sexta-feira, 8 de maio de 2015

Privatização da TAP: há 4 anos sim, agora não...porquê?


  1. Do “Memo of Understanding” celebrado em Maio de 2011 entre o Governo português da altura (do PS, corrijam-me se estou errado) e a Troika, consta o seguinte em relação à privatização da TAP…
  2. …”The Government will accelerate its privatisation program. The existing plan, elaborated through 2013, covers transport (ANA, TAP…)” e, ainda…
  3. …”The Government commits to go even further, by pursuing a rapid full divestment of public shares in EDP and REN…as well as of TAP, by the end of 2011”…
  4. O  final de 2011 passou, passaram mais 3 anos, a privatização da TAP continua em “banho-maria”, e agora os responsáveis do mesmo PS (será?) que rubricou aquele MEMO vêm colocar em causa a privatização da TAP, admitindo apenas uma solução de venda de 49% do capital o que, para além de se afigurar uma hipótese onírica, não significa privatizar (a Empresa continuaria sob o controlo do Estado)…
  5. Não sou dos que entendem que, nesta como noutras matérias de discussão pública, é vedado mudar de opinião…entendo que a mudança de opinião, existindo alteração relevante de circunstâncias, poderá ser não apenas justificada como até salutar.
  6. Todavia, no caso vertente, se admitirmos que em 2011 havia razões para a privatização da TAP, a evolução da Empresa desde então até agora parece só ter reforçado essas razões:  (i) a fragilidade económica e financeira agudizou-se consideravelmente, (ii) o Estado está impossibilitado de prestar mais ajudas (nem os contribuintes merecem tal ofensa), (iii) a Empresa está mais do que nunca refém de interesses corporativos ilegítimos que ameaçam a sua sobrevivência, como a actual greve de pilotos claramente ilustra, etc
  7. Neste contexto, não consigo perceber, de todo, a causa desta mudança de opinião: será uma questão de oportunismo político? Será apenas por debilidade volitiva? Confesso desconhecer as determinantes de tal mudança, mas suspeito que com posições políticas deste tipo não vamos longe…

43 comentários:

  1. Nem sempre, a estrada é tão branca como ao primeiro olhar nos parece. Nem sempre, a estrada se limita pelas bermas que julgamos ver em cada margem. Nem sempre a estrada é estrada, caminho ou carreiro.
    Por vezes... a estrada tão pouco existe, embora, alguns teimem em inventa-la.



    Atravessei contigo a minuciosa tarde
    deste-me a tua mão, a vida parecia
    difícil de estabelecer acima do muro alto

    folhas tremiam
    ao invisível peso mais forte

    Podia morrer por uma só dessas coisas
    que trazemos sem que possam ser ditas:
    astros cruzam-se numa velocidade que apavora
    inamovíveis glaciares por fim se deslocam
    e na única forma que tem de acompanhar-te
    o meu coração bate

    José Tolentino Mendonça, in 'A Estrada Branca'

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  2. Anónimo14:36

    Nesta saga da TAP lamento profundamente que o governo não promova uma solução semelhante à Alitalia, pedindo a falência da empresa tendo previamente combinado com um grupo de investidores a constituição duma nova. Essa nova empresa, imediatamente após a declaração de falencia da TAP compraria os seus activos que achasse relevantes (marca TAP incluída) e iniciaria operações. Os funcionários passariam para a nova empresa mas, claro, com contratos novos mais adaptados aos tempos actuais.

    É pena não haver coragem política para isso.

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  3. Caro Bartolomeu,

    Muito bela essa evocação da poesia de Tolentino, convindo no entanto recordar que, no caso em pareço, a estrada se situa no espaço aéreo, com todos os riscos decorrentes dessa condição...

    Caro Zuricher,

    Essa parece ser a solução "óbvia", lógica, que melhor corresponderia aos objectivos interesses do País, mas, como bem sabe, entre nós o "óbvio" e o lógico são frequentemente inimigos do bom...
    Para além de, nas actuais circunstâncias políticas, essa solução ser assimilável a um terremoto de grau 8...

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  4. Anónimo17:39

    Pois, caro Tavares Moreira, pois, a questão política, leia-se eleitoral. Essa sinceramente não consigo avaliar de forma precisa mas mantendo-se o nome TAP e dado o ambiente popular contra os pilotos será que uma medida assim iria redundar contra ou, por outro lado, em benefício do governo?

    Entretanto, pelo que me vai parecendo, a opinião pública já estava contra os pilotos. Hoje lá um dirigente qualquer do SPAC veio ufanar-se de ter conseguido inflingir um prejuízo de 30 milhões de € à TAP, algo que, parece-me a mim, não cairá muito bem junto dos eleitores. Será que ao resolver um problema, para mais mantendo a marca TAP, o governo sairia prejudicado eleitoralmente?

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  5. Caro Dr. Tavares Moreira,
    É, de facto muito bela a poesia do padre, que encerra uma sabedoria aplicável a diferentes e complexos "entendimentos". «No caso em apreço» um entendimento entre os homens e os homens, sedo que,uma parte desses homens viaja pelos céus e a outra parte "anda nas núvens".
    «No caso em apreço» (ainda) diria que a estrada "parece" situar-se no espaço aéreos, mas na realidade submerge nos negros corredores subterrâneos da TAP.

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  6. Caro Zuricher,

    Os seus raciocínios fazem sentido, têm uma lógica empresarial (e diria mesmo de interpretação do interesse nacional) correcta, na minha perspectiva.
    Acontece, simplesmente, tal como analiso a situação pelo menos, que o tabuleiro político está viciado por inúmeros jogos de interesses e de contradições de toda a ordem, onde raciocínios simples e límpidos como os seus dificilmente subsistem...
    E há, nessa imensa teia de contradições, o papel sempre imprevisível da comunicação social...imprevisível mas deletério, por via de regra.

    Caro Bartolomeu,

    Posso dizer-lhe que na qualidade de contribuinte fustigado por todas estas calamidades, as dezenas de TAPs que de forma sistemática atentam contra a fazenda pública, muitas vezes sob a invocação de falsos interesses estratégicos...eu não me sinto nada nas nuvens nem nos céus, sinto-me simplesmente burlado por tanta falta de decoro!
    Abraço amigo e até ao nosso almoço.

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  7. Já que os pilotos exigem 20%, se pela n-ésima vez niguém quiser comprar, podiam fazer daquilo uma United e oferecer a TAP aos vários sindicatos.

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  8. A TAP, resquícios coloniais, devia ter desaparecido quando desapareceram os paquetes Vera Cruz, Infante D. Henrique, Santa Maria, Quanza, Uige, e tudo o resto.

    Já somos uma Roménia, uma Bulgária, ou uma Bósnia qualquer.

    Mania das grandezas!

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  9. Se o estimado Dr. Tavares Moreira (responda-me com sinceridade p.f.) sente o que sente, «...na qualidade de contribuinte fustigado por todas estas calamidades, as dezenas de TAPs que de forma sistemática atentam contra a fazenda pública...» não lhe parece que antes de alienar uma empresa que tem todas as condições (se bem gerida) para gerar lucros, deveria o governo simplesmente fazer implodir umas quantas centenas de fundações, institutos, EP, parcerias, etc. ?

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  10. Enquanto isso, na Sala de Justiça, aguardo ansiosamente o desfecho do problema na TAP. Afinal,isso tudo deve influenciar no estado emocional dos pilotos e a tripulação em geral.
    Votos que tudo se resolva, da melhor forma possível.

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  11. Caro Nuno Cruces,

    Por este andar, com mais algumas justas greves do pessoal de voo, os 20% dos heroicos pilotos serão equivalentes a 100%, valendo zero.
    Será um finale em grande beleza, cheio de emoção.

    Caro Bartolomeu,

    Tudo o que refere constitui, igualmente, fenómenos de ofensa ao contribuinte que deploro quanto deploro o inglório esforço financeiro que o Estado realizou nesta excelente companhia aérea...
    O que está em discussão, todavia, não são essas miríades de ofensas ao contribuinte, é sim a "excelência" desta mudança de entendimento em relação à TAP, por parte de candidatos a responsabilidades governativas...
    Não convém pois distrair as atenções, meu Caro...

    Cara Chamo a Mamãe,

    Os meus melhores votos para que tudo corra pelo melhor, pacificamente, nessa Sala de Justiça - onde o ambiente, segundo me consta, é mesmo de "cortar à faca"!

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  12. Caro Nuno Cruces,

    Por este andar, com mais algumas justas greves do pessoal de voo, os 20% dos heroicos pilotos serão equivalentes a 100%, valendo zero.
    Será um finale em grande beleza, cheio de emoção.

    Caro Bartolomeu,

    Tudo o que refere constitui, igualmente, fenómenos de ofensa ao contribuinte que deploro quanto deploro o inglório esforço financeiro que o Estado realizou nesta excelente companhia aérea...
    O que está em discussão, todavia, não são essas miríades de ofensas ao contribuinte, é sim a "excelência" desta mudança de entendimento em relação à TAP, por parte de candidatos a responsabilidades governativas...
    Não convém pois distrair as atenções, meu Caro...

    Cara Chamo a Mamãe,

    Os meus melhores votos para que tudo corra pelo melhor, pacificamente, nessa Sala de Justiça - onde o ambiente, segundo me consta, é mesmo de "cortar à faca"!

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  13. Demasiados "fenómenos" para um país tão pequeno e tão sempre a navegar com a borda a baixo da linha de água, caro Dr. Tavares Moreira. Mas, vamos ao que interessa: refere o meu estimado amigo a excelência desta companhia aérea e é-o na realidade, ou, tem tudo para que o seja, como já foi em épocas anterirores, algumas, em que a ground-force não estava sob a sua tutela, por exemplo. E se os sucessivos governos anunciam a privatização e os sindicatos decretam greves e os governos dispendem fortunas e a privatização é adiada, tenha santa paciência caro Amigo, mas, somos forçados a concluir que temos sido governados sucessivamente por uns brincalhões do caraças. Não, não; as caraças a que me refiro, são as de carnaval, aquelas que se colocam para assumir uma personagem diferente da real.

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  14. É exactamente por isso, caro Bartolomeu, que o estado não deve ter empresas. Há coisas demasiado importantes para poderem estar na mão de funcionários públicos.

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  15. Excelente conclusão, caro Pires da Cruz, com a qual o nosso distinto amigo Bartolomeu por certo concordará.
    De resto, uma das mais nobres utilidades da posse (propriedade e gestão) de empresas por parte do Estado, tem sido retirar recursos ao mesmo Estado, à custa dos cidadãos...um IRC a funcionar ao contrário!

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  16. Além de ser um patrão horrível, a avaliar pela percentagem de greves neste país que se dão nas empresas públicas. Nem sei como não há uma investigação internacional à actuação do estado português como patrão. Aquilo deve ser pior que as galés romanas ou as fábricas de sapatilhas indonésias.

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  17. João Pires da Cruz e Taqvres Moreira; não me levem a mal aquilo que lhes vou dizer: Mas, o estado não deve ter e gerir empresas que são de interesse nacional e que lhe garantem tanto o reconhecimento da "bandeira" (como agora é moda referir) como a garantia aos cidadão de que um serviço de primordial importância lhe é prestado?!
    Podemos ter pontos de vista diferentes, admito inteiramente, agora, que só vejamos números negativos e não admitamos que esees números possam ser revertidos... tenham paciência mas, essa visão não é própria de homens como os meus amigos, que possuem uma visão empresarial, económica e financeira que lhes deveria proporcionar um olhar mais coerente.
    Vejamos: No caso da TAP e de outros sectores empresariais públicos, sempre que ha uma mobilização para uma ação de greve, qual é o cenário a que se assiste? O da completa anarquia, contra-informação, demagogia, e trapalhada, tanto do lado do governo como dos sindicatos e ainda dos eivados jornalistas. Ora bem: o que está em causa, então, não é concretamente a viabilidade da empresa porque, em contas de merceeiro, todos sabem que é uma empresa lucrativa. O que está em causa é a dignidade de quem governa, de quem representa os trabalhadores da empresa e de quem administra a empresa. Se todos estes intervenientes forem dignos nos lugares que representam, então chega-se a um acordo equilibrado e a empresa funciona de forma lucrativa. Se não, se se insiste em construir "cavalos de Troia" e andar a reinar ao faz de contas, nem a empresa, nem os funcionários, nem o governo... os únicos que ganham são os midia e as oposições... conforme vão deixando de ser governos.
    Agora, peço-lhes, aos dois: não me venham com essa demagogia dos impostos e saga da desgraçadinha. A malta paga impostos que não deve, porque vota e quando o está a fazer, mais valia que lhe desse uma travadinha nos dedos que os impossibilitasse de riscar a cruzinha!

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  18. Anónimo14:48

    Caro Bartolomeu, ainda gostava muito que alguém me explicasse porque é que uma companhia aérea como a TAP é vital para o interesse nacional ou, como agora usa dizer-se, estratégica. Sem a TAP fica em causa o abastecimento alimentar? A segurança militar? O abastecimento de água? As telecomunicações? Não, pois não? Então, estratégica, onde?

    Vários países não têm companhias aéreas nacionais e muitos que as têm têm-nas privadas e ninguém morre.

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  19. Caro Bartolomeu,

    A referência aos impostos é a antítese da demagogia que o ilustre Comentador agora brande como suave arma de arremesso dialético!
    A referência aos impostos tem exactamente a ver com as 1.001 TAPs que os sucessivos governos criaram e alimentaram, lançando-as na Boaventura dos défices tendo como contrapartida a satisfação de inúmeros e ilegítimos interesses corporativos...não tem a ver com os contos de Hoffmann!
    O lamentável vocábulo "estratégica", aplicado a situações deste tipo, e pretendendo confundir o cidadão, só tem servido para sublimar essa indecorosa realidade!

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  20. Caro Bartollomeu,

    A TAP ou a RTP têm uma importância maior que a farmácia? Que o supermercado? Que o laboratório de análises? Tudo privado em Portugal. E nos outros países todos. Na verdade, tudo é privado a única coisa que é pública são os objectivos. Os interesses dos pilotos são privados, mas o das hospedeiras também e do informático que fez o site para lhe vender os bilhetes também. Até os interesses da financeira que pôs os aviões a andar são privados. O carácter "estratégico" das empresas públicas mede-se pela quantidade de publicidade que compram aos media, mais nada.

    Mas, se nada disto o faz acreditar, se um estado consegue privatizar uma empresa tão má como a TAP, o que o impede de a nacionalizar se isso for de facto estratégico? Ou o Continente? Ou a Farmácia Ribeiro?

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  21. Ó João Cruz, você está a tentar conseguir provar que o meio da rua e a Rua do Meio (à Lapa) são uma e a mesma coisa. Mas não são, garanto-lhe. Nacionalizar a Farmácia Ribeiro, não é o mesmo que privatizar uma companhia aérea nacional. É que; farmácias, há muitas e todas sujeitas ao estatuto da livre concorrência. E se a farmácia Ribeiro falir, existem milhares de outras que providenciarão o fornecimento dos medicamentos que o meu amigo precisar, caso se constipe. Agora, se o meu amigo Cruz alegar que o governo não sabe ou não quer ou tem interesse em não gerir eficazmente as empresas que detém; aí já somos capazes de encontrar um ponto de acordo. Mas já agora e a "talho de foice" deixo-lhe e ao nosso estimado amigo Tavares Moreira, a seguinte questão: Caso os meus amigos fossem donos da TAP há... digamos... 41 anos, nas mesmas condições e circunstâncias em que a empresa se encontra atualmente, vendiam-na? E já agora, acrescentando aquela bacorada que o gajo do sindicato disse na entrevista « a TAP vale aquilo que quiserem pagar por ela ».
    Até eu, que sou um bardamerdas, pensei logo, assim que o ouvi: querem ver que ainda sou eu que vou comprar aquela porcaria?! Pensando bem, uns quantos boing daqueles até que ficavam engraçados aqui a ornamentarem o jardim.

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  22. Anónimo18:00

    Caro Bartolomeu, companhias aéreas há muitas e todas sujeitas ao estatuto da livre concorrência. E se a companhia TAP falir, existem centenas de outras que providenciarão o fornecimento das viagens que o meu amigo precisar, caso queira viajar.

    Várias companhias, sobretudo da UE, imediatamente cobrirão o vazio deixado pela TAP mesmo no longo curso.

    Não imagino ninguém a ser dono da TAP com os constrangimentos que a TAP tem para o seu governo. É ingerivel e não apenas pelos sindicatos. Sem uma injecção séria de dinheiro para investimento, adeusinho. E isso não será feito pelo Estado.

    Já agora, a TAP tem uma frota toda Airbus! :)

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  23. Caro Zuricher,

    Está cheio de razão na argumentação que expende. O grande problema é que a TAP é um mito, associado ao Império português que se perdeu na escuridão dos tempos e deixou atrás de si um rasto de dor e de saudade...
    A TAP é uma das poucas bandeiras que escaparam ao desabar do Império, mas infelizmente está hoje em tão boa forma como estava o Império em 1974...à beira de ruir!
    Estes nossos bondosos cidadãos agarram-se a estas velhas bandeiras e resistem heroicamente...
    Só que, neste caso e ao contrário do Império nos seus velhos tempos, esta bandeira custa uma fortuna ao contribuinte, só serve para satisfação intelectual de uns quantos cultores de lucubrações florentinas, sem mundo real, como o excelente candidato SdaN!´
    É uma conjugação de péssimos, que só atrasa o País, um ónus permanente que a economia tem de suportar. E depois queixam-se da austeridade, tem graça!

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  24. Anónimo18:36

    Caro Tavares Moreira, está cheio de razão no que me parece ser o fulcro dos receios relativos à privatização da TAP. A aura mitológica que a TAP tem. Talvez não seja, porém, dispiciendo relembrar neste momento que nos seus tempos áureos de ligação ao império a TAP era privada. E que, voltando a sê-lo hoje em dia, não há quaisquer motivos para deixar de ser a TAP que todos conhecemos. Até a British Airways é privada hoje em dia! E a Swiss, antanho companhia emblemática de ligação entre os dois blocos geo-políticos desavindos. E a Air France, símbolo do chauvinismo Francês. E a Iberia, companhia de bandeira dum país muito mais nacionalista do que Portugal.

    Bom, e nem falemos dos Estados Unidos que nem nunca sequer teve companhias aéreas do Estado.

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  25. Caro Zuricher, com base nos comentários que ao longo do tempo tem vindo a publicar, reconheço que em matéria de transportes, o meu caro tem cátedra. E se por ventura a não tiver, atribuo-lha já eu! E não estou a ser irónico, garanto-lhe.
    Contudo, no seu anterior comentário, parece-me existir uma contradição; se por um lado afirma «Várias companhias, sobretudo da UE, imediatamente cobrirão o vazio deixado pela TAP mesmo no longo curso.» logo a seguir contradiz, «Não imagino ninguém a ser dono da TAP com os constrangimentos que a TAP tem para o seu governo.».
    Bom, eu tenho noção da dimensão do meu grau de analfabetismo, mais na escrita, que na interpretação e entendimento daquilo que leio.
    Resumindo: a primeira citação, leva-me a concluir que o meu amigo reconhece que a TAP detem um "negócio" invejável, por outro lado, exclui a hipotese de viabilidade da empresa?!
    Quanto ao resto... é-se-me igual que os "pássaros" sejam da espécie Boing ou Airbus, desde que voem, até podiam ser Cessna.

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  26. Anónimo18:43

    Não há qualquer contradição, caro Bartolomeu. A TAP tem um negócio bom, tem um mapa de rotas muito jeitoso, mas que pode facilmente ir por água abaixo por falta de investimento.

    Ninguém quereria ser dono da TAP nas mesmas condições em que o Estado o é. Sem poder recapitalizar a empresa, sem poder dar-lhe o dinheiro necessário para, já nem sequer a sua expansão mas tão somente a manutenção da oferta com padrões competitivos, espartilhadíssima em termos até mesmo de tesouraria.

    Não basta o negócio ser bom. Há que ter dinheiro para o desenvolver e continuar a investir no seu crescimento. Sem isto, pois por muito bom que o negócio seja, chapéu.

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  27. Muito bem, acho que já compreendi o ponto de vista dos meus muito estimados Tavares Moreira, Zuricher e João Cruz: A "coisa" é boa, mas não presta, está a dar prejuízo mas pode dar lucro, mas para que isso se propiciasse os consecutivos governos enterraram e continuam a enterrar lá biliões, mas é preciso enterrar mais, mas não se pode enterrar porque isso seria um assalto ao bolso do contribuinte para quem essa seria uma situação inédita, diga-se de passagem.
    Proponho então que se lavre em ata a decisão aprovada por maioria de 3 votos contra um. O Conselho (vulgarmente designado por Tertúlia Gastronómica Quartarepublicana) delibera o seguinte:A TAP não será vendida, não será mantida e não será oferecida. O Conselho delibera que a TAP- Portugal seja colocada em estado de morte induzida e conservado o seu corpo em sistema de criopreservação até que Cristo volte à Terra e se disponha a fazer com ela o mesmo que fez com Lázaro.
    Aos onze dias do mês de Maio do ano da graça de dois mil e quinze.
    Assinam os digníssimos tertúlios:

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  28. Anónimo19:22

    Há um pormenor que o caro Bartolomeu esqueceu na acta. O Estado não só não tem enterrado dinheiro na TAP nos últimos anos como não pode faze-lo excepto no âmbito dum programa de downsizing sujeito a aprovação da União Europeia. Nos tempos actuais dificilmente a UE aprovaria um plano de reestruturação da TAP dado não haver motivos ponderosos que a tal obriguem e dadas as condições das finanças públicas da República (da terceira, esta que nos toca viver).

    Recentemente o Estado Italiano tentou financiar a nova Alitalia (privada) tentando até recorrer a um esquema engenhoso que envolvia os Correios italianos. Mesmo assim a Comissão Europeia disse "nanai"! E outros casos houve no passado de ajudas ilegais darem problemas. A companhia aérea de Chipre foi obrigada a fechar portas por um caso de ajuda ilegal do Estado que a companhia não podia devolver, a Spanair um dos engulhos que teve para a sua venda foi a Generalitat de Cataluña ter posto lá dinheiro indevidamente o que levou, por fim, ao ninguém querer assumir o risco de ter que devolver as ajudas, a não haver compradores e certamente outras que de memória aqui em dois minutos não me recordo.

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  29. Bom, nesse caso, caro Zuricher, a ata vai ser revogada e será lavrada uma nova em que será substituida a forma da criopreservação por um mergulho em cloroformio.

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  30. Esses sentimentos patrióticos requentados até lhe ficariam muito bem, caro Bartolomeu, se não fossem cultivados sobre o amaro suor dos contribuintes...
    Não sendo o caso, peço-lhe, encarecidamente, que procure encontrar formas menos dispendiosas de cultivar esse tipo de sentimentos!
    Dou-lhe até uma sugestão: substitua esse amor á TAP por amor ao FUSO - um grande símbolo da gastronomia nacional- não lhe vai ficar nada mal e será bem mais económico para todos.

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  31. Caro Dr. Tavares Moreira, estimado amigo: amaro sempre foi o sabor dos impostos pagos pelos contribuintes, em Portugal. E esse sabor forte e intragável fica a dever-se ao simples facto de os mesmos não servirem somente, os fins para que foram criados: o de servir o Estado.
    Não faço a menor ideia, onde terá ido o meu estimado amigo desenterrar essa conclusão do meu amor pela TAP.
    Assinalo ainda, que não obtive resposta à questão que deixei em comentários anteriores e reitero:« Caso os meus amigos fossem donos da TAP há... digamos... 41 anos, nas mesmas condições e circunstâncias em que a empresa se encontra atualmente, vendiam-na?»
    Fuso?!
    É para já!!
    Basta que me digam quando...

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  32. Caro Bartolomeu,

    Eu não mencionei o seu amor pela TAP, seria demasiada ousadia da minha parte, mencionei sim o sentimento patriótico que leva muitos cidadãos - e aqui, sim, cometi a ousadia de o associar a esse tipo de fervor - a desejarem ardentemente, afectivamente, que a "velha" TAP não só sobreviva a todas as atrocidades que contra ela são cometidas como continue a ser "nossa", ou seja, suportada pelos contribuintes indefesos.
    Mas se nem esse sentimento, esse fervor, é comungado pelo meu ilustre Amigo, pois aqui fica a correcção e o meu condoído pedido de desculpas.
    Quanto ao FUSO, tenho de lhes confessar que tenciono visitar esse espaço privilegiado da boa mesa ainda na corrente semana, poderei aproveitar para reservar mesa para a próxima, caso V. Exas. - o meu Amigo + o Pires da Cruz + Pinho Cardão, pelo menos - estejam disponíveis para tão arriscado projecto.

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  33. Eu estou disponível, caro Dr. Tavares Moreira.
    «Dou-lhe até uma sugestão: substitua esse amor á TAP por amor ao FUSO»
    Veja lá o meu estimado amigo, como foi possível ter interpretado esta sua frase, de maneira equívoca!?
    Esta coisa da idade avançada, por vezes coloca-nos em situações embaraçosas...

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  34. Fuso.... Próxima semana, sim! Fuso....

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  35. Seria bem bacano que mais autores e comentadores do Quartarepública se juntassem a esta reunião gastronómica. Afinal, Arruda dos vinhos não fica própriamente no fim do mundo, pelo contrári... é mesmo à entrada.

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  36. Caros Pires da Cruz e Bartolomeu,

    Como diria um velho estadista, dos tempos em que a TAP era uma empresa com elevado crédito, respeitada, cotada em bolsa e distribuindo dividendos aos seus accionistas (hoje felizmente liberta desses detestáveis vícios neoliberais)- para o FUSO, rapidamente e em força!

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  37. Posso propor a sexta da semana que vem?

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  38. Feliz, é quem tem amigos
    Fora das redes, também
    É assim que faz sentido
    Que se almoce com alguém

    Sexta-feira é bom dia
    Mas sábado é-o também
    Se for Segunda, alegria
    Terça ou Quarta que vem.

    Na quinta, ainda melhor
    Sentados á sombra, no chão
    Apreciando de tudo, o sabor
    Do chouriço, ao carrascão

    E deixar correr as conversas
    Que vêem como as cerejas
    Fazendo com as mãos, as mesas
    E com as ideias, pelejas.

    No final, prestando preito,
    Ao que é puro e sincero..
    Apertamos contra o peito,
    O peito de cada mensageiro.

    ;) ;) ;)

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  39. Caros Pires da Cruz e Bartolomeu,

    Para confraternizarmos no FUSO, só poderei na semana a seguir à próxima, na 5ª Feira de preferência (dia 28 de Maio, uma curiosa data, já gasta pela passagem dos tempos...).
    Mas se quiserem confraternizar na 6ª Feira, dia 22, como sugere o Pires da Cruz, será possível no El Corte Inglês, na famosa Taberna (que às 6as Feiras até serve um simpático buffet).
    Não quero deixar de assinalar a inspirada veia poética do Bartolomeu, a qual muito poderia ajudar os Syrizas, nestes conturbados tempos, a chegar a um entendimento com os credores, caso o nosso Amigo quisesse por ao dispor dos infelizes helénicos os seus dotes literários...

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  40. Não passo de um fraco escriba,
    Sem qualquer sugestão para dar.
    Aos gregos, pais da filosofia,
    Ou a uma Europa a rebentar.

    Os helénicos, que se lixem.
    Mais a Merkle e Bruxelas
    Os Syrizas e os que fingem
    Que são muito amigos deles.

    Como entender com credores
    Se na Grécia não há cheta?
    Não há petróleo nem valores
    Só há conversa da treta?

    O remédio é ir dando,
    Mais dinheiro ao Samaras
    E deixa-los ir pagando,
    (aos credores)
    Com mais uns quantos contos de fadas.

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  41. Dia 28 ando em terras da Rep Checa. El corte inglês também é um bom local.

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  42. Este comentário foi removido pelo autor.

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