Comemora-se amanhã o dia da Liberdade. O dia de uma revolução feita para restituir a dignidade perdida, o dia que prometia o fim de todas as injustiças, o dia da redenção de um País que tinha sacrificado até então a liberdade à autoridade. Hoje, 24 de abril, véspera da comemoração desse dia, lembro com profundo desgosto que faz um ano que um Amigo perdeu a sua liberdade para proteção - dizem alguns - da liberdade dos outros. Um companheiro daqueles bancos da escola que ensinava o Direito em nome do qual, desgraçadamente para ele, para a família e para os que lhe querem bem, sofre no cárcere e no espaço público a injustiça de o julgarem como não julgam o mais odioso dos criminosos.
Com metade da pena cumprida, continua destituído dos mais elementares direitos, acossado pelos bufos reciclados do antigamente e pelos Torquemadas que esta democracia fez proliferar. Sente na pele a lógica de um sistema que, para sua própria proteção, faz prevalecer a autoridade à liberdade. Continua o juiz a dizer que assim tem de ser em nome da defesa da liberdade dos outros. Assim dizia, também, o juiz dos tempos que o 25 de abril prometeu acabar...
Isaltino Afonso Morais, não tenho muitos púlpitos. Mas neste que partilho com quem por certo compreenderá que faça dele o uso que só a mim responsabiliza, quero enviar o abraço do amigo que nunca perdeste.
Como cidadão que celebrará, como sempre celebrou, o dia consagrado à Liberdade, deixo aqui a denúncia do crime que constitui não te devolverem o que há de mais precioso. Certo de que, neste Portugal que se transformou num areópago de carrascos, não se encontrará juiz com coragem para julgar esse crime.
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