A noite eleitoral foi incomum. As projeções perduraram por algum tempo e os resultados só mais tarde confirmaram os sorrisos amarelos e as palmas forçadas das 20 horas. Nas televisões um interessante desfile de imagens a par do lento fluir da notícia, dos comentários dos habituais, dos debates onde por vezes se ouviram tiradas de levar à gargalhada o mais sisudo.
Aqui ao lado, numa rede social mais propícia, à medida das aparições fui legendando o filme com o que me vinha à mente. Partilho aqui o que posso partilhar, os meus pensamentos politicamente mais incorretos, omitindo (sim, que o 4R é uma casa séria!) os que revelariam a riqueza do meu vocabulário:
20 h 15 m - "Terá o PS percebido que a derrota histórica da direita, como diz Assis, corresponde a uma pobre vitória?".
20 h 30 m - "O estertor do BE. Ouvindo Catarina Martins percebe-se que morre de velho. Falta saber se com Marisa morrerá de pé..."
20 h 35 m - "Quando forem divulgados os votos que cabem a cada partido e coligação, então sim, veremos a verdadeira dimensão das vitórias e das derrotas".
20 h 40 m - "Ana Gomes a Presidente da AR, já!"
21 h 00 m - "João Ferreira confirma-se como o futuro do PCP. Bateriologicamente puro, mantém o discurso da grande vitória da CDU".
21 h 30 m - "Manuela Ferreira Leite na TVI 24 a creditar a expressão da vitória do PS à ajuda de última da hora dada por José Sócrates...".
21 h 35 m - "Carmelinda Pereira também ganhou. Parece que atingiu o objetivo de não ser eleita como era seu desejo. Inteligente, não convidou Marinho e Pinto para a sua lista. Mas há que esperar pelos resultados finais, não vá a senhora desiludir-se, como outros nesta noite...".
21 h 45 m - "O poder, mesmo nos momentos mais difíceis, reúne sempre maiores comitivas...".
22 h 00 m - "Afinal o Dr. Seguro rejubila com o que considera uma grande vitória do PS. Outra confirmação da noite. Vitória à dimensão do líder".
22 h 03 m - "Confirma-se uma vitória mais. Carmelinda Pereira não foi mesmo eleita".
22 h 03 m - "Confirma-se uma vitória mais. Carmelinda Pereira não foi mesmo eleita".
22 h 10 m - "Visto. Resta ouvir o que tem a dizer o Dr. António Costa. Imagino a ansiedade dos militantes socialistas ...".
22 h 15 m - "Até Jerónimo entala Seguro anunciando a moção de censura ao governo. Começo a sentir alguma compaixão pelo Tó Zé...".
22 h 30 m - " Proclama o Dr. Seguro que "no PS quando ganham, ganham todos". Apostam comigo que amanhã mesmo haverá quem no PS não aceite os créditos desta vitória?".
22 h 37 m - "Umas contas de cabeça. Ora, abstenção + Votos em branco + Votos nulos = 73 por cento. Mesmo que se descontem 3 por cento de eleitores fantasmas o partido vencedor ganhou com 32 por cento de 30 por cento do eleitorado. Ou seja...
"
23 h - Cai o pano. Conclusão (a minha, claro): não aprenderam, não aprendem nada. Eppur si muove...".
Resultados com uma mensagem muito clara:
ResponderEliminarnão gostamos de ver reduzidos os nossos rendimentos e níveis de vida, de perder o emprego e ter que imigrar mas a verdade é que reconhecemos que a este governo (formiga) não restaram muitas alternativas. Não nos esquecemos que foi o PS (cigarra) que levou o País à ruína e que assinou um Memorando em 2011 com objetivos de ajustamento a troco do dinheiro que já não tínhamos.
O PS ficou entre a espada e a parede. O resultado não foi mau ao ponto de Seguro ter que sair, nem atingiu níveis que garantam seja o que for nas legislativas dentro de um ano. Nem justificou o desejo socialista da sua antecipação das mesmas.
Marinho Pinto cavalgou a insatisfação com o status quo e a abstenção foi a reação mais forte dos portugueses. Não gostam mas ... não há alternativas.
Consideramos até, que a abstenção revela mais insatisfação para com o PS do que para com o Governo. Ou seja, o PS é o causador de tudo isto e não merece confiança no processo que se segue. Ou seja, ainda não é o tempo da cigarra...
Quanto ao Governo, os resultados traduzem a insatisfação do que aconteceu nos últimos 3 anos. Daí que os potenciais eleitores dos partidos da maioria ficaram em casa. Pois, reconhecerão, a verdade é que talvez não houvesse mesmo alternativa. Pelo que não se justificará a mudança. E, nessa ordem de ideias (não gostamos, mas...), o Governo até trabalhou bem e tem seguido o seu caminho no sentido da anulação do défice (só chegados aí é que a dívida fica contida e, por isso, será gerível).
Há mudanças a fazer? Sim. E em toda a Europa. Basicamente, duas coisas:
1)Alterando a típica unidade de trabalho de 8 horas para 6 horas. Com redução de rendimentos de 25% mas dando trabalho a quem não o tem, reduzindo a emigração e potenciando o aumento da natalidade.
2)Alterando por completo o sistema fiscal vigente. Mantendo o IVA (mesmo que crescendo até os 40%), eliminando totalmente os impostos sobre o rendimento e os custos sociais sobre o trabalho. Tudo, mas tudo seria financiado pelo IVA, consignando fatias da receita para cada fim de intervenção estatal. Assim, as produções nacionais ficariam mais protegidas (sem vantagens, mas também sem as desvantagens atuais - os custos sociais são aí totalmente cobrados) das importações.
Caro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarOs líderes ?)partidários mostraram mais uma vez que andam num mundo irreal e virtual. Não têm conserto. O maior desconchavo veio de AJ Seguro que disse que o actual governo morreu e que está pronto a formar governo, não se lembrando que a pobre votação obtida significa que a generalidade dos portugueses não confia nele nem para as europeias, quanto mais para o governo de Portugal.
Aliás, nem parte do PS. Por exemplo, António Costa não perdeu tempo, e não deixou imediatamente de enfatizar que este resultado, se se repetisse nas legislativas, traria um verdadeiro e sério imbróglio.