Uma manhã diferente. Não trabalhei. Fui tomar um café. Entrei no espaço comercial, vazio de pessoas, triste, medonho, assustador, um espaço indicador do mal que circula em redor. Pessoal às portas das lojas com semblante indiferente, mentes longínquas e talvez mesmo vazias. Idosos sentados às mesas, a gozarem sombrias aposentadorias, falavam, comentavam e nem olhavam. Empregados demasiado solícitos perguntavam se precisava de alguma ajuda. Sorri-lhes e compreendi as suas ansiedades e desejos. Tudo cheirava a tristeza, até a velha, com trejeitos de deterioração mental, que falava sozinha para as montras, procurando o que não pode encontrar, alegria, satisfação e bem-estar. Deambulava sozinha indiferente à presença da pouca gente que ornamentava o espaço gigantesco criado numa época de fantasia e de loucura. Agora resta um espaço frio, cinzento de almas, cheio de luz fria e de futuro vazio. Restam lembranças e velhos para ocupar espaços sem sentido, tristes e incomodativos. Um espaço pobre, um país pobre, pobreza em demasia para quem quis passar uma fração de tempo numa manhã de um dia qualquer.
Safou-se o café.
Deprimente... Sinto o mesmo em Lisboa, sempre que la estou. Ja aqui - centro de Londres - sucede o oposto e ate da gosto ver tanta animacao, para ja nao falar do consumo!
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