Grécia: grande clareza e coragem do Banco Central...mas será que ainda vale a pena?
- O Banco Central da Grécia
(BCG) emitiu ontem um duro comunicado, afastando-se claramente das posições
radicais e irresponsáveis do Governo Syriza, ou mesmo afrontando essas
posições, como assinala a edição do FT de hoje.
- Em resumo, o BCG diz “acreditar
firmemente que chegar a um acordo com os nossos parceiros (europeus)
constitui um imperativo histórico que não nos podemos dar ao luxo de
ignorar”…
- …acrescentando “ De toda
a evidência disponível até ao
momento, afigura-se que um compromisso estará quase atingido…pouco
faltando para ser integralmente concluído”.
- Chama ainda a atenção
para o facto de uma falta de acordo poder desencadear uma crise incontrolável
no País, forçando-o, em última análise, a abandonar a União Europeia.
- Ainda bem que na Grécia
existem instituições, como o BCG, em que o bom senso e o sentido de
responsabilidade não se esgotaram, resistindo à loucura colectiva para que
o País se deixou arrastar pela incompetência, desorientação e irresponsabilidade
exuberantemente exibidas por um Governo agora alegremente à deriva…
- Falta acrescentar que,
só nos últimos 3 dias (até ontem), os gregos terão levantado dos bancos,
em termos líquidos, mais de 3 mil milhões de Euros…
- E notícia de última hora, divulgada enquanto decorre ainda a reunião do
Eurogrupo (imagino como essa notícia terá sido recebida no conclave): a
receita fiscal na Grécia continua a cair a pique!
- Do “trabalho” destes
arrivistas, quando concluído, provavelmente não vai ficar “pedra sobre pedra”!
Caro Tavares Moreira, permita-me a ousadia de apontar um pormenor em falta ao post que nos trouxe. A presidente do parlamento Grego recusou-se a receber e tomar conhecimento do relatório do Banco da Grécia por inaceitavel, instando o governador a modifica-lo. Uma atitude muito democrática, naturalmente, e que garante plenamente a independência do banco... Não me surpreenderia se o bom senhor fosse preso num prazo mais ou menos curto, dois, três meses.
ResponderEliminarCaro Zuricher,
ResponderEliminarNão é ousadia, sinta-se perfeitamente à vontade para qq achega, são sempre bem vindas.
Entretanto, o delirante Tsipras ameaça com o fim do Euro, em caso de desastre grego!
É sempre a mesma ameaça, não tem outros argumentos, com a economia do País a derreter-se não apresenta uma ideia válida enão desenvolve qualquer trabalho útil.
Poucas vezes se terá visto um casamento tão perfeito entre incompetência e fanfarronice.
Não excluo estarmos perante uma criatura que, provinda dos azares em que a política é pródiga, no final se revela uma perfeita nulidade!
Gostei particularmente da reacção da presidente do FMI quando saiu da reunião e que bate com a minha suspeita inicial. E ela disse qualquer coisa como "Chegaremos a acordo quando os adultos vierem para a reunião"
ResponderEliminarCaro Pires da Cruz,
ResponderEliminarEssa teve mesmo piada e foi dirigida, de forma mais do que directa, ao acrobata Varoufakis que, presumo, terá participado nesta reunião do Eurogrupo em camisa de verão, sentado no chão e com uma lata de C. Cola na mão.
Entretanto, vale a pena citar a declaração, mencionada na edição do F. Times de hoje, de um apoiante do Syriza, que ontem se manifestava em Atenas, reveladora da pretensão internacionalista desta luta heroica que os Syrizistas travam contra a inteligência: "Os olhos das classes trabalhadoras do Mundo inteiro estão focados na Grécia...queremos ser um exemplo para eles, de como lutar contra o inimigo capitalista"...
Onde é que já ouvimos isto?
Caro Tavares Moreira, agora é tirar dessa declaração do apoiante do Syriza as devidas conclusões e agir em conformidade. Isto, claro, se ainda algumas dúvidas houver sobre o que é efectivamente o Syriza.
ResponderEliminarInfelizmente, o asno do apoiante do Syriza não tem razão. Porque assim que a coisa der para o torto a sério, vão dizer que afinal o Syriza não era exemplo nenhum(rectidão Louçanista) ou que os inimigo capitalista era forte demais (rigor Boaventurista). A verdade é que quem é burro não aprende de forma nenhuma.
ResponderEliminarNa minha modesta e até absurda opinião, os caros Amigos não estão a dar qualquer importância à visita do PM grego ao seu "amigo" Putin e a promessa deste em apoiar a Grécia. Será que se o governo grego solicitar a ajuda (o que duvido) e o governo russo aceitar ajudar (o que não duvido) e o BCG for instado a "fabricar" Drakmas e de um dia para o outro o povo grego se vir inundado de dinheiro (que nada valerá, é certo, mas que lhes criará uma ilusão de semi-capitalistas)a Senhora Lagarde irá manter-se à espera que os negociadores gregos "cresçam"?
ResponderEliminarNão lhes parece estranho o empenho do presidente americano em pedir compreensão e cedência nas negociações do acordo com o governo grego?
Não lhes parece que tanto o primeiro ministro como o ministro das finanças vão demasiado confiantes, arrogantes e gozões para as reuniões?
Será que ainda ninguém percebeu que o governo grego não tem a mínima intenção de ceder às imposições dos cortes que o querem fazer aceitar?
Meus estimados amigos, a mim parece-me que aquela gente grega está demasiado segura, apesar de se achar numa posição que poria um país como Portugal, não de joelhos mas, completamente de rastos perante a super-poderosa UE e os seus orgãos fiscais e financeiros.
Caros Zuricher e Pires da Cruz,
ResponderEliminarNão levaria tanto a sério este apoiante do Syriza (aliás devidamente identificado pelo F. Times, trata-se de um doutorado em Teologia, sem emprego), que certamente não prima por uma inteligência avantajada.
Esta gente ainda está sob o efeito inebriante das promessas destes vendedores de ilusões do Syriza...e ainda acreditam na lengalenga que lhes foi muito bem vendida, embora com alto grau de simulação.
Daqui por um ano estarão a rogar-lhes as maiores pragas, considerando-se enganados e lançados ás malvas, mas aí já será tarde.
É sempre assim, o comportamento das multidões.
Caro Bartlomeu,
Peço-lhe desculpa por o contrariar tão frontalmente, mas a esmagadora maioria dos seus pressupostos não se afiguram realistas, bem longe disso:
- A Rússia não tem a menor possibilidade de conceder uma ajuda financeira à Grécia que permita a esta encarar esse parceiro como alternativa (sugiro-lhe que leia as declarações, a este mesmo respeito, do Snr. Soloviev, Primeiro Vice-Presidnte do banco estatal russo VTB, na edição do FT de hoje);
- O Presidente Obama, na última sessão do G7, realizada na semana passada na Alemanha, alterou, de forma muito notória, o seu anterior discurso em relação á questão grega, passando a alinhar, claramente, com as posições dos seus parceiros europeus, avisando mesmo a Grécia de que era mais do que tempo de chegar a um acordo com os seus credores;
- A confiança e arrogância das individualidades gregas que refere, relevam fundamentalmente da adopção do primado da irresponsabilidade e da incompetência no tratamento destes dossiers, não têm qq trunfo na manga a não ser a muitas vezes repetida ameaça de destruição do Euro sem a Grécia, cada vez menos credível (basta ler as posições das pessoas com experiência nos mercados que, não negando algum efeito sistémico, estão longe de prever o tipo de consequências catastróficas que políticos domésticos, um tanto desorientados, sugerem);
- O que o Governo Helénico pretende fazer ou não é realmente um mistério - como haveríamos nós de perceber os seus planos se nem eles têm a menor noção do que estão fazendo ou tencionam fazer?
Do antecedente se pode recolher a conclusão, salvo melhor e com a devida vénia, de que as suas sempre simpáticas chamadas de atenção se afiguram carecer de adequada reponderação.
Sempre a considera-lo, meu Caro.
Caro Bartolomeu, não excluo, de todo, que não foi nunca intenção do actual governo Grego chegar a qualquer acordo. Na sua propaganda original estava a intenção de tirar a Grécia do Euro, algo que apenas moderaram por ser uma proposta que ia contra a vontade da grande maioria dos eleitores. Não excluo, porém, que seja essa a sua intenção final. Mas, sendo-o, deixe-me que lhe diga que escolheram uma forma caricata de a aplicar dado terem esvaziado tudo quanto são instituições públicas, até os hospitais, de todo o dinheiro o que tornará a saída ainda mais penosa.
ResponderEliminarSó consigo compreender isto sob um prisma de ortodoxia doutrinária leninista, ou seja, de destruição total do antigo e criaçao duma sociedade nova. E, olhe, talvez não ande muito desencaminhado. Tem-se evitado chamar as coisas pelos nomes mas o que é facto é que estamos a falar de comunistas e há que ver a coisa também sob essa perspectiva.
Seja como for o actual governo Grego tem demonstrado à saciedade que não tem lugar na União Europeia e tudo o que posso esperar é que peçam rapidamente para sair e ir embora. Não faz sentido estar o resto da Europa pendurada por causa de gente daquela laia. Quanto aos cidadãos Gregos, bom, é um daqueles casos em que os eleitores optaram por votar como optaram, agora, claro, terão que arcar com os resultados. É um conceito básico da democracia. Para mais todas as sondagens continuam a dizer que havendo eleições o Syriza continuaria a ganhar.
De qualquer forma não dou muito pela caçada Russa por dois motivos. Primeiro, a Grécia pertence à NATO e não sei se a alicança atlântica e mesmo os militares Gregos permitirão que isso seja posto em causa. Depois, por outro lado, se há coisa que a Russia não tem em abundância neste momento é dinheiro portanto não será daí que virá o paraíso com harpas e violinos que foi prometido ao povo Grego.
Caros Dr. Tavares Moreira e Zuricher,
ResponderEliminarSer-se comunista e governar "comunisticamente" são, como perceberão, duas coisas diferentes. Aliás, ha bem pouco tempo, metade do mundo teve orgasmos múltiplos quando viu publicadas imágens do Sr. Varoufakis e sua voluptuosa esposa curtindo uma refeição no terraço da sua residência. Todos aproveitaram ( e não sei se movidos pelo vil sentimento de inveja) para estabelecer a incompatibilidade do "estatuto" com a doutrina.
É evidente que não posso apostar o meu cavalo nestas minhas lucubrações... contudo, confunde-me a manifesta infinita paciência de que os grandes decisores da UE têm demonstrado dedicar aos irreverentes, displicentes, deselegantes e até, em determinadas ocasiões, malcriados gregos. É no mínimo estranho mas também comprometedor perante os restantes países membros (também credores)que se use para com o PM e ao MdasF gregos, de tanta benevolência e boa vontade, mesmo tendo em conta tratar-se de um país membro, no entanto, um país membro incumpridor e que falta à palavra consignada.
Não será fácil perceber as intenções do governo grego, concordo, mas não me parece que seja mais fácil perceber as intenções da UE.
Caro Bartolomeu, a resposta à pergunta que deixa no final do seu comentário parece-me fácil. Nenhuma instituição da UE quer ser vista como quem, de facto, cortou a electricidade por falta de pagamento, ao estado Grego. Daí que a tactica venha sendo uma de deixar a situação apodrecer por si deixando a Grécia cozer em fogo lento. Em termos políticos sinceramente é a melhor tactica.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarEu estarei, seguramente, na outra metade do Mundo que não se sentiu nada preocupada ou excitada com as cenas rupestres do Snr. Varoufakis e sua simpática Companheira.
Para mim, esses aspectos lúdicos nada preocupam - mas mesmo nada: o que me interessa são as políticas - ou, no caso vertente, a absoluta ausência delas - necessárias para corrigir os sérios problemas estruturais que impedem a economia grega de se desenvolver de forma sustentada.
Coisa que, pelos vistos, nada preocupa os actuais governantes gregos, agarrados a preconceitos ideológicos carregados de poeira e absolutamente incompetentes para gerir tanto as finanças como a economia do País.
Quanto ao outro aspecto da questão, o nosso amigo Zuricher já deu uma explicação, no seu último comentário, que se me afigura razoável e pragmática.
Embora me pareça, tendo em conta a informação disponível a meio desta tarde de Sábado, que as coisas estarão a inclinar-se para que os gregos venham mesmo a ser enviados às malvas, dando-lhes a possibilidade de perceberem melhor a estupidez das opções políticas que fizeram quando votaram nestes arrivistas.
E para arrepiarem caminho enquanto ainda existe alguma réstia de bom senso no País, por parte do seu Banco Central por exemplo.
Meus estimados Amigos Zuricher e Tavares Moreira; independentemente de quem tem ou não razão, de quem tem a opinião mais válida e mais de acordo com a realidade (ou derei escrever, realidades?!) e acesso às fontes de informação mais fidedignas, colocam-se duas questões fundamentais: 1- o governo grego necessita com a máxima urgência de dinheiro.
ResponderEliminar2 - Esse dinheiro só lhe pode ser fornecido pelos mesmos que anteriormente já emprestaram à grécia, milhares de milhões, cuja dívida se mantem.
- Na opinião de Zuricher «... UE não quer ser vista como quem, de facto, cortou a electricidade por falta de pagamento, ao estado Grego.»
- Na opinião de Tavares Moreira, existe « a ausência de politicas - necessárias para corrigir os sérios problemas estruturais que impedem a economia grega de se desenvolver de forma sustentada. »
Estamos portanto perante duas incompatibilidades; uma, a de a UE não querer deixar de financiar a Grécia, outra, a de a Grécia descobrir as politicas que lhe possibilitem desenvolver a economia e de a tornar sustentável; um problema, aliás, comum à maioria dos países, dentro e for da UE.
Resta agora analisar as soluções que os técnicos da UE colocam em cima da mesa, para serem aceites pelo governo grego.
Será que alguma dessas soluções permite ao governo grego cumprir as promessas eleitorais que fez ao povo grego?
Nenhuma!
Mas se ainda, essas mesmas soluções permitissem a tal recuperação e sustentabilidade da economia grega...
Parece que ainda poucos perceberam, que o volume da dívida grega, mesmo após os sucessivos perdões totais e parciais de parte da dívida, e os encargos com essa mesma dívida aliados à fraca produção agricola e industrial e aos índices de importação superiores em dobro aos da exportação, não permite ao governo grego "descobrir" as tais medidas políticas que o caro Dr. Tavares Moreira, aconselha; medidas essas que incidem na sua quase totalidade no agravamento da fiscalidade. Agora; se os técnicos da UE propuzessem no acordo a ser subscrito pelo governo grego, o apoio ao desenvolvimento das reais possibilidades de produção no país, acompanhadas por um financiamento diretamente proporcional a esse desenvolvimento, então talvez, a longo prazo, a economia grega conhecesse sinais de desenvolvimento e sustentabilidade.
Mas, aquilo que a UE pretende: emprestar mais milhões, aumentando a dívida exigindo em contrapartida um asfixiante programa de ajuste fiscal, parece-me totalmente contrário a qualquer possibilidade de recuperação económica e, ainda menos, de qualquer estabilidade e sustentabilidade dessa economia.
Bartolomeu, tanto o primeiro como o segundo programas previam uma série de medidas destinadas a eliminar os espartilhos que limitam muito o potencial da economia Grega para crescer e desenvolver-se. Não apenas os anteriores governos resistiram a aplicar a maioria dessas medidas como, pior, a sociedade Grega recusou-se a aceita-las com manifestações e protestos dia sim, dia também sempre que se tentou aplica-las. Como resultado essas medidas foram aplicadas de forma muito tímida e limitada. O actual governo já desmantelou algo do pouquinho que tinha sido feito nesse sentido e quer desmantelar tudo o resto.
ResponderEliminarAssim não!
Caros Zuricher e Bartolomeu,
ResponderEliminarPermito-me, a este propósito, chamar a vossa douta atenção para um interessante artigo de Philip Stephens, na edição do F. Times de ontem, no qual este habitualmente sensato e moderado articulista põe em destaque a total falência do actual governo grego em cumprir as promessas de desmantelar os grupos de interesses que controlam e minam a economia grega, e explicam, em grande parte, o insucesso dos programas de ajustamento económico.
Não só não fizeram nada como agravaram bastante a situação, permitindo que esses grupos de interesses reforçassem as suas posições!
É uma falência em toda a linha, a política deste governo, e já não tem réstia de credibilidade para cumprir o que quer que seja.
A agonia da economia grega é, nesta altura, inexorável.
Vamos assistir a um espectáculo muito pouco recomendável.
Estimados Zuricher e Tavares Moreira,
ResponderEliminarcomeçando pelo fim, pergunto-lhes (afirmando, claro está): após tantas tentativas falhadas em que, tanto o anterior como o actual governos gregos demonstraram claramente estar-sa a borrifar para as medidas que a UE lhes impunha cumprir em troco de mais financiamento (milionário), não lhes parece, independentemente das opiniões de doutos economistas e fiscalistas, burocráticos, tomadas e proferidas à distância e que o nosso estimado Dr. Tavares Moreira tanto lhe apraz referir e citar, que o crédito aos gregos já devia ter fechado a torneira hà muito tempo?!
Agora, toda a gente antecipa o cenério apocalíptico que irá resultar da saída grega do euro. Os credores carpem e atiram flechas incendiárias ao governo grego, de esquerda, que caprichosa e demagógicamente, teima em não aceitar as medidas de agravamento fiscal que a UE lhe quer impor.
Mas, já alguém perdeu (ou ganhou, dependendo do ponto de vista) algumas horas, não são precisas muitas, uma ou duas é o suficiente, a conhecer a História e a Cultura, a geografia e o clima gregos e depois pensar se este povo que sempre viveu de "esquemas" comerciais entre o Oriente e o Ocidente e esses esquemas sempre foram controlados por famílias que funcionam política e socialmente ao nível das máfias cicilianas? O próprio governo grego demonstra com as suas faltas de palavra e as suas manobras trafulhentas que é um adepto-praticante-precursor dessas maravilhosas e eficazes práticas.
Então? Cabe na cabeça de alguém que a Grécia algum dia irá ter um governo capaz de afrontar os vícios e os pequenos-grandes poderes instalados e adotar fielmente as regras impostas por uma comunidade de países com políticas diâmetralmente opostas? Nunca!
Iludam-se os doutos economistas e expert's da alta finança, venda o Finantial Times à fartazana essas opiniões, lambuzemo-nos com elas, que a Grécia ficará como está e a UE que abra mais uma vez a bolsa, faça mais umas ameaçazecas, apertem-se novamente as mãos e Srª Merkle dê mais umas bejokas aos heroicos Aquiles em cujo calcanhar ainda não tiveram pontaria suficiente para acertar, nem a menina Lagarde, que, vistas bem as coisas, com um bocado de sorte, ainda acabou por acertar no seu próprio calcanhar com a aquela flechada dos "adultos".
Oh meu caro Bartolomeu, eu até estou de acordo consigo. E, parece-me, essa questão está em vias de ser resolvida e o erro histórico de ter admitido a sociedade Grega num clube de gente séria em vias de resolução. Se são isso tudo (e eu não digo que não sejam!) não têm lugar entre gente séria portanto vão fora (infelizmente terá que ser pelo próprio pé...) e ficam fora que é onde pertencem. Fora dum clube de gente séria que tira proveitos de associar-se com outra gente séria e não precisa, de todo, de chatos conflituosos a emperrar a engrenagem.
ResponderEliminarNão, caro Zuricher; o "erro histórico" permanecerá por resolver ad eternum. Porque é um erro, filho ilegítimo de outro erro capital. E porque o erro acumulou outros erros, culminando num erro de tais dimensões que ninguém sabe como fazê-lo parar de crescer. Repare; como o meu amigo disse num comentário anterior; a UE não quer ser o carrasco que vai cortar o abastecimento de energia electrica à Grécia. Esta sua afirmação, que, é aliás por demais evidente, dado o para-arranca em que têm andado as reuniões e os anúncios gorados de dias "D", é por si só a confirmação de que ninguém faz a mais pálida ideia de como travar o monstro. Agora, se ficam fora, ou dentro e por quanto mais tempo, acho que depende de um golpe de pontaria, só que, para que esse golpe não venha a resultar na opinião mundial, como sendo a certidão de óbito do clube, terá de ser... um golpe de mestre. E, apesar da vontade, o mestre ainda se não revelou.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarNão estou muito longe das suas lucubrações histórico-filosóficas, até por que considero que o erro maior (fatal, mesmo) foi a admissão da Grécia no Euro...
Mas, como águas passadas não moem moinhos, aqui estamos prontos, ao que parece, para assistir a um novo tipo de programa económico e financeiro para a Grécia, que, à falta de melhor designação, talvez possa ser apelidado de "cozer em lume brando" ou "boiling over the light fire": terão novos fundos no montante estritamente necessário para pagar dívidas, quanto ao resto, que se "amanhem".
Ou me engano muito, ou a tranquilidade não vai voltar à cidade do Euro tão cedo...
Parece-me que o nosso estimado Amigo Tavares Moreira está coberto de razão. Tudo se encaminha para continuarmos nesta situação de nem o pai morre nem a gente almoça por longo tempo. Parece-me, porém, que para o terceiro resgate Portugal deveria seguir a practica da Eslováquia e não participar nele. Há argumentos de sobra para isso.
ResponderEliminarPois é meus estimados Amigos; esse novo programa económico, a ser assinado amanhã, será certamente considerado "a anedota do ano", contudo, as propostas gregas "tão concretas e definidas como outra coisa qualquer" constituem em si mesmas,a anedota. Uma anedota que não fará rir ninguém, exceto o governo grego. Maior anedota será a concessão de fundos no montante estritamente necessário... o que quer dizer na prática que o saco continuará roto. Estes gregos são o máximo! Estes euro-qualquer-coisa são uns pândegos, muitíssimo mais pândegos que os outros... os que estão a oferecer a TAP.
ResponderEliminarAssim, não teremos oportunidade de assistir a uma nova tragédia grega, mas sim, a uma trágica decisão para a UE e os credores dos novos Helénicos. ;) ;)
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarCreio que tem razão, o governo grego deverá não resistir à tentação de rir, dentro do estilo obnóxio que os caracteriza e que lhes não permite entender que nunca mais vão ter sossego...a não ser quando, já totalmente desgastados por sucessivos falhanços na execução do "programa", com os seus clientes desesperados para verem alguma coisa de concreto, receberem a missiva de despedida dos eleitores que neles confiaram.
Quanto aos credores do que chama novos helénicos, não é preciso mais nada, para além do "statu quo ante", para se verem em trabalhos...este eventual acordo, ao contrário do que o meu Amigo refere, nada acrescentará aos seus amargos de boca.
Em relação à TAP, e para lhe ser franco, se me fosse oferecida, e a 100%, por ZERO, eu rejeitaria liminarmente...e já me bastam as imposições fiscais que tenho de pagar a toda a hora, para ter de me afligir com esse dossier.
Que a TAP vá e que não volte, são os meus melhores votos...
Muito bem, caro Dr. Tavares Moreira. Está então o meu dilecto amigo, convencido que este supostamente acordável acordo não aumentará os amargos de boca que os credores dos gregos já sentiam... a ver vamos.
ResponderEliminarQuanto à oferta da TAP, não podia estar mais de acordo. No entanto, não me surpreenderei mínimamente que a empresa privatizada comece a dar lucros num tempo record. Se assim for, e estou convicto que será, estou curioso para assistir às reações dos sindicatos e deste governo se se conseguir reeleger, assim como as dos trabalhadores da empresa. Parece-me que muito boa gente irá torcer a orelha e não conseguirá que uma única gota de sangue surja.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarUma breve nota em relação ao seu aparente receio de a TAP, uma vez privatizada, poder vir a apresentar resultados de exploração positivos...
Pela minha parte, devo dizer-lhe que receberei tal cenário, caso se concretize, com muita satisfação: significará que a TAP, em vez de constituir um sorvedouro lamentável de recursos públicos, que saem dos nossos bolsos, passará a pagar impostos ao Estado.
Assim é que estará bem, ou será que o meu ilustre Amigo preferia continuar a ser esportulado para sustentar aquele regabofe?
Eu, por acaso e só por acaso, vejo a questão de modo diferente, caro Dr. Tavares Moreira.
ResponderEliminarVejo que: se a empresa depois de vendida, passar a ser lucrativa, como será lógico esperar, caem por terra os motivos que justificam a sua privatização, a menos que, o grande objectivo do estado seja, receber impostos.
Se a empresa vier a produzir lucros, é sinal de que o estado não soube gerir o seu património e não soube dialogar com sindicatos e trabalhadores, permitindo que se degradassem as condições de viabilidade da empresa.
Certamente, os novos donos da TAP, irão adotar medidas estratégicas capazes de fazer com que os lucros apareçam. Provávelmente irá reduzir o número de funcionários, negociando indeminizações, fará reaproveitamento de outros, colocando-os noutras funções, não sei. Mas o que me parece muito provável é que os novos donos da TAP, irão aproveitar e maximizar todas as suas potencialidades e irão torna-la mais competitiva, reduzindo por exemplo os preços das viagens que atualmente tornam a companhia, uma das mais caras.
Veremos.
Última hora: mantem-se o empate Grécia 0 - UE 0. Será que depois de tantos prolongamentos, acabam por ter de ir a penalty's (grandes penalidades)?
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarAinda parece cedo para prognósticos mas os mercados é que não têm dúvidas: assumiram como um dado o acordo entre a Grécia e os seus credores: o índice das acções cotadas na Bolsa de Atenas subiu 9% e as yields da dívida grega a 2 naos, que na semana passada tinham ultrapassado a fasquia dos 30%, baixaram hoje cerca de 500 pontos base...
E ainda há para aí uns tantos inocentes a clamar contra os mercados, por pretenderem reduzir a poeira os sonhos comerciados pelo Siryza junto dos seus clientes gregos!
Mas que acusação mais falsa, face a esta evidência!
Quanto á TAP, congratulo-me bastante com as suas mais recentes considerações, faltando apenas esclarecer que o objectivo da privatização, tal como a encaro, não é a Companhia passar a pagar impostos mas, mais importante do que isso, evitar que tenhamos de ser nós a paga-los para assegurar o seu sustento (e dos lobbies que a têm dominado)!
E se, em consequência, puder também pagar alguns impostos, pois ainda bem!
Caro Dr. Tavares Moreira,
ResponderEliminarEm boa verdade, os mercados nunca perceberam que da parte dos gregos, nunca deixou de existir acordo; acordo de receber e não pagar e de não respeitar aquilo que acordaram. No entanto, sempre apostaram numa doutrina que choca frontalmente com a ortodoxia grega. Não será que a subida inesperada das ações e a descida dos yields, são uma manobra-para-iludir-gregos? Será que a simples e inconsistente suspeita de que o governo grego irá aceitar o acordo proposto pela UE, são suficientes para que de um dia para o outro a bolsa conheça tamanhos resultados?
Quanto à TAP e seguindo o mesmo raciocínio que o caro Amigo expõe, deduz-se que a partir da privatização e de o estado se ver aliviado do sorvedouro que é a empresa pública, os cidadãos portugueses vão finalmente conhecer uma redução dos seus impostos?!
Veremos...
Caro Batolomeu, a TAP fazia-lhe uma atençãoziha quando o meu caro faz aquelas viagens fabulosas? Pois olhe, a mim nunca. Eu bem dizia na compra do bilhete que era accionista da companhia, que era português e os meus impostos pagavam aquilo, e não é que o raio das mulheres lá da coisa não ligavam nenhuma? Eu bem lhes dizia que, se calhar, era a Easyjet que era portuguesa ou a Emirates, mas parece que não. Mas deve ser um problema meu porque pela paixão com que vejo o pessoal a pedir que a TAP não seja privatizada, eu devo ser o único que não levava uma atençãozinha no preço dos bilhetes.
ResponderEliminarSaiba o meu estimado Amigo João Cruz, que embarquei variadíssimas vezes, na Portela, através da sala VIP. Em todas, a TAP disponibilizava-me e aos restantes VIP um conjunto de estátuas femininas, trajadas a rigor com pormenores de indumentária que denunciavam a escala hierarquica a que pertenciam. Algumas daquelas estátuas, as menos "graduadas" eram jóvens as restantes já não "voavam", eram, a bem dizer as sócias-gold vitalícias do clube.
ResponderEliminarPergunte-me qual era a razão e a utilidade da presença de todas daquelas manequins... então, não pergunta? Pergunte, homem, não se acanhe! Vá, pergunte lá!!!
Bom, ainda bem que não pergunta. Se perguntasse, eu não saberia responder-lhe. Mas uma das vezes, decidi tirar isso a limpo e dirigi-me a uma das jóvens colocando-lhe uma questão de "lana-caprina" à qual a imberbe mocinha, do alto da sua fleumática pose esfíngica me respondeu, endossando-me para a sua superior directa. Como a intenção era mesmo perceber a utilidade da presença das senhoras, dirigi-me à chefe... a que ostentava om lenço e um chapelinho diferentes... com mais griff. Desta vez a experiência foi menos positiva; a chefe, de forma ainda mais fleumática, achou que a sua competência estava muito acima de questões não virtuosas e respondeu-me com um monossílabo inentendível.
Uma outra vez, estando na placa, decidi temeráriamente embrenhar-me nos labirintos das catacumbas do aeroporto. Digo-lhe que a experiência foi tenebrosa, uma coisa ao nível do "mad-max" senti que na penumbra e nos esconços, espiavam a minha presença, prontos a estripar-me caso não desandasse dali rápidamente.
Também participei em diversos "briefing" com as mais altas patentes das diversas áreas do aeroporto, verificando que as questões colocadas raramente obtinham uma resposta unânime, precisa e útil.
Posso estar redondamente enganado, mas a sensação com que fiquei das várias experiência, foi que o aeroporto da Portela só funciona porque a zona deve estar a ser protegida por uma entidade superior que demonstra possuir alguma pena de nós e se preocupa com a nossa segurança, porque da parte dos homens... muito é deixado ao acaso da sorte. Mas não, meu amigo Cruz, respondendo à sua questão, nunca me deram nenhuma "abébia" nos balcões e eu também nunca fiz uso das milhas acumuladas no cartão.
Caros Bartolomeu e Pires da Cruz,
ResponderEliminarEm dois dias apenas (e o segundo ainda nem a meio vai) o índice de acções da Bolsa de Atenas já acumula ganhos de 12% e a yield da dívida pública helénica a 2 anos cai mais de 700 pontos base...santos mercados que afinal nada têm contra a Grécia!
O Pires da Cruz não poderia explicar estes assuntos com mais profundidade ao seu dilecto amigo Boaventura SS, que tanto se queixa da acção corrosiva dos mercados ?
Relativamente à notícia de que o estimado Amigo Dr. Tavares Moreira aqui deixa nota, penso que Sigmund Freud a resumiria em... 7 (sete) palavrinhas apenas: "andamos a tentar fuder-nos uns aos outros".
ResponderEliminarOra bem; se a economia grega não mostrou qualquer recuperação, se as medidas de agravamento de impostos não foram adotadas, assim como a de cortes na despesa, em que raio se baseiam os mercados para "oferecer" tamnho bónus à Grecia.
Estou a pensar em duas hipoteses: a primeira, o provérbio que diz "não é com vinagre que se caçam moscas". A segunda hipotese é que se tenha criado um conluio entre finança e administração da UE no sentido de valorizar algo que não tem valor... uma coisa mais ou menos no âmbito das estratégias usadas pelas antigas "madames" detentoras das casas finas de meninas nas nossas capitais, Porto e Lisboa. Para quem já não se recorda ou nunca soube; existiam nestas cidades, casas frequentadas por cavalheiros de determinado extrato social, que eram geridas por antigas putas, geralmente muito inteligentes e discretas que recebiam por intermédio de clientes e familiares, raparigas virgens, vindas diretamente das aldeias do interior. Então, essas madames que chegavam ao requinte de adotar nomes franceses, instruíam essas meninas de forma a que a sua virgindade se prolongasse o mais possível no tempo e nos atendimentos.
O que se está a passar neste momento, relativamente à reação dos mercados reflexa nos resultados bolsistas, deixa-me pensar que está por detrás de tudo isto uma madame (não sei se com um nome francês adotado) e uma dupla de supostas virgens, cujos clientes estão a aceitar por principio que são realmente virgens e que as irão desflorar.
Este sacana deste mundo é mesmo uma fraude completa, desde a ponta dos cabelos à ponta da unha do dedo grande do pé.
Caro Tavares Moreira, certamente uma epistemologia que não está sujeita às regras do Norte capitalista explica com mais rigor a razão pela qual o governo grego se enganou a mandar a proposta de domingo à noite - que o ministro das finanças alemão classificou de "igual" - e segunda feira aparece milagrosamente com as calças na mão. O Norte capitalista arriscaria dizer que a Grécia passou a noite fora de UE, mas pela epistemologia do Sul a resistência dos povos à voracidade do ataque capitalista resultou em mais uma vitória que afastou dos mercados os especuladores da economia de casino ao ponto de ter resultado nessa subida de preço, assim mantidos artificialmente para esmagar a esperança dos povos confiantes nos amanhãs que cantam.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, a sua descrição mostra bem porque é que o estado português devia funcionar apenas com vouchers. Presidência, toma lá três vouchers da Easyjet por ano. Podes trocar por dois da TAP e um da BA....
Caro Cruz, epistemológicamente falando, sempre achei um erro terem prendido e condenado à prisão, a Dona Branca a "Banqueira do Povo". Sempre disse que aquela Senhora deveria ter sido nomeada Reitora do ISEG.
ResponderEliminarMas pronto... nunca ninguém dá ouvidos àquilo que digo...
Caro Pires da Cruz,
ResponderEliminarAquilo a que chama, com graça, epistemologias do sul, constitui um referencial sócio-económico que no Zimbawe (bem mais a sul), por exemplo, foi implantado com um grau de sucesso surpreendente: há poucos dias foi noticiada a substituição do dólar zimbaweano por uma nova moeda, ainda em processo de fabrico, pois o câmbio entre o USD e o dito dólar do Zimbawe tinha atingido um nível que não permitia fazer contas nem transportar (mesmo num camião pesado), notas que chegassem sequer para pagar um café: 1 USD = 35 mil biliões de dólares do Zimbawe...
É por este modelo de economia social, que Mugabe tão bem soube implantar no sul de Africa, aproveitando as enormes vantagens da autonomia monetária e da independência face aos mercados e às agências de rating, que aspiram os tudólogos e sociólogos cá do burgo, que tanto lastimam, entre outros azares da governação, a perda da TAP para os intratáveis empresários privados, impedindo-nos de continuar a gozar do privilégio de apoiar, com os nossos impostos se necessário, esta inestimável joia da coroa (e muitas outras)...
Caro Bartolomeu,
Não supunha que este declarado apoio dos mercados à Grécia, embora um tanto fora de horas há que reconhecer, o deixasse tão indisposto!
Garanto-lhe, meu Caro, que nada tenho a ver com o assunto, não sou nem nunca fui investidor no mercado helénico, seja em acções seja em títulos de dívida!
Caro Tavares Moreira, não posso assumir a autoria da expressão "Epistemologias do Sul". O seu a seu dono. Por isso aconselho vivamente esta aula em video do Prof. Dr. Boaventura de Sousa Santos sobre o tema: https://www.youtube.com/watch?v=ErVGiIUQHjM . E isto deve-nos orgulhar tanto como os feitos de Rosa Mota ou CR7. Na verdade, é só ouvir os primeiros 5 minutos para se assistir ao record do mundo do disparate seguido.
ResponderEliminarCaro Dr. Tavares Moreira, estimado Amigo,
ResponderEliminarTem toda a razão; exagerei e exacerbei nos termos que usei para manifestar a minha indignação pelo comportamento - que considero desonesto - dos "mercados" e restantes cumplices, como forma de iludir os gregos a aceitar os termos que salvarão a Europa Unida.
Sim´, é a Europa e a solidez da sua União que está a ser posta em causa... a Grécia já não tem nada a perder.
Mas, voltando ao início, considero que podia ter dito o mesmo, por menos. E este reconhecimento que faço do despropósito da forma como disse, leva-me a sentir-me um ser execrável e desmerecedor do vosso convívio. Por isso, peço a todos humildemente, a indulgência para a minha falta de decoro.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarNão esteja preocupado com a vernaculidade do seu anterior comentário...de vez em quando pode acontecer uma coisa dessas, o Mundo não acaba por isso!
Quanto à Grécia não ter nada a perder, estamos de acordo: o que perdeu nestes 6 meses do mais completo desgoverno não dá espaço para perdas adicionais...
Repare que os depósitos bancários já baixaram para o nível de 2004, com a fuga em massa de dinheiro que muitos milhares de gregos fizeram das suas contas bancárias - basicamente porque não acreditam na capacidade política destes arrivistas para conduzirem a economia do País - ninguém investe um cêntimo na economia real, os créditos malparados nos bancos voltam a subir em força, existe uma enorme retracção no pagamento de impostos...
Como é possível, por muito boa vontade que exista da parte dos parceiros europeus, um país nesta situação dramática ter crescimento económico e viabilidade financeira?
Confesso que não consigo entender...
Sinceramente, caro Dr. Tavares Moreira, sem querer contradizer as suas análises, eu vejo a situação da Grecia, relativamente à necessidade de aceitar o acordo, de forma menos linear. A entrada em cena dos americanos e as pressões que têm feito junto aos decisores da UE, apoiando discretamente uma suavisação às exigências do acordo, leva-me a crer que o problema ultrapassa largamente a defesa dos interesses dos credores e determina os resultados espectaculares que a bolsa tem registado. A Grécia é um ponto estratégico para os planos de defesa americanos. E a América receia cada dia mais uma reação militar por parte da Rússia, empurrada ou de braço dado com a China.
ResponderEliminarPortanto, por rasões estratégicas de defesa convém a muita gente que a Grécia seja, mais do que nunca Europeia... custe isso o que custar.
Neste ponto, o crescimento económico e financeiro da Grécia, deixou de ser uma preocupação para a Europa e sobretudo para a Grécia. Quanto mais Putin ameaçar o Ocidente com o reforço militar e a ameaça de armamento ultra-sufisticado e de longo alcance, mais garantias tem a Grécia de que a UE irá aceitar as suas propostas e satisfazer as suas necessidades financeiras.
Quanto ao resto... deixe que felicite a sua veia de Homem do Porto... que não receia as palavras, porque possui a clarividência necessária para lhes entender o sentido.
Ernest Hemingway dizia não precisar de usar palavras caras para descrever o que pensava.
Eu, por vezes exagero na economia e escolho o mais barato...
Caro Bartolomeu, tem algumas dúvidas de que se realmente a questão da necessidade estratégica da Grécia vier a por-se que não haverá muitos pruridos, num caso desses, em fomentar um golpe de estado que varra o Syriza do mapa? Sendo que eu não sei muito bem se para haver esse golpe de estado seria necessário fomenta-lo ou tão somente soltar a trela aos militares Gregos.
ResponderEliminarQuanto à Grécia, com acordo ou sem ele o país está totalmente acabado. O governo encarregou-se de criar as condições para isso, tanto pelo que fez ao longo destes seis meses como pelo que foi prometendo e que levou a que os Gregos tivessem deixado de pagar impostos, as prestações dos seus créditos, tudo. A Grécia neste momento já está irremediavelmente perdida.
E isto se houver terceiro resgate que é algo que não dou por liquido. Nem dou como adquirido que haja acordo para conseguir finalmente fechar-se o segundo quanto mais um terceiro.
Caro Zuricher,
ResponderEliminarDa leitura que eu faço da forma e dos contornos como a questão do acordo com a Grécia se desenvolvem, penso que um golpe de estado é hipotese que nunca se irá colocar. Sobretudo porque o Syriza nunca irá ser severo com os militares, nos cortes que tiver de aceitar fazer.
Bartolomeu, parece-lhe que os militares Gregos veriam com bons olhos um afastamento da NATO e aproximação à Russia, mormente num cenário de guerra entre ambos blocos?
ResponderEliminarEu por mim não ponho as mãos no fogo.
De qualquer forma, repito, acaba tudo isto por ser indiferente. A Grécia está totalmente arrumada e veremos até que ponto vai cair e até onde irá a desagregação social chegar.
Caros Bartolomeu e Zuricher,
ResponderEliminarDevo confessar que o cenário "golpe de Estado militar" não me seduz muito (em tese, claro): julgo que esse tipo de soluções poderão funcionar noutras geografias, mas na Europa não, e muito menos no Euro.
Por outro lado, a possível ameaça russa parece-me mais uma encenação do que uma realidade: os Siryzistas poderão ser generosamente ignorantes e incompetentes, em matéria de gestão económica do País (têm-no provado, à saciedade), mas não serão completamente destituídos e certamente percebem que uma parceria com a Rússia jamais lhes poderia trazer os apoios financeiros de que carecem (para além das contrapartidas exigidas pelos russos não deverem ser nada meigas).
Quanto ao futuro da Grécia, mesmo com acordo com os parceiros Europeus, estou muito próximo da opinião expendida pelo Zuricher: será um futuro muito sombrio, pelo menos enquanto forem governados por este escol de incompetentes.
Creio que iremos assistir a situações de tensão, sucessivas, de cada vez que os peritos internacionais forem apurar o (in)cumprimento dos compromissos, orçamentais e outros, assumidos no âmbito do acordo que vier a ser (se for)alcançado.
E depois lá vem a retenção dos desembolsos dos apoios prometidos, novas fugas de dinheiro, a economia paralisada, o desemprego a agravar-se, etc, etc
Enquanto houver Siryza no poder, é certo que a Grécia não vai lá.
Caro Tavares Moreira, a questão dum golpe de estado na Grécia seria posterior, muito posterior, à Grécia sair da UE, pelo menos de facto senão de jure. Aliás, hoje em dia não sei sequer se se pode dizer que a Grécia é efectivamente membro da UE mais do que no papel. Mas, tudo bem, assumamos que sim, que é. No âmbito das relações com a NATO um golpe militar apenas se colocaria num cenário de deriva da Grécia para fora da NATO e demasiada proximidade com a Russia, algo que não sei até que ponto os militares Gregos engoliriam. Em todo o caso ainda falta muito tempo para a questão se colocar ao passo que a questão da permanencia da Grécia no Euro e na UE tem tempos muito inferiores. Resta ver se eles dão o passo de pedir para sairem ou se ficam neste limbo.
ResponderEliminarHá ainda uma outra questão: Presumo que venha lendo no Financial Times as notícias sobre a Grécia. Chamo-lhe a atenção em particular para uma de ante-ontem sobre o que tem feito a sociedade Grega. Que tinham deixado de pagar impostos já sabíamos, ao ponto de este ano uma avassaladora maioria de cidadãos e empresas nem sequer terem entregue as suas declarações de impostos referentes a 2014, conforme noticiava há dias o Ekhatimerini. Mas há dias soubemos que tinham ate deixado de pagar os seus empréstimos bancários, tanto hipotecários como ao consumo por terem ficado imbuídos duma mentalidade de que apenas aos mais ricos seriam penhorados bens. Tudo isto gera uma total disfuncionalidade não apenas da economia mas também da sociedade Gregas... Que já não eram propriamente muito sérias para começar. Algum governo conseguirá reverter este estado de coisas? Tenho sérias dúvidas. Por muito menos teve Samaras protestos imensos nas ruas que redundaram em não ter conseguido aplicar uma série de medidas destinadas a promover a economia Grega. Ora, perante este estado de coisas, algum governo que não um governo militar muito forte conseguirá inverter a disfuncionalidade utópica em que caiu a sociedade Grega?
Claro que no âmbito da UE um governo saído dum golpe militar não seria aceite mas fora dela quem sabe... Tal como uma das questões que tenho é precisamente se a presençã na UE não será o único travão actualmente existente que impede os militares Gregos de darem um passo em frente. Não conheço a instituição militar Grega a fundo, o que sei dela é esparso, algo desconexo e muito pela rama, mas tenho esta dúvida no meu espírito embora nenhuma resposta para ela.
Caro Zuricher,
ResponderEliminarÉ claro que num cenário de efectiva saída da Grécia do Euro e da UE, a situação alterava-se e a hipótese que coloca deixa de ser pouco verosímil...tendo nomeadamente as convulsões sociais que por certo acompanhariam tal desenlace.
Neste momento e como certamente tem acompanhado, a situação não podia ser mais confusa, tenho a tendência para crer que o ilustre Tsipras não se vai aguentar, apertado como está pelas facções mais extremistas da sua coligação governamental.
Não excluo, todavia, que os membros do Eurogrupo venham a enlouquecer com gravidade, no decurso do fim-de-semana e no meio de tamanha confusão, inviabilizando, por causas naturais, o prosseguimento das negociações...