Tesouro volta a finaciar-se a taxa de juro negativa...
- Nas duas emissões de
Bilhetes do Tesouro hoje realizadas, a 90 dias e a 11 meses, num total de
€ 1.150 milhões, no prazo mais curto foram colocados € 400 milhões, tendo
sido apurada uma taxa média ponderada (TMP) de – 0,013% (compara a +
0,044% na última emissão, no mesmo prazo, a 17 de Junho).
- No prazo de 11 meses
foram colocados € 750 milhões, apurando-se uma TMP de 0,021%, também
inferior à da emissão anterior para o mesmo prazo.
- Curioso notar que ambas
as emissões apresentam vencimentos para lá da data das eleições
legislativas de 4 de Outubro, o que parece revelador da confiança dos
mercados face ao que possa suceder nessas eleições…
- …que resultado esperarão
os mercados desse acto eleitoral? Só eles poderão responder, mas a avaliar
por este sinal…
- Quem deve estar já em
estado de salivação adiantada serão os nossos amigos Crescimentistas,
convencidos de que será sempre assim (ajuda do BCE é garantida),
mesmo após as suas prometidas decisões discricionárias de aumento da despesa
pública e outras, todas orientadas para incentivo à procura interna…
- Correm o risco de verem
as TMP’s acompanhar as suas medidas de incentivo…para bem dos
investidores, anote-se.
Quanto aos resultados que os mercados parecem esperar, do próximo ato eleitoral, tudo indica que dúvidas não existirão. Apesar dos empates espelhados nos resultados das sondagens, creio que a poucos restarão dúvidas de quem será de novo eleito para governar o país. Agora, a questão que não me parece estar a ser equacionada por ninguém, inclusive, os mercados, é de, no programa eleitoral dos supostos reeleitos, existir algo de suficientemente inovador, arrojado, experimentalista, cientificamente estudado ou o raio que os parta, que vá confirmar a escolha e levar o país e a sua economia para os níveis apregoados e desejados, tendo em conta SEMPRE, o necessário equilíbrio e justiça social que são afinal os pilares sustentadores do progresso económico.
ResponderEliminarEstamos em plena espiral recessiva!
ResponderEliminarPela primeira vez na história, Bartolomeu, houve um governo português que foi obrigado a saber que economia NÃO É problema do governo. As finanças públicas, aquilo que é de facto responsabilidade de um governo, essas é que têm que ser tratadas. Reeleito seja. Espero que seja de facto reeleito e que dure para lá do mandato de um presidente da república que não aprendeu isso. Pode ser que o próximo PR perceba alguma coisa de economia e se deixe de invenções.
Porque é que existe/existiram empréstimos a juros negativos???
ResponderEliminarRESPOSTA: Porque as pessoas sabem que existem por aí 'cavadores-de-buracos' a dar com um pau... e... vão à procura de «pagadores certos».
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Nos sistemas públicos vão-se fazendo ajustamentos......
Nos sistemas privados corre tudo bem... até... abrir falência!... Leia-se: quem optar por sistemas privados (até aqui tudo bem) - quando estes entram em falência (veja-se o caso BES) - que faça flique-flaques, saltos mortais, piruetas, etc... não faça é manifestações argumentando que... a existência duma qualquer falha na regulação... implica que... deve ser o contribuinte a pagar a falência dos sistemas privados!
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No blog "Fim-da-Cidadania-Infantil" faz-se referência ao facto de ser necessário uma apresentação sistemática da actividade governamental... para que... quem paga (vulgo contribuinte) possa ter/exercer uma atitude crítica (leia-se: o Direito de Veto de quem paga).
-> Resumindo:
1- ficar à espera de auto-regulação privada/(de mercado) é coisa de otários...
2- a Regulação Estatal é necessário... todavia, no entanto... é algo que poderá ser um tanto ou quanto contornável... (nota: ver casos do BPN e do BES)
3- para que certos sectores de actividade [exemplo 1: a actividade política; exemplo 2: sectores estratégicos da actividade económica] não venham a «ficar entregues à bicharada»... é necessário que exista uma apresentação sistemática da sua actividade [ex. 1: governo; ex. 2: EMPRESAS PÚBLICAS em sectores económicos estratégicos] ... para que... o consumidor/contribuinte possa exercer uma constante atitude crítica!
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P.S.
Uma opinião um tanto ou quanto semelhante à minha:
Banalidades - jornal Correio da Manhã (antes da privatização da trasportadora aérea):
- o presidente da TAP disse: "caímos numa situação que é o acompanhar do dia a dia da operação e reportar qualquer coisinha que aconteça".
- comentário do Banalidades: "é pena que, por exemplo, não tenha acontecido o mesmo no BES".
Caro João Pires da Cruz, há muito que no nosso país, as questões políticas, económicas e financeiras, sociais, laborais, patronais, sindicais, fiscais, etc, deixaram de "existir" num ambiente impoluto, transparente e a visar o bem do país. Voltámos à Idade Média. Voltámos a um tempo em que o poder financeiro dita as regras e subjuga os restantes poderes, minando as uniões, os corporativismos, as agremiações e os sistemas mutualistas. Salve-se quem puder! E o Presidente da República, não querendo deixar-se infetar por esses virus perdominantes, não encontrou forças, nem reuniu apoios suficientemente capazes de os aniquilar, ou de lhes diminuir o poder.
ResponderEliminarO nosso país foi assaltado por interesses que colocaram sobre o peso da sua pegada os orgãos reguladores do estado, condicionando decisões e obrigando a uma vassalagem altamente corruptiva.
Não vamos livrar-nos deste garrote, podemos ter essa certeza. Resta-nos que a nível europeu se esgotem os recursos que alimentam a gula da alta finança, porque, na conjuntura e no contexto geral, Portugal não representa nada no xadrez das decisões financeiras a alto nível.
Só se estiver a falar do Banco de Portugal. Afinal, é o único banco em Portugal de onde as pessoas tiram dinheiro, apesar de não serem accionistas.
ResponderEliminarDr. Tavares Moreira
ResponderEliminarNão estaremos, em boa medida, a beneficiar das curvas de taxas de juro de curto prazo dos restantes países europeus?
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarJá estou muito velho para acreditar em experimentalismos político-económicos que, nos casos que conheço, redundaram, invariavelmente, em desastre!
O Senhor é um jovem, tem outras perspectivas, ainda pode acreditar nessas fantasias que não lhe fica mal...
Para mim, experimentalismo só o culinário , mesmo esse, dentro de cânones razoáveis - quando os "chefs" se põem a fazer experiências com mini doses de várias especiarias, de que resultam pratos muito bonitos mas que nos deixam uma sensação de vazio, lembro-me sempre do bacalhau do FUSO ou das costeletas da Malaposta! Isso sim é que é cozinhar!
Quanto ao regresso à Idade Média, não posso deixar de registar o seu optimismo pois, na minha opinião, o regresso foi algures para a Idade da Pedra e a um estágio bem primitivo dessa bela era!
Caro Pires da Cruz,
Não posso deixar de subscrever a tese do seu primeiro comentário, apesar de reconhecer a existência de um considerável núcleo Crescimentista na dita Coligação...embora devendo admitir que, em última análise, não tenham energia suficiente para fazer valer as suas teorias desenvolvimentistas, há que não subestimar a sua acção deletéria...
Cara Margarida,
Essas curvas andam mais ou menos paralelas e muito próximas do eixo dos XX - tanto nós beneficiamos das baixas taxas deles como eles beneficiam das nossas...note a referência que fiz ao BCE, que continua a cumprir o seu programa de compras mensais de dívida, pública e privada, por montante não inferior a € 60 mil milhões...
A própria vida não é uma experiência continua, um ajustar e reajustar à realidade e ao contexto comum e particular, caro Dr. Tavares Moreira?! Então? Independentemente da idade, não poderemos continuar a viver e a aspirar viver melhor, se desistirmos de experimentar, de aprefeiçoar o resultado das experiências, de os optimizar. Esse é também o "modus operandi" dos cheffs. Eles vão juntando ingredientes, vão provando, vão adicionando e retirando especiarias e quando o resultado não é o desejado, reiniciam a experiência. Afinal, cada um de nós e todos num conjunto mais ou menos homogéneos, somos, cada um a seu jeito e nas suas áreas específicas, alquimistas. Vá lá, caro Dr. Tavares Moreira, ânimo. Tente olhar para a sociedade como para uma matéria-prima com a qual, uma boa equipe de cheffs, bem coordenada, com experiência e muita boa vontade poderá confecionar um prato abundante, de excelente sabor, capaz de proporcionar valores calóricos apropriados e restabelecer os níveis de vitaminas, proteínas, sais minerais, etc. necessários para uma vida saudável, harmoniosa e alegre. "Salus animæ in corpore sano"
ResponderEliminarNão caro Bartolomeu, não vale a pena insistir comigo em relação a experimentalismos-s tivemos, de diversa ordem, nas últimas décadas, e o resultado foi, invariavelmente como disse, muito penoso para esta pobre sociedade...
ResponderEliminarQuem como eu assistiu, por dentro, a esses experimentalismos - e tentou, sem sucesso, chamar a atenção para os seus riscos, por vezes de forma intensiva - está "curado" como usa dizer-se, não quer ver o País outra vez imerso em desordens financeiras que nos custam, no final, os "olhos da cara".
Neste particular, estou bem mais próximo do Pires da Cruz, o realista...
Caro mensagensnanett,
Um contributo muito interessante para este debate, certamente, apareça mais vezes se faz favor!