considerável de empresas públicas reclassificadas...

7. ...cuja disponibilidade para seguir o exemplo do sector privado - e sobretudo os sacrifícios suportados pelo sector privado – não está ainda assegurada, assistindo-se a uma luta titânica na defesa de interesses corporativos que se agarram desesperadamente à mesa do Orçamento procurando a todo o custo manter privilégios que vão contribuindo para engrossar cada vez mais a dívida pública...

8. Em resumo e conclusão, o tema da sustentabilidade ou insustentabilidade da dívida – sobre o qual nada ganhamos em exprimir posições derrotistas na praça pública – depende criticamente da capacidade do Estado para se auto-reformar, para gerar poupanças (excedentes orçamentais primários visíveis) que permitam travar o crescimento da dívida pública primeiro e fazê-la baixar depois...

9. Conseguirá o Estado (na acepção lata acima definida) responder ao desafio, seguindo o exemplo do sector privado, ou será que vai optar por nos arrastar a todos na onda da insustentabilidade, dando finalmente razão aos ditos (e bem ditos) MASOQUISTAS?

27 comentários:


  1. Ha muito que o estado deveria ter dado ouvidos, aos agora classificados de MA SO QUIS TAS pelo nosso PR. Mas não. O governo optou por impôr medidas cada dia mais gravosas para os cidadãos, criando com elas, condições ideais para que, falência de empresas e despedimento, aumentassem em avalanche. Hoje, quer o governo e o nosso PR alinha, "tapar o sol com a peneira" e, a exemplo da acusação lançada pelo nosso Primeiro, para justificar a dimensão da crise, acusando os portugueses de terem andado anos de enfiada a gastar acima das suas possibilidades, quer agora, que nos consideremos afortunados por estarmos com um nível de desemprego altíssimo, um nível de impostos altíssimo, um nível salarial baixíssimo, uma dívida externa altíssima e um pib baixíssimo. E ainda acham que se conseguirmos, perante este estado de sítio manter um sorriso nos lábios, os nossos credores nos vão confiar o ouro de que precisamos para pagar os juros do ouro que nos emprestou e ainda, emprestar-nos mais ouro.
    Não sei, mas em minha opinião encontram-se em jogo duas opiniões diferentes e antagónicas. Se um casal com 3 filhos se achar desempregado, sem recurso aeconomias de reserva, e tiver de satisfazer o compromisso da prestação da casa e do carro, este casal vai concerteza dirigir-se ao banco e declarar-se incapaz de setisfazer os seus compromissos. Por sua vez, o banco, que está encalacrado com a falta do dinheiro que emprestou a este casal, vai-lhes responder com a mior bonomia possível: vá lá meus amigos, não desanimem, façam um esforço, vocês são jovens e se se empenharem a fundo, se deixarem de se vestir e começarem a vender o corpo, vão ver que conseguem. Vá, toca a trabalhar e não sejam MA SO QUIS TAS!!!

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  2. Dr. Tavares Moreira
    Já vimos de tudo, até conferências são promovidas para debater a reestruturação da dívida pública portuguesa.
    Li há pouco a notícia que o Deutsche Bank está a aconselhar os seus clientes a comprar dívida pública portuguesa.

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  3. Anónimo22:53

    Há opiniões para todos os gostos. Estou convencido que qualquer dia o governo inclui no acervo de jogos eletrónicos (de fortuna e azar) que acaba de aprovar, apostas na sustentabilidade ou insustentabilidade da dívida lusa.
    No meio da discussão, que recorre até a ricas metáforas, creio que incontroverso continua a ser aquilo que o governador do BdP há tempos disse: a TRAJETÒRIA da dívida pública é insustentável.

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  4. Assim falava a CE há um ano apenas.

    "As novas projecções da Comissão Europeia revêem em alta o stock máximo de dívida pública para 118,5% do PIB em 2013, um valor que se aproxima da barreira psicológica dos 120% que serviu de meta para a Grécia na decisão de imposição de perdas ao sector privado com dívida pública do País.
    A análise à sustentabilidade da dívida pública portuguesa admite como cenário central um crescimento nominal da economia um pouco acima de 4% (2% em termos reais, e 2% de inflação), uma taxa de juro de mercado de 5% e um superavit orçamental primário de 3%. Neste cenário, a dívida será sustentável mesmo que o crescimento seja um ponto mais baixo ou a juros um ponto mais elevados. Contudo, se a taxa de juro de mercado subir para 7% a situação nacional torna-se insustentável".

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  5. Por acaso estou no mesmo sítio e a notícia dos masoquistas chegou hoje depois de alguns dias de convencer os suecos de que isto não é um grande hotel ao lado de Espanha. Felizmente, isso deu a oportunidade de mostrar (e dizer) que há Portugal e há a república portuguesa. Porque realmente para quem diz aos outros que é português começa a não haver pachorra nenhuma para estas porcarias!! Chiça!!

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  6. Caro Bartolomeu,

    A sua caricatura político-social é muito bela, certamente merece todo o respeito, mas passa ao lado da questão central da (in)sustentabilidade debitoris...
    O comovente exemplo micro que refere, não á aplicável ao nível macro...
    A não ser que me diga que o País se prostitui, por
    exemplo, ao apostar no turismo e nas exportações...será que?

    Cara Margarida,

    Que admiráveis essas conferências e que proveito temos vindo a usufruir de tais eventos!

    Caro Ferreira de Almeida,

    A trajectória da dívida pública não é sustentável indefinidamente, nisso estamos de acordo...e por isso a necessidade de a travar e depois inverter...
    Mas aí é que está o busilis, como diz o Post...

    Caro Tonibler,

    Não o imaginava integrado na comitiva presidencial, mas fico muito satisfeito por receber tal notícia! E é da maior justiça, atentos os seus méritos empresariais que conhecemos!
    Espero que contribua para amenizar as suas relações com Bethleem...

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  7. Caro Tavares Moreira,

    Não me parece que a república vá durar assim tanto tempo pelo que não há necessidade de amenizar nada.

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  8. Se estivermos a referir-nos ao mesmo país, Portugal, caro Dr. Tavares Moreira, o comovente exemplo que caricaturei, não é somente comovente, mas é também degradante e asfixiantemente real, pelo que, não é somente micro, nem macro, é quase universal. O país prostitui-se sim, mas a níveis surpreendentemente mais elevados, a nível dos contactos internacionais e governamentais. E a insustentabilidade da dívida, ou se pronunciado em latim, amenizar um pouco o significado da palavra, não se trata de uma questão masoquista, mas sim real, reflexo de uma política de austeridade castradora e desmotivadora que só será posível reverter, se o nosso governo, ou outro que venha a substituílo, tiver a coragem necessária para mudar o paradigma que nos é imposto pelos defensores dos interesses financeiros que nos governam. Isto parece uma pescadinha de rabo na boca, mas não é, de certeza uma caricatura MA SO QUIS TA.

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  9. A verdade é que o peso que temos é o da dívida. Fazendo um exercício simples de colocar a dívida ao nível pré-Socrates, teríamos a pagar pelos juros menos de metade do valor actual. O que colocaria, só por si, o orçamento num nível equilibrado.
    As soluções que temos actualmente não servem. E são 3:
    1)Mercados que não nos emprestam ou o fazem com o BCE por detrás e a mais de 7%. Não serve.
    2)Troika que nos empresta, a juros mesmo assim com uma componente de "castigo", mas dependentes de medidas sociais duras que não garantem o equilibrio social necessário para as (verdadeiras) mudanças. Quem as aceita e as leva a cabo é arrasado nas eleições.
    3)Partidos de esquerda que serão os vencedores da teimosia atrás indicada. Com resultados opostos. Fim da auteridade, incumprimento e falência do País.
    A solução?
    Na minha opinião, só por aqui:
    http://notaslivres.blogspot.pt/2013/10/divida-defices.html

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  10. Caro Tonibler,

    Claro, claro, não precisa porque já está amenizado? Se assim for, folgo muito com isso, acredite.

    Caro Bartolomeu,

    A alternativa real à austeridade ter-se-ia chamado, na época, bancarrota.
    A sua análise socio-política, para mim muito respeitável como sempre, que fustiga sem piedade a dita austeridade, implica uma forçosa preferência pela opção bancarrota.
    Acha que essa alternativa teria menores custos sociais e económicos?

    Caro Gonçalo,

    Respeitando a sua opinião e a solução que diz ser única (só por aqui...).
    Mas não o posso acompanhar porque não consigo acreditar na viabilidade do percurso, não é por má vontade, pode estar certo...

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  11. Sem contradizer,obviamente, a tão respeitável e infinitamente mais autorizada opinião do meu estimado amigo Dr. Tavares Moreira, atrevo-me no entanto a colocar-lhe duas perguntas que, bem vistas as coisas, se podem concentrar numa só: Por acaso, a suposição que apresenta de vir a suceder uma bancarota, em consequência de medidas menos austeras para combater a crise, minimizar o défice e abater a dívida pública, foi em algum tempo comprovada? O rumo que o governo está a seguir, a consequência das medidas que têem sido aprovadas, asseguram-nos que o país nunca virá a estar nessa situação?

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  12. Caro Bartolomeu,

    É factual que em Maio de 2011 não haveria dinheiro para pagar aos funcionários públicos, em geral, na ausência da assinatura do Memorando de Entendimento, "alma mater", ou "blueprint" se preferir, do que apelida de política de austeridade.
    E o rumo seguido entretanto permitiu, pelo menos, diferir esse evento em 2 anos e meio até ao momento e tudo indica que tal cenário irá prolongar-se "for the foreseeable future".
    Mas olhe que eu começo a estar próximo da sua posição, ou seja de que teria sido preferível um cenário real de bancarrota, sem dinheiro para pagar os salários - talvez hoje as pessoas tivessem outra atitude em relação às reais alternativas que se colocam...
    O meu ilustre amigo começa a convencer-me...

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  13. Tomara eu, vislumbrar sinais, mesmo que ténues, capazes de me convencer que o "fantasma" da bancarota iria incidir sobretudo na impossibilidade de o estado pagar os ordenados aos miseráveis funcionários públicos, caro Dr. Tavares Moreira. Se essa "epifanica" imagem me surgisse, garanto-lhe caro Amigo; a minha primeira decisão seria comprar um chicote e um par de cilícios e flagelar-me-ia todos os dias pelos maus prenúncios que me atrevi a tecer acerca dessas medidas.

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  14. Os meus caros andam uns masoquistas que não entendem a injustiça que é os mercados não entenderem o esforço feito pelos portugueses....

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  15. Caro Bartolomeu,

    Faça lá um esforçozito e vai ver que conseguirá vislumbrar sinais, alguns ténues e outros menos ténues, deva nova realidade que vai despontando por debaixo dos discursos derrotistas ou masoquistas...
    E, se mesmo assim tiver dificuldade, nada como combinarmos um almoço em Arruda, ainda (bem) antes do Natal de 2013, para que o ilustre Bartolomeu se convença mais afoitamente!

    Sim, Tonibler, os mercados definitivamente não nos entendem...veja que hoje até as taxas de juro (yields) nos diferentes prazos da dívida pública (2 a 10 anos), baixaram acentuadamente.
    E o bom do Prof. Seguro - abstraindo da simpatia pessoal que me merece - desesperando por criar incerteza! Não há direito!

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  16. Não me peça mais esforços, caro Dr. Tavares Moreira, os que faço já ultrapassam a resistência de um simples cidadão pagador de impostos.
    Contudo posso garantir-lhe que no campo dos esforços para compreender o destino que é dado às tranches que «esmolásticamente» recebemos dos nossos parceiros e amigos, da globalização, não consigo ver, para além da manutenção dos serviços públicos e consequente pagamento aos funcionários que o desempenham, outros destinos maiores para elém de umas pequenas ninharias como sejam a manutenção de fundações, institutos e observatórios que se não existissem o país também não teria hipotese de existir, certamente; os contratos fantásticos que incluem a compra de submarinos, helicópteros e carros de combate que, a não existirem, Portugal já tería sido de certeza invadido e conquistado pelos Esquimós; as reformas milionárias que os ex-altos cargos d'isto, d'aquilo e d'aqueleoutro auferem pelos preciosos serviços prestados à nação, dos já surrados e ressurrados casos dos swap dos contratos das SCUT, dos BPN's, das fraudes e dos paraísos fiscais. Nada que nos impessa de ver que «por debaixo dos discursos derrotistas ou masoquistas...nova realidade que vai despontando». Acredite, caro Amigo Tavares Moreira: nestes contorbados tempos que vivemos, tenho mais medo destas "novas realidades que despontam" que os portugueses de quinhentos, tiveram do Admamastor.
    Quanto ao almoço... Óh meu estimadíssimo amigo, esse assunto está sempre em aberto e á espera de confirmação de data!!!

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  17. Caro Bartolomeu,

    Pode bem crer que em relação a alguns dos pontos que coloca temos preocupações muito próximas e eu até talvez tenha obrigação de, em relação a alguns desses temas, ser de opinião mais severa do que o Senhor pelo conhecimento próximo de algumas dessas tristezas nacionais...
    Mas o ponto não é esse meu Caro, esse tem a ver com o lamentável empobrecimento e enfraquecimento das instituições responsáveis deste País ao longo dos últimos anos (pelo menos 15, na minha contagem)...
    O ponto que estamos a discutir tem outras coordenadas, tem a ver com a impossibilidade de exigirmos aos nossos credores que nos financiem se não criarmos as condições para isso.
    Olhe, creio termos aqui matéria mais do que interessante e candente para um próximo almoço (de preferência em Arruda)...

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  18. Estimado Dr. Tavares Moreira, o próximo dia 10, é para mim um bom dia para conversar e almoçar na apreciada companhia do meu caro Amigo e dos (pelo menos) habituais confrades. Bom seria se outros se nos juntassem. Arruda é obviamente uma excelente escolha, não deixando no entanto de sugerir um outro restaurante muito perto que serve outras iguarias e também recomendável.
    Aguardemos então que se pronunciem os interessados.

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  19. Caro Bartolomeu,

    Vamos ter de selecionar outra data, o 10 de Outubro já está tomado: tenho de comparecer no almoço de aniversário de um velho amigo, Crescimentista de gema, que não me perdoaria se eu faltasse nesse evento!
    Porque não articula com o sempre eficiente Pinho Cardão, que conhece como ninguém as datas mais convenientes para a generalidade dos convivas?

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  20. Dr, não tem sentido, com a dívida a valer lixo, estarmos obrigados a refinancia-la a 7 e 8%.

    Se a dívida for restruturada (para o longo prazo e juros alemães) evitariamos situações drásticas. Mesmo que sejamos obrigados a fazer isto de forma unilateral.

    Poderíamos até, entrar em excedente orçamental e a não precisarmos de financiamentos externos...

    E poderíamos não aumentar a austeridade (vai entregar o País, de bandeja, à esquerda).

    E poderíamos inverter as políticas de trabalho (reduzindo o trabalho que cabe a cada um), aumentando o número de empregados (mesmo que cada um ganhe um pouco menos, com maior qualidade de vida).

    E cortaríamos a emigração que, nos termos actuais (jovens que saiem e por lá ficarão) - serão o fim do País pois não haverá quem tenha os filhos que o País precisa para se renovar demograficamente.

    É triste esta situação de não haver alternativas válidas em cima da mesa...

    http://notaslivres.blogspot.pt/2013/10/saidas-para-os-paises-vergados-pela.html

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  21. aro Gonçalo,

    Um brevíssimo apontamento para esclarecer que não é possível reestruturarmos a dívida de forma "unilateral".
    Isso só seria possível se acumulássemos a qualidade de devedores e de credores, o que, infelizmente, não é verdade a não ser para a pequena parcela da dívida pública detida por entidades públicas nacionais.

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  22. Caro Tavares Moreira,

    Isso não é inteiramente verdade. Não estamos a recorrer é às pessoas certas para reestruturar dívida unilateralmente, como o Dr. João Vale e Azevedo. Há quem lhe chame "ferrar o calote", mas são pessoas sem a devida experiência.

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  23. Caro Tonibler,

    Nesse caso não se trataria propriamente de uma reestruturação unilateral, talvez mais de uma reestruturação fenomenal...
    Por tal, entendo uma restruturação em que os credores viriam pedir-nos a gentileza de reestruturarmos a dívida, oferecendo-nos uma panóplia de incentivos em troca, como por exemplo dispensa d ejuros por tempo indeterminado, obrigação de pagar apenas nos dias pares, etc.

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  24. Meu caro, ainda lhe oferecem um cargo de docência no ISEG....

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  25. Caro Tonibler,

    Nem a brincar diga isso! Só se for um cargo de indocência!
    Daqueles que só conferem direitos e rejeitam, por ofensivos, os deveres!
    Temos por aí outdoors aos montes, incitando o Povo a rejeitar a dívida para salvar as pensões e outras prestações devidas pelo Estado, que bem poderiam servir de introdução à matéria de tal indocência...

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  26. Dr.
    Pode chamar a isso renegociar a dívida. Pode chamar qualquer outra coisa...
    Continua a achar que CHEGADOS A UM PONTO SEM SAÍDA, poderíamos tomar essa decisão simples: sem dinheiro, em vez de entrarmos em rotura, haircuts, caos, saído do Euro faríamos simplesmente o seguinte:
    Durante 3 anos, pagaríamos juros e amortizações de dívida (não com dinheiro que não temos) com novos títulos de dívida de longo prazo e juros alemães.
    Deixamos de aceder aos dinheiros exteriores (e passamos a viver com o que produzimos e a pagar tudo a pronto) e era um mal menor para os credores.
    Acho que será isto que vai acontecer com quase todos os países na nossa situação. Só deveremos estar à espera que chegue ao clube uma Espanha ou Itália...
    Isto tudo se, antes, não entornar o caldo nos EUA...

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  27. Caro Gonçalo,

    Não sei se já reparou, mas a Espanha que menciona está a afastar-se do pelotão da rectaguarda a uma velocidade que impressiona...
    Não tarda muito e, se nos distraímos, até a Grécia nos passa a perna.
    Quanto à hipótese de (re)negociação da dívida pública que amavelmente descreve, penso que fica muito bem como exercício onírico mas não irá muito além disso...

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