sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Os donos do Estado

Pelo que fui ouvindo nos diversos canais de televisão, a grande, senão exclusiva, questão do debate sobre o Orçamento de Estado para 2015 foi a reposição, integral ou parcial, dos vencimentos dos funcionários públicos. 
Confere em absoluto. O Estado é cada vez mais dos funcionários e para os funcionários. Melhor, dos seus Sindicatos e para os seus Sindicatos. Eles paralisam (apesar de tudo, não tanto como gostavam…), serviços públicos, escolas, estabelecimentos de saúde, transportes públicos, tribunais, perturbam o funcionamento do Parlamento, interrompem sessões solenes comemorativas de grandes acontecimentos históricos, sem respeito por nada, nem por ninguém, impedem discursos do Presidente da República, do 1º Ministro e dos Ministros, sem se lembrarem dos problemas causados às populações que deviam servir.
Arrogam-se o direito de definir as políticas da educação, da saúde e da justiça, de estabelecer o que deve ser privado ou nacionalizado, de demitir ministros e até governos.  
Por interpostos deputados, criam leis de incompatibilidades que, não tarda, para exercer qualquer cargo público, só se poderá candidatar um sujeito liofilizado por curriculum exclusivo de funcionário.  Eles e os seus Sindicatos e agentes políticos são o Estado, mandam no Estado e, por este andar, reivindicarão o exclusivo do voto que legitima os governos.
Nota: Para os leitores mais apressados, deixo já o aviso de que o post não é contra os funcionários. Mas é contra quem se serve deles. 

8 comentários:

  1. Sei bem a diferença entre ter trabalhado 32 anos no privado e 15 no Estado, quer em termos de regalias ou pressão.Estar no Estado é ter o céu na Terra.
    Negar isto só por má fé.É claro como água que se o TC continuar a impedir cortes, as importações comerão tudo. Atente-se aos 170.000 carros importados até Setembro. Não foram os trabalhadores do privado que compraram esta frota, pois não têm ganhos para tal.
    Quando batermos na parede talvez saibamos de onde vem o dinheiro. Até António Costa está preocupado por não se cumprir a constituição com a reposição integral dos cortes em 2016.
    cumps.

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  2. Anónimo12:54

    Caro Pinho Cardão, o que aponta é um dos problemas, dos maiores parece-me, de haver um regime democrático em Portugal. A cultura Portuguesa, a forma como funciona, é de molde precisamente a que os sindicatos e demais prometedores do paraíso com harpas e violinos acabem por ter o poder que têm.

    Tem também a ver com esses efeitos a minha dúvida de sempre sobre a aplicabilidade do regime democrático à sociedade Portuguesa.

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  3. Caro Pinho Cardão,

    os sindicatos aparecem de onde? Claro que os funcionários são responsáveis. São os primeiros responsáveis sem os quais os sindicatos nada poderiam fazer. O que vale é que tantas fazem que só mesmo obrigado é que o resto do país lhes dá dinheiro. E não deve faltar muito que nem mesmo assim...

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  4. Algum dos caros comentadores (ou até o autor do «post») me saberá informar se foi o António Costa que criou o RRFP, em 1989?
    Regime ao qual Miguel Cadilhe chamou: Novo Regime Ruinoso da Função Pública (substituindo o significado deo 2.º R, de Remuneratório por Ruinoso).

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  5. Em 1986 tive o meu 1º emprego, por acaso na função pública, numa câmara municipal e na secção obras particulares.

    O n.º de funcionários afectos á secção era de 16, diariamente apenas eramos 6-8, pois os restantes ou estavam de baixa, ou requisitados para o sindicato.

    Ao fim de 2 semanas, sim é verdade 2 semanas, já fazia o trabalho de qualquer funcionário. Ao fim de 1 mês como estava a dar andamento aos vários processos (alguns de vários anos) de forma acelerada (ou na minha opinião de forma normal), vieram ter comigo dizendo que não podia continuar a dar o andamento aos processos que estava a dar, até ameaças físicas tive.

    Despedi-me passados 3 meses, e fiz 1 risco á função pública, nunca mais.

    Quem quiser fazer obras particulares se não pagar á gestapo, nunca mais recebe o parecer.

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  6. Curiosamente, o maior partido portugês, o FP ( funcionalismo público), está de novo á venda, nas eleições de 2009, o preço, foi um aumento de 2,5%, dado pelo inenarrável, pinto de suza, agora, é a retoma dos salários e as 35 horas, dadas, pelo tó chamuças. Vendem-se, por um prato de lentilhas,os funcionários estatais.
    É assim o caminho para o socialismo, e da quarta bancarota, cantado e musicado, para os amanhãs. Vergonha

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  7. Caro luís barreiro:
    Um testemunho vivido. E é o próprio líder do PS e candidato a 1º Ministro, António Costa, que o confirma, ao querer voltar à semana de 35 horas. Certamente porque sobra trabalho para ocupar as 40 horas.

    Caro José Domingos:
    Com a agravante de que foi aumentado em 2,5% e no ano seguinte diminuído em, já nem me lembro bem, mas em 10%, salvo erro. Pelos mesmos que fizeram o aumento!

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  8. Caro José Domingos:
    Por lapso de escrita no comentário anterior, aqui vai de novo:
    Com a agravante de que foi aumentado em 2,5% e no ano seguinte diminuído, já nem me lembro bem, mas creio que em 10%, salvo erro. Pelos mesmos que fizeram o aumento!

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