sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Confiança dos consumidores em máximos de 14 anos...como é possível !?!


  1. Esta informação acaba de ser divulgada pelo INE, assinalando a subida do indicador que mede a confiança dos consumidores, em Portugal, para o nível mais elevado desde 2001…
  2. Segundo a análise do INE, este aumento da confiança dos consumidores deve-se, primacialmente, a três factores: (i) as expectativas quanto à evolução do desemprego, (ii) a precepção sobre a situação económica do País, e (iii) a situação financeira dos agregados familiares.
  3. Lê-se e não se acredita! Então, onde para a devastação causada por anos sucessivos de brutais políticas de austeridade, impostas pela perfídia dos mercados, com a vergonhosa cumplicidade dos credores internacionais e das agências de rating ?
  4. E onde param, também, os terríveis malefícios de políticas neo-liberais, executadas sob o comando da Snrª Merkel, que a NATA dos opinion-makers deste País entendia terem condenado a economia nacional, e os orçamentos familiares muito em especial, para todo o sempre?
  5. E o que fazer agora com os prometidos estímulos discricionários ao rendimento de famílias e de empresas que os simpáticos Crescimentistas não se cansam de anunciar?
  6. Pasma-se, não se compreende, os portugueses que responderam a estes inquéritos devem estar todos desatinados…se é que estes resultados têm alguma correspondência com a realidade!

19 comentários:

  1. Os portugueses são um povo por natureza muito crente e muito dado a epifanias, caro Dr. Tavares Moreira. E estas duas características não se acham limitadas, não; elas estendem-se a todos os particulares da vida privada, social, política, religiosa, económica, financeira, etc. tanto do comum cidadão, como das mais destacadas figuras da nação.
    E nem vale a pena, pensarmos em estratégias eleitoralistas, ou de escamoteamento da realidade, não; estas características são genéticamente comuns ao português, seja ele das berças, do litoral, do norte, do centro ou do sul (não sei se nas ilhas é igual).
    Portanto e do meu ponto de vista, o melhor é acreditarmos em tudo aquilo que nos dizem; os políticos, os jornalistas, os comentadores, o tipo do quiosque, o motorista do taxi, o chefe e a colega do emprego, a vizinha de cima (nessa eu acredito piamente, quando vem com u lulu á rua e me diz meio entre dentes, o meu marido saiu em serviço, só volta amanhã). Somos um povo tão tolinho... benza-nos são malakueko!!!

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  2. Não me leve a mal, caro Bartolomeu, mas pela leitura do seu comentário fico com a suspeita que o Senhor terá sido um dos felizes respondentes no inquérito do INE, que produziu este bonito resultado...
    De facto, do seu elaborado texto surpreende-se um sentimento optimista, tão optimista que será capaz de enveredar pelas mais audazes incursões consumistas (no FUSO e não só)...

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  3. Não erra, nas suspeitas que o meu comentário lhe suscitam, caro Dr. Tavares Moreira.
    De facto, consumir, constitui a razão maior da minha existência.
    A minha grande dificuldade, nesta altura, consiste em não encontrar já nada que ainda não possua; ele são mansões, iates, carros, joias, roupas, perfumes, tudo em quantidades exorbitantes. Um tédio!

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  4. Desculpe, caro dr. Tavares Moreira, pelo que se vê, o seu correspondente Bartolomeu anda a desanimar, logo não pode ser um dos que responderam positivamente ao inquérito do INE - por ele isto vai de mal a pior.
    Perante o inesperado dos resultados, para mim, os métodos utilizados pelo INE é que poderão não ser os mais adequados...

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  5. Caro Bartolomeu,

    Não o fazia tão inebriado pela febre consumista! O que esta maldita sociedade de consumo faz às pessoas, mesmo às mais sóbrias...
    Recordo-me de ouvir, há cerca de 50 anos, ou até mais, o então famoso Abbé Pierre denunciando os riscos de uma sociedade de consumo: "L'explosion materielle" como ele pressagiava...

    Caro Tiro ao Alvo,

    Temo que tenha subvalorizado a capacidade de recuperação do nosso amigo Bartolomeu: olhe que ele é daqueles de "antes quebrar que torcer"...
    Quanto às análises do INE baseadas em inquéritos de opinião aos agentes económicos, como é o caso, creio que não terão mudado muito nos últimos anos...as opiniões dos inquiridos é que são móveis...

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  6. Tambem considero as tendências estatísticas apresentadas pelo INE, falsos.
    Isto porque, cada português é, em minha opinião, mais ou menos - dependendo do caráter e das capacidades financeiras - um potencial consumidor/consumista. Quando vivemos um periodo de recessão e de contenção de despesas, ansiamos que essa "onda" passe o mais rápidamente possível, para voltarmos à condição anterior. Raramente amealhamos e raramente utilizamos os proventos para consolidarmos os investimentos e reforçarmos as economias. Por isso (talvez) o nosso país, ao longo de séculos, conheceu períodos de grande riqueza e nunca deixou de ser o país pobre que desde a sua fundação, sempre foi.

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  7. Caro Bartolomeu,

    O tipo de comportamento que imputa aos portugueses não será muito diferente do de qualquer outro Povo, a não ser aqueles que não conhecem outra coisa a não ser a penúria permanente: os felizardos da Coreia do Norte, do Zimbawe, de Cuba e, agora também em marcha acelerada, da Venezuela.
    Varoufakis tentou o mesmo na Grécia, mas Tsipras apercebeu-se a tempo e tirou-lhe o tapete.
    As conclusões do INE não têm por isso nada de especialmente surpreendente, quando excluído o teor humorístico (admito que sem graça) do Post supra...

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  8. Não se dará o caso de as respostas reflectirem expectativas de mudança de governo, mais do que expectativas ancoradas nos dados económicos?

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  9. Caro Pedro Silva,

    Ora aqui temos uma interpretação sibilina...quem sabe, quem sabe senão será como diz?

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  10. Discordo da sua opinião, caro Dr. Tavares Moreira.
    Se compararmos o que é comparável, ou seja: Portugueses com qualquer outro povo europeu, verificamos com a maior facilidade, que os portugueses são únicos. Em alguns aspectos, os povos do sul da europa, encontraremos ténues semelhanças, mas quando começamos a somar graus de latitude, apercebemo-nos de diferenças pproporcionais à distância.
    Mas, dou-lhe um exemplo concreto. Basta que nos desloquemos à vizinha Espanha para que possamos constatar a diferença a que me refiro e até, dentro do mesmo país, quanto mais para norte nos dirigirmos, mais marcante e notória é essa diferença.
    Varoufakis... Tsipras, vai desculpar-me caro Amigo, mas não consigo deixar de achar graça a este exemplo que apresenta. Será o Senhor capaz de me indicar o que foi que mudou, na Grécia e para a situação de dívida desta, versus a posição de força fingida dos credores, desde que Varoufakis "foi corrido" por Tsipras?
    A mim, parece-me que nada, mas... eu percebo tanto disto, como de lagares de azeite, talvez por isso, parece-me ver tudo como dantes; o governo Grego a gozar à doida com os alemães e restante pandilha e a pandilha a fingir que acredita que o governo Grego é pessoa de bem e irá cumprir os acordos que subscreveu. Por isso, vá de lhes encher os cofres com mais uns milhões; milhões esses, aliás, a que a imprensa internacional´, passado o carnaval dos encontros e das reuniões, passou a tratar como "assunto de lana caprina".

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  11. Isto começa a ser trágico. Qual a verdadeira causa de tais números? Já sei, os consumidores desconfiados emigraram todos depois de terem penhorado o ouro e perderam as poupanças num sector estratégico vendido aos especuladores da economia de casino chineses.

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Uma verdadeira tragédia grega, caro Pires da Cruz, que o seu comentário resume de forma magistral!
    Que dirá a Academia de Coimbra sobre tal absurdo? Já tem alguma indicação, alguma dica? Estou numa expectativa incandescente!

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  14. Pois muito bem, caro Pires da Cruz, não foi preciso esperar muito: aí temos a análise do CES, da Academia de Coimbra, explicando que "as famílias portuguesas não conseguem poupar e vivem no MEDO de uma despesa excepcional, vivem sem margem para surpresas no orçamento".
    A conclusão resulta de um trabalho profundíssimo de análise, no âmbito de um projecto FINFAM...
    Vamos aprendendo alguma coisa, em especial esta forma modelar de aplicar os recursos públicos...

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  15. Bem me parecia que estes números divulgados pelo governo se sustentam nas epistemologias do Norte capitalista, colonialista e patriarcal e não são para serem levados a sério. O conceito "margem para surpresa no orçamento" é claramente uma medida muito mais interessante porque pode ser feita com base no humanismo da fézada, em vez de estar sujeita à ditadura austeritária da aritmética que tantos desgostos traz a tanta gente.

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  16. Acerca do estudo convém saber:
    "Segundo os resultados do inquérito do projeto de investigação [FINFAM], já divulgados pela Lusa em outubro de 2014"
    ver http://www.noticiasaominuto.pt/economia/442750/familias-portuguesas-estao-sem-margem-e-dependem-da-ajuda-dos-avos

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  17. portanto, desactualizado atendendo à evolução ocorrida entretanto.

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  18. Caro Alberto Sampaio,

    Eu tenderia a desvalorizar a desactualização, posto que mais do que compensada pela profundidade da análise.

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  19. Também tenho de concordar :-)

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