Segundo informação hoje divulgada, as exportações
de bens aumentaram 5,7% no 1º semestre/2015, acima das previsões oficiais,
somando € 25,2 mil milhões contra € 23,9 mil milhões em igual período de
2014, após forte aceleração em Junho (+9%).
Destaque especial para as exportações dirigidas
ao mercado espanhol, com crescimento superior a 10%, beneficiando da
aceleração verificada na actividade económica do País vizinho no corrente ano, certamente impulsionada
pela previsão de Varoufakis segundo a qual a Espanha ameaça transformar-se
numa segunda Grécia…
Merecem ainda relevo o facto da França ter
ultrapassado a Alemanha como mercado de destino das nossas exportações de
bens, passando assim a ocupar a 2ª posição, reflectindo o recente avivamento da
economia francesa…
…bem como a continuação da forte quebra das
exportações para Angola, que neste período terão caído cerca de 25% em
relação ao ano transacto, explicável pelos condicionamentos cambiais a que
aquele País se encontra sujeito em consequência da forte quebra do preço
do petróleo (que vale mais de 95% das receitas totais das vendas para o
exterior).
Quanto às importações, mantêm um expressivo ritmo
de crescimento, de 4,1%, embora o défice comercial tenha registado uma
ligeira melhoria, diminuindo € 182 milhões em relação ao mesmo período de
2014 - o que traduz uma significativa recuperação em relação à posição até Maio, explicável
pelo disparo das exportações em Junho.
Enfim, mais um pacote de notícias para causar
dores de cabeça aos simpáticos Crescimentistas…não deveria ser assim, para seu próprio benefício deveriam mostrar-se bem felizes com estes progressos…mas, tendo em conta o terrível
incómodo demonstrado aquando das notícias sobre o mercado do trabalho, na
semana passada…
…é de esperar também a este propósito uma manifestação
de claro azedume, não sei se colocando novamente em crise a independência da
fonte noticiosa…aguardemos, pode ser que tenham aprendido.
Bom, com tantos e tão auspiciosos sinais de recuperação económica, acredito que o governo vá finalmente abulir alguns impostos e contribuições extraordinários.
ResponderEliminarA menos que já se tenha esquecido da justificação que apresentou aos portugueses, quando os criou...
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarA sua observação, sempre respeitável, só seria pertinente, na minha apreciação, se este resultado muito positivo das exportações fosse obra do Estado ou do Governo...
Mas não, como aqui tenho repetido, até à saciedade, este sucesso é obra das Empresas, em boa parte PME's, dos seus gestores e demais colaboradores - todos eles trabalhadores, ao contrário do que pretendem o PCP e tutti quanti.
Tem razão e, por isso, a carga fiscal sobre as pessoas dificilmente poderá ser diminuída. Poderemos é ter algum aumento de vencimentos em certas áreas do sector privado e, esperemos, mais emprego também no sector privado. Sou a favor de uma redução do estado - e consequente redução da carga fiscal. Quanto à função pública, não se deve esperar qualquer aumento de vencimentos. Aliás, para bem do País é bom que tal não aconteça brevemente. Nem isso, nem novos concursos e subidas de categoria. Apenas se justifica a regularização de certas situações e o descongelamento dos escalões em virtude da actual existência de regulamentos de avaliação. Só faz sentido um funcionalismo público mais bem remunerado quando a sua dimensão for reduzida. Enquanto assim não for, também é importante que os lugares de entrada na função pública tenham uma remuneração inferior a funções idênticas no sector privado. Começo como terminei. Neste momento, continuamos com excesso de estado e com excesso de estado vem a necessidade de mais pessoal (daí o aparente paradoxo entre funcionários públicos a mais e sentir-se falta destes) e, naturalmente, de mais impostos, o que só pode ser equilibrado com remunerações mais baixas na função pública.
ResponderEliminarPara quem não estiver de acordo tenho boas notícias: infelizmente o estado não vai encolher.
Caro Dr. Tavares Moreira,
ResponderEliminarNão discordo de forma alguma, que o mérito dos resultados económicos seja atribuido ao esforço e empenho das empresas (como aliás, também já tive oportunidade de referir anteriormente).
Mas o país é um só e a sociedade, uma só e, se quando ha austeridade, os cidadãos são chamados (leia-se, obrigados) a contribuir com taxas e impostos provisórios e especiais, é justo, no meu entender, que ao sentir-se que a economia começa a retomar, ou que retoma já, como o meu caro amigo expõe a um rítmo que se pode considerar excelente, que o cidadão começe também a sentir alívio nas cargas fiscais com caráter PROVISÓRIO E EXCECIONAL que lhe foram impostas. Mas justo é, também, que as empresas sintam alívio nas cargas fiscais que as sujeitam a emergir com mais dificuldade. Tudo na devida e consciente proporção.
Concordo com práticamente tudo o que Alberto Sampaio comenta, no entanto recordo-lhe que o presente excesso de estado, "justifica-se" pelo excesso de burocracias criadas para acolher o excesso de boys, de primos, afilhados, entedos, cão e piriquito dos membros dos sucessivos governos - de todos, sem exceção!
Caro Bartolomeu, os cidadãos são chamados a pagar impostos especiais porque governantes especiais não aparecem por acaso. Aparecem porque os cidadãos esforçados lá os meteram. É sempre interessante andar a votar em gente que 'rouba mas deixa obra' quando são os outros os que pagam.
ResponderEliminar.
Caro Tavares Moreira, não deve andar longe uma justificação perfeitamente lógica para justificar estes números em período de austeridade severa. Ou o terrível êxodo porque passamos está a fazer os nossos jovens emigrados importem morcelas e chouriços ou pior.
Caro Alberto Sampaio,
ResponderEliminarEu creio que se alguém merece uma compensação pelo sucesso que estes números revelam, são precisamente as empresas e seus colaboradores - traduzida numa gradual (porque não pode ser agressiva) redução da carga fiscal sobre os rendimentos...
Compensada, naturalmente, por uma também progressiva redução da despesa pública em % do PIB.
Caro Bartolomeu,
O excesso de Estado é excesso de Estado independentemente das causas, "melhores" ou piores, que possam explicar esse excesso...
E, como tal, precisa de ser corrigido, reduzido.
Até para, como referi no comentário anterior, abrir espaço para premiar aqueles que, abnegadamente, em muitos casos com imensos sacrifícios, têm contribuído para ultrapassar os principais constrangimentos que - sob a batuta de insignes Crescimentistas - colocaram a economia num beco quase sem saída:(i) os défices orçamentais, fruto de um crescimento imoderado da despesa, em muitos casos impropriamente denominada de investimento, quase sempre em manifestação pró-cíclica, e (ii) o pesado desequilíbrio externo.
Caro Pires da Cruz,
A Academia de Coimbra terá, no quadro das explicações para este estranho fenómeno, a última palavra - como é de bom tom - aguardemos, pois, serenamente, a sua prolação.