Caro JM Ferreira de Almeida. Por caminhos opostos, o que o PEC do Governo e o Cenário Macroeconómico do PS preveem é muito semelhante nos números finais. Senão veja este excerto: «O actual Governo prevê um crescimento nominal do PIB de 3,5% e um saldo orçamental primário de 2,9%, na média do período; o PS prevê um pouco mais de crescimento e um pouco menos de austeridade (3,9% e 2,3%, respectivamente) Quantas vezes na história algum país conseguiu atingir as metas orçamentais impostas pela UE num contexto marcado pelos ritmos de crescimento económico previstos para Portugal? E quantos dos países em causa se encontravam numa situação financeira idêntica à portuguesa? Olhando para a experiência dos 28 países membros da UE entre 1996 e 2014, as respostas variam entre raramente e nunca. O cenário apresentado pelo governo registou-se em 2,9% dos casos. O cenário do PS, ligeiramente mais moderado, aconteceu 5,8% das vezes. Em nenhum dos casos o país em causa tinha uma dívida externa superior a 100% do PIB, como acontece com Portugal (que todos os anos tem, assim, de canalizar para o exterior uma parte importante dos seus recursos). Em suma, Governo e PS estão a alimentar uma fantasia: ou a austeridade terá de ser reforçada para que se cumpram as metas orçamentais, o que implica que o crescimento será inferior ao que nos prometem ou o próximo Governo procurará evitar que a política orçamental constitua um entrave à recuperação da economia e do emprego, mas para isso terá de abdicar de cumprir o Tratado Orçamental.» Ricardo Paes Mamede, «O irrealismo dos cenários macroeconómicos do governo e do PS», in blog Ladrões de Bicicletas. Aqui: http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/04/o-irrealismo-dos-cenarios.html Isto não foi escrito por um apaniguado do PS, antes por um crítico do Cenário Macroeconómico do PS. Mas que, para ser honesto intelectualmente, teve de analisar também o PEC do Governo. Mas um crítico que sabe fazer contas, não daqueles que criticaram na televisão um minuto depois de o documento de 95 páginas ter sido publicado, nem de outros que criticaram nos blogues apenas com base no que tinham ouvido nos «media» mal o anúncio foi feito. Ao menos o senhor, pessoa inteligente, avisada e prudente, reservou-se para mais tarde: embora eu não saiba se o leu. Finalizando: Não percebo como consegue vislumbrar tanta diferença (ilustrada na BD)?
Verdes Jantas ?! Será algum prato à base de ovos verdes?! Bom, seja como for, vou já comprar uns óculos daqueles... mulheres nuas?! UAU!!! Faz-me lembrar a anedota do presidente africano que foi convidado para um congresso científico na Suíça onde foram apresentados e lhe foram oferecidos uns óculos que permitiam ver as pessoas despidas. O tal presidente, regressou ao seu país sem nunca mais tirar os óculos e deliciando-se a cada momento, sobretudo com as hospedeiras no avião. Ao entrar no palácio presidencial, dirigiu-se imediatamente ao quarto e deparou com a mulher e o secretário, nus, abraçados sobre a cama. Surpreendido, retirou imediatamente os óculos e continuou a vê-los nus e abraçados, voltou a colocar os óculos e a imágem repetiu-se. Então num gesto brusco, retira os óculos, atira com eles para o chão e enquanto os pisa, vai vociferando furioso: estes sacanas destes cientistas são uns aldrabões, ainda agora me deram os óculos e já estão avariados!
O traço fundamental e indiscutível no Cenário Económico apresentado pelo PS e que é a assunção de que é preciso abandonar as políticas de austeridade, inverter o caminho seguido pelo governo PSD/CDS, para alcançar uma melhoria das contas públicas e do desenvolvimento económico. Só um sectarismo ideológico profundo poderá levar alguém a não reconhecer este fio condutor que atravessa todo o documento. Romper com as medidas de austeridade sem fim impostas pelo governo, romper com a ideologia neoliberal como transparece no documento e voltar ao ideário social democrata, apresentar uma alternativa quando o governo e os seus apoiantes se esforçam por fazer acreditar os portugueses de que não há alternativa às políticas de cortes sociais com que vem massacrando os portugueses, é um feito extraordinário que não deveria ser menosprezado pelos partidos de esquerda, quer por Comunistas quer por Bloquistas. Não reconhecer isto é seguramente um mau serviço que se faz à cidadania portuguesa. É certo que o documento terá contradições, omissões e propostas ambíguas. Contudo está lá o fundamental – o corte com as políticas de austeridade sem fim, com as políticas neoliberais. Não há dúvidas, se o documento “Cenário Económico” do PS provocou uma tremenda irritação ao PSD e ao CDS não é menos certo que produziu uma grande incomodidade nos partidos à sua esquerda.
Caro JM Ferreira de Almeida.
ResponderEliminarPor caminhos opostos, o que o PEC do Governo e o Cenário Macroeconómico do PS preveem é muito semelhante nos números finais.
Senão veja este excerto:
«O actual Governo prevê um crescimento nominal do PIB de 3,5% e um saldo orçamental primário de 2,9%, na média do período; o PS prevê um pouco mais de crescimento e um pouco menos de austeridade (3,9% e 2,3%, respectivamente)
Quantas vezes na história algum país conseguiu atingir as metas orçamentais impostas pela UE num contexto marcado pelos ritmos de crescimento económico previstos para Portugal?
E quantos dos países em causa se encontravam numa situação financeira idêntica à portuguesa?
Olhando para a experiência dos 28 países membros da UE entre 1996 e 2014, as respostas variam entre raramente e nunca.
O cenário apresentado pelo governo registou-se em 2,9% dos casos.
O cenário do PS, ligeiramente mais moderado, aconteceu 5,8% das vezes.
Em nenhum dos casos o país em causa tinha uma dívida externa superior a 100% do PIB, como acontece com Portugal (que todos os anos tem, assim, de canalizar para o exterior uma parte importante dos seus recursos).
Em suma, Governo e PS estão a alimentar uma fantasia: ou a austeridade terá de ser reforçada para que se cumpram as metas orçamentais, o que implica que o crescimento será inferior ao que nos prometem ou o próximo Governo procurará evitar que a política orçamental constitua um entrave à recuperação da economia e do emprego, mas para isso terá de abdicar de cumprir o Tratado Orçamental.»
Ricardo Paes Mamede, «O irrealismo dos cenários macroeconómicos do governo e do PS», in blog Ladrões de Bicicletas. Aqui: http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/04/o-irrealismo-dos-cenarios.html
Isto não foi escrito por um apaniguado do PS, antes por um crítico do Cenário Macroeconómico do PS.
Mas que, para ser honesto intelectualmente, teve de analisar também o PEC do Governo.
Mas um crítico que sabe fazer contas, não daqueles que criticaram na televisão um minuto depois de o documento de 95 páginas ter sido publicado, nem de outros que criticaram nos blogues apenas com base no que tinham ouvido nos «media» mal o anúncio foi feito.
Ao menos o senhor, pessoa inteligente, avisada e prudente, reservou-se para mais tarde: embora eu não saiba se o leu.
Finalizando: Não percebo como consegue vislumbrar tanta diferença (ilustrada na BD)?
Verdes Jantas ?! Será algum prato à base de ovos verdes?!
ResponderEliminarBom, seja como for, vou já comprar uns óculos daqueles... mulheres nuas?! UAU!!!
Faz-me lembrar a anedota do presidente africano que foi convidado para um congresso científico na Suíça onde foram apresentados e lhe foram oferecidos uns óculos que permitiam ver as pessoas despidas. O tal presidente, regressou ao seu país sem nunca mais tirar os óculos e deliciando-se a cada momento, sobretudo com as hospedeiras no avião. Ao entrar no palácio presidencial, dirigiu-se imediatamente ao quarto e deparou com a mulher e o secretário, nus, abraçados sobre a cama. Surpreendido, retirou imediatamente os óculos e continuou a vê-los nus e abraçados, voltou a colocar os óculos e a imágem repetiu-se. Então num gesto brusco, retira os óculos, atira com eles para o chão e enquanto os pisa, vai vociferando furioso: estes sacanas destes cientistas são uns aldrabões, ainda agora me deram os óculos e já estão avariados!
Uma caricatura é uma caricatura, meu caro Manuel Silva...
ResponderEliminarO traço fundamental e indiscutível no Cenário Económico apresentado pelo PS e que é a assunção de que é preciso abandonar as políticas de austeridade, inverter o caminho seguido pelo governo PSD/CDS, para alcançar uma melhoria das contas públicas e do desenvolvimento económico.
ResponderEliminarSó um sectarismo ideológico profundo poderá levar alguém a não reconhecer este fio condutor que atravessa todo o documento.
Romper com as medidas de austeridade sem fim impostas pelo governo, romper com a ideologia neoliberal como transparece no documento e voltar ao ideário social democrata, apresentar uma alternativa quando o governo e os seus apoiantes se esforçam por fazer acreditar os portugueses de que não há alternativa às políticas de cortes sociais com que vem massacrando os portugueses, é um feito extraordinário que não deveria ser menosprezado pelos partidos de esquerda, quer por Comunistas quer por Bloquistas.
Não reconhecer isto é seguramente um mau serviço que se faz à cidadania portuguesa.
É certo que o documento terá contradições, omissões e propostas ambíguas. Contudo está lá o fundamental – o corte com as políticas de austeridade sem fim, com as políticas neoliberais.
Não há dúvidas, se o documento “Cenário Económico” do PS provocou uma tremenda irritação ao PSD e ao CDS não é menos certo que produziu uma grande incomodidade nos partidos à sua esquerda.
De facto, só falta prometer o paraíso...Já!...
ResponderEliminarMas como ainda estamos a uns meses das eleições, lá chegaremos!...
Está bem esgalhado.
ResponderEliminarJosé Mário
ResponderEliminarEngraçado que as caricaturas podem provocar diversas visões. Sorri...