quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Relatório do FMI e uma certa liturgia da insensatez...

1. Fui esta manhã surpreendido por uma chuva de opiniões, em versão radiofónica, acerca de uma recomendação supostamente inserta no último relatório do FMI, ontem divulgado, relativo á 8ª/9ª avaliação do PAEF, apontando uma redução salarial em Portugal...

2. Foram inúmeras as personalidades que debitaram a sua habitual sapiência sobre a matéria, com pronunciamentos nalguns casos nacionalistas, rejeitando liminarmente a suposta recomendação do FMI, que o tempo dos salários baixos já lá vai (curiosamente ainda não lá vai o tempo do desemprego altíssimo...), que o Governo deveria rejeitar expressamente tal recomendação, que isto constitui quase um insulto ao orgulho dos portugueses, etc,etc,etc...

3. Até o “pobre” do Ministro da Economia não foi poupado, parece que conseguiram extorquir-lhe uma declaração qualquer sobre o tema e, sobre tal declaração, bastante vaga se bem entendi, criaram logo a história de que também o Governo se opunha patrioticamente a tal ingerência...

4. Tive a curiosidade de ler entretanto o dito relatório do FMI e o que lá encontrei (págs 6 e 8), é algo de bem diferente da conversa nacionalista desta manhã, e até faz bastante sentido...

5. O que o FMI faz é chamar a atenção para o facto de os elementos de rigidez ainda subsistentes no mercado de trabalho – nomeadamente a rigidez salarial – terem tido como consequência (e voltarem a ter, se tudo ficar na mesma) o alto desemprego como válvula de escape para a forte quebra da actividade económica...

6. O caso recente do BCP permite ilustrar este dilema: defrontado com a necessidade de reduzir os seus custos de funcionamento, o Banco propôs uma redução salarial precisamente para evitar um maior número de despedimentos (os sindicatos do sector até parecem receptivos a tal medida); se tal redução não for aceite, o Banco será forçado a avançar com mais despedimentos...

7. O comentário do FMI, especialmente direccionado aos sectores expostos à concorrência (nos chamados produtos e serviços transaccionáveis), parece pois fazer todo o sentido e ser até socialmente equilibrado: será certamente muito menos penoso, do ponto de vista social, se uma empresa for capaz de sobreviver com uma redução dos custos salariais de 10% ou de 20%, por hipótese, que ela tenha a possibilidade de negociar tal solução como alternativa à insolvência e encerramento...

8. Mas bastou isto para desencadear uma torrente de comentários nacionalistas e de acusações ao FMI por vir propor baixas de salários, ofendendo esta pobre Nação já tão vilipendiada pelos credores internacionais...

9. Não têm mesmo cura, estes “media”; mas aqueles que aceitam colaborar nesta liturgia da insensatez, não resistindo ao microfone, também não se saem muito brilhantemente...

25 comentários:

  1. Comungo do mesmo ponto de vista, caro Dr. Tavares Moreira. É uma insensatez destes média, dos comentadores e até do pobre Ministro que não soube ler a direito as linhas do relatório do FMI.
    É evidente que a este povo que andou vários anos a gastar a cima das suas reais possibilidades e que agora aufere ordenados excessivamente altos, pode perfeitamente - em nome da sutentabilidade dos lucros de um banco, ou de uma empresa - dispensar 10, 20, 50 ou até 100€ do seu ordenado. Afinal, acabam por gasta-lo todo em futilidades, em excentricidades como alimentação, educação, saúde, habitação. Bahhh!!! Que diferença faz receberem metade do ordenado, ou até menos?! O que importa é que o estado tenha dinheirinho para as despesas, os bancos tenham lucros para mostrar aos accionistas, os empresários possam manter o nível de vida, os carros, as viagens os restaurantes caros, etc. Os trabalhadores que aprendam a nobre arte de apertar o cinto, sinto que a maioria já não encontra espaço no cinto para mais um furo, mas pronto, ainda se sustêem de pé, já não é mau...

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  2. Levando ao limite, diria que se o pessoal aceitar um salario de 0€...
    ...certamente haverá emprego para todos!
    Aposto até que as indeminizações por despedimento, passam a ser de 14 salarios por ano de trabalho.


    A questão fundamental, não é o cortar tudo (au-Histerismo)...ou o investir tudo (Crescimentismo)!

    A questão fundamental, é encontrar o equilibrio...perceber onde está o limite dos cortes que assegura o futuro e o limiar minimo de estimulo á Economia para q esta cresça.

    Não se pode viver sem as duas vertentes, pelo que de nada adianta andar com "barricadas" e defender que é tudo assim, ou antes tudo assado.

    E quem não entender que a nossa salvação está no encontrar desse equilibrio, teimando em visões manequeistas (dum lado ou do outro!) só contribuirá para o enterro nacional!

    Ressalva: comentário sem referenciar ninguém em particular ou a pessoalizar a critica.

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  3. Concordo com a sua opinião, caro Pedro, só que, equilíbrios, no nosso país, só podemos esperar vê-los no circo. Entre governo, oposição e sindicatos, esse desiderato não passa de utopia.
    E tudo, penso eu, devido à sugestão da Drª Manuela Ferreira Leite, de estarmos 6 meses sem democracia. O governo levou demasiado à letra a questão e decidiu transformar a suspensão, em definitivo, acrescentando-lhe... só para dar um toque de requinte, uma recessão sempre em crescendo, mesmo quando o nosso estimado autor nos dá notícia de que as exportações crescem e o desemprego encolhe...

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  4. Não tem nada que saber; os salários não devem superar ao que a economia pode pagar - o ajustamento ocorrerá sempre, como está a contecer. Os ganhos de produtividade devem ser repartidos entre trabalho e capital incrementando simultâneamente a procura interna e a oferta interna. Tal deveria ser analisado e decidido sectorialmente, o que é dificultado pela acção do, quanto a mim malfadado, Conselho de Consertação Social. Mais contenção nos salários mais altos, sobretudo nos setores dos serviços, sim, compensando correspondentemente os salários mais baixos, sim.

    Porém, parece que se prefere poucos salários altos e muito desemprego a mais emprego com salários moderados. Não é assim?

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  5. Anónimo23:01

    Caro Tavares Moreira, sempre me pareceu que a relação entre valor dos salários e quantidade de empregados é de muito dificil apreensão. Não será agora que as pessoas a entenderão. Os sindicatos (admito que os dos bancários possam ser uma excepção) até acho que a entendem mas preferem fazer-se desentendidos. Uma certa central sindical, essa então prefere nem tomar conhecimento de tal coisa. Os comentadores alinham pela mesma bitola. Afinal, o que está na moda é dizer mal do governo seja lá pelo que for.

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  6. Caro Bartolomeu,

    Parece-me possível encontrar, nas entrelinhas de seu brilhante comentário, o receio atávico de que os chineses possam impor ao nosso querido FUSO uma zurrapa abominável, que jamais poderá servir de acompanhamento para o fabuloso bacalhau ou as formosíssimas costeletas de vaca que bem conhecemos...
    Embora compreendendo o horror de tal cenário, contra o qual nos bateremos solidariamente até ao fim, não creio que tal justifique a significativa cedência que o ilustre Bartolomeu parece estar fazendo à demagogia fácil em matéria de salários flexíveis versus despedimentos...
    Mas então optemos pelos despedimentos e (adversativo) não nos queixemos que a taxa de desemprego seja tão elevada!

    Caro Pedro,

    Muito bem, continuemos com desemprego elevado, se essa for a opção...mas depois não se queixem, como já sugeri ao ilustre Bartolomeu...

    Caro Zuricher,

    Espero poder recuperar uma declaração que li há dias, feita por um representante dos sindicatos da indústria automóvel espanhola que poderia servir bem de lição neste domínio: ele sustentava, exactamente, rigorosamente, a mesma teoria que o FMI agora sustenta...
    A que distância estamos nós desse plano...não admira que a Espanha tenha já entrado numa fase de recuperação, com significativo influxo de investimento estrangeiro, a Irlanda se tenha despedido da Troika, à francesa, e nós cá continuamos neste triste fado!

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  7. Relativamente à primeira parte do comentário que o estimado Amigo, Dr. Tavares Moreira me dedica, acho-me em inteira consonância. E olhe que talvez a "coisa" já tenha estado mais longe de acontecer... em volta do santuário do bacalhau e das costoletonas há já instaladas 4 lojas de asiáticos que poderão perfeitamente ser a linha avançada para a consumação dessa indesejável intrusão.
    Quanto ao segundo parágrafo do mesmo, saiba o caríssimo DR. que pode sempre contar com a minha participação e empenho, no combate a qualquer género de invasão abusiva, opressora, demagógica e degradante.
    Quanto ao terceiro parágrafo - aqui "o tear fia mais fino" - não seria boa política deixarmos que a nossa acuidade visual e cognitiva fosse corrompida e começasse-mos a confundir a "rua do meio" com o "meio da rua". A este respeito sabe o meu estimado Amigo, bem melhor que eu, não ser uma política de redução de salários, a salvação para a manutenção de postos de trabalho e ainda, muito menos, da criação dos mesmos.
    Aquilo que poderá salvar o país desse flagelo, dessa praga, é sim, uma política séria de incentivo e apoio aos negócios, É o estudo e a adopção de uma estratégia concertada de conquista de mercados e uma política séria e concertada de produção daquilo que o nosso país e as nossas empresas estão aptos a produzir.
    Agora, no meio da “bagunçada” em que o tecido empresarial se encontra, devido às constantes incertezas e (in)decisões do governo; se a única medida admissível, a conselho (leia-se exigência) de uma troica que defende somente os interesses dos grandes capitais detentores da dívida pública portuguesa, é o maior empobrecimento das famílias portuguesas… meu estimadíssimo amigo, estamos muito mal. O que faz falta ao nosso país são regras claras e seriamente adequadas à situação. Faz falta que tanto empresários como trabalhadores e governo, se sentem à mesma mesa, discutam e sobretudo, confiem nos propósitos de cada um, no sentido de encontrar soluções equilibradas e que envolvam a todos no mesmo objectivo: o de sair da crise sem beliscar a dignidade de cada uma das partes.
    É preciso que as pessoas que nos governam, não nos façam lembrar ditadores e é preciso que não tenham de nós a sempre presente imagem de trotskystas que é necessário aniquilar e manter “em puas”. Os trabalhadores e a população em geral não são animais, caro Dr. Tavares Moreira, são seres Humanos, cada um com a sua dignidade, e o direito a ser membro efectivo da sociedade de que faz parte integrante, tanto como os políticos que os governam e os empresários, para quem produzem.
    Já agora, permita-me que termine com um slogan revolucionário: TODOS PARA O FUSO, JÁ!!!
    ;))

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  8. Caro Bartolomeu,

    Se o ilustre comentador e amigo puder ter a bondade de me explicar em que deve consistir "uma política séria de incentivo e apoio aos negócios" - para além da já anunciada redução do IRC - ficar-lhe-ei muito grato.
    Quanto ao slogan final, a minha resposta só pode ser: vamos a isso!
    E, para não me ficar na abstração do slogan, aqui vai uma data possível, que irei apresentar aos demais 4republicanos:6ª Feira, 29 de Novembro! No suposto, CUJA CONFIRMAÇÃO AGUARDO, de que pelo menos o Bartolomeu e o Tonibler estarão disponíveis!

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  9. Caro Dr. Tavares Moreira, do meu ponto de vista, uma política de incentivo aos negócios, passa por inúmeros "ítems"; a borocracia, a concessão de crédito, os juros, as normas exigidas (nesta matéria, os empresários nacionais encontram-se em grande desvantagem relativamente aos concorrentes estrangeiros) e sobretudo a igualdade de tratamento, além de outros.
    Quanto à data que o meu estimado Amigo propõe, lamentávelmente, os dias 28 e 29, são este mês para mim, completamente impossível.
    A ter de ser uma sexta-feira, em Novembro só poderia dia 22.

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  10. Caro Bartolomeu,

    Que a tal política "passa por" esses ITEMS, ninguém duvidará, estimadíssimo Bartolomeu...mas a questão não se resume - perdoar-me-á a observação - a passar...convém saber algo mais, concretamente em cada um desses ITEMS o que deve ser feito...ou não será assim?

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  11. Do "alto" da minha completa ignorância, em matéria das medidas específicas a ser decididas, para o desenvolvimento produtivo e económicamente sustentável do país, digo que é fundamental reunir à mesma mesa com representantes dos diversos sectores produtivos e financiadores; conhecer concretamente as capacidades de cada um deles e delinear estratégias. Exemplo: eu possuo 500 hectares de terra, possuo o conhecimento necessário na área da produção de cereais, falta-me o capital necessário para desenvolver o negócio e adquirir capacidade para exportar a minha produção. Então os orgãos competentes do governo, dado a situação que o país atravessa, devem intermediar com as instituições financeiras, uma linha de crédito e ainda, os contactos a nível internacional, de forma a que eu possa produzir, exportar e contribuir para o crescimento do pib. E não, como acontece actualmente, deixarem-me entregue ao Deus-dará, a exigirem-me o pagamento dos impostos e a gasta-lo da forma que entendem e que a troica diz que deve ser.

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  12. Agora um pouco mais pausadamente, porque o comentário que há pouco escrevi, foi um pouco "a correr", quero dizer-lhe, caro Dr. Tavares Moreira e também a propósito do comentário de ontem de Morais Sarmento, no canal 1 da TV relativamente ao arquivamento de mais 2 "processos angolanos", em que o comentador afirmava serem o reflexo de um sentimento de culpa colonial, ainda latente nos portugueses.
    Eu penso que não empechamos somente no preconceito do colonialismo, como também no do fascismo. Ambos, e uma fraca auto-estima, condicionam as nossas capacidades de possuirmos uma dimensão e de nos realizarmos como povo, colocando-nos ao mesmo nível das nações europeias desenvolvidas.
    E refiro-me ao preconceito do fascismo, em resposta à pergunta que o caro Dr. me coloca. Uma pergunta retórica, bem o sei, mas que é colocada por muita gente em diferentes áreas económicas e sociais. A pergunta é: aquele tipo é coxo, o que é que podemos fazer para que volte a andar normalmente?
    Na idade média, e porque só o clero e a nobreza tinham acesso aos phisicos, era prática comum, colocar os enfermos à beira das estradas mais transitadas por viajantes de outras terras, para deles obter o "palpite" da cura.
    Ora, nós hoje, não precisamos do exemplo da Irlanda, para saber que rumo dar à nossa vidinha. Temos pessoas formadas e experientes em todas as áreas necessárias, é somente necessário, saber direccionar os seus conhecimentos e cataliza-los num projecto comum. Mas se mesmo assim não formos capazes de andar se uma "moleta", temos os exemplos passado- recentes das decisões para a recuperação da economia, de António Oliveira Salazar e de Marcelo Caetano. Só precisamos de não chamar fascistas e ditadores àqueles que tiverem a arte e o engenho de ir beber às memórias e de as adaptar convenientemente e ajustadamente à actual situação do país.
    Passamos a vida a constatar que a História se repete. Ora bem, com contornos diferentes, a crise de hoje, não se distingue muito daquela que estoirou com a segunda guerra mundial. Se desde essa época até hoje, a única coisa que aprendemos, foi a copiar pelo parceiro do lado, então podemos arrumar as botas e dedicar-nos exclusivamente ao gamanço... talvez seja afinal, a nossa verdadeira aptidão. Exemplos não nos faltam… sem termos de recorrer ao estrangeiro.

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  13. Caro Tavares Moreira

    Se bem que já deva ser tarde, parece-me que não acredita muito na minha explicação futebolística para os humores dos nossos comentadores de vanguarda.
    Repare, hoje 15/11, Portugal joga contra a Suécia, ergo, o pendor e o humor nacionalista.
    Esperemos que abrande, com a (merecida) passagem de Portugal à fase final.
    Cumprimentos
    joão

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  14. Caro Bartolomeu,

    A minha aptidão para este tipo de querelas verbais (no bom sentido)é extremamente limitada, devo confessar-lhe, pelo que me encontro num total vazio de argumentos para contrapor ao seu poderoso arsenal de razões fundamentais - fruto da honestidade intelectual que o caracteriza, pelo menos disso não tenho dúvidas...
    Mas vamos ao mais importante, que é o agendamento da jornada FUSO: se o Senhor não pode a 29, eu pela minha parte não posso a 22 (acontece que tenho de lá ir a 21, sem chineses esclareço,pelo que 2 dias seguidos não dá)...
    Como alternativa, aqui vai: 5ª Feira, 5 de Dezembro - será viável para os dois decanos Comentadores?

    Caro João Jardine,

    Eu até acredito na sua explicação, mas não estou tão optimista quanto o Senhor em relação ao chamado "play-off"...
    Equiparo o "play-off" ao famoso Programa Cautelar, um verdadeiro Adamostor, que nos aguarda numa noite de terrível tempestade...
    Ai de nós, caro Senhor, razão tem o PR em dizer que há políticos (99% pelo menos) que ainda se não deram conta do que significa um segundo resgate ou tampouco um "cautelar"...

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  15. O dia que o caro Dr. Tavares Moreira propõe, para mim, está muito bem.

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  16. Muito bem, vamos então trabalhar para essa data, tanto em termos logísticos como lendo com a devida atenção(cada um que faça a interpretação que entender do étimo "devida") o relatório do FMI sobre a 8ª/9ª avaliação!

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  17. Eu, recuso-me a ler esse relatório; temo que ele me possa causar algum destrambelhamento emocional e que acabe por me deixar converter. «O Seguro morreu de velho» Pois se até aqueles senhores do governo, que são todos pessoas muito bem pensantes e emocionalmente consistentes, se deixaram infetar...

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  18. Caro Bartolomeu,

    Pode crer que se trata de leitura que não faz mal a ninguém e que, se bem interpretada e aplicada no que tem de mais essencial, só nos poderá ajudar a sair deste beco aparentemente sem saída.
    Mas beco que tantos, soalhistas e muitos outros feirantes da política, ardentemente desejam jamais dele sairmos e para isso "trabalham" com afinco e sem descanso...

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  19. O Seguro já nasceu velho!!

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  20. Caro Tonibler,

    De acordo, embora deva acrescentar que se trata de uma pessoa extremamente correcta, afável e educada no trato pessoal...
    No plano político cometeu a loucura de se convencer que conseguia gerir, eficientemente, uma gaiola de loucos...o que, convenhamos, se vai afirmando, dia a dia, como tarefa ciclópica e irrealizável, que o vai conduzir à mais completa frustração...
    Já agora, agradeço que me envie seu endereço de e-mail, pedido que tb dirijo ao Bartolomeu (pode enviar para o tlm 917204375?)

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  21. Anónimo18:50

    Aconteceu hoje uma coisa no Reino que me fez lembrar muito deste post do caro Tavares Moreira e da relação salários-empregos.

    Como certamente saberão houve uma greve de 13 dias dos funcionários de limpeza urbana. As empresas concessionárias pretendiam proceder a 1300 despedimentos, os sindicatos não aceitavam, foi-se negociando, para cá e para lá envolvendo menos despedimentos mas com reduções de salários, sim, não, isto, aquilo, até que por fim foi alcançado um acordo com... 0 (ZERO) despedimentos. E como é feito isto? Muito simples. Todos os funcionários terão um período de 45 dias anuais durante os quais não trabalharão sendo 75% do seu salário pago pelo Estado. Esta modalidade de regulação do emprego advém da reforma laboral feita pelo actual governo que bebe muito da Flexisegurança tão zurzida em Portugal quando dela se falou. Pois aqui está um exemplo muito mediático do seu uso. Antes da reforma laboral que introduziu um enorme grau de flexibilidade nas relações laborais não havia alternativa aos despedimentos. Agora houve e os funcionários mantêm-se protegidos.

    Algo importante de salientar aqui também, a posição dos sindicatos que souberam estar à altura da situação e ir negociando. Também as empresas estiveram muito bem dado que às 00h01 de hoje podiam legalmente ter procedido aos despedimentos como era sua intenção original e não o fizeram. Um exemplo em que todos ficam bem na fotografia. O governo por ter criado as ferramentas. Os sindicatos e empresas por terem sabido usa-las.

    Não sei se passados tantos dias alguém irá ler este comentário. Quis, porém, escreve-lo por parecer-me uma situação que ilustra muito bem o que o caro Tavares Moreira descreveu no post original.

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  22. Caro Zuricher,

    Vem muito a tempo e é muito oportuno este seu comentário: uma boa ilustração do princípio da flexibilidade laboral/salarial por oposição aos despedimentos, tal como o FMI sugere...
    Mas, como terá reparado, a maioria dos Comentadores inclina-se para os despedimentos, considerando este tipo de negociações um atentado aos direitos fundamentais da pessoa humana...
    Quando as tretas (é o termo justo) do Estado Social dominam o pensamento destas santas criaturas, excluindo soluções social e economicamente mais vantajosas em nome de princípios ocultos, será que nos resta outra coisa que não seja encolher os ombros?

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  23. Anónimo19:57

    Sem dúvida que reparei. Sem qualquer dúvida. E é pena porque por fim, os que mais falam dos direitos dos trabalhadores são precisamente os seus maiores coveiros.

    Realmente também encolho os ombros e digo "É pena...".

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