Comércio externo no 1º trim/2015: curiosidades...
- Foram ontem divulgados,
com alguma fanfarra, os dados do comércio externo (bens) para o 1º
trim/2015, revelando, em relação ao mesmo período de 2014, um aumento das
exportações de 4% e uma diminuição das importações de 1,4%...
- …de que resultou uma
quebra no défice comercial, que passou de € 2.680 milhões em 2014 para €
1.969 milhões em 2015, ou seja -25,1%, e a subida da taxa de cobertura das
importações pelas exportações, de 81,7% em 2014 para 86,1% em 2015.
- A melhoria do saldo comercial
ficou a dever-se não apenas ao bom desempenho das exportações mas também,
e em grande parte, mesmo, à diminuição da factura petrolífera, o que está
bem evidente quando se analisa o saldo comercial excluindo combustíveis:
um aumento do défice, de € 887 milhões em 2014 para € 1.101 milhões em
2015 (+24,1%).
- Um aspecto importante
será o facto de as importações de máquinas e de material de transporte
terem aumentado expressivamente, segundo a informação divulgada, o que
indiciará uma recuperação do investimento – e sem investimento não pode
haver mais produto nem mais emprego…
- … por muito que os
cançonetistas do Crescimentismo queiram convencer-nos de que é possível
promover o crescimento fazendo
funcionar um helicóptero de dinheiro, lançando notas á população, em ordem
a aumentar magicamente a procura…
- Em relação aos
principais mercados de destino das exportações lusas, cumpre destacar os óptimos
desempenhos da Espanha, com +9,6% - de Espanha sopra agora bom vento – e também
do Reino Unido, com + 14,5% (apesar da vitória de Cameron, dirá o Pinho Cardão)
e dos EUA com +16,8%...tudo economias liberais, infelizmente.
- Pela negativa, há a
registar a quebra das exportações para Angola, agora com -23,6%, por razões
já aqui mencionadas, embora se registe uma recuperação em relação aos dois
primeiros meses, em que a quebra acumulada era de -29,6% (considerando
apenas os dados de Março, a quebra é de -11,4%) – de que resultou a
despromoção de Angola, de 4º cliente em 2014 para 6º cliente em 2015.
- Em suma, boas notícias,
de um modo geral, mas é preciso que os próximos 3 trimestres confirmem
esta evolução positiva…já todos sabemos que, pelo menos por parte da magnífica
TAP, tudo será feito no sentido de que esta evolução seja travada…
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ResponderEliminarGostava de saber, ao serviço de quem, está o sindicato dos pilotos da TAP.
ResponderEliminarCertamente não é ao serviço dos pilotos, não é ao serviço dos outro trabalhadores da TAP, não é ao serviço do País.
Será ao serviço de algum dos candidatos à compra, será ao serviço alguma seita secreta, de algum partido politico, alguma central sindical? ou pior ainda ao serviço de alguma empresa concorrente? ou de alguma potencia estrangeira inimiga?
Seja como for são um traidores aos colegas, à empresa e ao País.
Pobres dos beatos dogmáticos neoliberais que se contentam com tão pouco.
ResponderEliminarLe volume des ventes du commerce de détail (06.05.2015)
Parmi les États membres,… les baisses les plus marquées au Portugal (-3,5%), en Slovénie (-2, 8%) et en Allemagne (-2,3%).
La production dans le secteur de la construcion (20.04.2015)
Parmi les États membres,… les baisses les plus marquées on été observées aen Portugal (-2,2%)
Caro Luís Franco,
ResponderEliminarUma boa pergunta, á qual, todavia, não estou em condições de responder; pode aliás suceder que se encontrem, tão somente, ao serviço deles próprios...
Mas confesso não saber.
Realmente, como se pode aceitar um sindicato que esteja ao serviço dos seus associados e não a lutar contra as políticas austeritaristas...
ResponderEliminarBoas notícias e interessante esse efeito de hedging que as relações comerciais com Angola têm relativamente ao preço do petróleo.
Há uma coisa que ainda não percebi quanto ao investimento público para gerar emprego. Os desempregados têm alvarás de construção, é?
Caro Carlos Sério:
ResponderEliminarPois é. Dados não faltam.
Vendas da Cimpor para o mercado português, 1º trimestre de 2015: mais cerca de 5%, em relação ao período homólogo. Este valor já aumentou em Abril.
E creio que tudo vai dar ao PIB, que aumenta, e ao desemprego, que vai diminuindo. Ou não?
Ficamos satisfeitos? Não. Mas não podemos ser assim negativistas como o meu amigo.
Caro Pires da Cruz,
ResponderEliminarO caso de Angola é típico das economias que se encontram dependentes da exportação de um só produto: a exportação de ramas de petróleo vale cerca de 97% das exportações de bens em Angola (embora em % do PIB a actividade petrolífera não represente mais de 40%).
Quando o preço do petróleo cai acentuadamente, como aconteceu a partir do final do 3º trimestre de 2014, as receitas das exportações acompanham essa queda e a venda de divisas ao mercado (bancos), por parte do BNA (quase monopolista na compra) é muito menor, do que resulta uma escassez de divisas para liquidar importações...
A recuperação do preço do petróleo a partir de Março em especial já permitiu alguma melhoria, mas ainda insuficiente para atingir, por exemplo, um nível de compras a Portugal idêntico ao registado em 2014.
Mas é provável que se verifique uma atenuação da queda ao longo dos próximos meses, assim o preço do petróleo se aguente aos níveis do presente.
Caro Pinho Cardão,
Essa paciente pedagogia, que hoje poderia ser reforçada com as notícias da variação do PIB no 1º trimestre de 2015, faz recordar a velha expressão "malhar em ferro frio"...