quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Venha a vacina!

O DN de ontem divulgou a notícia de uma investigação científica, por enquanto ainda só realizada em ratos, que terá concluído que há um vírus que provoca a estupidez, um tal ATCV que, uma vez instalado, ataca a memória e a capacidade de aprendizagem. Embora, até à data, já se soubesse da existência do vírus em algas verdes, era tido como inócuo no ser humano, provavelmente porque se atribui muito facilmente a falta de inteligência a uma fatalidade da mãe natureza. Numa altura em que somos massacrados com telejornais inteiros dedicados a bactérias e vírus importados ou nacionais, seria interessante uma rápida investigação jornalística atrás desta pista, irem para a rua de microfone em punho a detetar sinais do vírus da estupidez, pedirem declarações a todos os responsáveis e lançar campanhas para se evitar a todo o custo o contacto com infetados ou fontes de infecção, para se evitar uma pandemia e começar desde já a combater o que às vezes parece ser já um mal crónico… o pior é que os infectados com o vírus da estupidez em geral não se queixam dos sintomas, pelo que será difícil o despiste. Mas, se as conclusões alarmantes forem muito e insistentemente divulgadas, pode ser que em breve anunciem a vacina, quem sabe, sempre seria uma praga a menos.

5 comentários:

  1. Achar interessante uma investigação jornalística, cara Suzana?
    Sairia produto tóxico de primeiríssima qualidade, mais uma praga a acrescer a todas as outras.
    Se a classe se realiza até mais não com estas desgraças...

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  2. Suzana
    Uma vacina para eliminar e prevenir a estupidez é bem necessária. Acho bem que continuem a investigar. Os estúpidos são muito perigosos especialmente porque as pessoas razoáveis acham difícil imaginar e entender um comportamento estúpido. Uma criatura estúpida tem comportamentos erráticos e irracionais que não só torna a defesa problemática como torna difícil um contra ataque. Os estúpidos não sabem que são estúpidos, o que contribui para a devastação da sua acção. Há um tratado muito engraçado sobre a estupidez que recomendo. Chama-se ALLEGRO Ma Non Tropo, de Carlo Cipolla.

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  3. Enfim! Estes "estudos" são eles próprios manifestações de estupidez. Começo a ficar farto destas notícias. Meus caros, encontrar associações é a coisa mais fácil deste mundo. Mas serve para alguma coisa? Pode, mas não para tirar conclusões deste tipo. A cretinice científica é uma praga perigosa. É preciso saber interpretar e analisar os fenómenos. São às centenas as conclusões meio patéticas e absurdas que andam por aí. É preciso cautela, juízo, bom senso e evitar partos prematuros de ideias parvas. Nem imaginam o que pode cair neste grupo. Tanta coisa. É aflitivo.

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  4. Sem dúvida, caro Pinho Cardão, mas assim o tema teria a devida divulgação :)
    É o Tratado Fundamental da Estupidez Humana, de Cipolla, que vem junto com o que cita, também li há tempos e é interessantíssimo, caso para olharmos a estupidez como um verdadeiro perigo! Um estúpido causa dano aos outros sem tirar nenhum proveito para ele próprio, só contrário dos malandros, mas têm muitas formas de se manifestar, como se sistematiza nesse pequeno ensaio.
    Temos bem a noção disso, caro Massano Cardoso, aliás a proliferação de pseudo estudos, ou a confusão propositada entre investigação e conclusões científicas é o que está agora na moda, com prejuízo do crédito dos cientistas e da credulidade dos incautos, este exemplo que aqui trouxe no post pareceu-me um caso típico do que é respigado das investigações e logo transformado em "notícia".

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  5. Só me parece pouco ou nada "inteligente", que os investigadores sacrificam os pobres ratos com testes e vacinas... tinham por aí tantos animais "racionais"...

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