Muitos foram os comentários e tomadas de posição,
de múltiplos matizes, ao desempenho da economia no 1º semestre do corrente
ano, traduzido numa variação positiva do PIB de 1,5% (dados ainda provisórios).
Alguns comentadores da maioria governamental não
primaram pela clareza nem pela objectividade, pretendendo chamar a si os
louros pela melhor saúde da economia, quando sabemos – temo-lo aqui
repetido “ad nauseam” – que o mérito desta viragem cabe, em 1ª linha, às
empresas situadas nos sectores de bens e serviços transaccionáveis.
Dessa nota de falta de objectividade devo excluir
a reacção sóbria e serena do Ministro da Econoima, que, fugindo a
euforias, não deixou de registar, mais uma vez, o mérito das empresas para os resultados conseguidos.
Mas, de todas as reacções, a mais inspirada
pertenceu, por mérito próprio, a um bem conhecido porta-voz Crescimentista
para a área económica, o qual manifestou a sua “apreensão”, pelo facto de “O
Governo ter como objectivo conter(?) a procura interna e assentar(?) o
crescimento económico na procura externa líquida…”
…”e o que o INE vem dizer é que aconteceu
exactamente o oposto: é a procura interna que cresce”.
Pois muito bem: para quem apresenta como ideia central do programa de
governo a dinamização da procura interna através da introdução discricionária de
incentivos ao rendimento dos particulares e das empresas, esta “apreensão” com
o crescimento da procura interna é, no mínimo, sensacional e memorável
Eu a pensar que era efeito da refinação petróleo... Mas deve encher de orgulho um governo que tem por objectivo conter a procura interna. É mais ou menos como um guarda redes ter por objectivo apertar atacadores.
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ResponderEliminarCaro Pires da Cruz,
ResponderEliminarE eu a pensar que o Senhor identificaria, facilmente, o autor (Crecimentista) desta bela peça de comentário económico...como me enganei!
Não é uma galambice???? Parece mesmo!!
ResponderEliminarEstá certo, Pires da Cruz, está certo! Quem se enganou, afinal, fui eu, que coloquei em dúvida a marca inconfundível do autor do comentário...
ResponderEliminarNão há dúvida que a marca "Galamba" está quase sempre presente nos mais inspirados e lúcidos comentários dirigidos à economia portuguesa.
É da escola Socrática lusa, logo alguém que distorce com toda anaturalidade a verdade “ad nauseam” consoante as conveniências do momento.
ResponderEliminarEu acho que o Galamba é já merecedor de uma medalha Nobel. Ou pelo menos de uma honorária. Foi a pessoa que descobriu que Portugal nunca saiu da espiral recessiva porque a taxa de desemprego desce com a emigração porque as exportações só sobem com a refinação de petróleo sem valor acrescentado e com a exportação de ouro penhorado, os estágios de miséria que aldrabam as estatísticas; criador de conceitos como a liquidez infinita dos empréstimos aos estados... Economistas destes já não se fazem desde que legalizaram a feira de Carcavelos.
ResponderEliminarCaro Alberto Sampaio,
ResponderEliminarDuvido que exista alguma orientação definida - nem mesmo as conveniências de momento - nas posições científicas deste reputado porta-voz.
Parece-me mais do estilo libertário-masoquista, em estado puro, que dispara para onde está voltado, sem a menor preocupação etimológica...
Caro Pires da Cruz,
Simplesmente preciosa essa explicação, onde faltará apenas referir uma admiração sem limites pelos ensinamentos da escola de Coimbra!