"Há uma pergunta muito importante para mim e que anda altamente subestimada no cinema de hoje: o que significa ser espectador? Que lugar tem ele dentro de um filme?"
Miguel Gomes, realizador do filme "As Mil e uma noites", em entrevista ao Expresso-Revista
Só me espanta é que o homem, não sabendo o que é um espectador, faça filmes. Ou não esclareça alguma crítica, que não sabe se é um filme que são três, ou se são três filmes num só...
Que a obra é grandiosa isso não tem dúvida, mede-se em seis horas de filme. E em largas páginas no Expresso, que já ninguém lhe tira.
Quanto a espectadores...enfim...penso que definitivamente não têm qualquer lugar na fita...
Os criticos, traduzem o significado mais infimo do filme tão "bem", que o espectador de tão esclarecido, já nem sente necessidade de ver o filme , para o perceber.
ResponderEliminarIsto de "educar" as massas é uma arte "sagrada"
ResponderEliminarJá agora, caro Pinho Cardão: ...e gostou do filme ?
Para além daquilo que pensa sobre os ecos do mesmo no Expreso, qual é mesmo a sua opinião sobre do filme ?
Gosto ou não de ver o filme ?
;) ;) ;) Boa pergunta, Pedro!
ResponderEliminarTalvez a resposta, se vier, nos esclareça se o nosso estimado Amigo Pinho Cardão, toca de ouvido, ou se frequentou o conservatório e possui formação musical que o habilite a ler a pauta.
Já agora, sem ter lido a entrevista ao Expresso, ou ter assistido à exibição do filme, baseando-me somente naquilo que é transcrito no texto, opino que o nosso Amigo Pinho Cardão... telvez não tenha interpretado o sentido das palavras de Miguel Gomes. A mim, não me parece que ele não saiba o que seja um espectador mas sim, que tenta encontrar a forma de incluir nos seus filmes, o espectador, atarindo a sua atenção para dentro do filme. Quanto à duração... seis horas, são de facto difíceis de suportar sentado numa cadeira de cinema, mesmo que o filme em exibição seja catalizador da nossa atenção. Porém, na história do cinema existem películas de grande sucesso que também foram difíceis de "gramar" estou a recordar-me por exemplo de Cleópatra com Elizabeth Taylor. Mas pronto... naquela época, assistir à diva em trajos voluptuosos, não só prendia a atenção do espectador como o fazia entrar literalmente pelo pano. Mas... 6 horas de filme... isso deveria dar direito a uma refeição... um snack e uma bebida, servidos como nos aviões.
Aposto que a pergunta do realizador prepara um novo filme sobre o que é ser espectador.
ResponderEliminarDecerto que a estupefacção do realizador na pergunta deriva de não saber onde espetar o 'espetador'... Daí as 6 horas do 'espetáculo' espetado...
ResponderEliminarCaro António Cristóvao:
ResponderEliminarTem toda a razão, educar as massas é uma arte sagrada. Mas em alguns filmes é bem mais difícil, sobretudo quando não se sabe o papel das massas na fita...
Caro Pedro:
Francamente...uma pergunta dessas...mas respondo: aquilo é mesmo do melhor...e maior que há!...
Ah, e seja bem reaparecido depois do intervalo que fez nesta fita do 4R!
Caro Bartolomeu:
No que respeita a tocar de ouvido e à pauta, embora a saiba ler, daí não consigo tirar nem um som: infelizmente, nasci sem qualquer gene musical, ã garganta só desafina, o ouvido não distingue o dó do ré, muito menos do sol bemol ou sustenido. E, no piano, só com um dedo. Portanto, tocar de ouvido é para mim uma impossibilidade completa...
Diz que 6 horas de filme é muito, mas aí penaliza-me discordar. Repare, mil e uma noites, mesmo a 8 horas, dá 8008 horas. Resumi-las a 6, é obra de autor!...Admito, em abono do artista, que tenha passado as restantes a dormir. Um homem não é de ferro, e mesmo um realizador não pode estar sempre a realizar...
Caro Ferreira de Almeita:
Fabulosa tirada, meu caríssimo amigo. Curta, mas do melhor que já passou por aqui. Humor em grau elevado.
Caro majoMo:
Pois é...quando não se sabe o papel do espectador no filme tudo pode acontecer a um incauto pagante...
Caro Pinho, fico então a saber que plo menos se não for bom...grande é de certeza ! ( - embora as 6 horas, estejam repartidas por tres "capitulos" distintos, e de visualização independente)
ResponderEliminarTambem já li sobre o filme, e confesso que tou curioso para espreitar "a coisa". (áparte da realidade e temática politica, gosto de cinema e das diferentes abordagens e estilos)
Quanto ao "regresso", de facto não cheguei nunca a "partir" - teem sido os afazeres e a maturidade naturalmente crescente que me tem tolhido a pena (critica). Mas continuo a passar, nem que seja de "raspão", e a "tresler" com gosto.
,o)
(depois, quando vir um dos "terços" do filme, logo lhe partilharei a minha opinião de "espetador"! )
Caro Amigo, Dr. Pinho Cardão,
ResponderEliminarO número de dedos com que podemos executar (bem) uma melodia não depende... não é, a meu ver, de capital importância para que se atinja um apoteotico "grand finale". Basta para tanto que o executante siga as "regras musicais" e faça bom uso da intuição, ou seja: que comece por um suave "larghissimo", que passe progressivamente a um vagaroso e imponente "adagio", daí a um auspicioso "allegro" e quase de seguida a um desejado e exigido "vivace", culminando num aguardadado e frenético "presto" e "prestíssimo". Depois... é não deixar arrefecer o instrumento e continuar a dedilhar...
Muito obrigado, caro Pedro. Desejo-lhe uma boa visão!...
ResponderEliminarCaro Bartolomeu:
Ora aí está uma lição de um verdadeiro expert...só possível por uma dedilhação muito traquejada em mil e uma noites verdadeiramente musicais...
CAro Pinho Cardão,
ResponderEliminarUm dia vai ter que compilar essas suas reflexões num livro qualquer com um título do estilo "Da Grande Produção Cultural". Vai ser um mimo :)
Caro João Pires da Cruz:
ResponderEliminarIsso seria um risco enorme, um crime contra o politicamente correcto, uma prova de incultura básica, um atentado aos criadores, um acto de censura às artes e aos artistas. Um ataque à comunidade cultural.
Mas, olhe, deu-me uma ideia. Vou tratar já de pedir um subsidiozito para a publicação. Afinal, invocando muitos dos maiores vultos culturais da nossa praça, seria também um produto cultural. Bastardo para a nomenklatura instalada, mas cultural. É mesmo uma ideia...