Esteve em debate na Assembleia da República o pacote legislativo que prevê o corte permanente nas pensões públicas (Contribuição de Sustentabilidade), o aumento do IVA e da
taxa social única (TSU). Este pacote destina-se a substituir a Contribuição Extraordinária de Solidariedade
em vigor que, por sua vez, está em apreciação no Tribunal Constitucional.
Um debate que teve a particularidade de ficarmos a saber - ou sem saber
- que a medida não é uma reforma estrutural,
mas também não é uma reformazinha. É uma
reforma intercalar. Como tal, foi
explicado que não sendo uma reforma mais
global dispensa estudos e o envolvimento dos parceiros sociais.
Não há qualquer reforma, nem estrutural, nem grande nem pequena, nem global nem parcial, nem
intercalar. O que há é uma redução de pensões com carácter permanente que não resolve
os défices futuros do sistema de pensões pelo simples facto de que as
contribuições não serão, e não são, suficientes para pagar as pensões de acordo
com as regras que estão estabelecidas.
O montante do pacote legislativo ascende a 620 milhões de euros/ano. Não é uma solução para a sustentabilidade financeira do sistema público de pensões. Não se ouviu uma palavra sobre os impactos da medida em termos de equidade geracional.
Enfim, mais um debate que pouco ou nada esclareceu. Criatividade é que não faltou. Foram instituídos, pelo menos, três tipos de reformas: reforma mais global,
reforma intercalar e reformazinha. Só a partir da reforma mais global são necessários
estudos e acordos com os parceiros sociais. Para já continuamos intercalados...
Cara Margarida,
ResponderEliminarPermita-me a sugestão de lhe chamar uma mezzanine legislativa, uma espécie de intervalo entre reformas (com a particularidade destas poderem nem existir, de ficar só o intervalo...).
Dr. Tavares Moreira
ResponderEliminarÉ uma boa imagem! Não me lembrei...