quinta-feira, 12 de junho de 2014

Perspectivas de compromisso político de médio/longo prazo: algumas, escassas ou nenhumas?

1. Na sua (2ª) alocução, durante as cerimónias do 10 de Junho, o PR insistiu, mais uma vez, na necessidade de um compromisso entre as principais forças políticas, com incidência no médio/longo praz, envolvendo os grandes objectivos das políticas económicas/sociais.

2. Compreende-se (e louva-se, até, como F. Sarsfield Cabral), a insistência do PR: um tal compromisso, por força da redução do risco político, deveria produzir um impacto bastante favorável nas expectativas (internas e externas) quanto ao desempenho futuro da economia nacional e, entre outros benefícios de mais curto prazo, talvez acelerasse a revisão em alta do “rating” atribuído á dívida portuguesa.

3. Nas circunstâncias presentes, todavia, em que se assiste a uma duríssima peleja no interior do principal partido da oposição, as perspectivas de um tal acordo são infelizmente baixíssimas: acossado por alas socráticas e soaristas, o actual líder, por muito boa vontade que lhe vá na alma, não tem qq espaço de manobra para aderir a tal iniciativa...se o fizesse, talvez estivesse a selar, desde já, o fim do seu consulado.

4. Mas, e quanto ao cenário pós-peleja no universo Crescimentista? Aqui as coisas ainda mais se complicam, pois, de duas, uma: ou o actual líder consegue manter-se no cargo (sendo também candidato a PM, por força das eleições previstas para o início do Outono) e, depois de sobreviver a uma duríssima refrega, o mais provável é que enverede por uma radicalização do discurso político para justificar a vitória...

5. ...ou o actual líder não sobrevive e é substituído pelo seu arqui-rival, apoiado pela artilharia socrática e soarista, o que significará, quase inevitavelmente, o retorno, em força, da filosofia socrática às tomadas de posição Crescimentistas.

6. E essa filosofia repele, instintiva e visceralmente, a adesão a qualquer iniciativa do actual PR, por maior que seja o benefício que o País pudesse retirar da mesma.

7. Assim, nas opções indicadas no título deste Post quanto às perspectivas de um compromisso de médio/longo prazo nos termos recomendados pelo PR, aponto para algo entre “escassas” e “nenhumas”, mas mais próximo do segundo termo.

8. Infelizmente? Poucas vezes terei tido tanta vontade de não ter razão, mas, como todos sabemos, as coisas são o que são e não o que desejamos que fossem...



19 comentários:

  1. Caro Dr. Tavares Moreira, em minha opinião, as principais forças políticas em Portugal, estão-se a cag..; a lixar para os apelos do Presidente da República (leia-se PSD e PS). Da mesma forma que o Presidente da República deve estar a... borrifar-se para que, por obra e graça do Espírito Santo, venha a surgir do pé para a mão, um consenso e uma cooperação entre essas mesmas forças. Conclusão: continuamos à espera de milagres, porque certos profetas, abrindo os braços e assumindo expressões graves e afetadas, pedem (não se chega a saber muito bem a quem) que da pilinha do menino Jesus, desate a brotar o bálsamo para todas as chagas que afligem o povo português. Cavaco Silva, na "mensagem" dirigida à seleção nacional disse (não sei se em perfeita consciência do significado do que dizia) "vocês carregam os sonhos dos portugueses".
    O Senhor e restantes autores e comentadores deste blog perdoem-me a expressão, mas; que filha da puta de sonhos serão esses, que justificam um país pagar uma fortuna a uma cambada de inúteis, incumbidos pelo seu presidente da república para os transportar?
    Não poderia o nosso presidente ter usado facebook como veiculo de transmissão de mensagens, poupando assim o seu país ao dispêndio de verbas que a Senhora dona Isabel Jonet saberia usar muitíssimo mais proveitosamente?
    Não vivemos num país democrático, caro Dr. Tavares Moreira, mas sim, num país demagogicamente inventado por uns quantos magos que se arrogam conhecedores das mais sofisticadas fórmulas alquímicas, capazes de transformar, não chumbo em ouro, mas trampa!

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  2. PS: se o estimado Amigo entender conveniente, sinta-se à vontade para apagar o meu comentário; a situação de Portugal e dos portugueses, apesar disso, manter-se-á.
    « E pur si muove»

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  3. Ui, discordamos todos e em toda a linha.

    Na sua tradicional veia salazarista, o presidente continua a insistir na negação da própria democracia. E continua a insistir na inutilidade do voto popular ao pedir que seja ignorada a vontade do povo por um acordo de secretaria. Claramente, só lhe interessam os artigos da constituição que lhe mexem no bolso e com uma leitura num qualquer idioma estranho.

    A verdade é que deveria ser irrelevante aquilo que o partido da oposição pensa. E a verdade é que seria se tivessemos um presidente da república de facto que tivesse metido os dele quando a situação o exigiu que era decretar a emergência com base em argumento de independência nacional. Seria bem mais lícito que andar a proteger o seu com palermices de igualdade e protecção da confiança.

    Mas, se pensarmos bem, quem é o único responsável pela falência do estado ainda em funções? Pois... A solução sempre esteve na demissão do PR logo a seguir à assinatura do acordo da troika, mas isso era preciso alguém à altura dos acontecimentos e com a percepção do dever e da responsabilidade.

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  4. Caros Bartolomeu e João Pires da Cruz,

    Constato que este tema mexe com o mais profundo da vossa alma e da vossa sensibilidade como seres humanos - e seres de eleição, qualidade em que os tenho!
    Então no caso do Bartolomeu verifico, quase atónito, que o tema lhe causa mesmo arrepios de assombrar!
    A avaliar pelas reacções destes dois pesos-pesados, sou forçado a constatar que a réstea de esperança que deixei no Post, para um compromisso político de médio/longo prazo, apesar de mínima, muito mínima, é capaz de ter sido optimista em demasia!
    Vamos pois ter de continuar neste arraial de troca de galhardetes, desatinado e inconsequente, até que a Troika volte a tomar-nos em seus braços?
    Será esse o futuro que V. Exas. perspectivam?

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  5. Caro Tavares Moreira

    Se não estou em erro, foi Napoleão Bonaparte que expressou a seguinte ideia: não há melhor ministro de direita que um jacobino.
    Quando chegar o momento, o centrão "ajudado" pelas circunstâncias ou "empurrado" pelos "amigos", consumará o necessário casamento. Esperemos que, estas óperas bufas que assistimos aos nossos políticos, terminem.
    Já conhecemos o desenlace destas novelas sul americanas, era altura de mudar de estilo
    Cumprimentos
    joão

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  6. Quando era pequenote, teria os meus 3 anitos, mais ou menos, diziam-me, sempre que não queria o que me mandavam, que vinha lá o papão e me levava.
    Certo dia, fomos visitados por um tio que nunca tinha visto antes; homem seco, grave, fato escuro, ar de poucos amigos. Mandaram-me dar um beijo eu tio e eu recusei. Insistiram, ameaçaram-me com o papão e, nessa altura, para meu grande espanto e dos meus pais, o olhar do tio chispou, a face enrubesceu e num tom de voz que mais parecia um trovão repreendeu: qual papão, qual carapuça, se o menino não quer dar um beijo, está no seu direito, vocês é que não têm o direito de o ameaçar, sobretudo com algo que nem sequer existe!
    Ao contrário do que foi dito pelo tio afastado e austero, a troica existe e se insistem em no-la apresentar como sendo um papão, é porque convém que assim seja; a quem, não sei, não quero saber e até sinto algum desprezo por quem seja.
    De qualquer forma, caro Dr. Tavares Moreira, na atual situação em que Portugal vai "aos mercados" vender divida pública como se fosse diamantes e lha compram, mais houvesse, que mossa nos poderia fazer a troica?!
    Eles que estejam mas é quietinhos lá no cantinho deles, porque se não ainda os compramos.
    Em último caso, chamo o meu tio afastado, que já deve estar a "fazer tijolo" à séculos e ele diz-lhes onde é que devem enfiar o papão...

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  7. O problema é que o consenso pedido pelas forças mais à direita, que incluem Cavaco, não passa de um embuste que visa encostar o PS à parede. Assim, para alguma opinião pública, pode ficar a ideia de que Cavaco e os seus companheiros estão preocupados com o futuro, mas que o PS não corresponde a esse desiderato nacional. Portanto,a fação liderada pelo PR faz esta joga política por razões marcadamente partidárias. Porque, um consenso pressupõe entendimentos entre as várias partes e o PS, a intervir nele, que papel poderia fazer se o governo, com o conhecimento de Cavaco, assumiu compromissos internacionais a longo prazo, sem que, para isso, o PS fosse ouvido ou achado.

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  8. Que compromissos são esses?

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  9. Caro Tavares Moreira, acordos para me tirarem o fruto do meu trabalho? Sim, de longe a troika. Mas essa sempre foi a minha opinião, se a ideia é suspender a democracia então que seja por quem defende os interesses de Portugal. O que não é o caso de um tal acordo.

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  10. Caro João Pires da Cruz,

    Não exageremos e vamos manter os olhos abertos um pouco pelo menos...,os frutos do trabalho têm-nos sido extraídos nestes últimos anos como consequência de políticas execráveis que nos conduziram a uma brutal asfixia financeira...
    Precisamos de COLECTIVAMENTE tomar consciência disso e apostar em políticas que nos afastem, definitivamente, desse modelo insuportável.
    E seria da maior utilidade que houvesse uma razoável convergência de forças políticas assumindo esse compromisso!
    Assim como estamos é que nos arriscamos a que nos levem uma cada vez maior parcela do fruto do nosso trabalho!
    E isso que o ilustríssimo Comentador pretende? Não lhe parece que com vozes isoladas de indignação não vamos a lado nenhum?

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  11. Caro Tavares Moreira, gostava de recordar-lhe que colectivamente já tomamos consciência disso e colectivamente tomamos medidas mo sentido de as corrigir. Infelizmente foi recorrendo ao estranho método de eleições secretas diretas e universais cujo resultado foi a nomeação de um governo com maioria absoluta mo parlamento. Na minha terra. local pouco habituado a estas coisas da democracia cabaquista . isto representa uma inquestionável decisão colectiva e a mudança que representou uma inquestionável tomada fe posição colectiva.

    Não foi aquela que agradou à chefia de estado que passou os últimos anoa a boicotar essa decisão colectiva e montando uma guerra aberta entre Portugal e o estado português.

    Não quer o meu caro que eu aceite agora que ae ande a branquear a participação do presidente na falência do estado e, ainda ppr cima, a sua participação no boicote à democracia e à limpeza financeira do estado dis anoa posteriores. A solução agora era um acordo à revelia do povo? Repare que as provas estão aí. Se a única coisa aceite pelo presidente foi a política econômica do Sócrates, ouva logica é uma batata, ou o acordo pretendido é que o governo faça o que é reclamado pela oposição, apesar de não ter sido essa a decisão colectiva.

    Não vai haver solução com este presidente. Se ainda houver alguma coisa a salvar no fim é que duvido. Mas será im dos dias mais positivos de toda a republica.

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  12. Eu discordaria completamente da opinião do nosso estimado amigo Cruz e concordaria com a do estimado amigo Tavares Moreira, se não tivessem ocorrido dois factos de capital importância, num passado próximo.
    A saber: A perda de eleições do PS por sobreposição de Passos Coelho ao PEC IV, apresentando promessas eleitorais que não foi capaz, ou não quis cumprir. E, o aumento da dívida pública, do desemprego, das falências das empresas, dos cortes dos vencimentos e das reformas, dos cortes na saúde e na educação, etc.
    Ora, se alguém é candidato a um cargo que está a ser mal desempenhado e se propõe a ele, garantindo que o desempenhará melhor; não deve, nem pode, esperar que o seu antecessor esteja disposto a colaborar (de forma cega) com as medidas que pretende impor.
    Os consensos, para serem viáveis e aceites, têm de acontecer no inicio, antes de as coisas atingirem o estado calamitoso.
    (desta, consegui exprimir a minha opinião de forma serena, sem recurso a frases azedas... aqueles comprimidinhos para o fígado parece estarem a fazer bom efeito)

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  13. Caro João Pires da Cruz,

    Sei bem quanto deprecia as iniciativas vinda de Belém, na conjuntura vigente, por mais positivas que sejam (também já têm sido negativas, certamente).
    Mas pode estar certo de que um acordo alargado sobre os principais objectivos da política económica - que não inclua, obviamente items obnóxios tais como (i)reestruturações de dívida, (ii) promessas de mutualização de dívida (com decisão unilateral, sem querer saber do que pensam os outros parceiros dessa inequação), (iii) benefícios para todos e mais alguns, (iv) promessa de investimentos estratégicos, (v) promessas de aumentar o emprego sem curar de como fazer para lá chegar, etc, etc, seria muito bem recebido interna e externamente e em nada feriria o jogo democrático tal e qual o define.
    Se isso for impossível, paciência, também podemos viver assim (?), vamos ver no que dá toda esta confusão.

    Caro Bartolomeu,

    Ainda a propósito de seu primeiro comentário, escrito num tom agastado e brejeiro que não lhe é habitual, posso dizer-lhe que não só não o levei nada a mal - para mim o fair-play continua a ser a regra nº1 - como o considerei extremamente elucidativo.
    Deu para perceber, por exemplo, a sua extrema incomodidade na discussão destes temas - incomodidade muito, mas muito curiosa, digo-lhe.
    E a sua invocação do (salvador) PEC IV vem acrescentar um pouco de luz àquela perspectiva inicial: a história do PEC IV é digna de um conto de Hoffmann, dos mais ousados.
    Se tivesse havido PEC IV, a dinâmica sequente teria sido haver um PEC V e depois um PEC VI...depois a Troika, só que uns bons meses mais tarde do que realmente aconteceu e em circunstâncias muito mais dramáticas.
    E, sempre com os mesmos actores, teria sido inquestionavelmente preferível...
    Infelizmente, a história só tem uma versão, não é possível reescreve-la...

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  14. Dou-lhe toda a razão, estimado Amigo; a História não permite ser reescrita porque é dinâmica, apesar de muitos confundirem essa dinâmica com repetição.
    E por ser dinâmica, permite que dela se retirem lições e experiências valiosíssimas, o que não me parece estar a suceder no palco da política portuguesa. E porque essas lições não estão a ser apreendidas por quem nos governa, permite-se que os erros se sucedam a um ritmo vertiginoso e incontrolável, erros esses que, de uma forma demagógica como o nosso amigo Cruz muito bem assinalou, as coroadas cabeças do nosso elenco governamental, tentam descartar, aconselhando um comprometimento interpartidário. Ou seja, o assumir de uma cota-parte na responsabilidade pelos erros futuros, uma vez que dos erros passados já ninguém lhes limpa a folha, quer a uns, como aos outros.
    Resumindo; como na política nacional, não existem partidos dispostos a colocar as mãos no fogo pelos outros, insistir nesse consenso, é conversa para embalar meninos crescidinhos.

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  15. Caro Bartolomeu,

    Magnífico o seu comentário, suscito dois pontos apenas:
    - Quais as razões, explícitas e objectivas, que subjazem à sua afirmação "...o que não me parece estar a suceder no palco da política portuguesa..."; essa forma, aliás muito em voga, de dar por demonstrado o que se afirma, sem enunciar de forma clara os seus fundamentos, vale como opinião - respeitável certamente - mas não acrescenta valor ou densidade crítica à discussão do tema em apreço;
    - Secundo, quando invoca a opinião do JPC ("como o nosso amigo Cruz muito bem assinalou")em socorro da sua tese, o meu amigo entra numa vertente dialética arriscadíssima, pois neste plano de análise político/financeira, as posições do JPC, igualmente respeitáveis, estão 180 graus afastadas das suas...

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  16. Excelentíssimo Senhor Doutor José Alberto Vasconcelos Tavares Moreira meu excelso e dileto Amigo (poderia acrescentar mais uma dúzia de adjetivos capazes de refletir o alto grau de estima em que o tenho, mas penso que estes sejam suficientes). Não foi recentemente que percebi o esforço que da sua parte se desenvolve para tentar perceber enquadrar a minha pessoa, num estereotipo político... e não só. Asseguro-lho que esse esforço se revelará a cada comentário meu, inglório.
    sei também que esta minha declaração, poderá retirar algum interesse para futuras trocas de opinião, mas, na verdade, é esta a minha natureza; formar opinião de acordo com o cenário que me é colocado, não me deixando prender nem enredar por estigmas ou estereótipos que, do meu ponto de vista, resultam invariavelmente em subtrações da acuidade necessárias, quando pretendemos avaliar as situações de uma forma isenta, precisa, global e enquadrada na conjuntura em que ocorre.
    Posto isto, e na tentativa de responder sucintamente às questões que me coloca, começando pela primeira; é evidente que o governo atual não aprendeu com os erros dos governos passados. Nem aprendeu, nem foi capaz de alterar o modelo de governação. quero dizer com isto, o seguinte: continuamos como sempre, desde que passámos a (imaginar que vivemos n') um regime democrático, a votar governantes que juram ir governar de forma a atender as necessidades do país e dos seus habitantes; ir exercer uma governação sem distinção de classes. Assistimos afinal, que todas estas promessas foram falsas, que os menos favorecidos são os mais sobrecarregados com as medidas recessivas impostas e que nenhuma decisão é tomada, com vista à recuperação económica e à retoma da pouca qualidade de vida que entretanto se perdeu.
    E por favor, não me responda que tudo isto é falso porque o Senhor encontra o Dom Feijão, o Rock in Rio e os demais espetáculos, esgotados, perdoe-me a frontalidade, mas isso é demagogia da mais barata que podemos encontrar.
    Quanto à segunda questão; começo por referi que não me socorri dela, simplesmente a citem por convergência. quanto à dialética que por vezes (sempre que do meu critério se justifica)emprego... atrevo-me a citar a celebre alocução do mais mediático agente secreto britânico; James Bond «O risco é a minha profissão»! Mas sinto que devo concordar com a conclusão do seu comentário, caro Amigo; não raras vezes, a minha opinião diverge diametralmente da do nosso estimado amigo Cruz. Admito no entanto, que tal divergência tanto no que respeita às opiniões do nosso estimado Amigo Cruz, como aquelas que o estimado amigo Tavares Moreira aqui deixam expressas, se deverá à minha incapacidade para as compreender e nunca à validade das mesmas. Talvez porque, na tentativa de inverter este resultado, eu insista tanto na resposta aos comentários...

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  17. “Assim, nas opções indicadas no título deste Post quanto às perspectivas de um compromisso de médio/longo prazo nos termos recomendados pelo PR, aponto para algo entre “escassas” e “nenhumas”, mas mais próximo do segundo termo”.
    Só posso dar os parabéns ao articulista pela “extraordinária visão” que tem ao vaticinar o insucesso do compromisso reiterado, uma vez mais, pelo PR.

    Na verdade, ao longo dos últimos meses o PR, mantem todo o seu apoio às políticas do governo, não se distanciando delas um milímetro e, ao mesmo tempo, incapaz de uma palavra de critica ao voraz e miserável ataque do governo ao TC.
    O resultado das políticas austeristas está à vista de todos.

    A dívida pública está em 132,5% do PIB quando em 2007 estava em 67,1.
    O desemprego está em 16% quando em 2007 estava em 8%.
    A Taxa de crescimento está pelo quarto ano consecutivo em recessão quando em 2007 estava em 1,4%.
    O défice público continua acima dos 5%quando em 2007 rondava os 3%.
    O emprego em 2007 era de 5.100 milhões quando hoje é inferior a 4.500.
    A taxa de risco de pobreza era em 2005 de 19% caindo para 18% em 2010 e subindo para 18,7% em 2012.
    A taxa de risco de pobreza para as famílias com crianças dependentes subiu para 22,2%, contra os 20,5% de 2011.
    No ano passado, 25,5% dos residentes em Portugal viviam em privação material, mais 3,7 pontos percentuais do que em 2012 (21,8%), enquanto 10,9% da população estava em privação material severa.
    Um relatório do banco suíço UBS conclui que, em Portugal, há mais 85 milionários – indivíduos com fortunas superiores a 30 milhões de dólares (perto de 22,4 milhões de euros) – do que em 2012.
    A deterioração dos cuidados de Saúde, da Educação e Protecção Social acentua-se a cad mês que passa com esta governação.
    A redução de salários e pensões e o aumento de impostos sobre o trabalho continua como objectivo do governo.

    Enfim, cumpre-se o estúpido e idiota objectivo do governo que consiste em - mais austeridade para sair da austeridade. É preciso viver no mundo da fantasia para poder pensar-se ser possível amarrar o PS a um trajecto austerista destes, com Seguro ou sem Seguro.


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  18. Caro Bartolomeu,

    É visível que nos está a faltar o saudável e prazenteiro convívio de uma mesa do Dom Feijão, do FUSO, o El Corte Ingles ou O Talho mesmo ali ao lado (muito recomendável, registo...
    É esse cenário o mais desejável para dar cor e alacridade a estas laboriosas trocas de pontos de vista, em torno de temas tão candentes, actuais e polarizantes, em que por vezes colocamos tanto (e justificado)entusiasmo.
    Nesse mesmo cenário, as nossas visíveis divergências não se apagarão, nem tal se pretende certamente; mas os ritmos ondulantes da degustação são propiciadores de trocas de ideias mais dinâmicas, virtuosas e, quiçá, facilitadoras de compromissos de médio/longo prazo, de que o País tanto carece, impensáveis noutras circunstâncias (nomeadamente através desta descontínua troca de correspondência à distância)!...
    Há pois que trabalhar para esse objectivo, com vontade e sentido prático e patriótico.

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  19. Há sim senhor, estimado Amigo e... antes que o mês termine, de preferência!
    O Escaroupim espera por nós!

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