segunda-feira, 20 de julho de 2015

Imaginem um País assim...


  1. Imaginem um País, europeu por hipótese, em que se verificassem, cumulativamente, as seguintes situações…
  2. Nível salarial no sector público equivalente a cerca de 3 vezes o do sector privado, registando uma duplicação, em termos reais, nos últimos 12 anos…
  3. Às filhas solteiras dos funcionários públicos era conferida uma pensão vitalícia de € 1.000…
  4. No Parlamento existiam funcionários auferindo 18 salários/ano, beneficiando ainda da utilização graciosa de um SPA instalado em pisos inferiores do edifício…
  5. Cerca de 600 profissões, entre as quais as de cabeleireiro, massagista, apresentador de TV, trompetista/flautista, eram consideradas de “desgaste intenso”, justificando o direito a reforma integral aos 55 anos (homens) ou 50 anos (mulheres)…
  6. Num hospital público, Evangelismos de seu nome, existia um quadro de 45 jardineiros para tratar de alguns torrões de relva situados na entrada do edifício…
  7. Em alguns institutos públicos, o quadro de motoristas era equivalente a 50 X viaturas de serviço…
  8. Os gastos orçamentais com a Defesa cifravam-se em 7% do total.
  9. Não precisam de imaginar mais…esse País existe(iu) mesmo, era a Grécia por alturas de 2010 – extratos do livro “Boomerang, Travels in the New Third World”, de Michael Lewis (editor do Washington Post), publicado em 2011.
  10. Por termo a alguns destes singelos absurdos (admito que não a todos), constituiu, de facto, uma extrema violência para o povo Grego, como muito justamente reconhecem alguns dos nossos mais reputados TUDÓLOGOS…

14 comentários:

  1. Caro Tavares Moreira,

    Até ao ponto 5 ainda estava na dúvida se estava a falar da Grécia ou de Portugal. Na verdade, pode fazer uma lista muito semelhante a esta para o nosso país, ainda hoje. Porque se percebo o absurdo de um hospital empregar 43 jardineiros, mais absurdo me parece que alguns orgãos públicos "unipessoais" empreguem 500 pessoas, com ordenados bem acima de jardineiro. Se não precisávamos do dinheiro do segundo resgate, bem nos fez falta o serviço...

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  2. Caro Pires da Cruz,

    Curiosamente, quando escrevia este Post recordei-me dos mais de 150 historiadores, cerca de 100 psicólogos, mais de 300 juristas, mais de 300 engenheiros...que diariamente desenvolvem a sua actividade em condições de grande precaridade, sujeitos a um regime laboral arrasador, sem direito a descanso nem férias, na CML...como resultado das acções de benemerência de sucessivos Edis, que os contrataram por razões de superior interesse nacional...
    Tem razão, de facto, cá pelo burgo (incluindo Administração Central, RA's, Municípios, EPE's) também dispomos de situações semelhantes, as quais foram objecto de ataque insidioso por parte da famosa Troika.
    Mas tenho esperança que muitas tenham persistido, para satisfação, ao menos parcial, dos nossos TUDÓLOGOS...

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  3. Dr. Tavares Moreira
    São situações absurdas que evidentemente têm que ser corrigidas. Mostram a gigantesca mudança que a Grécia tem que fazer. Um país não sobrevive à ficção de uma realidade inexistente.
    Por cá também temos muitos tudólogos. Uma profissão com pleno emprego. Sabem tudo sobre tudo, conquistaram uma audiência que os lê e ouve impressionada com tanta sabedoria...

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  4. Sim, é verdade, por cá, também temos imensos tudólogos, só não chegamos à mesma situação da Grécia porque, felizmente, temos a ocupar o mais alto cargo da nação, um nadólogo: um homem que nunca comenta, porque nunca se encontra no lugar próprio nem na situação certa para que o possa fazer, permitindo dessa forma que os tudólogos de uma e de outra banda, tudo falem acerca de tudo e, pouco digam.
    Mas, relativamente aos "abusos" gregos que o caro Dr. Tavares Moreira enumera, nem todos deveriam ser corrigidos ou abulidos, vejamos: Num país com tantas carências é justo que se conceda uma pensão de 1.000€ às filhas solteiras dos FP. Esta é uma forma de permitir que as moçoilas acumulem um "dote" que lhes permita, chagada a altura de juntar os trapinhos, poder fazê-lo com algum desafogo. Ao contrário do que se passa por cá em que os casalinhos para início e continuação de vida em comum, precisam que os pais de um e de outro se cootizem e lhes providenciem uma pensão vitalícia, revista no caso de nascerem pimpolhos. Quanto ao SPA tam me parece que faz todo o sentido que exista. Afinal, não passamos a vida a reclamar a falta de ação dos FP? Ora, um SPA sempre ajuda a dar àqueles que o utilizam uma melhor disposição para trabalhar. Quanto às profissões, também concordo que se antecipe a reforma a uma "tocadora de... trompete... ou de flauta... uma mulher com 50 anos, certamente já não consegue extrair notas musicais tão melodiosas como uma de 20 anos.Além de que, ha que dar lugar às mais novas. Quanto aos "fieis jardineiros"... já li alguma coisa acerca dos efeitos terapêuticos das plantas... vai ver, caro Dr. TM que os Gregos, nesta matéria estão muito mais avançados que nós e investem em terapias alternativas, provávelmente mais eficazes e económicas que o recurso a medicamentos. Relativamente aos motoristas e do pouco conhecimento que tenho do trânsito caotico nos aglomerados urbanos da Grécia, parece-me de todo necessário que o condutor de um veiculo do estado seja "assessorado" por um co-piloto (no mínimo). Os gasto com a despesa também me parece que são de todo justificáveis. Aliás começam agora os tudólogos de serviço a admitir aquilo que eu próprio - nadólogo encartado - já ha muito aqui tinha comentado; a posição geográfica da grécia e a importância estratégica relativamente à Russia, à Turquia e ao Médio Oriente. Motivos que fizeram o preto atravessar o Atlântico e ir lá dizer aos gajos da comissão « aguentem os cavais, não malhem com muita força nos bakanos, olhem quisto pode dar uma volta e às tantas ficamos todos com "eles" entalados numa porta entre os comunas os talibã e os que vão descer a galope das montanhas do Atlas que também estão mortinhos por se atirar à Europa, só esperam a oportunidade mais favorável». Mas pronto... como cá na nossa pequena aldeia, só se dá importância àquilo que os tudólogos falam... ;)

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  5. Cara Margarida,

    Os Tudólogos foram uma das grandes descobertas dos canais TV generalistas...um Tudólogo faz o papel de 10 especialistas, com a vantagem de ficarmos a "perceber" o mesmo!
    Hoje, por exemplo, exibe-se um dos mais talentosos Tudólogos e, se estiver atenta, verá como ele discorre, com distinção e grande autoridade, sobre as múltiplas matérias que lhe são colocadas...
    Obviamente, que este Tudólogo, na boa tradição humanista/papaçordista, abomina a solução imposta à Grécia, vai ao ponto de considerara que, depois deste episódio, a Europa acabou!

    Caro Bartolomeu,

    Não é preciso grande esforço dedutivista para perceber que o meu Amigo teve hoje o privilégio de desfrutar da boa (quase diria incomparável) mesa do FUSO!
    Tal é a boa disposição que evidencia, na sua elaborada incursão pela problemática helénica e suas adjacências lusitanas!
    Que inveja que me faz!

    Caro Bartolomeu

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  6. Saiba o meu estimado Amigo, Dr. Tavares Moreira, que esta minha natural boa disposição não se fica a dever, hoje particularmente, a uma hipotética peregrinação ao altar gastronómico que é o Fuso. Porém, almocei um divinal coelho caseiro, confecionado pela minha dedicada e prendada esposa, o qual se apresentou à mesa, suficientemente credenciado para ombrear com qualquer iguaria servida no Fuso. E como não poderia deixar de ser, regado com um Turiga Nacional da Erdade do Esporão. O maroto do Varoufakis é que se mantem renitente e arranja sempre uma desculpa para declinar os meus convites. Mas ainda ha-de torcer a orelha e não lhe sairá uma gotinha do tinto... Grego. A propósito... jantei o mês passado num restaurante de um grego, em Cascais, onde o dono diz que serve comida típica e provei um tinto lá da terra, caríssimo e que não chegava aos calcanhares das nossas lusas pomadas.

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  7. Depois de reler o anterior comentário, notei que escrevi Herdade... com E maiúsculo. Mas prometo que voltarei aos bancos da escola e só sairei de lá quando dominar a arte da escrita... talvez na próxima encarnação... ou na outra...

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  8. "...voltarei aos bancos da escola", ou para pivot de telejornal.
    Pelo que ai vai......

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Caro Bartolomeu,

    Pela descrição que faz, não duvido que o ágape servido, em regime de exclusividade, por sua dedicada e prendada Esposa, peça meças aos requintados sabores do FUSO...
    O ilustre Comentador é realmente um felizardo, não só por viver nessa preciosa parcela da belíssima região Estremenha, mas também, ou sobretudo, por beneficiar em exclusivo, desses superiores sabores!
    Não tarda muito e essas refeições caseiras passam a estar sujeitas a um IVA específico, sobre os bons repastos! Mas a taxa moderada, certamente, não superior a 6%. Os nossos bons amigos Crescimentistas já abordaram esse assunto, só que não quiseram ainda explicita-lo no Programa, com receio de um efeito dissuasor para os votantes.
    Quanto ao vinho grego que provou, caríssimo segundo seu relato, provavelmente já reflecte os agravamentos fiscais ditados pelos celerados credores!

    Caro Lamas,

    Um comentário próprio de um verdadeiro Lamas de...Orelhão!

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  11. Caro Lamas,
    fico-me pelos bancos da escola. A pivotagem, aceleradinha, compostinha, frenética e gaguejante, de pose muito colocada, não me repuxa ao "pingarelho".
    Sou um gajo à moda antiga, sabe. Daqueles que ainda valoriza o aperto de mão, o abraço e o tu-cá, tu-lá com os olhos-nos-olhos e a palavrã sã e escorreita.
    Essas mariquices da pose, do formal e do politicamente correto, ôcas, dizem-menos que nada.
    ;)

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  12. Cruel, caro Fernando Vouga, é termos votado uma figura para nos governar, que não dá um peido, porque teme que as bordas do cu estalem. Prefere aguentar as dores da flatulência e das cólicas intestinais...

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  13. Tem razão, caro Dr. Tavares Moreira, sou um felizardo, nesses particulares e em outros aspetos da vida.
    Quanto à eventual taxação a que o meu amigo se refere, estou como um vizinho de um casal próximo, um dia que o adverti para a necessidade de atentar sobre algumas regras impostas e ele me respondeu: deixe-os cá vir que tenho ali uma caçadeira e prego-lhes com dois tiros nos cornos.
    Eu não tenho caçadeira, e até abumino o uso de armas, mas tenho ali uns paus da vinha que já não uso que pelos lombos abaixo, são capazes de fazer algum corajoso fiscal de finanças, mudar o rumo.
    O vinho grego... bom, se fosse só uma questão de preço, agora, digo-lhe com toda a honestidade, aquilo não valia nada, era água tingida.
    Digo-lhe mais, caro Dr. TM, se nas negociações do acordo os dois rapazes, Tsípras e Varoufákis nos pareceram embriagados, não foi de certeza com o vinho por lá produzido.

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