Confiança dos consumidores em máximos de 14 anos...como é possível !?!
- Esta informação acaba
de ser divulgada pelo INE, assinalando a subida do indicador que mede a
confiança dos consumidores, em Portugal, para o nível mais elevado desde
2001…
- Segundo a análise do
INE, este aumento da confiança dos consumidores deve-se, primacialmente, a três
factores: (i) as expectativas quanto à evolução do desemprego, (ii) a
precepção sobre a situação económica do País, e (iii) a situação
financeira dos agregados familiares.
- Lê-se e não se acredita!
Então, onde para a devastação causada por anos sucessivos de brutais políticas
de austeridade, impostas pela perfídia dos mercados, com a vergonhosa
cumplicidade dos credores internacionais e das agências de rating ?
- E onde param, também,
os terríveis malefícios de políticas neo-liberais, executadas sob o
comando da Snrª Merkel, que a NATA dos opinion-makers deste País entendia
terem condenado a economia nacional, e os orçamentos familiares muito em
especial, para todo o sempre?
- E o que fazer agora com
os prometidos estímulos discricionários ao rendimento de famílias e de
empresas que os simpáticos Crescimentistas não se cansam de anunciar?
- Pasma-se, não se
compreende, os portugueses que responderam a estes inquéritos devem estar
todos desatinados…se é que estes resultados têm alguma correspondência com
a realidade!
Os portugueses são um povo por natureza muito crente e muito dado a epifanias, caro Dr. Tavares Moreira. E estas duas características não se acham limitadas, não; elas estendem-se a todos os particulares da vida privada, social, política, religiosa, económica, financeira, etc. tanto do comum cidadão, como das mais destacadas figuras da nação.
ResponderEliminarE nem vale a pena, pensarmos em estratégias eleitoralistas, ou de escamoteamento da realidade, não; estas características são genéticamente comuns ao português, seja ele das berças, do litoral, do norte, do centro ou do sul (não sei se nas ilhas é igual).
Portanto e do meu ponto de vista, o melhor é acreditarmos em tudo aquilo que nos dizem; os políticos, os jornalistas, os comentadores, o tipo do quiosque, o motorista do taxi, o chefe e a colega do emprego, a vizinha de cima (nessa eu acredito piamente, quando vem com u lulu á rua e me diz meio entre dentes, o meu marido saiu em serviço, só volta amanhã). Somos um povo tão tolinho... benza-nos são malakueko!!!
Não me leve a mal, caro Bartolomeu, mas pela leitura do seu comentário fico com a suspeita que o Senhor terá sido um dos felizes respondentes no inquérito do INE, que produziu este bonito resultado...
ResponderEliminarDe facto, do seu elaborado texto surpreende-se um sentimento optimista, tão optimista que será capaz de enveredar pelas mais audazes incursões consumistas (no FUSO e não só)...
Não erra, nas suspeitas que o meu comentário lhe suscitam, caro Dr. Tavares Moreira.
ResponderEliminarDe facto, consumir, constitui a razão maior da minha existência.
A minha grande dificuldade, nesta altura, consiste em não encontrar já nada que ainda não possua; ele são mansões, iates, carros, joias, roupas, perfumes, tudo em quantidades exorbitantes. Um tédio!
Desculpe, caro dr. Tavares Moreira, pelo que se vê, o seu correspondente Bartolomeu anda a desanimar, logo não pode ser um dos que responderam positivamente ao inquérito do INE - por ele isto vai de mal a pior.
ResponderEliminarPerante o inesperado dos resultados, para mim, os métodos utilizados pelo INE é que poderão não ser os mais adequados...
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarNão o fazia tão inebriado pela febre consumista! O que esta maldita sociedade de consumo faz às pessoas, mesmo às mais sóbrias...
Recordo-me de ouvir, há cerca de 50 anos, ou até mais, o então famoso Abbé Pierre denunciando os riscos de uma sociedade de consumo: "L'explosion materielle" como ele pressagiava...
Caro Tiro ao Alvo,
Temo que tenha subvalorizado a capacidade de recuperação do nosso amigo Bartolomeu: olhe que ele é daqueles de "antes quebrar que torcer"...
Quanto às análises do INE baseadas em inquéritos de opinião aos agentes económicos, como é o caso, creio que não terão mudado muito nos últimos anos...as opiniões dos inquiridos é que são móveis...
Tambem considero as tendências estatísticas apresentadas pelo INE, falsos.
ResponderEliminarIsto porque, cada português é, em minha opinião, mais ou menos - dependendo do caráter e das capacidades financeiras - um potencial consumidor/consumista. Quando vivemos um periodo de recessão e de contenção de despesas, ansiamos que essa "onda" passe o mais rápidamente possível, para voltarmos à condição anterior. Raramente amealhamos e raramente utilizamos os proventos para consolidarmos os investimentos e reforçarmos as economias. Por isso (talvez) o nosso país, ao longo de séculos, conheceu períodos de grande riqueza e nunca deixou de ser o país pobre que desde a sua fundação, sempre foi.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarO tipo de comportamento que imputa aos portugueses não será muito diferente do de qualquer outro Povo, a não ser aqueles que não conhecem outra coisa a não ser a penúria permanente: os felizardos da Coreia do Norte, do Zimbawe, de Cuba e, agora também em marcha acelerada, da Venezuela.
Varoufakis tentou o mesmo na Grécia, mas Tsipras apercebeu-se a tempo e tirou-lhe o tapete.
As conclusões do INE não têm por isso nada de especialmente surpreendente, quando excluído o teor humorístico (admito que sem graça) do Post supra...
Não se dará o caso de as respostas reflectirem expectativas de mudança de governo, mais do que expectativas ancoradas nos dados económicos?
ResponderEliminarCaro Pedro Silva,
ResponderEliminarOra aqui temos uma interpretação sibilina...quem sabe, quem sabe senão será como diz?
Discordo da sua opinião, caro Dr. Tavares Moreira.
ResponderEliminarSe compararmos o que é comparável, ou seja: Portugueses com qualquer outro povo europeu, verificamos com a maior facilidade, que os portugueses são únicos. Em alguns aspectos, os povos do sul da europa, encontraremos ténues semelhanças, mas quando começamos a somar graus de latitude, apercebemo-nos de diferenças pproporcionais à distância.
Mas, dou-lhe um exemplo concreto. Basta que nos desloquemos à vizinha Espanha para que possamos constatar a diferença a que me refiro e até, dentro do mesmo país, quanto mais para norte nos dirigirmos, mais marcante e notória é essa diferença.
Varoufakis... Tsipras, vai desculpar-me caro Amigo, mas não consigo deixar de achar graça a este exemplo que apresenta. Será o Senhor capaz de me indicar o que foi que mudou, na Grécia e para a situação de dívida desta, versus a posição de força fingida dos credores, desde que Varoufakis "foi corrido" por Tsipras?
A mim, parece-me que nada, mas... eu percebo tanto disto, como de lagares de azeite, talvez por isso, parece-me ver tudo como dantes; o governo Grego a gozar à doida com os alemães e restante pandilha e a pandilha a fingir que acredita que o governo Grego é pessoa de bem e irá cumprir os acordos que subscreveu. Por isso, vá de lhes encher os cofres com mais uns milhões; milhões esses, aliás, a que a imprensa internacional´, passado o carnaval dos encontros e das reuniões, passou a tratar como "assunto de lana caprina".
Isto começa a ser trágico. Qual a verdadeira causa de tais números? Já sei, os consumidores desconfiados emigraram todos depois de terem penhorado o ouro e perderam as poupanças num sector estratégico vendido aos especuladores da economia de casino chineses.
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ResponderEliminarUma verdadeira tragédia grega, caro Pires da Cruz, que o seu comentário resume de forma magistral!
ResponderEliminarQue dirá a Academia de Coimbra sobre tal absurdo? Já tem alguma indicação, alguma dica? Estou numa expectativa incandescente!
Pois muito bem, caro Pires da Cruz, não foi preciso esperar muito: aí temos a análise do CES, da Academia de Coimbra, explicando que "as famílias portuguesas não conseguem poupar e vivem no MEDO de uma despesa excepcional, vivem sem margem para surpresas no orçamento".
ResponderEliminarA conclusão resulta de um trabalho profundíssimo de análise, no âmbito de um projecto FINFAM...
Vamos aprendendo alguma coisa, em especial esta forma modelar de aplicar os recursos públicos...
Bem me parecia que estes números divulgados pelo governo se sustentam nas epistemologias do Norte capitalista, colonialista e patriarcal e não são para serem levados a sério. O conceito "margem para surpresa no orçamento" é claramente uma medida muito mais interessante porque pode ser feita com base no humanismo da fézada, em vez de estar sujeita à ditadura austeritária da aritmética que tantos desgostos traz a tanta gente.
ResponderEliminarAcerca do estudo convém saber:
ResponderEliminar"Segundo os resultados do inquérito do projeto de investigação [FINFAM], já divulgados pela Lusa em outubro de 2014"
ver http://www.noticiasaominuto.pt/economia/442750/familias-portuguesas-estao-sem-margem-e-dependem-da-ajuda-dos-avos
portanto, desactualizado atendendo à evolução ocorrida entretanto.
ResponderEliminarCaro Alberto Sampaio,
ResponderEliminarEu tenderia a desvalorizar a desactualização, posto que mais do que compensada pela profundidade da análise.
Também tenho de concordar :-)
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