Uma boa notícia, esta da retoma do funcionamento da Cerâmica de Valadares. Quem não se lembra da marca de louça sanitária Valadares.
Quando surgiu a notícia, há cerca de dois anos, da queda da empresa, o caminho da falência parecia estar determinado. Mas foi o seu capital social - constituído pelo património acumulado de conhecimento, de saber fazer, gerir e organizar, de qualidade e de reconhecimento comercial - que reuniu condições para a sua recuperação.
É o capital social das empresas que lhes traz valor. Vale a pena apoiar a recuperação deste capital social. A sua dispersão retira-lhe capacidade de mobilização. O balanço de uma empresa poderá estar falido e muitas vezes, a maioria das vezes, aliás, não tem viabilidade possível. No entanto, a um balanço falido pode corresponder um capital social relevante, capaz de reconstruir a actividade económica e de gerar valor sustentável.
Trata-se afinal de reunir o capital humano e o capital de conhecimento existentes. A destruição ou o desaparecimento deste capital social susceptível de gerar valor traduz-se em sérios prejuízos para a economia e a sociedade. Boa sorte à nova Cerâmica de Valadares...
É verdade, cara Drª Margarida, fiquei também bastante contente quando assisti no telejornal à mini-reportagem que merecia mais destaque, em minha opinião, deste regresso da empresa. Notei a satisfação e emoção demonstrada pelos trabalhadores e o empenho com que se entregavam às tarefas que cada um executava. Não me pareceu, mas também ñão deu para tanto, que houvesse ali grandes estratégias financeiras e de markting. As palavras do administrador deixaram-me perceber que têm mercados-alvo e que pensam num futuro próximo conquista-los usando para isso uma arma: a qualidade do produto que fabricam. Recentemente vi também uma pequena reportagem com uma pequena empresária nortenha, do ramo do calçado que referia ser a qualidade o trunfo em que apostavam. E existem vários mercados para as várias áreas em que as empresas portuguesas, tanto as que se mantêm em produção como as que faliram e possam ser recuperadas, possuem, ou podem recuperar, como a cara Drª Maragarida refere neste post, capital social de inestimável valor pelo saber fazer acumulado.
ResponderEliminarMuito bem observado, cara Margarida, permita-me apenas acrescentar que neste caso me parece também tratar-se de um capital social com ALMA, isto é, cheio de vontade e coragem para conduzir esta empresa - e a conceituada marca que a mesma utiliza - a uma nova fase de prosperidade, não pensando apenas em ganhos de curto prazo.
ResponderEliminarSó espero que tenham a sorte que merecem: e parece que, com os novos desenvolvimentos no mercado financeiro que poderão estimular, de novo, os investimentos no sector imobiliário, poderão mesmo ter arrancado na hora certa...
Que Deus os ajude, bem merecem!
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarA destruição do capital social de uma empresa é uma perda muitas vezes superior à perda financeira. Não é que o saber desapareça, mas o ponto é que se dilui e deixa de obedecer a um centro organizado de competências que o sabe aproveitar e que sem ele não é capaz de gerar o mesmo valor. No fundo, como o Caro Bartolomeu bem refere, trata-se de um património valioso que faz a diferença.
Dr. Tavares Moreira, é muito importante a ALMA, ainda bem que a lembrou. A ALMA reflecte a confiança depositada no valor de um capital social que pode e deve ser aproveitado.